segunda-feira, 27 de março de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: HISTÓRIA: POR QUE E PARA QUÊ? CAIO BOSCHI - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: HISTÓRIA: POR QUE E PARA QUÊ?
                                         CAIO BOSCHI

         Várias são as evidências da atual avidez pelo conhecimento histórico. Em outras palavras, a História está na moda! Filmes, séries televisivas, revistas de ampla divulgação, obras de caráter biográfico e temático são  algumas das expressões que atestam a receptividade que a produção de cunho histórico vem obtendo no universo sócio cultural brasileiro.
         Tal panorama parece indicar que, entre nós, a História atinge sua maioridade, suas pesquisas ganham consistência e adquirem respeitabilidade.  Verdade é que tudo isso pode ser atribuído, em grande parte, ao fato de os historiadores, cada vez mais, ampliam seus diálogos com as demais ciências.
         Por isso, instigado pelo nome desta seção da nossa História, ponho-me a pensar sobre as responsabilidades daqueles que se deixam seduzir pelos encantos de Clio, a musa dos historiadores, fazendo dessa disciplina sua opção profissional.
         Afloram em mim leituras e ensinamentos, a começar pela recorrente profissão de fé legada por MarcBloch nas anotações que, publicadas postumamente, resultaram na sua Apologia pela História ou o ofício do historiador. Belo título! Incontornável leitura!
         De imediato, relembro o parágrafo inicial. Nele, uma criança, se dirigindo ao pai historiador, indaga-lhe: “Diga-me, para que ser a História?”. Pergunta desconcertante que (felizmente, a meu ver) inquieta e atormenta estudantes, estudiosos e diletantes de História. Capacitados ou não a respondê-la, importa registrar a permanência desse desafio ao longo de nossa trajetória profissional.
         Com efeito, perceber e introjetar o sentido e a função sociais da História, compromisso do profissional da área, é também dever de consciência, de cada um de nós, na condição de agentes da nossa História, pois nunca é demasiado salientar que esta só se justifica e se explica porque tem os homens vivos como sua razão de ser. Estudamos História para conhecer e transformar a vida. Nossas angústias e interrogações são a força-motriz que nos impulsiona a conhecer o passado e, daí, tentar identificar e analisar criticamente as condições de e para a compreensão do nosso presente. [...]
         O passado e os mortos se constituem no objeto de nossos estudos, mas é das indagações e das perplexidades do presente que a História vai sendo reescrita e compreendida. É a partir do contexto em que nos situamos e do qual somos partícipes que construímos a nossa História.
         Cuidado em não resvalarmos para a prática do anacronismo, é no questionamento do passado que buscamos detectar e delinear nossas identidades. Essas, por seu turno, obviamente, só se delineiam por contratação, por antinomia. Vale dizer: o estudo da História objetiva captar e exprimir, predominantemente, nossas diferenças e não nossas afinidades.
         Assim, o conhecimento do passado, não sendo em si mesmo a História, antes de iluminar o futuro, deve proporcionar aos homens viverem melhor o seu presente. Propiciar-nos referências para a constituição de uma almejada sociedade mais justa e solidária.
         Refletindo dessa maneira, tenho como horizonte primeiro as pessoas e o mundo que me cercam. Não faço abstração do que está longe de mim. Bem sei e reconheço que necessito aprender o todo. No entanto, como incita o poeta, é mister que eu conheça e (com) viva com o rio de minha aldeia para que alcance e dimensione a extensão e a profundidade do oceano. A evocação final, igualmente lição assimilada, busco-a em Josef Fontana, quando afirma: “Entender melhor o mundo em que vivemos e ajudar os outros a entende-lo, a fim de contribuir para melhorá-lo, (é) o que nos faz falta. Porque como disse Tom Payne há mais de 200 anos, e essas são palavras que cada um de nós deveria gravar na sua consciência: está em nossas mãos recomeçar o mundo outra vez”.
                                        BOSCHI, Caio. Revista Nossa História. Rio de Janeiro:
                                        Fundação Biblioteca Nacional/Ministério da Cultura,
                                                                                 Ano 1, n. 11, set. 2004, p. 98.

1 – A respeito do primeiro parágrafo, responda:
a)     Qual é a informação que, aparentemente, responde à pergunta que dá título ao texto?
“Em outras palavras, a História está na moda!”.

b)    Após a primeira leitura, você confirma que essa é a resposta do autor à questão que ele propõe no título? Por quê?
Sim, essa é apenas uma constatação afeita pelo autor, mas não é a posição que ele defende.

2 – No parágrafo 6, o autor revela seu posicionamento. A esse respeito, responda:
a)     Qual é a informação que pode ser indicada como resposta ao título?
“Estudamos História para conhecer e transformar a vida”.

b)    Que palavras, logo no início do parágrafo, dá (dão) pistas de que se trata da posição do autor?
A expressão “com efeito” indica uma provável conclusão do autor.

3 – No oitavo parágrafo, o autor retoma o argumento apresentado no parágrafo 6. Copie do texto o trecho em que essa retomada acontece.
      “... é no questionamento do passado que buscamos detectar e delinear nossas identidades.”

