quinta-feira, 30 de maio de 2024

ARTIGO DE OPINIÃO: PASSAGEM PELA ADOLESCÊNCIA - FRAGMENTO - ROSELY SAYÃO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Passagem pela adolescência – Fragmento

                             Rosely Sayão

        [...].

        E com quem os adolescentes contam para conversar?

        Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbvFZYz0lCh0RXGe6aZNVt7saljus8Gb8bCzr6KW4KvaaycBfyQqGXujhmXBdg3Dw6u1Ox3f9i2BKQWpPDBnHvpuO0FlHpiuduXBKFge9IFKICs_R4VGX_0eoyi0ZxcTv28c5Qr08Kr2LHU1Qq43eNNJE8rajhfyvGlQDJ4neCId2T73kabTQALUqT6Hs/s320/ADOLESCENTE.png


        Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem.

        [...].

ROSELY SAYÃO. Passagem pela adolescência. Publicado em: 1° mar. 2008. Disponível em: http://cronicasbrasil.blogspot.com.br/search/label/Rosely%20Say%C3%A3o. Acesso em: 19 ago. 2015. (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 286.

Entendendo o Artigo de opinião:

01 – O texto tem um leitor ou receptor preferencial. Qual é ele?

      O público adulto, sobretudo pais e professores que lidam com adolescentes.

02 – Qual é o referente, isto é, o assunto desse texto?

      A comunicação com adolescentes.

03 – Como é próprio do gênero artigo de opinião, esse texto coloca em destaque as funções emotiva e conativa. Explique como elas aparecem.

      A função emotiva aparece com a expressão da opinião da produtora do texto, e a conativa, com a intenção de convencer o interlocutor a aceita-la.

04 – A reflexão proposta no texto está centrada na oposição entre maturidade e juventude. Esse contraste está sendo aplicado para fazer referência aos adultos e aos adolescentes, respectivamente? Explique.

      Não. O texto critica o fato de que os adultos, que deveriam ser maduros, por vezes comportam-se como jovens quando precisam se comunicar com os adolescentes.

 

REPORTAGEM: A VERDADE POR TRÁS DE 7 EXPRESSÕES POPULARES - LÍVIA AGUIAR (FRAG.ADAPT.) - COM GABARITO

 Reportagem: A verdade por trás de 7 expressões populares

                      Por Livia Aguiar – Fragmento adaptado

Por um fio

        Ainda que a espessura de um fio de cabelo varie de pessoa para pessoa, a média é de 0.053 cm! Ou seja, se “a lâmina da faca te errou por um fio”, considere-se uma pessoa muito, mas muito sortuda!

Em um piscar de olhos

        Uma piscadela dura, em média, 0,1 segundos.

        [...]

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii_442Z9kVyfH7Ycxy8W48N6leKrFW9-WnHjTGOj3WayZrDmlxXdtszOIXd0973ZFuiYq04SkkZdYYYNkNE3nFJXKccqH52fjScoi74K0z_ASVhR74VnLgVZiP2gewrFR6jFCSCa_y0LfJ6i1z56JYp_8BwfZQbi0kg0_B4XayFT2xZN3mEVIZbZKasuA/s320/CHUVA.jpg 


Comer como um cavalo

        Provado está que um cavalo de 500 quilos come, em média, 6 quilos de feno e 4 quilos de grãos por dia, ou seja: 1/50 de seu peso diariamente, 7 vezes o próprio peso a cada ano. Isso não é nada se compararmos aos pássaros, que consomem mais de 90 vezes o próprio quilo por ano! Ou seja: o passarinho ganha, na proporção. O cavalo, na quantidade.

        [...]

AGUIAR, Lívia. Publicado em: 23 ago. 2011. Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/a-verdade-por-tras-de-7-expressoes-populares. Acesso em: 18 ago. 2015. Fragmento adaptado.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 284.

Entendendo a reportagem:

01 – Que estratégia foi empregada para explicar o sentido das expressões populares?

      As explicações são justificadas por informações mensuráveis, bastante objetivas.

02 – Relacione essa estratégia ao tipo de revista que publicou o texto?

      A revista tem como conteúdo central curiosidades científicas, por isso usou justificativas relativas a experiências verificáveis.

03 – Porque o uso da pontuação indica a presença da função emotiva nessa matéria?

      O ponto de exclamação foi empregado para sugerir que os dados são surpreendentes, evidenciando a reação pessoal do produtor do texto.

04 – Qual é a finalidade da expressão, ou seja, empregada pelo produtor do texto duas vezes?

      Essa expressão introduz informações que explicam melhor afirmações ou dados já apresentados.

05 – O uso de tal expressão revela a orientação da mensagem para qual elemento do discurso? Justifique.​

      Há uma orientação para o código, já que a mensagem receberá uma segunda versão, e para o receptor, que terá a oportunidade de entender melhor o que foi enunciado.

