sexta-feira, 19 de abril de 2019

NOTÍCIA: COM TRIO INSPIRADO, SELEÇÃO RESSURGE - PAULO COBOS - COM GABARITO

NOTÍCIA: Com trio inspirado, seleção ressurge
      
   Após quase 3 anos, Brasil reúne Kaká, Robinho e Adriano, que ditam vitória sobre Venezuela e dão respiro a Dunga
                                                                                PAULO COBOS    

        Bastaram 19 minutos para mostrar que quase três anos sem eles juntos foi muito ruim para a seleção brasileira.
        No reencontro do trio Kaká, Robinho e Adriano, a seleção brasileira goleou ontem, em San Cristóbal, a Venezuela por 4 a 0 e recuperou a vice-liderança (perdida na véspera para a Argentina) nas eliminatórias. 
        Os quatro primeiros garantem vaga automaticamente para a Copa da África do Sul, em 2010.
        "Atravesso um bom momento no Milan e procuro fazer lá o que faço aqui. Nem sei se consigo, mas foi muito bom voltar para a seleção", disse Kaká, que retornou ao time após 11 meses.
        Antes da metade do primeiro tempo, o Brasil já vencia por 3 a 0, com um gol de cada um dos integrantes do trio que em 2005 produziu as melhores atuações do time nacional em muitos anos –com eles titulares desde o início dos jogos, a equipe teve média de gols superior a três por jogo naquele ano.
        Pena para Dunga, que ganha mais crédito para seguir no comando da seleção, que o trio ofensivo, que tinha atuado junto desde o início pela última vez em novembro de 2005, não será repetido contra a Colômbia, na quarta. Adriano recebeu o segundo cartão amarelo e vai cumprir suspensão -Jô é o favorito para substituí-lo. "Voltei a jogar bem na Inter [de Milão], e isso tem me ajudado aqui. Hoje [ontem] pude coroar minha recuperação", falou Adriano.
        Além da qualidade, Kaká, Robinho e Adriano foram beneficiados pela frouxa marcação da Venezuela, que tinha grandes pretensões depois de ter vencido o Brasil pela primeira vez na história – em junho passado, 2 a 0, num amistoso nos EUA.
        "A velocidade e a qualidade técnica de nosso time fizeram diferença", analisou Dunga.
        O time anfitrião deixava enormes espaços entre a sua área e o meio-campo. E por eles o Brasil construiu sua vitória.
        Logo aos 6 min, Robinho puxou contra-ataque e tocou para Kaká chutar forte a abrir o placar. Depois de comemorar com os companheiros, o meia-atacante foi até o banco e abraçou Dunga, com quem trocou farpas durante todo o ano.
        Na sua volta ao time, Kaká se igualou a Luís Fabiano como principal goleador brasileiro nas eliminatórias (cada um marcou quatro vezes).
        Mais quatro minutos e o treinador ganhou abraço de outro astro. Com muito espaço para dominar e avançar, Robinho chutou forte de fora da área para fazer o segundo do Brasil.
        Aos 19 min, foi a vez de Adriano marcar o seu, após cruzamento de Elano pela esquerda.
        A vantagem fez o Brasil reduzir o ritmo até o fim do primeiro tempo. Na volta do intervalo, sem Juan, contundido (entrou Thiago Silva), o Brasil viu a Venezuela pressionar, como em um lance que exigiu uma série de defesas de Júlio César.
        Mas os espaços livres seguiam sobrando, e o time de Dunga perdia seguidas chances para ampliar o placar.
        Não foi o que aconteceu aos 22 min, quando Robinho recebeu preciso lançamento de Kléber na área e fez o quarto.
        A seleção embarcou ontem mesmo de volta para o Brasil, em viagem prevista para durar cerca de 12 horas entre a saída do estádio e a chegada ao hotel no Rio, palco do jogo contra os colombianos, no Maracanã.
        As eliminatórias seguem lideradas pelo Paraguai, que tem quatro pontos a mais (20 a 16) que brasileiros e argentinos.

