quinta-feira, 26 de setembro de 2024

POEMA: RIFONEIRO DIVINO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Rifoneiro divino

             Carlos Drummond de Andrade

Responde, por favor: Deus é quem sabe?

Sabe Deus o que faz?

Deus dá o pão, não amassa a farinha?

Deus o dá, Deus o leva?

Pertence-lhe o futuro?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1os35oIQYodNBl_6ogk3C5SJ_Xe3OTkag9pCm5r6YSUl70m0hmJNMtD1RCNhWdINaCToJYLadRuEtZ69RrPRpr9dHCecO_wbdp3XtXnQYWA-xOM9Ld0nFvvOJ9VlzUh95c2swlBM6TVU32OFx9_lj3GO1NSR2styQoRsZALZkw7Ly821R7a0xuTgIU4/s320/deus_acima_de_tudo.jpg


Deu te dá saúde? Deus ajuda

a quem cedo madruga?

Será que Deus não dorme?

E é Deus por todos, cada um por si?

Deus consente, mas nem sempre? Deus

perdoa, Deus castiga?

Deus me livra ou salva?

Deus vê o que o Diabo esconde?

De hora em hora Deus melhora?

Mas é se Deus quiser?

E Deus quer?

Deus está em nós? E nós,

responde, estamos nele?

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 187.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema "Rifoneiro divino"?

      O poema "Rifoneiro divino" de Carlos Drummond de Andrade aborda a complexa relação entre o ser humano e a divindade. Através de uma série de perguntas retóricas, Drummond questiona a existência e o papel de Deus, explorando temas como fé, dúvida, destino, sofrimento e a busca por significado na vida.

02 – Como Drummond representa a figura de Deus no poema?

      A figura de Deus no poema é apresentada de forma ambígua e questionadora. Drummond não oferece respostas definitivas, mas sim uma série de perguntas que convidam o leitor a refletir sobre a natureza divina. Deus é representado tanto como um ser onipotente e onisciente, capaz de tudo, quanto como uma figura distante e misteriosa, cujas intenções são desconhecidas.

03 – Quais as principais dúvidas e incertezas expressas pelo poeta?

      O poeta expressa diversas dúvidas e incertezas sobre a existência e o papel de Deus. Ele questiona se Deus controla o destino humano, se Ele é justo, se Ele se importa com o sofrimento humano, e se a fé em Deus é uma forma de encontrar consolo ou apenas uma ilusão.

04 – Qual a relação entre o título do poema e seu conteúdo?

      O título "Rifoneiro divino" sugere uma busca por respostas definitivas sobre a divindade, como se o poeta estivesse interrogando um oráculo. No entanto, ao invés de respostas claras, o poema apresenta uma série de perguntas que revelam a complexidade da relação entre o homem e Deus.

05 – Quais as principais emoções transmitidas pelo poema?

      O poema transmite uma gama de emoções complexas, como a dúvida, a incerteza, a angústia, a busca por significado e a esperança. A relação com a divindade é apresentada como uma fonte tanto de conforto quanto de angústia, refletindo a complexidade da experiência humana.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): SERENATA DO ADEUS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Serenata do Adeus

             Vinícius de Moraes

Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus
Cai a noite sobre o nosso amor
E agora só restou do amor
Uma palavra: Adeus

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRYfjUIvoUkMNiaY3W9LaTd1vwbWFWw63sVj_aA2mueST-G3s6NnnMDnubETmL8UKmDqAZf19yVCD6qVjze03ZM6SArF7YJ1yLN6Qhyphenhyphen0A1EnyQJWRDAo0ePD7de9QbosSHz1q9yEd2Sv4oxhpzA8O662oiAyOpjMPmSZpfgTFBDi7UJjuHr1ZXTvMye7A/s320/SERENATA.jpg


Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima
Um momento breve
De uma estrela pura, cuja luz morreu.

Ó mulher, estrela a refulgir
Parte, mas antes de partir
Rasga o meu coração
Crava as garras no meu peito em dor
E esvai em sangue todo amor
Toda a desilusão.

Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima

O momento breve de uma estrela pura
Cuja luz morreu
Numa noite escura
Triste como eu
...

Composição: Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 220.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal emoção transmitida pela música?

      A principal emoção transmitida pela música é a melancolia profunda. A letra expressa a dor da separação, a saudade do amor perdido e a inevitabilidade do fim de um relacionamento.

02 – Quais os elementos da natureza são utilizados para simbolizar o fim do amor?

      A lua e a noite são os principais elementos da natureza utilizados para simbolizar o fim do amor. A lua que "não é a mesma que te viu nascer dos braços meus" representa a passagem do tempo e a transformação do sentimento, enquanto a noite simboliza a escuridão e a tristeza que se seguem à perda.

03 – Qual o significado da frase "Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora"?

      Essa frase expressa a ideia de que amar é um processo doloroso e gradual de perda. A cada dia que passa, o amor se desgasta e se aproxima da morte, como uma estrela que se apaga lentamente.

04 – Como a figura da estrela é utilizada na música?

      A estrela é utilizada como uma metáfora para o amor. Ela representa a beleza, a intensidade e a efemeridade do sentimento. A imagem da estrela que se apaga simboliza a morte do amor e a dor da perda.

05 – Qual o papel da repetição na música?

      A repetição de versos e frases enfatiza a intensidade do sofrimento e a dificuldade de superar a perda. A repetição de "Ai, vontade de ficar, mas tendo que ir embora" reforça a contradição entre o desejo de permanecer junto e a necessidade de se despedir.

06 – Qual a relação entre a música e o título "Serenata do Adeus"?

      O título "Serenata do Adeus" já antecipa o tema principal da música: a despedida. A serenata, tradicionalmente associada ao amor e à paixão, é aqui transformada em um lamento pela perda e pela saudade.

07 – Qual a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música é a inevitabilidade da perda e a dor que acompanha o fim de um relacionamento. A "Serenata do Adeus" é um hino à melancolia, um lamento universal que ecoa nos corações de todos aqueles que já amaram e perderam.

 

 

CONTO: TERRAS DO SEM-FIM - (FRAGMENTO)- JORGE AMADO - COM GABARITO

 Conto: Terras do Sem-Fim – Fragmento

           Jorge Amado 

        A cidade ficava entre o rio e o mar, praias belíssimas, os coqueiros nascendo ao largo de todo o areal. Um poeta, que certa vez passara por Ilhéus e dera uma conferência, a chamara de “cidade das Palmeiras ao vento” numa imagem que os jornais repetiam de quando em vez.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizoI5CMH4tsgz9y6_GWO69fzzhmgs6o0HPafMsJ0o4cAr4jOorRI2-MqsJQNEddza4dUoidvd35_DRw8zN2L9a22DfbmCWMuYFvB83uEEjg5F7TSlnthOE_REU853tjs7D0C44IJHS_6IgTEHsiiFqOd-vU5JtvQvPybxki7w36fDMSedsEwn_aLLZuPU/s1600/Terras_do_Sem-Fim.jpg


        A verdade, porém, é que as palmeiras nasciam nas praias e se deixavam balançar pelo vento. A árvore que influía em Ilhéus era a árvore do cacau, se bem não visse nenhuma em toda a cidade. Mas era ela que estava por detrás de toda a vida de São Jorge do Ilhéus. Por detrás de cada negócio que era feito, de cada casa que era construída, de cada armazém, de cada loja que era aberta, de cada caso do amor, de cada tiro trocado na rua. Não havia conservação em que a palavra não entrasse como elemento primordial. E sobre a cidade pairava, vindo dos armazéns de depósito, dos vagões da estrada de ferro, dos porões dos navios, das carroças e da gente, um cheiro de chocolate que é cheiro de cacau seco.

        Existia outra ordenança municipal que proibia o porte de armas. Mas muito poucas pessoas sabiam que ela existia e mesmo aqueles poucos que o sabiam, não pensavam em respeitá-lo. Os homens passavam, calçados de botas ou de botinas de couro grosso, a calça cáqui, o paletó de casimira, e por debaixo deste o revólver. Homens de repetição a tiracolo atravessavam a cidade sob a influência dos moradores, Apesar do que já existia de assentado, de definitivo, em Ilhéus, os grandes sobrados, as ruas calçadas, as casas de pedra e cal, ainda assim restava na cidade um certo ar de acampamento. Por vezes, quando chegavam os navios abarrotados de emigrantes vindos do sertão, de Sergipe e do Ceará, quando as pensões de perto da estação não tinham mais lugar de tão cheias, então barracas eram armadas na frente do porto. Improvisavam-se cozinhas, os coronéis vinham ali escolher trabalhadores. Dr. Rui, certa vez, mostrara um daqueles acampamentos a um visitante da capital.

        -- Aqui é o mercado de escravos...

        Dizia com um certo orgulho e certo desprezo, era assim que ele amava aquela cidade que nascera de repente, filho do porto, alimentada pelo cacau, já se tornando a mais rica do estado, a mais próspera também. Existiam poucos ilheenses de nascimento que já tivessem importância na vida da cidade. Quase todos fazendeiros, médicos, advogados, agrônomos, políticos, jornalistas, mestre-de-obras eram gente vinda de fora, de outros estados. Mas amavam estranhamentos aquela terra venturosa e rica. Todos se diziam "grapiúnas" e, quando estavam na Bahia, em toda parte eram facilmente reconhecíveis pelo orgulho com que falavam.

        -- Aquele é um ilheense... – diziam.

        Nos cabarés e nas casas de negócios da capital eles arrotavam valentia e riqueza, gastando dinheiro, comprando do bom e do melhor, pagando sem discutir preços, topando barulhos sem discutir o porquê. Nas casas de rameiras, na Bahia, eram respeitados, temidos e ansiosamente esperados. E também nas casas exportadores de produtos para o interior os comerciantes de Ilhéus eram tratados com a maior consideração, tinham crédito ilimitado.

        De todo o Norte do Brasil descia gente para essas terras do Sul da Bahia. A fama corria, diziam que o dinheiro rodava na rua, que ninguém fazia caso em Ilhéus, de prata de dois mil-réis. Os navios chegavam entupidos de imigrantes, vinham aventureiros de toda espécie, mulheres de toda idade, para quem Ilhéus era a primeira ou a última esperança.

        Na cidade todos se misturavam, o pobre de hoje podia ser o rico de amanhã, o tropeiro de agora poderia ter amanhã uma grande fazenda de cacau, o trabalhador que não sabia ler poderia ser um dia chefe político respeitado. Citavam-se os exemplos e citava-se sempre a Horácio que começara tropeiro e agora era dos maiores fazendeiros da zona, e o rico de hoje poderia ser o pobre de amanhã se um mais rico, junto com um advogado, fizesse um “caxixe” bem feito e tomasse sua terra. E todos os vivos de hoje poderiam amanhã estar mortos na rua, com uma bala no peito. Por cima da justiça, do juiz e do promotor, do júri de cidadãos, estava a lei do gatilho, última instância da justiça em Ilhéus.

Jorge Amado. Terras do sem-fim. 54. ed. Rio de Janeiro, Record, s.d. p. 188-9.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 163-4.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Grapiúna: na Bahia, apelido que os sertanejos dão aos moradores da capital ou de Ilhéus.

·        Rameira: prostituta.

·        Caxixe: negociata feita em torno de terras produtoras de cacau; logro.

02 – Qual é a principal atividade econômica de Ilhéus e como ela influencia a vida da cidade?

      A principal atividade econômica é a produção de cacau, que permeia todos os aspectos da vida da cidade, desde a economia até a cultura local.

03 – Qual é a atmosfera que predomina em Ilhéus? Justifique sua resposta com exemplos do texto.

      A atmosfera de Ilhéus é marcada pela violência, pela ambição e pela constante transformação. A presença de armas, a luta pelo poder e a rápida ascensão e queda social dos personagens ilustram essa atmosfera.

04 – Qual é o perfil dos habitantes de Ilhéus? São pessoas nativas da região ou vindas de outros lugares?

      A população de Ilhéus é bastante heterogênea, com muitos imigrantes vindos de outras regiões do Brasil em busca de oportunidades. A cidade é um caldeirão cultural, onde se misturam diferentes origens e histórias.

05 – Como os habitantes de Ilhéus se relacionam entre si? Há muita união ou a competição é acentuada?

      As relações entre os habitantes de Ilhéus são marcadas pela competição e pela violência. A busca por poder e riqueza gera conflitos e rivalidades.

06 – Qual é o papel da lei e da justiça em Ilhéus?

      A lei e a justiça formal têm pouco poder em Ilhéus. A violência e a força bruta são frequentemente utilizadas para resolver conflitos, e a lei do mais forte prevalece.

07 – Como a autora descreve a ascensão e queda social em Ilhéus?

      A ascensão e queda social em Ilhéus são rápidas e imprevisíveis. A riqueza pode ser adquirida de forma rápida, mas também pode ser perdida da mesma forma.

08 – Que tipo de linguagem Jorge Amado utiliza para descrever Ilhéus e seus habitantes?

      Jorge Amado utiliza uma linguagem rica em detalhes e vívida, capaz de transmitir a atmosfera da cidade e a complexidade de seus personagens.

09 – Quais são os principais temas abordados no fragmento?

      Os principais temas abordados são a violência, a desigualdade social, a busca por riqueza e poder, e a construção de uma nova sociedade no interior do Brasil.

10 – Com base neste fragmento, qual você acredita que seja o papel do cacau na história de Ilhéus?

      O cacau é o motor da economia de Ilhéus, gerando riqueza e atraindo pessoas de todas as partes do país. No entanto, ele também é responsável por muitos dos conflitos e da violência que marcam a cidade.

11 – Qual a sua impressão inicial sobre a obra "Terras do Sem-Fim" após ler este fragmento?

      Esta pergunta é aberta e permite que o leitor expresse sua própria opinião sobre a obra, com base nas informações presentes no fragmento.

 

 

 

POEMA: FILIAÇÃO - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Filiação

             Murilo Mendes

Eu sou da raça do Eterno.

Fui criado no princípio

E desdobrado em muitas gerações

Através do espaço e do tempo.

Sinto-me acima das bandeiras,

Tropeçando em cabeças de chefes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRJLITAnngG6a3Ps3KhnfM3Yija3Sn0x2OILqHEnaMkSjVsMbxobDlahEsS5zkNYFtTXZeA4KZBKutBK16IVm1wbNRE9K_vjGx9dhP6BIhuYF_a-mLgvzws5_RvMYsA0v28ogqGZUzhrrcNvs2mfp_F0BLZtm83FWWyasiH5ztnEhdEZOoAafO6LNQTfg/s1600/MAR.jpg


Caminho no mar, na terra e no ar.

Eu sou da raça do Eterno,

Do amor que unirá todos os homens:

Vinde a mim, órfãos da poesia,

Choremos sobre o mundo mutilado.

MENDES, Murilo. Filiação. Apud ARAÚJO, Laís Corrêa de. Poetas modernos do Brasil 2. ed. Petrópolis, Vozes, 1972. v. II, p. 126-7.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 198.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema "Filiação"?

      O poema "Filiação" de Murilo Mendes transmite uma mensagem de universalidade e transcendência. O eu lírico se identifica com a eternidade, com a criação e com a união de todos os seres humanos. Ele se coloca acima das divisões e conflitos da humanidade, buscando uma conexão mais profunda com o universo e com seus semelhantes.

02 – Como o eu lírico se posiciona em relação ao mundo e à sociedade?

      O eu lírico se posiciona como um observador superior, que transcende as limitações do tempo e do espaço. Ele se sente acima das divisões políticas e sociais, representadas pelas "bandeiras" e pelas "cabeças de chefes". Ao mesmo tempo, ele se mostra solidário com a humanidade, convidando todos a se unirem em busca de um futuro melhor.

03 – Qual o significado da expressão "raça do Eterno"?

      A expressão "raça do Eterno" representa a ideia de uma conexão profunda com algo maior do que a individualidade. O eu lírico se identifica com uma força universal e atemporal, que o liga a todos os seres humanos e a toda a criação. Essa expressão evoca um sentimento de pertencimento a algo maior do que a própria existência individual.

04 – Como o poema aborda a questão da união entre os seres humanos?

      O poema enfatiza a importância da união entre os seres humanos, independentemente de suas diferenças. O eu lírico convida todos a se unirem em torno da poesia e a chorar juntos pela dor do mundo. Essa união é vista como a única esperança para superar as divisões e construir um futuro mais justo e humano.

05 – Quais as principais características da linguagem poética utilizada por Murilo Mendes nesse poema?

      A linguagem poética de Murilo Mendes em "Filiação" é marcada por um tom elevado e grandioso, com o uso de imagens fortes e expressivas. O poeta utiliza metáforas e personificações para transmitir a ideia de transcendência e universalidade. A linguagem é concisa e direta, com um ritmo marcado e expressivo.

 

 

POEMA: FIM - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Fim

             Murilo Mendes

Eu existo para assistir ao fim do mundo.
Não há outro espetáculo que me invoque.
Será uma festa prodigiosa, a única festa.
Ó meus amigos e comunicantes,
tudo o que acontece desde o princípio é a sua preparação.


Eu preciso assistir ao fim do mundo
para saber o que Deus quer comigo e com todos
e para saciar minha sede de teatro.
Preciso assistir ao julgamento universal,
ouvir os coros imensos,
as lamentações e as queixas de todos,
desde Adão até o último homem.

Eu existo para assistir ao fim do mundo,
eu existo para a visão beatífica.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbGdph2C-jZ9A1i60jHPK3UXKIJ82ACg4Sd6YKaxBRYIw4kJJFSeA3TsGTnjBDkDfqUU2XGKnIkeFPMQn3dnLpEvEze_a_d2tSMil_toeJaq0f-PCiNGR4B5OD03pavwmHaRydVrNLCUvOxlaMWBPg537dbK-rhLDx-6RIwkcmjq6xRZQieNWFD2qP7s/s320/FIM.jpeg 

Murilo Mendes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 207.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o evento central que o eu lírico anseia presenciar?