REPORTAGEM: ADVOGADO ESPALHA FAIXAS EM MARINGÁ PARA COMBATER VÍCIOS DE LINGUAGEM - BRUNA SOUZA CRUZ - COM GABARITO

 Reportagem: Advogado espalha faixas em Maringá para combater vícios de linguagem

        Algumas ideias aparecem repentinamente, sem você esperar por elas. Foi assim que a proposta de corrigir vícios de linguagem por meio de faixas espalhadas nos semáforos de Maringá (PR) surgiu, conta o advogado Lutero de Paiva Pereira.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW9wq9Tr3rZTZ85V3bfblvdVQmhqRXVWd_1LSJORUCQ3PJIlp0xRY1ZJ4z9lfeSbd6GsweU7eieN8zge0GQytag1NPTPVPw8-Iz0TzshNhNNwYjvUfHt4oVFx8h5kAQVzYEAMwXg_NGsSMk7ltkh_2mpWxaM_o3WvdsyT0qZ7WvL3RMZ6ZiBwO_IjPRa0/s1600/MARINGA.jpg


        A iniciativa surgiu enquanto Pereira jogava uma partida de golfe. "[O golfe] é um esporte que possibilita alguns momentos de reflexão. Em um deles [dos jogos] fiquei pensando nos vícios de linguagem que existem no ambiente do jogo. Voltei pra casa e pensei mais sobre os vícios que estão presentes em nossa realidade", explica o advogado. "Logo tive a ideia. Conversei com um companheiro de equipe da minha empresa e em uma semana já estava circulando a primeira faixa com correções de algumas palavras”

        O objetivo do projeto Sinal do Saber, segundo o autor, é contribuir com o “desenvolvimento cultural da cidade”.

        Cruzamentos

        “Por que não usar o semáforo para divulgar o conhecimento melhor da nossa gramática?", diz o idealizador da iniciativa que faz parte das ruas da cidade desde julho deste ano. “O sinaleiro é utilizado muito por artistas para suas artes.”

        O critério para a escolha dos semáforos é o fluxo de pessoas, explica o também advogado Tobias Marini de Salles Luz, que ajuda a coordenar o projeto. "Fazemos um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade. A divulgação varia entre 4h e 8h por dia, dependendo da data e da ocasião, como promoções no comércio, feriados, etc.", conclui.

        Depois de exibidas nos semáforos, as faixas são expostas em parques e praças da cidade. O conteúdo delas é feito exclusivamente por Pereira. "Mas eu não me valho apenas dos meus conhecimentos. Consulto a gramática já produzida e também alguns sites especializados", diz o autor do projeto.

        "A iniciativa está sendo bem aceita pela população. Já temos 12 faixas espalhadas pela cidade, mas não quero só ficar nos vícios de linguagem. O próximo passo será espalhar também conteúdos com informações etimológicas das palavras, contextos históricos, geopolíticos", destaca Pereira

        De acordo com o idealizador, outras cidades já mostraram interesse em replicar a ideia, como Curitiba (PR), Cuiabá (MT) e Presidente Prudente (SP).

        "É muito bom ver outras cidades interessadas, mas acredito que a produção intelectual do projeto deva ser centralizada aqui em Maringá. Assim fica mais fácil manter um padrão de qualidade no conteúdo, pois não é qualquer palavra que devemos veicular", ressalta Pereira. "De qualquer forma, queremos o maior número de apoiadores para que possamos dar passos em direção ao maior desenvolvimento possível."

        Apoiadores

        O projeto é desenvolvido com a ajuda dos chamados apoiadores culturais, empresas que doam em média R$ 500 reais para a confecção de uma faixa e para o pagamento do funcionário que irá expor as informações no farol. Em troca, o empresário tem direito a ter sua logomarca exibida na faixa produzida.

        "Caso a empresa queira expor sua marca com exclusividade, aí precisamos fazer alguns cálculos para mencionar o valor de apoio", acrescenta o autor da proposta.

        A ideia de corrigir os vícios mais comuns de linguagem está sendo bem aceita pelos empresários da cidade, segundo Pereira. "Bem no começo do projeto eu estava em um jantar e oito entre dez representantes de empresas que estavam lá aceitaram apoiar financeiramente a iniciativa", conta Pereira.

        O projeto não se restringe a faixas espalhadas nos semáforos. Folhetos nos elevadores e no canteiro de obras de uma empresa de engenharia são alguns exemplos de como a iniciativa está sendo adaptada.

        Em uma empresa do ramo da construção civil, por exemplo, Pereira procurou usar a linguagem do próprio ambiente de trabalho deles para facilitar a compreensão.

SOUZA CRUZ, Bruna. Publicado em: 25 set. 2013. Atualizado em: 26 set. 2013. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/09/25/advogado-espalha-faixas-em-maringa-para-combater-vicios-de-linguagem.htm#fotoNav=3. Acesso em: 29 jul. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 272-273.

Entendendo a reportagem:

01 – Como surgiu a ideia de espalhar faixas em Maringá para combater vícios de linguagem?