                  Folha de São Paulo. In: www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1310200802.htm,
                 Acesso em 12/1/2009.
Entendendo o texto:
01 – Após a leitura desse texto, você é capaz de dizer qual o assunto principal dele?
      O assunto principal é a vitória da Seleção Brasileira de Futebol num jogo contra a Venezuela.

02 – Resuma, em um parágrafo escrito em seu caderno, as informações do texto.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – As matérias jornalísticas em geral, há a descrição de um fato e a apresentação das circunstâncias em que ele ocorreu. Nessa matéria, qual é o fato e quais são suas circunstâncias?
      O fato: a vitória da seleção brasileira contra a Venezuela. As circunstâncias: no estádio de San Cristóbal, em 12 de outubro de 2008.

04 – A data de publicação dessa matéria é, conforme indicado antes do início dela, 13 de outubro de 2008. Em sua opinião, porque a indicação dessa data é importante? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Lendo a matéria, você é capaz de saber ou imaginar como se passou o fato relatado? Por que isso ocorre, em sua opinião?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque o texto da matéria relata o fato noticiado, explicando-o e descrevendo como se passou.

06 – Em seu caderno, elabore um “esquema” do texto lido, utilizando verbos que traduzem ações. Indique o agente de cada ação. Se quiser, continue a partir do início que sugerimos:
        “Kaká (agente) marca (ação) o primeiro gol aos seis minutos. Em seguida...”
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Selecionar as ações principais referente ao que aconteceu durante a partida.

07 – Essa matéria jornalística foi publicada com destaque num dos importantes jornais do país. Por que, em sua opinião, o jornal decidiu publicar uma matéria sobre esse assunto e com tanto destaque?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque trata-se de um assunto de interesse público. A notícia dá destaque à atuação positiva obtida após a reunião de três atletas importantes.


MENSAGEM ESPÍRITA: TEU RECOMEÇO - DIVALDO PEREIRA FRANCO( JOANNA DE ÂNGELIS)- PARA REFLEXÃO

Mensagem: Teu Recomeço

        A cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que ficou interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar prosseguimento.
        Parar uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural. Deixá-la ao abandono é falência moral.
        A vida é constituída de desafios constantes. Sai-se de um para outro em escala ascendente de valores e conquistas intelecto-morais.
        Sempre há que se começar a viver de novo.
        Uma decepção que parece matar as aspirações superiores; um insucesso que se afigura como um desastre total; um ser querido que morreu e deixou uma lacuna impreenchível; uma enfermidade cruel que esfacelou as resistências; um vício que, por pouco, não conduziu à loucura; um prejuízo financeiro que anulou todas as futuras aparentes possibilidades; uma traição que poderia ter-te levado ao suicídio, são apenas motivos para recomeçar de novo e nunca para se desistir de lutar.
        Não houvesse esses fenômenos negativos na convivência humana, no atual estágio de desenvolvimento das criaturas, e os estímulos para o progresso e a libertação seriam menores.
        Colhido nas malhas de qualquer imprevisto ou já esperado problema aterrador, tem calma e medita, ao invés de te deixares arrastar pela convulsão que se irá estabelecer. Refugia-te na oração, a fim de ganhares força e inspiração divina.
        Como tudo passa, isto também passará, e, quando tal acontecer, faze teu recomeço, a princípio, com cautela, parcimonioso, até que te reintegres novamente na ação plenificadora.
        Teu recomeço é síndrome de próxima felicidade.

FRANCO, Divaldo Pereira. Filho de Deus.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 12.


domingo, 14 de abril de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): OLHOS NOS OLHOS - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Olhos Nos Olhos

                                         Chico Buarque

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

                                            Composição: Chico Buarque
Entendendo a canção:
01 – Retirem todas as marcas que evidenciam que o eu-lírico é feminino.
      Nos versos: “Já vai me encontrar refeita, pode crer.” / “Quantos homens me amaram.”

