POEMA: GATO QUE BRINCAS NA RUA
como se fosse na cama
invejo a sorte que é tua
porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
que regem pedras e gentes,
que tens instintos gerais
e sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
1. Que sensação uma primeira leitura desse poema provoca em você: alegria, melancolia, inquietação, serenidade? Justifique sua resposta.
Resposta
pessoal.
2. Como você imagina a cena observada pelo eu lírico? Copie o verso que justifica sua resposta.
Resposta
pessoal.
3. Releia a primeira estrofe e responda às questões a seguir:
a)
Segundo
o eu lírico, qual é a sorte do gato? Que sentimento o eu lírico confessa diante
disso?
É o fato de o gato mostra-se feliz, confortável, mesmo sem ter
consciência disso.
O eu lírico inveja essa condição.
b)
O
significa saber o nome das coisas?
Significa conhece-las, reconhece-las e ter consciência de sua
existência.
c)
O
que você acha que significa dizer que a sorte do gato não tem nome?
Resposta pessoal. Sugestão: O eu lírico sugere ser sorte viver sem
ter consciência do que se vive, livre de autojulgamentos, “sentido só o que
sente”.
4-
Releia a segunda estrofe e responda às questões a seguir.
a)
Discuta
com um colega: O que são leis fatais?
Resposta pessoal. Sugestão: São as leis da natureza, que se impõem
sobre todos os seres, como o desgaste das rochas, a passagem do tempo e a morte
dos seres vivos.
b) A que se refere a oração adjetiva “que tens instintos gerais e sentes só o que sentes”?
Refere-se ao gato.
c)
O
que essa oração esclarece sobre o elemento a que se refere?
Significa que o gato age como qualquer outro gato; suas ações são
instintivas; ele não pensa no que é.
5 – Releia a última estrofe do poema e,
abaixo as acepções para o termo “nada”, retiradas de um dicionário.
nada – pr.indef.
1.Coisa nenhuma [...] adv.
2.De modo nenhum [...] sm.
3.O não existente, a não existência, o vazio
[...]
4.Ser ou coisa insignificante [...]
a) Em sua opinião, a palavra “nada” empregada
no poema corresponde a algo mencionado em outros versos? Justifique sua
resposta.
O “nada”
citado na última estrofe recupera a ideia de viver sem pensar que se vive,
presente nos versos “porque nem sorte se chama” e “sentes só o que sentes”, e
não corresponde às acepções apresentadas.
b) Podemos afirmar que o eu lírico é feliz
como o gato? Justifique.
Não. O eu lírico se observa,
reflete sobre si mesmo (“Eu vejo-me”), não se encontra e não se reconhece.
a) O eu lírico inveja a sorte do gato, porque este
tem a felicidade de uma vida segura, ao passo que ele, eu lírico, está
solitário e desamparado.
B) Entre o eu lírico e o gato há a distância
devida a que este se situa do lado de uma generalidade despreocupada, enquanto
aquele vive uma individualidade consciente e problemática.
c) O gato é feliz porque brinca despreocupado de
sua própria sorte; o eu lírico é infeliz porque não se adapta a sua situação.
d) O gato tem a felicidade instintiva; o eu
lírico, a angústia das sensações e das ideias incertas, em razão de excessivo
intelectualismo.
e) O gato não é nada, mas é feliz porque se
conforma às “leis fatais”; o eu lírico (o homem), que se revolta contra essas
leis, vive torturado pela solidão e pela incerteza.
Adorei
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