Poesia: Noite Afora
Renata
Pallottini
A quem devo dizer que em tua carne
se sobreleva o tempo e o duradouro,
mancha de óleo no azul, alaga e intensifica
o contratempo a que chamei amor?
A quem devo dizer dos meus perigos
quando, o corcel furioso, olhei ao longe
e não vi mais limites que o oceano
nem mais convites que o das ondas frias?
Como antepor o corte nas montanhas
-- Liberdade – ao dever que a si mesma impõe a terra
de estender-se conforme o espaço havido?
Malícia do destino, ardil composto outrora...
Arde a grama da noite em que te vais embora,
e essa chama caminha, essa chama, essas vinhas,
essas uvas, cortadas noite afora.
Renata Pallottini, in
“Noite Afora”.
Entendendo a poesia:
01 – Qual é o tema principal
abordado na poesia "Noite Afora"?
O tema principal
da poesia é a reflexão sobre o tempo, o amor e as escolhas na vida.
02 – Como a autora descreve a
passagem do tempo na primeira estrofe da poesia?
A autora descreve
a passagem do tempo como algo que se sobressai na carne, deixando marcas
duradouras e intensificando o amor, comparando-o a uma mancha de óleo no azul.
03 – O que a autora sugere
sobre os perigos na segunda estrofe da poesia?
A autora sugere
que olhar para o horizonte, além dos limites visíveis, pode ser perigoso, como
um corcel furioso, e que não há convites além das ondas frias do oceano.
04 – Na terceira estrofe, a
autora menciona "Liberdade" e o "dever da terra". O que
isso representa na poesia?
A referência a
"Liberdade" e ao "dever da terra" na terceira estrofe
representa o conflito entre a liberdade de se estender conforme o espaço
disponível e a obrigação da terra de cumprir seu dever de existir.
05 – O que a autora chama de
"malícia do destino" na última estrofe da poesia?
A autora se
refere à "malícia do destino" como a maneira como a grama e as vinhas
ardentes representam a partida e a mudança que ocorrem na noite, simbolizando o
ciclo da vida e do amor.
06 – Como a poesia retrata a
passagem do tempo e a natureza efêmera das emoções humanas?
A poesia retrata
a passagem do tempo através de metáforas visuais e emocionais, mostrando como o
tempo deixa marcas duradouras na carne e como o amor e as escolhas na vida
podem ser intensificados por essa passagem. Ela também destaca a efemeridade da
vida e das emoções humanas, especialmente na última estrofe, onde as uvas são
cortadas na "noite afora," simbolizando o ciclo da vida e a
transitoriedade das experiências.
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