02 – Caracterizem esse eu-lírico. (Como ele é, como age...)
      O eu lírico fala da dor de uma mulher ferida. Mas tem uma fantasia de como ele deseja sentir-se no futuro..., mas hoje ainda sofre.

03 – Há constante referência a um outro ser com quem ele “fala". Caracterizem esse tu.
      É a pessoa amada que a deixou, alguém insensível que a feriu.

04 – Comentem o fato do masculino se expressar como feminino.
      Parece uma síntese das cantigas de amigos, no período literário “Trovadorismo”, quando temos como característica o autor masculino, porém, um eu lírico feminino, pois naquela época as mulheres não podiam expressar qualquer tipo de sentimentos.

05 – Por que "Olhos nos olhos"?
      Porque podemos ler aas emoções nos olhos de outra pessoal. O olhar é a parte do corpo do ser humano que mais comunica, transmite.


FÁBULA: NA FRONTEIRA DA ESPERANÇA - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO


Fábula: Na fronteira da esperança
                                           Millôr Fernandes

        O guarda parou o carro na barreira da Nova República.
        -- Parabéns! – disse ele ao motorista do carro. – Acaba de ganhar o prêmio de um milhão de cruzeiros!
        É o milésimo motorista que entra na nova estrada do Progresso e da Liberdade. O que é que o senhor pretende fazer com esse dinheiro?
        -- Eu? – respondeu o motorista. – A primeira coisa que vou fazer é comprar uma carteira de motorista.
        -- Não presta atenção nesse idiota, não! – gritou a mulher que estava ao lado do motorista. – Ele vem bebendo desde que entramos na estrada; já está completamente bêbado!
        -- Bêbado não, sua idiota! – falou a velha que estava no fundo do carro. – Se meu filho estivesse bêbado, não tinha conseguido roubar o carro.
        -- Magnífico o bom humor de vocês! – disse o guarda. – Podem ir. Boa viagem!
        MORAL: Toda repressão tem sua cota de permissividade.

                                                                     Millôr Fernandes
Entendendo a fábula:
01 – Quais são os personagens dessa fábula?
      O guarda, o motorista, sua esposa e a mãe dele.

02 – Em que local se passa a história?
      Na barreira da Nova República.

03 – A história narrada por Millôr Fernandes refere-se a um fato:
(   ) Real.
(   ) Histórico.
(X) Fictício.

04 – Todas ações da fábula se passam no mesmo dia? Explique.
      Sim. Tudo acontece numa barreira quando o guarda parou o carro.

05 – Cite as infrações cometidas pelo motorista.
·        Dirigindo sem habilitação.
·        Dizer ao guarda que iria compra-la.
·        Dirigindo bêbado.
·        Dirigindo carro roubado.

06 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.