      O eu lírico demonstra um profundo desejo de testemunhar o fim do mundo, um evento que ele considera a celebração definitiva da existência.

02 – Que significado o fim do mundo possui para o eu lírico além de um mero evento catastrófico?

      Para o eu lírico, o fim do mundo representa um momento de revelação, um julgamento final que irá esclarecer o propósito divino e individual. Além disso, ele vê nesse evento a culminação de todo o drama da existência, um espetáculo grandioso e único.

03 – Qual a relação entre o desejo do eu lírico de assistir ao fim do mundo e a sua busca por conhecimento?

      O eu lírico busca no fim do mundo respostas para as grandes questões existenciais, como o propósito de Deus e o destino da humanidade. Ele acredita que a visão beatífica, ou seja, a visão de Deus, que ele espera ter ao final dos tempos, irá saciar sua sede de conhecimento e compreensão.

04 – Como o eu lírico descreve o fim do mundo?

      O eu lírico descreve o fim do mundo como uma festa prodigiosa, um evento grandioso e único. Ele evoca imagens de coros imensos, lamentações e queixas de toda a humanidade, criando um cenário apocalíptico que, ao mesmo tempo, é repleto de uma certa teatralidade.

05 – Qual a importância da palavra "beatífica" no contexto do poema?

      A palavra "beatífica" refere-se à visão de Deus, uma experiência de felicidade suprema e perfeita. No poema, ela representa o objetivo final do eu lírico, a razão pela qual ele anseia tanto pelo fim do mundo. A visão beatífica é vista como a recompensa final por toda a existência e a solução para todas as dúvidas e angústias humanas.

 

SONETO: SONETO DE DEVOÇÃO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Soneto: Soneto de devoção

             Vinícius de Moraes

Essa mulher que se arremessa, fria

E lúbrica em meus braços, e nos seios

Me arrebata e me beija e balbucia

Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia

Que se ri dos meus pálidos receios

A única entre todas a quem dei

Os carinhos que nunca a outra daria.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6nahHlmXFKTNlRMwlxv4ijolCK4vODYLxFY8NlVjNBii9bOkt9Tcvqsrc63YX0lEkIGPtpmE5gayo-ca_jKjBqQ9aHuGNwixxpDF2LycsjKRQbO4SfFkrsw44kAEMaoPc2rkBm9UkzX6qQBSGheuU6Zw0bk1LIaSFuJZFdz5130gMEj2iUXrU5b_nGGA/s1600/MULHER.jpg

Essa mulher que a cada amor proclama

A miséria e a grandeza de quem ama

E guarda a marca dos meus dentes nela.


Essa mulher é um mundo! – uma cadela

Talvez... – mas na moldura de uma cama

Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinicius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 223.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal característica da mulher descrita no soneto?

      A mulher descrita é apresentada como complexa e contraditória. Ela é ao mesmo tempo "fria" e "lúbrica", "flor de melancolia" e capaz de proclamar a "miséria e a grandeza" do amor. Essa dualidade a torna um enigma e um objeto de desejo intenso para o poeta.

02 – Qual o significado da expressão "Versos, votos de amor e nomes feios"?

      Essa expressão revela a intensidade e a complexidade da relação entre o poeta e a mulher. Os "versos" e os "votos de amor" indicam um envolvimento profundo, enquanto os "nomes feios" sugerem uma intimidade intensa e apaixonada.

03 – Por que o poeta afirma que a mulher é "a única entre todas a quem dei / Os carinhos que nunca a outra daria"?

      Essa afirmação destaca a exclusividade da relação entre o poeta e a mulher. Os carinhos que ele oferece são únicos e destinados apenas a ela, o que intensifica o sentimento de posse e de desejo.

04 – Qual a importância da comparação entre a mulher e uma "cadela"?

      A comparação da mulher com uma "cadela" é provocativa e intencional. Ela subverte a imagem tradicional da mulher como um ser puro e angelical, revelando a face mais carnal e instintiva da paixão. Ao mesmo tempo, a expressão "mas na moldura de uma cama" relativiza essa comparação, sugerindo que a beleza da mulher transcende qualquer julgamento moral.

05 – Qual a mensagem principal do soneto?

      O soneto celebra a paixão em sua forma mais intensa e visceral. A mulher descrita é um símbolo da paixão, do desejo e da entrega total. Ao mesmo tempo, o poema reflete sobre a complexidade e a ambiguidade do amor, que pode ser tanto fonte de alegria quanto de sofrimento.

 

 

CONTO: A MENOR MULHER DO MUNDO - FRAGMENTO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

 Conto: A menor mulher do mundo – Fragmento

           Clarice Lispector

        Nas profundezas da África Equatorial o explorador francês Marcel Pretre, caçador e homem do mundo, topou com uma tribo de pigmeus de uma pequenez surpreendente. Mais surpreso, pois, ficou ao ser informado de que menor povo ainda existia além de florestas e distâncias. Então mais fundo ele foi.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkARKZonRB3Lv6t0lB-JzG1OjQrhtQy-8YeHxBhebcYRhxfAmaHVQc0Wdyh5mynLR5cnvrLhJe2G3QcNvn-Ld7pFvWjJyh3MkI4F2jOUzDKJCHWFGmwHrhtnRygHdhM3to8GFemn8CBkBdx4gTadFxVc0X_l1dsUN2tZzB1l-E7LO551ENrayZqe4xs4g/s320/pigmeia.jpg


        No Congo Central descobriu realmente os menores pigmeus do mundo. E — como uma caixa dentro de um caixa — entre os menores pigmeus do mundo estava o menor dos menores pigmeus do mundo, obedecendo talvez à necessidade que às vezes a Natureza tem de exceder a si própria.

        Entre mosquitos e árvores mornas de umidade, entre as folhas ricas do verde mais preguiçoso, Marcel Pretre defrontou-se com uma mulher de quarenta e cinco centímetros, madura, negra, calada. "Escura como um macaco", informaria ele à imprensa, e que vivia no topo de uma árvore com seu pequeno concubino. Nos tépidos humores silvestres, que arredondam cedo as frutas e lhes dão uma quase intolerável doçura ao paladar, ela estava grávida.

        Ali em pé estava, portanto, a menor mulher do mundo. Por um instante, no zumbido do calor, foi como se o francês tivesse inesperadamente chegado à conclusão última. Na certa, apenas por não ser louco, é que sua alma não desvairou nem perdeu os limites. Sentindo necessidade imediata de ordem, e dar nome ao que existe, apelidou-a de Pequena Flor. E, para conseguir classificá-la entre as realidades reconhecíveis, logo passou a colher dados a seu respeito.

        [...]

        A fotografia de Pequena Flor foi publicada no suplemento colorido dos jornais de domingo, onde coube em tamanho natural. Enrolada num pano, com a barriga em estado adiantado. O nariz chato, a cara preta, os olhos fundos, os pés espalmados. Parecia um cachorro.

        Nesse domingo, num apartamento, uma mulher, ao olhar no jornal aberto o retrato de Pequena Flor, não quis olhar uma segunda vez "porque me dá aflição".

        Em outro apartamento uma senhora teve tal perversa ternura pela pequenez da mulher africana que — sendo tão melhor prevenir que remediar — jamais se deveria deixar Pequena Flor sozinha com a ternura da senhora. Quem sabe a que escuridão de amor pode chegar o carinho. A senhora passou um dia perturbada, dir-se-ia tomada pela saudade. Aliás era primavera, uma bondade perigosa estava no ar.

        Em outra casa uma menina de cinco anos de idade, vendo o retrato e ouvindo os comentários, ficou espantada. Naquela casa de adultos, essa menina fora até agora o menor dos seres humanos. E se isso era fonte das melhores carícias, era também fonte deste primeiro medo do amor tirano. A existência de Pequena Flor levou a menina a sentir — com uma vaguidão que só anos e anos depois, por motivos bem diferentes, havia de se concretizar em pensamento — levou a sentir, numa primeira sabedoria, que "a desgraça não tem limites".

        Em outra casa, na sagração da primavera, a moça noiva teve um êxtase de piedade:

        — Mamãe, olhe o retratinho dela, coitadinha! Olhe só como ela é tristinha!

        — Mas — disse a mãe, dura e derrotada e orgulhosa — mas é tristeza de bicho, não é tristeza humana.

        — Oh! Mamãe — disse a moça desanimada.

        Foi em outra casa que um menino esperto teve uma ideia esperta:

        — Mamãe, e se eu botasse essa mulherzinha africana na cama de Paulinho enquanto ele está dormindo? Quando ele acordasse, que susto, hein! Que berro, vendo ela sentada na cama! E a gente então brincava tanto com ela! A gente fazia ela o brinquedo da gente, hein!