      A ideia surgiu durante uma partida de golfe do advogado Lutero de Paiva Pereira, que refletiu sobre os vícios de linguagem presentes no ambiente do jogo e, posteriormente, na sociedade em geral.

02 – Qual é o objetivo do projeto Sinal do Saber?

      O objetivo do projeto é contribuir com o desenvolvimento cultural da cidade de Maringá, divulgando conhecimentos gramaticais através de faixas nos semáforos.

03 – Como são escolhidos os locais para a colocação das faixas?

      Os locais são escolhidos com base no fluxo de pessoas nos cruzamentos. Há um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade, e a divulgação varia de 4 a 8 horas por dia, dependendo da data e da ocasião.

04 – Quem é responsável pelo conteúdo das faixas?

      O conteúdo das faixas é elaborado exclusivamente por Lutero de Paiva Pereira, que consulta gramáticas e sites especializados para garantir a precisão das informações.

05 – Qual é a reação da população de Maringá ao projeto?

      A iniciativa está sendo bem aceita pela população, com 12 faixas já espalhadas pela cidade, e outras cidades demonstrando interesse em replicar a ideia.

06 – Quais são os planos futuros para o projeto Sinal do Saber?

      Além de continuar corrigindo vícios de linguagem, o projeto planeja incluir conteúdos sobre etimologia das palavras, contextos históricos e geopolíticos.

07 – Como o projeto é financiado?

      O projeto é financiado por apoiadores culturais, empresas que doam em média R$ 500 para a confecção das faixas e pagamento do funcionário que expõe as informações. Em troca, as empresas têm sua logomarca exibida nas faixas.

08 – Que outros métodos de divulgação, além das faixas nos semáforos, são utilizados pelo projeto?

      Além das faixas, o projeto também utiliza folhetos nos elevadores e no canteiro de obras de empresas de engenharia, adaptando a linguagem ao ambiente de trabalho específico.

09 – Por que Pereira acredita que a produção intelectual do projeto deve ser centralizada em Maringá?

      Pereira acredita que centralizar a produção em Maringá facilita a manutenção de um padrão de qualidade no conteúdo, evitando a divulgação de qualquer palavra sem a devida avaliação.

10 – Qual foi a resposta dos empresários de Maringá ao projeto?

      Os empresários de Maringá têm aceitado bem a ideia, com muitos demonstrando interesse em apoiar financeiramente a iniciativa desde o início do projeto.

 

domingo, 26 de maio de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): CANTE LÁ, QUE EU CANTO CÁ (FRAGMENTO) - PATATIVA DO ASSARÉ - COM GABARITO

 Música(Atividades): Cante Lá, Que Eu Canto CáFragmento

             Patativa do Assaré

Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpQV-e7rxQ0jgPEyknOz2fzyrLMShSqfoix8CSNvKt8Ptk_8wVIYoqdwoJDAq-gl197DRHQAP2BknUdr83RgLu2f-XYyH_tqXZDek1rxlNVnqmX08GlZbyV8El03Wtj5TfOrhfvDGbqlOhLsn3VpRWdr5xrsOpSH-R-JctHn-YTiQkzaGfB0P4wgz8Xmg/s320/PATATIVA.jpg


Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisa
Por favô, não mexa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.

[...]

Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiencia.
Nunca fez uma paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,

Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.

[...]

ASSARÉ, Patativa do. Cante lá, que eu canto cá. Rio de Janeiro: Vozes, 1978. Fragmento.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 267-268.

Entendendo a música:

01 – O poema é construído sobre uma antítese, isto é, uma relação entre ideias contrastantes. Que elementos são colocados em oposição? Como eles se caracterizam?

      O poema opõe o poeta da cidade, que recebeu educação formal, e o poeta do sertão, que aprendeu com a experiência e, portanto, é mais capacitado para cantar a vida rural. 

02 – A linguagem evidencia marcas de uma variedade linguística regional brasileira. Qual?

      A variedade regional dos grupos que habitam o sertão nordestino brasileiro.

03 – Analise e compare as formas paioça e trabaiou, que aparecem no poema, com as formas palhoça e trabalhou. Que diferença você observa em relação à grafia e à pronúncia entre os dois pares de palavras?

      O dígrafo lh das formas palhoça e trabalhou foi trocado pela semivogal i nas formas paioça e trabaiou, o que fez mudar também a pronúncia das palavras.

04 – Essa diferença na grafia das palavras alterou o número de letras e de fonemas em cada uma delas? Explique.

      O número de fonemas se manteve em cada palavra, já que o dígrafo lh representa um único som, mas houve redução no número de letras.

05 – Observe como foram escritas as palavras cantô, precisá, favô e conhecê. Que letra foi suprimida em todas elas?

      Foi a letra “r”.

06 – Os acentos circunflexos foram colocados nessas palavras por razões relativas à modalidade oral ou escrita? Explique o que você entendeu a respeito disso.

      Á modalidade escrita. Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os acentos foram colocados porque, com a supressão do r, as palavras, que já eram oxítonas, passaram a terminar em a, e e o.  

 

MÚSICA(ATIVIDADES): JUÇARA - PAULO PADILHA - COM GABARITO

 Música(Atividades): Juçara

             Paulo Padilha

Juçara sara, que o pessoal repara
Todo mundo tá querendo ver a Juçara sarar
Juçara jura que essa gripe não tem cura
Juçara menina pura, Juçarinha sara, cura
Será que Ju sarará

Tá jururu Juju

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH6D78SGruU0hS2v155esDjX-i1SG-AT6ncx-HsJlQsrKQVY6SqeIjPD2d3HuE_G6JcGsytuuDBy_hwPXd6L_kU5KqjKajZtlBfT_E9vl0hlWUpSVtWII7BfIQopcmW8oq1i8JTgSifhPYg1DdyQajoFbjcvcPb5iJC6ClOJqk0QYp_8qZ75UZVFGgD3I/s320/baile-do-padilha.jpg

Que tá na cara, Juçara, o pessoal repara
Geralmente a gripe sara na hora de namorar
Juçara sara, Juçara, Juçara cura
Juçara menina pura, jura Çara, sara jura,
Jura que Ju sarará

Tá jururu Juju

Juçara
Sara Juçara que eu te pego no metrô do Jabaquara
Jura, sara, sai da cama e vem cantar
Juçara
Juçara canta e os seus males espanta
Juçara cura a garganta, Juçara Juju levanta
Que o show vai começar

Saracoteia Juçara
Saracoteia que sar
Juçara agora resolveu me dar o fora
Juçara tá indo embora, Juçara não quer cantar
Na cara dura, Juçara menina pura
Juçara, juçara santa já se curou da garganta
Agora Juçara canta mas só pensa em namorar

Caramba Juçara, para de paquerar
Caramba, Juçara, que o show vai começar

Jurubatuba, jurubeba, jerimum, girabrequim
Jerusalém, jacarandá, jacurici
Juçara, Jacira, Jacinto, Jacy
Jerônimo, Geraldo, Jeremias, Juraci...

 

Composição: Paulo Padilha. Disponível em: http://letras.mus.br/paulo-padilha/375788. Acesso em: 13 ago. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 269-270.

Entendendo a música:

01 – O que o eu lírico pede a Juçara? E qual aa explicação da moça para não o atender?

      O eu lírico pede a Juçara que volte a cantar com ele, mas ela alega que está doente.

02 – É possível identificar outra razão para o comportamento de Juçara? Qual?

      Sim. A moça seria namoradeira e pouco comprometida com as obrigações.

03 – Descreva como o compositor explora as sílabas do nome da personagem no primeiro e no terceiro versos da canção.

      No primeiro verso, explora a igualdade sonora das sílabas ça e ra com a forma do verbo sarar, além de estabelecer uma equivalência sonora (rima interna) de Juçara com repara. No terceiro, aproveita as sílabas ju e ra para introduzir a forma verbal jura, que cria uma rima interna com cura.

04 – Explique como se produzem os efeitos sonoros do verso “Será que Ju sarará”.

      O produtor do texto usa a primeira sílaba do nome Juçara como apelido e transforma as duas últimas na terceira pessoa do singular do verbo sarar no futuro do presente. Essa forma retoma, parcialmente, a palavra será, que abre o verso.

05 – O verso “Tá jururu Juju” é usado como refrão. O que significa? De que figura de linguagem ele faz uso?

      Significa que Juju (Juçara) está triste, desanimada, sem forças. Faz uso de uma assonância.

06 – As duas últimas palavras do verso “Juçara sara, Juçara, Juçara cura” sugerem, pela identidade do som, outra palavra da língua. Qual é ela? Explique como seu significado se articula com o sentido da canção.

      “Juçara cura” sugere a palavra saracura, usada para referir-se a uma “diversão muito intensa” ou a um ato de travessura, ações que podem ser associadas à namoradeira Juçara.

07 – O fonema /a/ predomina na canção, mas ocorre também a exploração enfática de dois outros sons vocálicos. Quais são eles?

      O fonema /u/, de Juçara, que aparece por exemplo em cura, jura e pura, e o fonema /ã/, presente em canta, garganta, espanta, caramba e levanta.

08 – A última estrofe se encaixa na canção pelo aspecto sonoro. Use seus conhecimentos a respeito de fonemas para explicar isso.

      A última estrofe pode ser considerada uma brincadeira sonora estimulada pelo nome Juçara; por isso, nela são apresentados outros nomes próprios, todos deles iniciados pelo fonema /3/, representado pelas letras j ou g.

09 – Além da temática popular, a canção se vale de palavras e expressões típicas da linguagem informal. Cite algumas delas.

