ARTIGO DE OPINIÃO: OS MALES DO CONSUMO DESENFREADO
A cena é clássica: quase
sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas
simplesmente resolve abandonar aquele que possui para ter o modelo atualizado,
uma vez que o antigo já não satisfaz mais como antes os consumidores.
Com base no cenário acima, o fato é
que atualmente a sociedade ocidental possui uma relação intensa de consumo, o
que vem gerando consequências irreversíveis ao meio ambiente. Segundo um
relatório do Fundo Mundial para a natureza (WWF), a humanidade está consumindo
mais do que a Terra é capaz de repor. De acordo com o documento, a Terra tem
11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e
sustentáveis – isto é, com capacidade de renovação. Mas já estamos usando o
equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir os alimentos, água,
energia e bens de consumo de que necessitamos. Estes dados mostram que a
diferença (2,3 bilhões de hectares, ou cerca de 20%) sai dos estoques naturais
não renováveis, configurando uma crise mundial sem precedentes, que tende a
reduzir drasticamente a qualidade de vida até 2030.
Por isso, é urgente a necessidade de se
buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos
ambientais. Sim, é possível pouparmos o meio ambiente se tivermos um consumo
consciente. Mas isso só será possível se houver articulação entre todos os
setores – governo, empresas e sociedade.
Algumas escolhas do dia a dia podem
ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente, como usar mais meios de
transporte alternativos, diminuir o desperdício de água e de energia, reciclar
mais, além de evitar o consumo sem necessidade. Mas essa é uma lição que não
vem sendo ensinada, muito menos aprendida. É preciso repensar, inclusive, os
produtos que usamos em casa: se afetam a natureza, se são usados na fabricação
[de] materiais que respeitem o meio ambiente, e sempre preferir as marcas que
causem menos impacto.
Além disso, como mostram os autores do
relatório, os líderes mundiais têm a chance de reverter a atual tendência de
consumo superior à capacidade de renovação da Terra. Basta optarem por sistemas
de bens e, sobretudo, de energia. Como sugestão, pedem promoção de tecnologias
limpas, edificações inteligentes, sistemas de transporte mais eficientes e
mercados de consumo mais sustentáveis.
Precisamos urgentemente de uma mudança
de postura se quisermos contribuir para a preservação do meio ambiente. Claro
que as mudanças proporcionadas pela industrialização foram importantes para a
evolução da sociedade, mas o consumo exacerbado acarretou e continua
acarretando a depredação ambiental, de forma a comprometer visivelmente a vida
na Terra.
Nossa relação de consumo atual está nos
levando a uma séria crise ambiental. Por isso a urgência em trabalhar políticas
mais eficientes e concretas sobre esse tema. Já estamos atrasados, mas ainda há
tempo.
Rodrigo Berté, doutor em Meio Ambiente,
é professor o Centro Universitário Uninter.
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/opinião/artigos/os-males-do-consumo-desenfreado-41782thsoedaqjeov7zh3ttu6.
Acesso em: 9 abr. 2015.
1 – Nesse artigo de opinião,
o autor defende a tese de que:
a)
A preservação dos recursos ambientais é menos
importante do que o progresso.
b)
As mudanças promovidas pela indústria são
importantes para a sociedade evoluir.
c)
O consumo sem limites traz
consequência irreversíveis ao meio ambiente.
d)
Os líderes mundiais podem, se quiser,
reverter o consumismo desenfreado.
2 – Que elementos foram
fundamentais para responder à atividade 1? Você pode escolher mais de uma
opção.
a)
A informação sobre o autor do artigo.
b)
A informação do título do texto.
c)
As informações do 1º parágrafo.
d)
As informações do 2º parágrafo.
3 – A alternativa que
apresenta uma opinião do autor do texto é:
a)
[...] quase sempre que um determinado produto
é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que
possui para ter o modelo atualizado [...].
b)
[...] segundo um relatório do Fundo Mundial
para a Natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz
de repor.
c)
[...] a Terra tem 11,4 bilhões de hectares
terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis – isto é, com
capacidade de renovação [...].
d)
[...] é urgente a necessidade de se
buscar maneiras de conciliar o progresso econômico e a preservação dos recursos
ambientais.
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