        A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo de orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver num armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve terror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felicidade. Assim olhou ela, com muita atenção e um orgulho inconfortável, aquele menino que já estava sem os dois dentes da frente, a evolução, a evolução se fazendo, dente caindo para nascer o que melhor morde. "Vou comprar um terno novo para ele", resolveu, olhando-o absorta. Obstinadamente enfeitava o filho desdentado com roupas finas, obstinadamente queria-o bem limpo, como se limpeza desse ênfase a uma superficialidade tranquilizadora, obstinadamente aperfeiçoando o lado cortês da beleza. Obstinadamente afastando-se, e afastando-o, de alguma coisa que devia ser "escura como um macaco". Então, olhando para o espelho do banheiro, a mãe sorriu intencionalmente fina e polida, colocando, entre aquele seu rosto de linhas abstratas e a cara crua de Pequena Flor, a distância insuperável de milênios. Mas, com anos de prática, sabia que este seria um domingo em que teria de disfarçar de si mesma a ansiedade, o sonho, e milênios perdidos.

        Em outra casa, junto a uma parede, deram-se ao trabalho alvoroçado de calcular com fita métrica os quarenta e cinco centímetros de Pequena Flor. E foi aí mesmo que, em delícia, se espantaram: ela era ainda menor que o mais agudo da imaginação inventaria. No coração de cada membro da família nasceu, nostálgico, o desejo de ter para si aquela coisa miúda e indomável, aquela coisa salva de ser comida, aquela fonte permanente de caridade. A alma ávida da família queria devotar-se. E, mesmo, quem já não desejou possuir um ser humano só para si? O que, é verdade, nem sempre seria cômodo, há horas em que não se quer ter sentimentos:

        — Aposto que se ela morasse aqui terminava em briga — disse o pai sentado na poltrona, virando definitivamente a página do jornal. — Nesta casa tudo termina em briga.

        — Você, José, sempre pessimista — disse a mãe.

        — A senhora já pensou, mamãe, de que tamanho será o nenenzinho dela? — disse ardente a filha mais velha de treze anos.

        O pai mexeu-se atrás do jornal.

        — Deve ser o bebê preto menor do mundo — respondeu a mãe, derretendo-se de gosto. — Imagine só ela servindo a mesa aqui de casa! E de barriguinha grande!

        — Chega de conversas! — engrolou o pai.

        — Você há de convir — disse a mãe inesperadamente ofendida — que se trata de uma coisa rara. Você é que é insensível.

        E a própria coisa rara?

        Enquanto isso na África, a própria coisa rara tinha no coração — quem sabe se negro também, pois numa Natureza que errou uma vez já não se pode mais confiar — enquanto isso a própria coisa rara tinha no coração algo mais raro ainda, assim como o segredo do próprio segredo: um filho mínimo. Metodicamente o explorador examinou com o olhar a barriguinha do menor ser humano maduro. Foi neste instante que o explorador, pela primeira vez desde que a conhecera, em vez de sentir curiosidade ou exaltação ou vitória ou espírito científico, o explorador sentiu mal-estar.

        É que a menor mulher do mundo estava rindo.

        Estava rindo, quente, quente. Pequena Flor estava gozando a vida. A própria coisa rara estava tendo a inefável sensação de ainda não ter sido comida. Não ter sido comida era que, em outras horas, lhe dava o ágil impulso de pular de galho em galho. Mas, neste momento de tranquilidade, entre as espessas folhas do Congo Central, ela não estava aplicando esse impulso numa ação — e o impulso se concentrara todo na própria pequenez da própria coisa rara. E então ela estava rindo. Era um riso como somente quem não fala, ri. Esse riso, o explorador constrangido não conseguiu classificar. E ela continuou fruindo o próprio riso macio, ela que não estava sendo devorada. Não ser devorado é o sentimento mais perfeito. Não ser devorado é o objetivo secreto de toda uma vida. Enquanto ela não estava sendo comida, seu riso bestial era tão delicado como é delicada a alegria. O explorador estava atrapalhado.

        Em segundo lugar, se a própria coisa rara estava rindo, era porque, dentro dessa sua pequenez, grande escuridão pudera-se em movimento.

        É que a própria coisa rara sentia o peito morno do que se pode chamar de Amor. Ela amava aquele explorador amarelo. Se soubesse falar e dissesse que o amava, ele inflaria de vaidade. Vaidade que diminuiria quando ela acrescentasse que também amava muito o anel do explorador e que amava muito a bota do explorador. E quando este desinchasse desapontado, Pequena Flor não compreenderia por quê. Pois, nem de longe, seu amor pelo explorador — pode-se mesmo dizer seu "profundo amor", porque, não tendo outros recursos, ela estava reduzida à profundeza — pois nem de longe seu profundo amor pelo explorador ficaria desvalorizado pelo fato de ela também amar sua bota. Há um velho equívoco sobre a palavra amor, e, se muitos filhos nascem desse equívoco, tantos outros perderam o único instante de nascer apenas por causa de uma suscetibilidade que exige que seja de mim, de mim! que se goste, e não de meu dinheiro. Mas na umidade da floresta não há desses refinamentos cruéis, e amor é não ser comido, amor é achar bonita uma bota, amor é gostar da cor rara de um homem que não é negro, amor é rir de amor a um anel que brilha. Pequena Flor piscava de amor, e riu quente, pequena, grávida, quente.

