sábado, 25 de abril de 2020

POEMA: CASO COMPLICADO (SOBRE CONSUMISMO) - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO

Poema: Caso complicado
           
                                                               Carlos Queiroz Telles

Essa história de dinheiro
é um caso complicado...
O que se ganha é contado,
pedido, sofrido, suado.
O que se gasta, porém,
nem sempre é o precisado.

Tudo e todos nos ensinam
a gastar, gastar, gastar.
Compre isso, compre aquilo,
compre vida, compre amor...
A gente acaba querendo
o que quer e o que não quer,
o necessário e o inútil,
o falso e o verdadeiro,
como se o tal dinheiro
caísse em penca do céu.

Mas não cai... e aí começa
a maior das chateações.
Vontades que não tem jeito,
invejas de fazer medo,
desejos que não se entendem,
sonhos de sonhos desfeitos.
O que fica é uma vontade eterna
de querer mais
e uma tristeza sem graça
de não ser o que se é.

Essa história de dinheiro
é um caso complicado...
Será que a vida ensina
o que fazer para encontrar
o tal mapa da mina?
Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões, cit.,p.25.
                 Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – Atual Editora -1998 – p.150
Entendendo o poema:
01 – De que se trata o poema?
       Faz uma abordagem sobre o consumismo.

02 – Nos versos: “... como se o tal dinheiro / caísse em penca do céu.” Que figura de linguagem há nestes versos?
      Hipérbole – ênfase expressiva de exagero “penca”.

03 – Por que existem tantos produtos descartáveis?
      Pela praticidade, baixo custo, muitos modelos, variedades de cores, fácil descarte, não há perdas de tempo com limpeza, etc.

04 – Em que versos podemos encontrar a figura de linguagem personificação?
      Nos versos: “... e uma tristeza sem graça / de não ser o que se é.”

05 – O título do poema motiva a leitura?
      Sim, pois chama a atenção para alguma coisa complicada.

06 – Há efeitos sonoros no poema? Quais?
      Nos versos: “O que se ganha é contado, / pedido, sofrido, suado.”. Aliteração (repetição de fonemas).
      Nos versos: “Compre isso, compre aquilo, / compre vida, compre amor...”. Anáfora (repetição de palavras ou expressões).



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