      Poderiam ser citadas tá na cara, jururu, dar o fora, caramba.

sábado, 25 de maio de 2024

CONTO: CURSO SUPERIOR - MARCELINO FREIRE - COM GABARITO

 Conto: Curso Superior

           Marcelino Freire

        O meu medo é entrar na faculdade e tirar zero eu que nunca fui bom de matemática fraco no inglês eu que nunca gostei de química geografia e português o que é que eu faço agora hein mãe não sei.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOKEZ-Mrexo7NM1rFl2YltVY4spyhNaxzur8d0L3RWlf9f_NCJnnAS7gghrF6OJpXfn4auKrtQ7tlCxmHN3Kyr6vn4Ua61Q96Ga7xeLQJKH8q4i8ZvoQKD8Bk-vbDryCHghBuYqmun6leEi2d0a3GbQXHdjXIK-TVPxX43e4grR-DB-bVv5317xH5SAac/s1600/FACULDADE.jpg

        O meu medo é o preconceito e o professor ficar me perguntando o tempo inteiro por que eu não passei por que eu não passei por que eu não passei por que fiquei olhando aquela loira gostosa o que é que eu faço se ela me der bola hein mãe não sei.

        O meu medo é a loira gostosa ficar grávida e eu não sei como a senhora vai receber a loira gostosa lá em casa se a senhora disse um dia que eu devia olhar bem para a minha cara antes de chegar aqui com uma namorada hein mãe não sei.

        O meu medo também é do pai da loira gostosa e da mãe da loira gostosa e do irmão da loira gostosa no dia em que a loira gostosa me apresentar para a família como o homem da sua vida será que é verdade será que isso é felicidade hein mãe não sei.

        O meu medo é a situação piorar e eu não conseguir arranjar emprego nem de faxineiro nem de porteiro nem de ajudante de pedreiro e o pessoal dizer que o governo já fez o que pôde já pôde o que fez já deu a sua cota de participação hein mãe não sei.

        O meu medo é que mesmo com diploma debaixo do braço andando por aí desiludido e desempregado o policial me olhe de cara feia e eu acabe fazendo uma burrice sei lá uma besteira será que vou ter direito a uma cela especial hein mãe não sei.

FREIRE, Marcelino. Curso superior. Contos negreiros. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 97.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 209-210.

Entendendo o conto:

01 – Explique por que o narrador-personagem teme fracassar no curso universitário.

      Ele acredita ter tido uma formação ruim em várias disciplinas.

02 – Como é possível ao leitor construir a personalidade do personagem?

      A personalidade do personagem é construída com base nas imagens que visualizamos no decorrer de sua vida.

03 – Cursar a universidade incluiria o personagem em um ambiente distinto daquele em que vive, possibilitando a ele estabelecer outras relações sociais. Que efeito tem no texto a imagem da “loira gostosa” em relação à dificuldade de inclusão do personagem nesse novo ambiente?

      Na lógica do conto, a figura da “loira gostosa” contrasta com a do personagem, e um relacionamento amoroso com ela provocaria reações negativas tanto do grupo social da moça quanto do dele, uma vez que se pressupõe um olhar preconceituoso das pessoas diante de relacionamentos multiétnicos.

04 – O medo do personagem se estende para o período posterior à formatura. O que o aflige?

      O fato de, na opinião dele, o diploma não ser suficiente para obter um emprego e o respeito dos demais grupos sociais.

05 – Em geral, os contos apresentam uma situação inicial que é desequilibrada, por exemplo, por um fato.

a)   Qual é a situação inicial nesse conto? Ela está explícita?

A situação inicial, que não está explícita mas pode ser deduzida do contexto, é a de um jovem que está concluído a educação básica e pode ter acesso ao curso superior graças à política de cotas.

b)   O que desestabiliza a situação inicial?

A possibilidade de entrada no curso superior, a reflexão sobre as dificuldades que o personagem enfrentará e as dúvidas sobre o resultado do processo.

c)   Os vários conflitos imaginados pelo personagem são sintomas de um conflito maior. Qual?

O conflito entre o jovem negro e a sociedade preconceituosa.

 

RELATO: HISTÓRIA DE VINÍCIUS CAMPOS DE OLIVEIRA - COM GABARITO

 Relato: História de Vinícius Campos de Oliveira


        "Tudo começou na verdade... f... com o meu irmão, meu irmão mais velho, né? Ele começou a trabalhar no aeroporto Santos Dumont primeiro do que eu, antes de mim, é... como engraxate, porque já tinha uns outros... outros amigos ali da área...

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyvggFXu0-q4bLb_lWjEqb4bNCZSeOUMCYb8PTChh_zOU6evvrCrwio2ugYc3uV0aLnTGWx0A2_OVXsYDhHosh0fBXnM6kL0odNOCctFM8SZgdCdC3Z1Ew3omQUuRX0iIpkjTKrs1PqIlAH1iFsuNQAcnRkx-MOPWGogKILUphjtiZCekIbcwtBXG_IuM/s1600/RJ.jpg


        Teve um momento, um dia, em que eu tava dentro do saguão, e aí por um acaso o Walter Salles, né?, o diretor do filme, ele tava... é... ia pegar uma ponte aqui pra São Paulo e... resolveu parar na lanchonete pra fazer um lanche e ele era o último da fila, mas, evidentemente, eu não sabia quem era o Walter Salles é... e eu... mas eu o vi de longe, no fi... no final da fila, pensei “ah, vou chegar até esse rapaz pra ver se eu consigo engraxar o sapato dele, né?” e quando eu fui me aproximando, eu percebi que ele tava de tênis. E... eu falei “ah, bom, de tênis não... não dá pra fazer o serviço, né?”. E aí na hora que eu dei as costas pra ir embora, eu parei pra pensar cinco segundos e falei “ah, acho que eu vou voltar lá e pedir pra esse cara me pagar um sanduíche”. Foi quando eu voltei e perguntei se ele podia me pagar um hambúrguer, tal, uma Coca-cola. Ele falou “claro”. E, aí, depois que ele terminou de comer, ele foi falar comigo, né?, perguntar se eu queria... fazer um teste pra um filme. É... eu falei “ah, claro, tudo bem”, mas eu não sabia o que era, né? Ele perguntou se eu conhecia cinema, se eu já tinha feito alguma coisa. E eu falei: “não, não sei o que que é. E eu nunca fui ao cinema também, então não tenho ideia do que cê... esteja falando”. Ele falou: “bom, então se você puder ir nesse lugar, nesse dia, nessa data, nesse horário, você vai lá fazer um testezinho e a gente conversa melhor”.

        Eu voltei pra casa, contei pra minha mãe a história, a situação, ela não tinha entendido nada, porque também ela não sabia o que era, não entendia da coisa. Ficou superpreocupada porque era um momento em que... é... tava muito forte a coisa de... de... raptar crianças e aí vender os órgãos, essa coisa toda. Esse negócio tava saindo direto na mídia, e... e aí eu não fui. Simplesmente esqueci e os dias passaram, até que um dia, também fim da tarde, eu andando do lado de fora do aeroporto, me para uma Kombi do lado e aí descem duas pessoas, perguntando se eu era o Vinícius. E eu falei: “ah, sou, sou eu, sim”. E, aí, que eles contaram a história do Walter: “A gente veio aqui a pedido do Walter, estamos o dia inteiro te caçando no aeroporto. Ele quer que você faça o teste” e... foi quando tudo deu certo. Acabou dando certo e, aí, a gente começou a filmar o Central, enfim, é... antes de filmar eu conheci a Fernanda, claro, ensaiei um pouco com ela pra pegar intimidade e... foi quando aconteceu o Central."

Disponível em: http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/a-carta-inerente-3085. Acesso em: 2 out. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 195-197.

Entendendo o relato:

01 – As informações temporais são parte importante de um relato.

a)   Escreva no caderno os fatos que marcam o início e o final do período abarcado pelo relato de Vinícius.

Início: trabalho no aeroporto como engraxate; final: início das filmagens.

b)   Explique a função da referência ao irmão mais velho no início do texto.

A referência ao irmão explica por que Vinícius passou a trabalhar no aeroporto onde foi visto pelo diretor de cinema.

c)   Que expressões temporais foram empregadas para indicar o momento da ação central desse relato? Elas são precisas?

As expressões “um momento, um dia”, que não são precisas.

02 – O relato narra o encontro do falante com o diretor de cinema Walter Salles.

a)   Que informações justificam o uso de “evidentemente” no trecho “mas, evidentemente, eu não sabia quem era o Walter Salles?

Na continuação do relato, Vinícius informa que nunca tinha ido ao cinema nem tinha qualquer intimidade com a área e, portanto, não teria como reconhecer o diretor.

b)   Que imagem do diretor o ouvinte constrói a partir do relato? Como ela é construída?

A de um jovem generoso e simples. A imagem é construída pela descrição física do diretor, que calçava tênis e é chamado de “rapaz”, o que evidencia sua simplicidade e juventude, e por seu comportamento, pois atendeu ao pedido do menino, o que mostra sua generosidade.

03 – Como a condição financeira do falante é evidenciada ao longo do relato? Por que ela ganha destaque?

      O falante menciona que trabalhava como engraxate, assim como seu irmão, o que indica ser ele de família pobre, algo confirmado pelo fato de pedir o lanche a um desconhecido e por jamais ter ido ao cinema. trata-se de uma informação importante para entendermos o efeito, na vida do falante, daquele encontro com o jovem diretor.

04 – No último período do relato, o tom de voz do falante vai progressivamente diminuindo e ele termina a fala em um tom bastante baixo. O que isso pode significar?

      O relato tem por foco o momento em que o garoto foi descoberto pelo diretor e convidado a fazer o teste e não a explicação sobre as filmagens, que constitui uma informação menos relevante dentro do recorte específico que ele propôs. Assim, o tom de voz baixo parece indicar que o relato está sendo concluído.

