Poema: PRIMEIRA
SOMBRA
Castro Alves
Como o
gênio da noite, que desata
O véu de
rendas sobre a espádua nua,
Ela solta
os cabelos... Bate a lua
Nas alvas
dobras de um lençol de prata.
O seio
virginal, que a mão recata,
Embalde o
prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a
moça ao relento... Além na rua
Preludia
um violão na serenata! ...
...
Furtivos passos morrem no lajedo...
Resvala a
escada do balcão discreta...
Matam
lábios os beijos em segredo...
Afoga-me
os suspiros, Marieta!
Ó
surpresa! Ó palor! Ó pranto! Ó medo!
Ai!
Noites de Romeu e Julieta! ...
CASTRO ALVES.
ESPÁDUA: ombro.
ALVO: branco,
claro.
RECATAR:
encobrir, ocultar.
EMBALDE: em vão,
inutilmente, debalde.
PRELUDIR:
iniciar, ensaiar antes de começar a cantar ou a tocar.
FURTIVO: oculto,
disfarçado, escondido.
PALOR:
palidez.
Entendendo o poema:
01 – A linguagem figurada é
recurso estilístico que caracteriza um texto literário.
A alternativa em que se nomeou INDEVIDAMENTE a figura semântica, partindo-se de
passagens do texto I, é:
a) “Como o gênio da noite...
Ela solta os cabelos...” (comparação)
b) “Sonha a moça ao relento...”
(metáfora)
c) “Afoga-me os suspiros,
Marieta!” (hipérbole).
d) “... Furtivos passos morrem
no lajedo...” (personificação).
02 – Analisando o conteúdo do
texto I, é possível observar que o eu lírico:
a) Pratica a poética mórbida e
doentia da morte.
b) Nega a concepção da mais
conhecida história de amor de todos os tempos.
c) Projeta a figura da mulher
impossível de ser atingida amorosamente;
d) Põe em destaque a mulher sensual,
erótica.