CRÔNICA: O SÓSIA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: O sósia
     
         Luís Fernando Veríssimo

        Da primeira vez que lhe falaram ele nem ligou.
        -- Como é, não cumprimenta mais os amigos?
        -- Por quê?
        -- Anteontem. Você passou por mim, me olhou e não me cumprimentou.
        -- Eu?!
        -- Sim, senhor. Na Rua da Praia.
        -- Não era eu. Há duas semanas que não passo pela Rua da Praia.
        -- Então era um sósia. Era você sem tirar nem pôr.
        Poucos dias depois:
        -- Aí, hein? Tomando seu sorvetinho.
        -- Eu?
        -- Não era você? Ontem, quatro da tarde? Na Rua 7?
        -- O que eu ia estar fazendo ontem, às quatro da tarde, na 7 de setembro?
        -- Tomando um sorvetinho.
        -- Estava no meu escritório, rapaz. Dando duro.
        -- Era você sem tirar nem pôr!
        -- A terceira vez foi pouco antes do Carnaval. Telefonou um amigo:
        -- Eu te fiz alguma coisa?
        -- Por quê?
        -- Hoje. Eu passei por você de carro. Chamei. Buzinei. Você nem olhou e nem...
        -- Não era eu.
        -- Mas então...
        -- Anda um cara por aí com a minha cara. É a terceira vez que me confundem.
        -- Olha. É você sem tirar nem...
        -- Eu sei.
        Foi então que teve a premonição, como um frio na barriga. Tinha planejado passar o Carnaval na cidade, aproveitando a folga para pôr algumas coisas em ordem no escritório. Mas foi para a praia. Assustou a mulher. “Que foi que houve?” “Nada. Me deu saudades.” Passou os quatro dias de Carnaval colado na mulher. Cuidando para não sair da vista dela nem um minuto. E aconteceu o que ele tinha previsto. Na quarta-feira, no noticiário sobre o Carnaval nas boates, lá estava ele – ou o seu sósia – agarrado com uma morena que em alguma fase da sua vida alegre já fora um moreno. Era ele sem tirar nem pôr.
        Os amigos comentaram:
        -- Aí, hein?
        -- A Dalinda é testemunha. Não sai do lado dela nem um minuto.
        -- É – confirmava a Dalinda. – Ele é inocente.
        Mas não parecia muito convencida. Sozinhos, ela olhava a fotografia do formal e sacudia a cabeça. Ele protestava:
        -- O que é isso. Dá? Eu não passei todo o Carnaval na praia ao seu lado? Como é que eu podia estar em dois lugares ao mesmo tempo?
        -- Aí é que está. Se você não tivesse aparecido na praia de surpresa e feito questão de não sair do meu lado um só minuto ia ter certeza que não era você na foto. Agora, não sei não.
        -- Mas Dalinda...
        -- Não sei não...
                            Luís Fernando Verissimo. O sósia. O suicida e o computador.
 Porto Alegre: L&PM, 2000.
Entendendo a crônica:
01 – Releia o trecho:
        “[...]Telefonou um amigo:
        -- Eu te fiz alguma coisa?”
        Não é necessário reler o que vem antes desse trecho para entender a pergunta do amigo. Explique por que e o que o amigo quis dizer.
      Porque os parágrafos anteriores mostram que a situação do protagonista se repete: o amigo queria saber por que não tinha sido cumprimentado.

02 – “-- Olha. É você sem tirar nem...”. As reticências indicam a interrupção da fala do amigo. Complete essa fala com o único verbo possível no contexto.
      Cabe apenas o verbo pôr para completar a expressão “sem tirar nem pôr”. A expressão aparece anteriormente duas vezes.

03 – “Foi então que teve a premonição, como um frio na barriga”.
a)   O que a personagem previa?
Que seu sósia pudesse aparecer em algum noticiário sobre o Carnaval e que a mulher desconfiasse dele.

b)   O homem previu um acontecimento bom ou ruim? Justifique sua resposta.
Ruim, pois ele sentiu um frio na barriga.

c)   Para não contrariar sua premonição, o protagonista teve de abrir mão de um projeto. Qual?
Ele pretendia aproveitar os dias do Carnaval para colocar algumas coisas em ordem no seu escritório.

04 – Como você completaria a última fala da personagem na penúltima linha do texto?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Apesar das evidências, a mulher continuou desconfiada e desenvolveu um raciocínio que o marido não esperava. Releia o parágrafo que começa na linha 52 e explique esse raciocínio.
      O fato de o marido não ter desgrudado dela fez Dalinda supor que ele estivesse forçando um comportamento com o objetivo de disfarçar alguma falta cometida.

06 – O texto é quase todo escrito em forma de diálogo. Algumas duplas de alunos vão fazer uma leitura dramatizada do trecho que vai da linha 2 até 9.
a)   Agora, a classe comenta: que recurso da língua falada dá vida ao diálogo?
A entonação.

b)   Como a língua escrita procura indicar esse recurso? Dê exemplo que se encontra no próprio trecho dramatizado.
A língua escrita indica esse recurso por meio da pontuação. No trecho, o sinal de interrogação e o de exclamação.

07 – O autor emprega linguagem coloquial no texto. Reescreva no caderno as frases citadas a seguir, substituindo o que estiver destacado por termos ou expressões da língua formal:
a)   “Da primeira vez que lhe falaram ele nem ligou.”
Ele nem se importou/nem se preocupou/nem deu importância.

b)   “--- Estava no meu escritório, rapaz. Dando duro.”
Trabalhando com afinco.

c)   “--- Aí, hein?”
Divertindo-se, não?

d)   “--- Anda um cara por aí com a minha cara.”
Um indivíduo/uma pessoa; muito parecido(a) comigo/que é, eu(minha)sósia.

08 – “Como é que eu podia estar em dois lugares ao mesmo tempo?” Há uma palavra em língua portuguesa que define essa propriedade de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Você a conhece? Qual é?
      Ubiquidade, sinônimo de onipresença.

09 – “—Tomando um sorvetinho”. O sufixo -inho, nesse contexto, indica tamanho ou ironia?
      Indica ironia.


LENDA: A ALMA E O CORAÇÃO DA BALEIA - NEIL PHILIP - COM QUESTÕES GABARITADAS

Lenda: A alma e o coração da baleia
                                               Neil Philip

        Era uma vez um corvo muito bobo e convencido que voou para bem longe e foi parar no mar. Exatamente de tanto bater as asas, procurou um lugar para descansar, mas não avistou nenhum pedaço de terra no meio de toda aquela água.
        -- Vou morrer afogado! – Suspirou, já sem forças para continuar voando.
        Nesse exato momento, uma enorme baleia subiu à tona, e o corvo, sem pensar duas vezes, mergulhou naquela bocarra aberta.
        Foi parar na barriga da baleia, onde, para seu espanto, deparou-se com uma casa muito limpa e confortável, bem iluminada e quentinha.
        Uma jovem estava sentada na cama, segurando uma vela acesa. 
        -- Fique à vontade, – disse ela amavelmente – mas, por favor, nunca toque em minha vela.
        O corvo, feliz da vida, prometeu que jamais faria tal coisa.
        A moça parecia inquieta. A todo instante se levantava, ia até a porta e voltava a sentar na cama. 
        -- Algum problema? O corvo perguntou. 
        -- Não...”, ela respondeu. 
        -- É só a vida... A vida e o ar que se respira.
        O corvo estava morrendo de curiosidade. Assim quando a jovem foi até a porta, resolveu tocar na vela para ver o que acontecia. E aconteceu que a moça caiu estatelada na sua frente e a luz se apagou.
        O mal estava feito. A casa ficou fria e escura, o cheiro de gordura e sangue deixou o corvo enjoado. Inutilmente ele procurou a porta par sair dali e, cada vez mais nervoso, começou a se coçar de tal modo que arrancou todas as penas. 
        -- Agora é que vou morrer congelado, – choramingou corvo, tremendo até os ossos.
        A moça era a alma da baleia, que a movimentava para a porta toda vez que enchia os pulmões de ar. 
        Seu coração era a vela acesa. Quando o corvo a tocou, a chama se extinguiu. Agora a baleia estava morta e guardava em seu interior o pássaro intrometido.
        Depois de muito chorar e pensar, o corvo finalmente conseguiu sair das escuras entranhas e sentou no dorso daquele imenso defunto. Ensebado, sujo, depenado, era uma tristíssima figura.
        A baleia morta ficou flutuando no mar até que desabou uma tempestade e as ondas a empurraram para a praia. Quando a chuva parou, alguns pescadores saíram para trabalhar e viram a baleia. O corvo também os viu e se transformou num homenzinho feio e estropiado. Então, em vez de confessar que se intrometera onde não fora chamado e destruíra algo de belo que não conseguia compreender, pôs-se a gritar: 
        -- Eu matei a baleia! Matei a baleia!
        E foi dessa forma se tornou um grande homem.