16 comentários:

  1. essa mesma ideia continua a ser explorada nos paragrafos 9,10 e 11 destaque em cada paragrafo o trecho que sustenta o posicionamento do autor

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    1. 1 Várias são as evidências da atual avidez pelo
      conhecimento histórico. Em outras palavras, a História
      está na moda! Filmes, séries televisivas, revistas
      de ampla divulgação, obras de caráter biográfi co e
      temático são algumas das expressões que atestam a
      receptividade que a produção de cunho histórico vem
      obtendo no universo sociocultural brasileiro.
      2 Tal panorama parece indicar que, entre nós, a
      História atinge sua maioridade, suas pesquisas ganham
      consistência e adquirem respeitabilidade. Verdade é que
      tudo isso pode ser atribuído, em grande parte, ao fato
      de os historiadores, cada vez mais, ampliarem seus
      diálogos com as demais ciências.
      3 Por isso, instigado pelo nome desta seção
      da Nossa História, ponho-me a pensar sobre as
      responsabilidades daqueles que se deixam seduzir
      pelos encantos de Clio, a musa dos historiadores,
      fazendo dessa disciplina sua opção profi ssional.
      4 Afl oram em mim leituras e ensinamentos,
      a começar pela recorrente profi ssão de fé legada por
      Marc Bloch nas anotações que, publicadas postumamente,
      resultaram na sua Apologia pela História ou o ofício do
      historiador. Belo título! Incontornável leitura!
      5 De imediato, relembro o parágrafo inicial.
      Nele, uma criança, se dirigindo ao pai historiador,
      indaga-lhe: “Diga-me, para que serve a História?”.
      Pergunta desconcertante que (felizmente, a meu ver)
      inquieta e atormenta estudantes, estudiosos e diletantes de História. Capacitados ou não a respondê-la,
      importa registrar a permanência desse desafi o ao longo de nossa trajetória profi ssional.
      6 Com efeito, perceber e introjetar o sentido e a função sociais da História, compromisso do
      profi ssional da área, é também dever de consciência, de cada um de nós, na condição de agentes da
      nossa História, pois nunca é demasiado salientar que esta só se justifi ca e se explica porque tem os
      homens vivos como sua razão de ser. Estudamos História para conhecer e transformar a vida. Nossas
      angústias e interrogações são a força-motriz que nos impulsiona a conhecer o passado e, daí, tentar
      identifi car e analisar criticamente as condições de e para a compreensão do nosso presente. […]
      7 O passado e os mortos se constituem no objeto de nossos estudos, mas é das indagações
      e das perplexidades do presente que a História vai sendo re(escrita) e compreendida. É a partir do
      contexto em que nos situamos e do qual somos partícipes que construímos a nossa História.
      8 Cuidando em não resvalarmos para a prática do anacronismo,
      é no questionamento do passado que buscamos detectar e delinear
      nossas identidades. Essas, por seu turno, obviamente, só se delineiam
      por contrastação, por antinomia. Vale dizer: o estudo da História
      objetiva captar e exprimir, predominantemente, nossas diferenças e
      não nossas afi nidades.
      9 Assim, o conhecimento do passado, não sendo em si
      mesmo a História, antes de iluminar o futuro, deve proporcionar
      aos homens viverem melhor o seu presente. Propiciar-nos
      referências para a constituição de uma almejada sociedade mais
      justa e solidária.
      10 Refl etindo dessa maneira, tenho como horizonte primeiro as pessoas e o mundo que
      me cercam. Não faço abstração do que está longe de mim. Bem sei e reconheço que necessito
      aprender o todo. No entanto, como incita o poe ta, é mister que eu conheça e (con)viva com o
      rio de minha aldeia para que alcance e dimensione a extensão e a profundidade do oceano.
      11 A evocação fi nal, igualmente lição assimilada, busco-a em Josef Fontana, quando afi rma: “Entender
      melhor o mundo em que vivemos e ajudar os outros a entendê-lo, a fi m de contribuir para melhorá-lo, (é) o
      que nos faz falta. Porque como disse Tom Payne há mais de 200 anos, e essas são palavras que cada um de
      nós deveria gravar na sua consciência: está em nossas mãos recomeçar o mundo outra vez”.

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  2. Boa tarde,
    Referente a este texto venho informá-lo que minha fonte de pesquisa é o Livro Didático e Apostilas, o mesmo foi retirado de uma Apostila Objetivo - 1º Ano do Ensino Médio.
    Lá o Texto está da forma que publiquei; podemos ver que é um fragmento, pois não tem 11 parágrafos. Sendo que os parágrafos 9 e 10 são a conclusão das ideias do autor.
    Desculpe não pode-lo ajudar. Tentei encontrar o texto na íntegra, mas não consegui.
    Um abraço,
    Profa. Jaqueline

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  3. responder a questão 8 a letra a e b do texto

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  4. Aqui a publicação é até a pergunta número três, conforme já expliquei acima.
    Desculpe não ajudá-lo.
    Um abraço,
    Profa. Jaqueline

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    1. Eu estou conformada você mim ajudou bastante obrigada

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  5. Alguém pode me ajudar na pergunta (5)?

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  6. Alguém pode mim ajudar na pergunta 53

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  7. Alguém pode mim ajudar na pergunta 5?

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  8. Qual é a pergunta q move o texto?vc faria essa mesma pergunta?

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  9. No parágrafo 6 o ator afirma? É dever de consciência de cada um de nós,na condição de agentes da nossa história assumir as responsabilidades da historia enquanto cidades.vc concorda com o ator?como assumimos a história e como participarmos dela?cite exemplos

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