        O explorador tentou sorrir-lhe de volta, sem saber exatamente a que abismo seu sorriso respondia, e então perturbou-se como só homem de tamanho grande se perturba. Disfarçou ajeitando melhor o chapéu de explorador, corou pudico. Tornou-se uma cor linda, a sua, de um rosa-esverdeado, como a de um limão de madrugada. Ele devia ser azedo.

        Foi provavelmente ao ajeitar o capacete simbólico que o explorador se chamou à ordem, recuperou com severidade a disciplina de trabalho, e recomeçou a anotar. Aprendera a entender algumas das poucas palavras articuladas da tribo, e a interpretar os sinais. Já conseguia fazer perguntas.

        Pequena Flor respondeu-lhe que "sim". Que era muito bom ter uma árvore para morar, sua, sua mesmo. Pois — e isso ela não disse, mas seus olhos se tornaram tão escuros que o disseram — pois é bom possuir, é bom possuir, é bom possuir. O explorador pestanejou várias vezes.

        Marcel Pretre teve vários momentos difíceis consigo mesmo. Mas pelo menos ocupou-se em tomar notas e notas. Quem não tomou notas é que teve que se arranjar como pôde:

        — Pois olhe — declarou de repente uma velha fechando o jornal com decisão — pois olhe, eu só lhe digo uma coisa: Deus sabe o que faz.

LISPECTOR, Clarice. A menor mulher do mundo. In: Laços de família. 10. ed. Rio de Janeiro. José Olympio, 1978. p. 77-86.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 247-251.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Concubino: amante.

·        Tépido: morno.

·        Humor: umidade.

·        Engrolar: pronunciar mal.

·        Inefável: indizível, encantador.

·        Fluir: gozar, desfrutar.

02 – Qual a principal característica física de Pequena Flor?

      Pequena Flor é descrita como a menor mulher do mundo, com apenas 45 centímetros. Sua aparência exótica e sua condição de menor a tornam um objeto de curiosidade e fascínio.

03 – Como Pequena Flor é vista pelos outros personagens e pela sociedade?

      Pequena Flor é vista como uma curiosidade, um objeto de estudo e de contemplação. Sua pequenez a torna um símbolo da diferença e da excentricidade.

04 – Quais são os sentimentos de Pequena Flor em relação à sua condição?

      O conto não explora em profundidade os sentimentos de Pequena Flor, mas sugere que ela aceita sua condição e encontra felicidade em sua vida simples. Seu riso é descrito como "quente" e "macio", indicando uma sensação de bem-estar e contentamento.

05 – Qual o impacto do encontro de Marcel Pretre com Pequena Flor?

      O encontro com Pequena Flor provoca uma crise existencial em Marcel Pretre. Ele se questiona sobre a natureza humana, a felicidade e o significado da vida.

06 – Como a relação entre Marcel Pretre e Pequena Flor se desenvolve?

      A relação entre os dois personagens é marcada pela curiosidade e pela incompreensão. Marcel Pretre tenta classificar e entender Pequena Flor, enquanto ela o observa com um olhar enigmático.

07 – Como as diferentes pessoas reagem à notícia sobre Pequena Flor?

      As pessoas reagem de forma diversa ao saber da existência de Pequena Flor. Algumas sentem pena, outras curiosidade, e outras ainda, um desejo de posse ou de exploração.

08 – Qual a crítica social presente nas reações das pessoas?

      O conto critica a curiosidade mórbida, a superficialidade e a falta de empatia das pessoas. As reações das pessoas revelam a tendência humana a julgar e a categorizar os outros com base em suas diferenças.

09 – Quais os temas principais do conto?

      Os temas principais do conto são a diferença, a identidade, a felicidade, a exploração e a natureza humana.

10 – Qual a importância da natureza no conto?

      A natureza é um personagem fundamental no conto. A floresta, com sua exuberância e mistério, serve como pano de fundo para a história e simboliza a liberdade e a espontaneidade.

11 – Qual a mensagem final do conto?

      O conto nos convida a refletir sobre o significado da felicidade e da existência. Pequena Flor, com sua simplicidade e alegria, nos mostra que a felicidade não está ligada à posse ou ao status social, mas sim à aceitação de si mesmo e à capacidade de encontrar prazer nas pequenas coisas da vida.