 

CRÔNICA: UNI, DUNI, TÊ - RUBEM PENZ - COM GABARITO

 Crônica: Uni, duni, tê

              Rubem Penz

        Nunca me dei bem com os números. Primeiro, apanhei nas aulas de matemática durante toda a vida escolar. Agora, sofro para decorar telefones, senhas, datas e, principalmente, apartamentos. Batata: chego diante de um prédio, sei que é ali o endereço em que devo ir, mas não decoro o bendito número do apartamento.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPXEtL5TcstuqbBkROtUaPz_iDfpZrmlo-3m1hTr4TjZFFyIZmQrewBP77erwEMGFzfJ8bS15H-XhroagN6WbBCXjfkvjqhiFqzEIv7WJ1hFU455PhABrygjlQadLe80eEZg_Tlqm3yMowXeF2FuT7DT2e01wbCizXjexzBL4y4UYK7zwZcakZPOxuAC0/s320/ALFABETO.jpg

        Quando há porteiros, o problema pode ser sanado com uma pequena dose de constrangimento. Digo o nome do morador, confesso que esqueci o apartamento dele, recebo um pouco de boa vontade e consigo ser anunciado. Pior é quando fico diante daquele painel de botões, todos com os mesmos números: 101, 102, 103 etc. Na base da sorte, lembro o andar. Também parto para deduções: é nos fundos e, por convenção, os primeiros números contemplam os apartamentos de frente. Logo, é 505, 506, 507 ou 508. Uni, duni, tê…

        A violência urbana entra como fator complicador. Quando escolho o apartamento na base do palpite, e erro, quem está ao interfone fica muito desconfiado. Menos quando é uma idosa, que abre a porta sem medo. Mas aí corro outro risco: estou dentro do prédio, mas ainda não sei qual é o apartamento. Em edifícios antigos tudo é mais fácil – as portas já estão repletas de diferenças. Ou tem uma samambaia, ou um vaso com espada de Espada de São Jorge, ou o modelo da grade é diferente, ou tem aquele capacho peculiar… Pior são os edifícios novos e seu padrão rígido de design, tão mais harmônico quanto impessoal. Aí é torcer para que o amigo seja judeu e tenha à direita de sua porta o Mezuzá.

        Minha redenção chegou em forma de tecnologia: telefone celular. Em sua agenda, posso colocar nome, números e endereço. Ou basta ligar para o morador e avisar que estou ali na rua, já defronte ao prédio. O celular ainda conta com uma vantagem adicional, que é a de não precisar mais decorar o número do sujeito. Digito o nome e ele já sabe (agora mesmo que desaprendi os telefones dos amigos). Se eu perder o aparelho ou o chip, estou frito.

        Em tudo sou diferente dos profissionais de portaria. Para eles, decorar os números é questão de qualidade. Os apartamentos passam a ser uma espécie de sobrenome dos moradores. Se o jardineiro perguntar quem entrou agora mesmo, o porteiro responderá que foi o seu João do 403. Quem? O esposo da dona Maria Rita do 403. Ah, o pai do Julinho do 403! Nem Cunha, nem Santos, nem da Silva. A família (incluindo o cachorro) passa a ser os do 403. E não apenas para consumo interno: se um prestador de serviços perguntar quem é o síndico, dirão o nome do seu Ivo do 607.

        Saudade do tempo em que a maioria das pessoas com quem eu me relacionava habitava casas localizadas em bairros. Bastava ir uma única vez e já estaria decorado. E, se fosse o caso de referir, dizia: o Roberto, da casa verde, de esquina. Ou aquela do telhado alto, com janelas brancas, muro marrom. Nada de números, apenas imagens. Muito mais humano! Afinal, quando estou diante do porteiro especulando um apartamento e o morador está em dúvida de quem seja eu, ele não informa o RG. Sempre escuto: é um rapaz magrinho, branquinho, assim meio calvo…

PENZ, Rubem. Uni, duni, tê. Rubem: Revista da Crônica – Notícias, entrevistas, resenhas e textos feitos ao rés-do-chão. Publicado em 17 out. 2014. Disponível em: https://rubem.wordpress.com/2014/10/17/uni-duni-te-rubem-penz. Acesso em: 8 out. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 225-227.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com a crônica, qual o significado da palavra “Mezuza”?

      Pequeno rolo com uma inscrição religiosa, colocado em um estojo e fixado no batente direito das casas de famílias judaicas.

02 – Que recurso, no primeiro parágrafo, marca a aproximação pessoal do cronista em relação ao assunto?

      O cronista mostra sua relação pessoal com o assunto, lembrando suas dificuldades com a matemática quando era estudante. Utiliza, portanto, uma experiência particular.

03 – Que imagem do cronista o leitor constrói, estimulado pelo tom de lamentação desse parágrafo? Tal imagem distancia ou aproxima o cronista do leitor?

      Ao mostrar sua confusão, o cronista parece ser uma pessoa comum, como tantas outras que se atrapalham com os números, e isso o aproxima do leitor.

04 – Que palavra, típica das construções faladas, o narrador usou para relacionar períodos nesse parágrafo?

      “Aí”.

05 – Releia o primeiro parágrafo da crônica.

a)    Quais são as expressões populares empregada pelo cronista?

“Batata” e “bendito”, usado em situações que envolvem ironia.

b)    Que efeito o cronista obtêm ao utilizar esse tipo de expressão?

As expressões populares tornam o discurso menos formal, mais próximo dos bate-papos cotidianos.

c)    As expressões identificadas marcam variedades linguísticas de grupos sociais diferentes. Alguma delas faz parte da linguagem que você usa no dia a dia?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

CONTO: A MENINA DO NARIZINHO ARREBITADO(FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Conto: A Menina do Narizinho Arrebitado – Fragmento 

            Monteiro Lobato

        O SOMNO Á BEIRA DO RIO

        Naquella casinha branca, — lá muito longe, móra uma triste velha, de mais de setenta annos. Coitada! Bem no fim da vida que está, e tremula, e catacega, sem um só dente na bocca – jururú... Todo o mundo tem dó d'ella: — Que tristeza viver sozinha no meio do matto...

        Pois estão enganados. A velha vive feliz e bem contente da vida, graças a uma netinha órfã de pae e mãe, que lá móra des'que nasceu. Menina morena, de olhos pretos como duas jaboticabas – e reinadeira até alli!... Chama-se Lucia, mas ninguem a trata assim. Tem appellido. Yayá? Nenê? Maricota? Nada disso. Seu appellido é "Narizinho Rebitado", – não é preciso dizer porque. Alem de Lucia, existe na casa a tia Anastacia, uma excellente negra de estimação, e mais a Excellentissima Senhora Dona Emilia, uma boneca de panno, fabricada pela preta e muito feiosa, a pobre, com seus olhos de retroz preto e as sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma cara de bruxa.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJUCOkKiSa3jkrzjMt58FRc9axIX9lkMOoDzh7hBWlCd9-fYHBLy5c0iJnMOWQ1O_cp8M13cq1olcovOqaDRHwbhv6vtrjCVsCCI-BJd1PhNPGQFp07yjOSzR8_IYm4wBr9LNw5a88LZZuZhT_5pUUgvsC6GbB8_XMLkJzIX49L9nzUoFXueV5dW28IH0/s320/NARIZINHO.jpg


LOBATO, Monteiro. A menina do narizinho arrebitado. São Paulo: Monteiro Lobato & Cia., 1920. p. 3 – 4. Fragmento.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 243-244.

Entendendo o conto:

01 – Entre 1920 e a atualidade, o Brasil passou por três reformas ortográficas, três mudanças nas regras de escrita das palavras. Transcreva do texto cinco vocábulos ou expressões que tenham sofrido alterações ao longo do tempo.

      Somno, naquella, móra, annos, tremula, bocca, jururú, d’ella, matto, pae, des’que, alli, Lucia, ninguem, apellido, alem, Anastacia, excellente, excellentissima, Emilia, panno, retroz, porque, á beira.

02 – Que palavras são empregadas mais comumente hoje no lugar de jururu e reinadeira?

      Desanimada, triste; travessa, sapeca.

03 – Releia o trecho “que lá mora des’que nasceu”. Por que essa é uma construção estranha para o leitor atual?

      Na língua portuguesa escrita atual do Brasil, não são comuns supressões ou “apagamentos” de sílabas finais de uma palavra por serem semelhantes às iniciais das palavras seguintes. As elisões indicadas por apóstrofos, em geral, marcam a supressão de uma vogal.

04 – Tia Anastácia é apresentada como uma “excellente negra de estimação”. Qual era a provável função dessa personagem na casa?

      Assim como uma antiga escrava doméstica, tia Anastácia seria responsável por preparar as refeições e manter a casa e as roupas limpas.

05 – A abolição da escravatura aconteceu em 1888, portanto três décadas antes da publicação dessa obra de Monteiro Lobato. Como se explica, então, o uso da expressão “negra de estimação” e seu tratamento por “preta”?

      A declaração da extinção da escravidão não foi suficiente para eliminar, imediatamente, práticas muito semelhantes às escravagistas, assim como não conseguiu alterar a mentalidade da população branca em relação à negra.

06 – Com base na reflexão proposta no item 5, explique como a linguagem revela a ideologia em vigor no contexto histórico do início século XX. Expressões como as citadas para referir-se a tia Anastácia seriam aceitáveis nos dias de hoje?

      O uso da expressão “negra de estimação” e o tratamento por “preta” revelam que, naquele momento histórico, não havia consciência por parte de muitas pessoas acerca do preconceito presente nas relações sociais e evidenciado na linguagem. Atualmente, seriam inaceitáveis construções como essas.