POEMA: QUEM AMA INVENTA
Quem ama inventa as coisas que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revoo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Oh! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!
(A cor do invisível. São Paulo: Global, 2005. p. 58.)
Fonte: Livro- Português:
Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São
Paulo: Saraiva, 2016.p.130-1.
Entendendo o poema
1. Observe o tempo, o modo e
a pessoa em que estão os verbos, em especial os que aparecem nos versos 2 e 14.
a) A quem se dirige o eu lírico?
Dirige-se à pessoa amada.
b) Em que pessoa verbal o eu lírico trata seu interlocutor?
Na 2ª pessoa do singular (tu)
c) O eu lírico mantém coerência nesse tratamento que dá
ao seu interlocutor? Por quê?
Sim, porque
ele sempre se dirige ao interlocutor tratando-o na 2ª pessoa do singular (tu);
a 3ª pessoa do singular é utilizada quando ele se refere ao tema do qual se
ocupa, que é o amor.
2. As formas verbais chegaste e sabes estão,
respectivamente:
a) no pretérito perfeito do indicativo e no imperativo
negativo.
b) no pretérito imperfeito do indicativo e no presente do
indicativo.
c) no pretérito perfeito do indicativo e no presente
do indicativo.
d) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo e no
imperativo negativo.
3. Dê uma interpretação para o título do poema.
De tanto querer amar ou de
tanto amar o amor, o eu lírico sonhou ou inventou um ser amado e, com ele,
viveu um sonho de amor. Assim, embora o ser amado não fosse real, o sonho de
amor foi realmente vivido.
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