      Neil Philip. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.

Entendendo a Lenda:

01 – Leia a frase abaixo: “Vou morrer afogado”, suspirou. Dê a causa do fato acima.
      O corvo já estava cansado de tanto voar e não avistar um pedaço de terra para pousar.

02 – Diante de determinados fatos, o personagem teve diferentes reações.
        Complete o quadro abaixo, identificando os fatos que provocaram cada uma destas reações. REAÇÕES/FATO:

·        Espanto: A barriga da baleia era um lugar limpo, iluminado, confortável e quentinho.

·        Curiosidade: A jovem moça segurar uma vela acesa.

03 – Transcreva do texto, o fato que ajudou o personagem a resolver o problema que estava enfrentando.
      “Nesse exato momento, uma enorme baleia subiu à terra, e o corvo, sem pensar duas vezes, mergulhou naquela bocarra aberta.”
      “O mal estava feito. A casa ficou fria e escura.”

04 – Escreva a importância da moça e da vela acesa na vida da baleia.
      A moça era a alma da baleia. Seu coração era a lanterna acesa. “Aspectos” vitais para a sobrevivência de um ser.

05 – Leia o trecho abaixo:
        CAÇAR PARA VIVER.
        “A carne e outros produtos da baleia são muito importantes para os esquimós, que admiram e respeitam qualquer pessoa que consiga matar esse animal.”

        O trecho acima justifica o final da história? Por quê?
      O trecho acima justifica o término da história, mostrando porque o “homenzinho” passou a ser um herói. Mesmo matando uma baleia.




POEMA: OS DOIS - MANOEL DE BARROS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Os dois
                MANOEL DE BARROS


Eu sou dois seres.
O primeiro é fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
É fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valery.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidades.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades e frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.

                       BARROS, Manoel. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

Entendendo o poema:
01 – O eu poético diz que é dois seres.
a)   A quem se refere ao explicar o “primeiro” ser?
Ele se refere aos seus pais.

b)   O que significa dizer que o segundo é “letral”?
Significa que ele e apaixonado pela escrita.

02 – Qual a característica marcante nos “dois seres” que o eu poético afirma ser? Como se pode perceber isso?
      É o amor. “E aceitamos que você empregue o seu amos em nós”.

03 – Quem é o autor?
      É Manoel de Barros.




TEXTO: JUCA DAS ROSAS - LÚCIA MINERS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Juca das rosas
          
              Lúcia Miners

        Juca mora na favela. Ele é filho da lavadeira Eulália e está sempre atrás da mãe.
        Juntos eles sobem o morro para levar a roupa suja para lavar. Juntos eles descem o morro e vão levar a roupa limpa na casa da patroa.
        Juca acha a mãe à pessoa maias bonita e mais forte do mundo.
        Ele queria dar uma porção de rosas para a mãe, porque hoje é aniversário dela.
        Se existisse máquina de tirar retrato de pensamento, em cima da trouxa que Juca leva na cabeça, apareceria uma rosa.

       Lúcia Miners. Editora Ática.

Entendendo o texto:
01 – Qual é o título do texto?
      O título é “Juca das rosas”.

02 – Em que lugar Juca mora?
      Ele mora na favela.

03 – De quem ele é filho?
      Ele é filho de Eulália.

04 – O que Juca faz com a mãe?
      Sobem o morro para levar a roupa suja pra lavar.

05 – Qual a profissão da mãe de Juca?
      Ela é lavadeira.

06 – O que Juca acha da mãe dele?
      Ele acha uma pessoa mais bonita e mais forte do mundo.

07 – Por que Juca queria dar rosas para a sua mãe?
      Porque era aniversário dela.

08 – Você conhece uma favela?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – O que você acha de sua mãe? justifique.
      Resposta pessoal do aluno.