POEMA: Perde e ganha
Ferreira Gullar
Vida tenho uma só
que se gasta com a sola do meu sapato
a cada passo pelas ruas
e não dá meia-sola.
Perdi-a já
em parte
num pôquer solitário,
mas ganhei de novo
para um jogo comum.
E neste jogo a jogo
inteira, a cada lance,
que a vida ou se perde ou se ganha com os demais
e assim se vive
que o mais é pura perda.
(Toda poesia. 18. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
p. 172.)
Fonte: Livro- Português:
Linguagem, 3/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São
Paulo: Saraiva, 2016.p. 74/75.
Entendendo
o poema
1. Na primeira estrofe do poema há um período composto
por subordinação. Observe:
“Vida
tenho uma só que se gasta com a sola do meu sapato”
A oração que se gasta com a sola do meu sapato está
subordinada à oração anterior por meio do conectivo que, um pronome relativo.
a) Que palavras, expressas anteriormente, esse conectivo retoma e substitui?
Uma vida.
b) Substitua o pronome relativo que pelas palavras que são retomadas por ele. Que função sintática essas palavras desempenham na oração que se gasta com a sola do meu sapato?
A função de sujeito.
2. O período composto
analisado na questão anterior também poderia ter sido construído assim:
Tenho só uma vida, gasta com
a sola do meu sapato.
a) Nesse período, qual é a classe gramatical da palavra gasta?
Classe dos adjetivos.
b) Que função sintática a palavra gasta desempenha?
A de predicativo do objeto.
3. No poema “Perde e ganha”,
o eu lírico reflete sobre a vida e compara-a a um jogo.
a) Que expressões do campo semântico
de jogo são utilizadas para construir essa comparação?
“Perde e ganha”; “Perdia-a já / em
parte / num pôquer”; “mas ganhei de novo /para um jogo comum”; “E neste jogo a
jogo”
O jogo
coletivo (“jogo comum”), pois no “pôquer solitário” acabou por perder parte de
sua vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário