sexta-feira, 28 de março de 2025

MÚSICA(ATIVIDADES): MEDO DE AVIÃO - BELCHIOR - COM GABARITO

 Música (Atividades): Medo de Avião

             Belchior

Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez a tua mão
Um gole de conhaque
Aquele toque em teu cetim
Que coisa adolescente
James Dean

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUR0YIjgfzIW1pGW3zHYT82SikrsywBhsTvyOPq0CYzWtplErCYKeK5_6-0SwKv8HRaBb1Gpx4mFlsewaU9S4ymZtfvnsMRG1Xq3u8Q1FWVfl5c_Xd8hqRlhyMyjDoVcA5vD4zCnGq8MmW7J3maU0DoyfzjW-UVFOcOCVEbzFMVi1Cy5Nj6NiRuf3LPD8/s320/maxresdefault.jpg


Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez a tua mão
Não fico mais nervoso
Você já não grita
E a aeromoça, sexy
Fica mais bonita

Foi por medo de avião
Que eu segurei
Pela primeira vez a tua mão
Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand

Agora ficou fácil
Todo mundo compreende
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand
Aquele toque Beatle
I wanna hold your hand

Yeh, yeh, yeh!
Yeh, yeh, yeh!
Yeh, yeh, yeh!
Yeeeh!

Composição: Belchior. Site do cantor na internet. http://www.brazilianmusic.com.br/belchior.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 317-318.

Entendendo a música:

01 – Qual o motivo que uniu o narrador e a pessoa amada pela primeira vez?

      O medo de avião foi o motivo que uniu o narrador e a pessoa amada pela primeira vez.

02 – Quais as referências culturais presentes na música?

      A música faz referência a James Dean, um ícone da juventude rebelde, e aos Beatles, com a menção ao verso "I wanna hold your hand".

03 – Como a relação entre o narrador e a pessoa amada evoluiu?

      A relação evoluiu do medo e da insegurança iniciais para um sentimento de conforto e compreensão mútua.

04 – Qual a mudança na percepção do narrador em relação à aeromoça?

      O narrador passa a ver a aeromoça como "sexy" e "mais bonita", indicando uma mudança em seu estado emocional e uma maior tranquilidade.

05 – Qual o significado da repetição do verso "I wanna hold your hand"?

      A repetição do verso dos Beatles reforça a ideia de um toque de afeto e segurança, simbolizando a conexão entre o narrador e a pessoa amada.

 

 

TEXTO INFORMATIVO: O PRIMEIRO RESTAURANTE PERSA NO BRASIL - PARATY.COM - COM GABARITO

 Texto informativo: O primeiro restaurante persa no Brasil

        Sob a direção da “Cadbanou” iraniana Nasrin Haddad Battaglia

        Visitando Paraty, você tem uma oportunidade excelente para conhecer os temperos iranianos. Foi apenas a partir dos anos 80 que começaram a ser bem difundidos no Ocidente. São obras-primas da natureza que brotam no clima muito especial daquele país.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV1oNGbB00HJ2tAW_Wmz5UfYiNAWcMJroOyJ0AZM_PRR52RupQBsPWI8hdA3v8eRO4KqQWVHM1K1GGMUCvYB4xUom4PzHVObPxw_jUD7A3uBrhI-GbCUTZPTbAAOO7tXfuiLYLCh_mW0LizTeRUuPbytTvBZNx0nyBMdi2uScPsj0oKfrbO_Z5SyG3tIQ/s1600/images.jpg


        O surgimento de dezenas de restaurantes iranianos nas grandes cidades europeias e americanas nos últimos 20 anos vem tornando conhecida a culinária persa. É comum um estrangeiro, ao visitar Paraty e encontrar o “AMIGO DO REI”, aproveitar para matar as saudades dos temperos. Em geral relatam que os pratos em Paraty são superiores em sabor aos que conheciam. Chegam alguns a ir cumprimentar na cozinha a Cadbanou Nasrin Haddad Battaglia, que realiza um trabalho primoroso. Cozinha com paixão!

        O resultado é excelente.

        A escolha do nome do restaurante é uma simpática referência ao famoso poema de Manuel Bandeira. Pasárgada foi construída pelo Rei Ciro há 2500 anos.

        O cardápio é constituído de pratos bem representativos da sabedoria da cozinha de um país várias vezes milenar. Os temperos, vindos diretamente de Teerã, encantam pela novidade dos sabores.

        Peixes, carnes e aves são preparados com esses temperos suaves e surpreendentes.

        Aberto diariamente das 18 às 23hs. Domingos das 12 às 16hs. Folga às quintas-feiras. Música ambiental iraniana.

http://paraty.com.br/amigo2.htm.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 295-296.

Entendendo o texto:

01 – Quem é a Cadbanou que dirige o restaurante persa em Paraty?

      A Cadbanou é Nasrin Haddad Battaglia, uma iraniana que comanda o restaurante "Amigo do Rei".

02 – Quando a culinária iraniana começou a se popularizar no Ocidente?

      A culinária iraniana começou a se popularizar no Ocidente a partir dos anos 80.

03 – Qual a qualidade dos pratos servidos no restaurante em Paraty, segundo os clientes?

      Os clientes elogiam a qualidade dos pratos, afirmando que são superiores em sabor aos que já experimentaram em outros lugares.

04 – Qual a origem do nome do restaurante?

      O nome do restaurante é uma referência ao famoso poema "Vou-me embora pra Pasárgada" de Manuel Bandeira.

05 – De onde vêm os temperos utilizados no restaurante?

      Os temperos utilizados no restaurante vêm diretamente de Teerã, capital do Irã.

06 – Quais os tipos de pratos oferecidos no restaurante?

      O cardápio do restaurante oferece pratos com peixes, carnes e aves, preparados com temperos iranianos.

07 – Qual o horário de funcionamento do restaurante?

      O restaurante funciona diariamente das 18h às 23h, e aos domingos das 12h às 16h. Ele fecha às quintas-feiras.

 

CONTO: A VIDA EM OBLIVION - (FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Conto: A VIDA EM OBLIVION – Fragmento

            Monteiro Lobato

        A cidadezinha onde moro lembra soldado que fraqueasse na marcha e, não podendo acompanhar o batalhão, à beira do caminho se deixasse ficar, exausto e só. Com os olhos saudosos pousados na nuvem de poeira erguida além.

        Desviou-se dela a civilização. O telégrafo não a põe à fala com o resto do mundo, nem as estradas de ferro se lembram de uni-la à rede por intermédio de humilde ramalzinho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzfrjYV1K_Q-LefnkC963BvHZAQdeWZua8hulzWg9K-zDyb1mLOgN89bZi5SSkVdTCf13j-sZeaEOttr1Af2jU4H0KsIM_GYJVNXfTjI2Pe5I-LnrkdBEB3PUdJq6h80NTY2BToPfXBbZs3nB_oVzkedjnNkQD5u-LGEqKXTUTVZFQjFLCu_b90NCKcL4/s1600/OBLIVION.jpg


        O mundo esqueceu Oblivion, que já foi rica e lépida, como os homens esquecem a atriz famosa logo que se lhe desbota a mocidade. E sua vida de vovó entrevada, sem netos, sem esperanças, é humilde e quieta como a do urupê escondido no sombrio dos grotões.

        Trazem-lhe os jornais o rumor do mundo, e Oblivion comenta-o com discreto parecer. Mas como os jornais vêm apenas para meia dúzia de pessoas, formam estas a aristocracia mental da cidade. São “Os Que Sabem”. Lembra o primado dos Dez de Veneza, esta sabedoria dos Seis de Oblivion.

        Atraídos pelas terras novas, de feracidade sedutora, abandonaram-na seus filhos; só permaneceram os de vontade anemiada, débeis, faquirianos. “Mesmeiros”, que todos os dias dizem as mesmas coisas, dormem o mesmo sono, sonham os mesmos sonhos, comem as mesmas comidas, comentam os mesmos assuntos, esperam o mesmo correio, gabam a passada prosperidade, lamuriam do presente e pitam – pitam longos cigarrões de palha, matadores do tempo.

        [...].

LOBATO, Monteiro. Cidades mortas. 12. ed. São Paulo, Brasiliense, 1965. p. 9-10.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 293.

Entendendo o conto:

01 – Como o narrador descreve a cidade de Oblivion?

      O narrador compara Oblivion a um soldado exausto, deixado para trás pela civilização, isolado e esquecido pelo mundo.

02 – Quais as características da vida em Oblivion?

      A vida em Oblivion é descrita como quieta, humilde e estagnada, comparada à de um "urupê escondido no sombrio dos grotões". Os habitantes vivem em uma rotina monótona, repetindo os mesmos hábitos e conversas.

03 – Quem são "Os Que Sabem" em Oblivion?

      "Os Que Sabem" são um pequeno grupo de pessoas que têm acesso aos jornais e, portanto, ao "rumor do mundo". Eles formam a aristocracia intelectual da cidade.

04 – Por que os jovens deixaram Oblivion?

      Os jovens foram atraídos pelas "terras novas, de feracidade sedutora", buscando prosperidade e oportunidades em outros lugares.

05 – Quem permaneceu em Oblivion?

      Permaneceram em Oblivion aqueles com "vontade anemiada, débeis, faquirianos", ou seja, pessoas sem ambição ou energia para buscar uma vida melhor.

06 – Qual a principal atividade dos habitantes de Oblivion?

      Os habitantes de Oblivion passam o tempo fumando longos cigarrões de palha, "matadores do tempo", enquanto lamentam o passado e esperam o correio.

07 – Qual o tema central do conto?

      O conto aborda o tema do isolamento, da estagnação e da decadência de uma cidade que foi esquecida pelo progresso e pela civilização, retratando a vida de seus habitantes presos a um ciclo de mesmice e nostalgia.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): Ô ABRE ALAS - CHIQUINHA GONZAGA - COM GABARITO

 Música (Atividades): Ô Abre Alas

              Chiquinha Gonzaga

Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic4qWW2a5UTS1odADWsCz-Ib9f77tvNA6BoyBov3ch0MBc9UWjRaWgAHh1m9jOFEGGj8b2COqs5SBfd9BPTf6mqgiIi_91rJIHUEzsZM4QF-0hayDYTAZ5MHzzR_y7rt12jL80b6HFbuA9qfv27X_yS3gD3eUSWijW_5vYxYyI7noEJdG12j9HpW-D5Ss/s320/chiquinha-gonzaga.jpg


A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

Eu não quero a rosa
Porque não há rosa que não tenha espinhos
Prefiro a jardineira carinhosa
A flor cheirosa, e os seus carinhos

Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim

A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim.

Composição: Chiquinha Gonzaga.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 285.

Entendendo a música:

01 – Qual o nome da compositora de "Ô Abre Alas"?

      Chiquinha Gonzaga.

02 – Qual o significado da frase "Ô abre alas que eu quero passar"?

      A frase expressa o desejo de liberdade e espaço para seguir em frente, um grito de independência.

03 – Qual a metáfora central da música?

      A metáfora central é a do jardim, onde a jardineira representa um amor perdido e a rosa, uma paixão passageira.

04 – Por que a jardineira abandonou o jardim?

      A jardineira abandonou o jardim porque a rosa resolveu gostar do narrador da canção.

05 – Qual a preferência do narrador, a rosa ou a jardineira? Por quê?

      O narrador prefere a jardineira, pois reconhece que a rosa tem espinhos, enquanto a jardineira oferece carinho e afeto genuíno.

06 – Qual o sentimento predominante na música?

      O sentimento predominante é o de saudade e desejo de reconciliação com a jardineira.

07 – Qual a importância histórica de "Ô Abre Alas"?

      "Ô Abre Alas" é considerada a primeira música carnavalesca brasileira, marcando o início de um gênero musical que se tornaria símbolo da cultura do país.

 

 

CRÔNICA: OS TATUADORES - (FRAGMENTO) - JOÃO DO RIO - COM GABARITO

 Crônica: Os tatuadores – Fragmento

              João do Rio

        – Quer marcar?

        Era um petiz de doze anos talvez. A roupa em frangalhos, os pés nus, as mãos pouco limpas e um certo ar de dignidade na pergunta. O interlocutor, um rapazola louro, com uma dourada carne de adolescente, sentado a uma porta, indagou:

        – Por quanto?

        – É conforme – continuou o petiz. É inicial ou coroa?

        – É um coração!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuANIqLYU7t601cMiIMBlJvHoqcOwwZa9FuI3OX9-Zu20DxmoxehJXHIpMjEy_y1mdsdMI2M8GJ-vrJRtlfTHG1dqgdfyyY0SoiNqfrKdkdOPpIOBhy2xj7OD5KkUjonMSYHiOpezUdZr1lkQ-nCJWJ1dNQmCJ8OdIKWprzaJh2T53cw_yvNr-0pYJVpo/s320/CORA%C3%87%C3%83O.jpg


        – Com nome dentro?

        O rapaz hesitou. Depois:

        – Sim, com nome: Maria Josefina.

        – Fica tudo por uns seis mil réis.

        Houve um momento em que se discutiu o preço, e o petiz estava inflexível, quando vindo do quiosque da esquina um outro se acercou.

        – Ó moço, faço eu; não escute embromações!

        – Pagará o que quiser, moço.

        O rapazola sorria. Afinal resignou-se, arregaçou a manga da camisa de meia, pondo em relevo a musculatura do braço. O petiz tirou do bolso três agulhas amarradas, um pé de cálix com fuligem e começou o trabalho. Era na Rua Clapp, perto do cais, no século XX... A tatuagem! Será então verdade a frase de Gautier: "O mais bruto homem sente que o ornamento traça uma linha indelével de separação entre ele e o animal, e quando não pode enfeitar as próprias roupas recama a pele"?

        A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Loocks que a introduziu no ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou to tahou, desenho. Muitos dizem mesmo que a palavra surgiu no ruído perceptível da agulha da pele: tac, tac. Mas como é ela antiga! O primeiro homem, decerto, ao perder o pelo, descobriu a tatuagem. [...]

        Os tatuadores têm várias maneiras de tatuar: por picadas, incisão, por queimadura subepidérmica. As conhecidas entre nós são incisivas nos negros que trouxeram a tradição da África e, principalmente, as por picadas que se fazem com três agulhas amarradas e embebidas em graxa, tinta, anil ou fuligem, pólvora, acompanhando o desenho prévio. O marcador trabalha como as senhoras bordam.

        Lombroso diz que a religião, a imitação, o ócio, a vontade, o espírito de corpo ou de seita, as paixões nobres, as paixões eróticas e o atavismo são as causas mantenedoras dessa usança. Há uma outra – a sugestão do ambiente. Hoje toda a classe baixa da cidade é tatuada – tatuam-se marinheiros, e em alguns corpos há o romance imageográfico de inversões dramáticas; tatuam-se soldados, vagabundos, criminosos, barregãs, mas também portugueses chegados da aldeia com a pele sem mancha, que influência do meio obriga a incrustar no braço coroas do seu país.

        Andei com o Madruga três longos meses pelos meios mais primitivos, entre os atrasados morais, e nesses atrasados a camada que trabalha braçalmente, os carroceiros, os carregadores, os filhos dos carroceiros deixaram-se tatuar porque era bonito, e são no fundo incapazes de ir parar na cadeia por qualquer crime. A outra, a perdida, a maior, o oceano malandragem e da prostituição é que me proporcionou o ensejo de estudar ao ar livre o que se pode estudar na abafada atmosfera das prisões. A tatuagem tem nesse meio a significação do amor, do desprezo, do amuleto, posse, do preservativo, das ideias patrióticas do indivíduo, da sua qualidade primordial.

        Quase todos os rufiões e os rufistas do Rio têm na mão direita entre o polegar e o indicador, cinco sinais que significam as chagas. Não há nenhum que não acredite derrubar o adversário dando-lhe uma bofetada com a mão assim marcada. O marinheiro Joaquim tem um Senhor crucificado no peito e uma cruz negra nas costas. Mandou fazer esse símbolo por esperteza. Quando sofre castigos, os guardiões sentem-se apavorados e sem coragem de sová-lo.

        – Parece que estão dando em Jesus!

        A sereia dá lábia, a cobra atração, o peixe significa ligeireza na água, a âncora e a estrela o homem do mar, as armas da República ou da Monarquia a sua compreensão política. Pelo número de coroas da Monarquia que eu vi, quase todo esse pessoal é monarquista.

        Os lugares preferidos são as costas, as pernas, as coxas, os braços, as mãos. Nos braços estão em geral os nomes das amantes, frases inteiras, como por exemplo esta frase de um soldado de um regimento de cavalaria: viva o marechal de ferro!... desenhos sensuais, corações. O tronco é guardado para as coisas importantes, de saudade, de luxúria ou de religião. Hei de lembrar sempre o Madruga tatuando um funileiro, desejoso de lhe deixar uma estrela no peito.

        – No peito não! cuspiu o mulato, no peito eu quero Nossa Senhora!

        A sociedade, obedecendo à corrente das modernas ideias criminalistas, olha com desconfiança a tatuagem. O curioso é que – e esses estranhos problemas de psicologia talvez não sejam nunca explicados – o curioso é que os que se deixam tatuar por não terem mais que fazer, em geral, o elemento puro das aldeias portuguesas, o único quase incontaminável da baixa classe do Rio, mostram sem o menor receio os braços, enquanto os criminosos, os assassinos, os que já deixaram a ficha no gabinete de antropometria, fazem o possível para ocultá-los e escondem os desenhos do corpo como um crime. Por quê? Receio de que sejam sinais por onde se faça o seu reconhecimento? Isso com os da polícia talvez. Mas mesmo com pessoas, cujos intentos conhecem, o receio persiste, porque decerto eles consideram aquilo a marca de fogo da sociedade, de cuja tentação foram incapazes de fugir, levados pela inexorável fatalidade.

        Há tatuagens religiosas, de amor, de nomes, de vingança, de desprezo, de profissão, de beleza, de raça, e tatuagens obscenas.

        A vida no seu feroz egoísmo é o que mais nitidamente ideografa a tatuagem.

        As meretrizes e os criminosos nesse meio de becos e de facadas têm indeléveis ideias de perversidade e de amor. Um corpo desses, nu, é um estudo social. As mulheres mandam marcar corações com o nome dos amantes, brigam, desmancham a tatuagem pelo processo do Madruga, e marcam o mesmo nome no pé, no calcanhar.

        – Olha, não venhas com presepadas, meu macacuano. Tenho-te aqui, desgraça! E mostram ao malandro, batendo com o chinelo, o seu nome odiado.

        É a maior das ofensas: nome no calcanhar, roçando a poeira, amassado por todo o peso da mulher...

        [...].

RIO, João do. A alma encantadora das ruas. Org. de Raul Antelo. São Paulo, Companhia das Letras, 1997. p. 100-111.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 281.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a origem da palavra "tatuagem", segundo o texto?

      A palavra "tatuagem" foi introduzida no ocidente pelo navegador Loocks, derivada do termo polinésio "tatou" ou "to tahou", que significa desenho. Alguns acreditam que a palavra surgiu do ruído da agulha na pele: "tac, tac".

02 – Quais os métodos de tatuagem mencionados no texto?

      O texto menciona três métodos principais: picadas, incisão e queimadura subepidérmica. No Brasil, as técnicas mais comuns são a incisão, trazida pelos africanos, e as picadas, feitas com três agulhas amarradas e embebidas em tinta.

03 – Quais as motivações para as tatuagens, de acordo com Lombroso?

      Lombroso lista várias motivações, incluindo religião, imitação, ócio, vontade, espírito de grupo, paixões nobres, paixões eróticas e atavismo. O texto também menciona a influência do ambiente como um fator relevante.

04 – Quem são os principais usuários de tatuagens na sociedade descrita no texto?

      A classe baixa da cidade, incluindo marinheiros, soldados, vagabundos, criminosos e prostitutas, são os principais usuários. Até mesmo portugueses recém-chegados adotam a prática.

05 – Qual a importância da tatuagem no mundo do crime, segundo o texto?

      No mundo do crime, a tatuagem tem diversos significados, como amor, desprezo, amuleto, posse, proteção, ideias patrióticas e qualidades pessoais.

06 – Como os criminosos escondem suas tatuagens?

      Criminosos escondem suas tatuagens por medo de serem reconhecidos pela polícia ou por vergonha, considerando-as marcas da sociedade que não conseguiram evitar.

07 – Quais os tipos de tatuagens mencionados no texto?

      O texto menciona tatuagens religiosas, de amor, com nomes, de vingança, de desprezo, de profissão, de beleza, de raça e tatuagens obscenas.

08 – Qual o significado da tatuagem para as meretrizes, de acordo com o texto?

      Para as meretrizes, a tatuagem é uma forma de expressar amor e ódio. Elas tatuam o nome dos amantes, apagam a tatuagem em caso de briga e tatuam o nome no calcanhar como forma de ofensa.

09 – Onde os marinheiros costumam fazer tatuagens e quais os seus significados?

      Os marinheiros costumam tatuar âncoras e estrelas, que simbolizam a vida no mar.

10 – Por que alguns criminosos tatuam símbolos religiosos?

      Alguns criminosos tatuam símbolos religiosos, como um Senhor crucificado, para intimidar os guardas e evitar castigos físicos.

 

NOTÍCIA: DISPARIDADES RACIAIS - FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO

 Notícia: DISPARIDADES RACIAIS

        Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do "mito da democracia racial" no Brasil. Nutriu-se desde então a falsa ideia de que haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh67HMeCcrXfHXg7evpqote-HS19dMUbLml16CQTCv8LC7sm0QRpgi3BZ2njk0fAqqyQUTqA4AoyRC6_A8Z_b91rzW6wpW_8FR2JcBsHRtUxpZbxaWN432b6mzK179xO7t9eY_EcDGzpnQTOlSKpwH9E9oY4gEEervXU1Vpn1yx1ZHKWCaOYWfhA0DC2g/s320/RACIAL.jpg


        Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo, mascarava-se sob a manutenção de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não advinha de uma suposta divisão igualitária de oportunidades.

        O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre negros do que entre brancos, e quase 60% da população negra com mais de 10 anos não havia conseguido ultrapassar a 4ª série do 1º grau, contra 39% dos brancos. Os números relativos ao ensino superior confirmam a cruel seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos brancos haviam concluído o 3º grau, contra só 2,5% dos negros.

        É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda, porém, ainda não se traduziu numa proporcional equalização de oportunidades.

        Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses dados.

        Mesmo questionando algumas iniciativas excessivamente rígidas – como a criação de "cotas raciais" no oferecimento de vagas nas universidades e no mercado de trabalho, bastante comum nos EUA –, é fundamental que se destaquem também as desigualdades étnicas, para que seja possível avaliar, com máximo realismo, as dimensões exatas da brutal dívida social brasileira.

Folha de São Paulo, 9 jun. 1996. Caderno Brasil. p. 2. – Adaptado.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 251-252.

Entendendo a notícia:

01 – Qual o "mito" mencionado no início da notícia?

      O "mito da democracia racial" é a falsa ideia de que existe um convívio harmonioso entre as diferentes etnias no Brasil, mascarando as desigualdades raciais existentes.

02 – Que dados do IBGE são utilizados para demonstrar as disparidades raciais no Rio de Janeiro?

      A notícia utiliza dados sobre analfabetismo e nível de escolaridade. Em 1991, o analfabetismo entre negros no Rio de Janeiro era 2,5 vezes maior do que entre brancos. Além disso, a porcentagem de negros com mais de 10 anos que não haviam concluído a 4ª série do ensino fundamental era significativamente maior do que a de brancos.

03 – Como a notícia avalia a evolução das disparidades raciais ao longo do tempo?

      A notícia reconhece que houve uma diminuição das disparidades raciais ao longo do século, com a queda do analfabetismo entre a população negra. No entanto, ressalta que essa redução não resultou em uma igualdade proporcional de oportunidades.

04 – Qual a posição da notícia em relação às "cotas raciais"?

      A notícia questiona a rigidez de iniciativas como as "cotas raciais", comuns nos Estados Unidos, mas enfatiza a importância de destacar as desigualdades étnicas para avaliar a "brutal dívida social brasileira".

05 – Qual a conclusão da notícia sobre a desigualdade racial no Brasil?

      A notícia conclui que, mesmo com a diminuição das disparidades raciais ao longo do tempo, ainda existe uma grande desigualdade socioeconômica entre brancos e negros no Brasil. Essa desigualdade não é resultado de uma falta de oportunidades iguais, mas sim de um sistema que perpetua a discriminação racial.

 

POEMA: O AEROPLANO - LUÍS ARANHA - COM GABARITO

 Poema: O aeroplano

             Luís Aranha

Quisera ser um ás para voar bem alto

Sobre a cidade de meu berço!

Bem mais alto que os lamentos bronze

Das catedrais catalépticas;

Muito rente do azul quase a sumir no céu

Longe da casaria que diminui

Longe, bem longe deste chão de asfalto...

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnK5XCodG7QLJWj_kRmW5fSPkVmODUnYqhpuOD7XEm1LdgR9pJYyzyMVUiwkJD-jQbHadRSudl1gZSvR6CyIjQv35ZFMDvA5xxeeJVMfdRcmvBf6LCFtnjfPj47iT62CM21kZyqEnZEydfwRqv4Tm9LsB1H8ruiILchhMC5HCqNI2WXgb0YigPO_r_tEA/s1600/AEROPLANO.jpg

Eu quisera pairar sobre a cidade!...

 

O motor cantaria

No anfiteatro azul apainelado

A sua roncante sinfonia...

Oh! voar sem pousar no espaço que se estira

Meu, só meu;

Atravessando os ventos assombrados

Pela minha ousadia de subir

Até onde só eles atingiram!...

 

Girar no alto

E em rápida descida

Cair em torvelinhos

Como ave ferida...

 

Dar cambalhotas repentinas

Loopings fantásticos

Saltos mortais

Como um atleta elástico de aço

 

O ranger rascante do motor...

No anfiteatro com painéis de nuvens

Tambor...

 

Se um dia

O meu corpo escapasse ao aeroplano,

Eu abriria os braços com ardor

Para o mergulho azul na tarde transparente...

Como seria semelhante

A um anjo de corpo desfraldado

Asas abertas, precipitado

Sobre a terra distante...

 

Riscando o céu na minha busca

Rápida e precisa,

Cortando o ar em êxtase no espaço

Meu corpo cantaria,

Sibilando

A sinfonia da velocidade.

 

E eu tombaria

Entre os braços abertos da cidade...

 

Ser aviador para voar bem alto!

ARANHA, Luís. Cocktails. Org. por Nelson Archer e Raul Moreira Leite. São Paulo, Brasiliense, 1984. p. 95-96.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 301-302.

Entendendo o poema:

01 – Qual o desejo do eu lírico no poema?

      O eu lírico expressa o desejo de ser um aviador para voar alto sobre a cidade onde nasceu.

02 – Como o eu lírico descreve a cidade vista de cima?

      A cidade vista de cima parece diminuir, e o eu lírico deseja se afastar do "chão de asfalto", buscando a vastidão do céu azul.

03 – Qual a comparação feita com o som do motor do avião?

      O som do motor é comparado a uma "roncante sinfonia" em um "anfiteatro azul apainelado", que seriam as nuvens.

04 – Que sensações o eu lírico imagina ao voar?

      O eu lírico imagina a sensação de liberdade, de atravessar os ventos e de realizar manobras radicais no ar, como "loopings fantásticos" e "saltos mortais".

05 – Qual a imagem utilizada para descrever a queda do corpo do eu lírico do avião?

      A queda do corpo é comparada à de um "anjo de corpo desfraldado", com "asas abertas", precipitando-se sobre a terra.

06 – Como o eu lírico descreve a sensação de velocidade durante o voo?

      O corpo do eu lírico "cantaria" e "sibilando a sinfonia da velocidade", expressando o êxtase de cortar o ar no espaço.

07 – Qual o destino final do eu lírico no poema?

      O eu lírico imagina tombar "entre os braços abertos da cidade", sugerindo uma união poética entre o homem e seu local de origem.

 

 

CONTO: A HISTÓRIA DA ARTE - (FRAGMENTO) - ERNEST H. GOMBRICH - COM GABARITO

 Conto: A história da arte – Fragmento

           Gombrich

        [...]

        Todos nós somos inclinados a aceitar formas ou cores convencionais como as únicas corretas. Por vezes, as crianças pensam que as estrelas devem ter o formato estelar, embora não o tenham naturalmente. As pessoas que insistem em que, num quadro, o céu deve ser azul e a grama verde, não são muito diferentes dessas crianças. Indignam-se se veem outras cores num quadro, mas se tentarmos esquecer tudo o que ouvimos a respeito de grama verde e céu azul, e olharmos o mundo como se tivéssemos acabado de chegar de outro planeta numa viagem de descoberta e o víssemos pela primeira vez, talvez concluíssemos que as coisas são suscetíveis de apresentar as cores mais surpreendentes.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiajZK0WliMvDYET-gG5dfFwlJ9aiQUzIMrD0hB0urr51boKd67kCh2WbaHzkOtr-0rQqOpCClHNpDZWxdCSImR3rk4qCr6PsGhL_Zb1ZDRNl_YTDh8Pkx3SeKLhW4JAWfFnSF85y0x6Od_bC5BadYgg7n_K6vlxSuZ-01I2MQeSzEc3yUa05peeocZABQ/s320/Historiadaarte.jpg


        Ora, os pintores sentem, às vezes, como se estivessem empreendendo tal viagem de descoberta. Querem ver o mundo como se fosse uma novidade e rejeitar todas as noções aceitas e todos os preconceitos sobre a carne ser rosada e as maçãs amarelas ou vermelhas. Não é fácil libertarmo-nos dessas ideias preconcebidas, mas os artistas que melhor conseguem fazê-lo produzem frequentemente as obras mais excitantes. São eles quem nos ensinam a ver na natureza novas belezas de cuja existência nunca havíamos sonhado. Se os acompanharmos e aprendermos através deles, até mesmo um relance de olhos para fora de nossa própria janela poderá converter-se numa aventura emocionante.

 GOMBRICH, Ernest H. A história da Arte. Trad. Álvaro Cabral. 16. ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1999. p. 29.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 420-421.

Entendendo o conto:

01 – Qual a tendência comum que o autor identifica em relação à percepção das cores?

      O autor observa que as pessoas tendem a aceitar cores convencionais como as únicas corretas, como o céu azul e a grama verde, sem questionar a variedade de cores presentes na natureza.

02 – Como o autor compara a visão das crianças com a de algumas pessoas em relação à arte?

      O autor compara a crença infantil de que as estrelas têm formato estelar com a insistência de algumas pessoas em que a arte deve representar o mundo de forma realista, com cores convencionais.

03 – Qual a proposta do autor para uma nova forma de observar o mundo?

      O autor sugere que devemos olhar o mundo como se o víssemos pela primeira vez, livres de preconceitos e noções pré-concebidas, para perceber as cores surpreendentes da natureza.

04 – Qual o papel dos artistas na nossa percepção da natureza, segundo o autor?

      Segundo o autor, os artistas nos ensinam a ver novas belezas na natureza, mostrando-nos aspectos que antes não percebíamos, e transformando nossa visão do mundo.

05 – Qual o impacto da arte na nossa vida cotidiana, de acordo com o autor?

      O autor afirma que, ao aprendermos a ver o mundo através dos olhos dos artistas, até mesmo a paisagem da nossa janela pode se tornar uma aventura emocionante.

 

POESIA: PARA MASCAR COM CHICLETS - (FRAGMENTO) - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

 Poesia: Para Mascar Com Chiclets – Fragmento

            João Cabral de Melo Neto

Quem subiu, no novelo do chiclets,

ao fim do fio, ou do desgastamento,

sem poder não sacudir fora, antes,

a borracha infensa e imune ao tempo;

imune ao tempo ou o tempo em coisa,

em pessoa, encarnado nessa borracha,

de tal maneira, e conforme ao tempo,

o chiclets ora se contrai, ora se dilata,

e consubstante ao tempo, se rompe,

interrompe, embora logo se remende,

e fique a romper-se, a remendar-se,

sem usura nem fim, do fio de sempre.

No entanto quem, e saberente que ele

não encarna o tempo em sua borracha,

quem já ficou num primeiro chiclets,

sem reincidir nessa coisa (ou nada).

[...]

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2M6bpVG4Q1fDyO_Z2_S2O8_NBf5rZkmRNhlpKV8dNqMB7X2Yo9uYGYkWcHgTixr5UKz_gIaSWYUk4sckvUNd6kLnxZB5JpTe7C1QXJxrO1FR8lydEkf3nbnxuBIvSmSU4rbIz2hfWFsvbH3cju7SBzcOY5mgE4XNAQ_VmLambljl6HLW27jzz3Tf8wKA/s320/CHICLETS.jpeg


Melo neto, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1994.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 403.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a metáfora central do poema?

      A metáfora central do poema é a do chiclete como representação do tempo e da experiência humana. O chiclete, com sua capacidade de se esticar, romper e remendar, simboliza a natureza efêmera e contínua do tempo.

02 – Como o tempo é personificado no poema?

      O tempo é personificado na borracha do chiclete, que se contrai, dilata, rompe e remenda, refletindo a natureza mutável e cíclica do tempo.

03 – Qual a reflexão sobre a experiência humana presente no poema?

      O poema reflete sobre a tendência humana de repetir experiências, mesmo sabendo que elas não encarnam a essência do tempo. A pergunta "quem já ficou num primeiro chiclets, sem reincidir nessa coisa (ou nada)" sugere a dificuldade de romper com padrões repetitivos.

04 – Qual a visão do poeta sobre a natureza do tempo?

      O poeta apresenta uma visão do tempo como algo que está em constante movimento, transformação e renovação. O tempo é visto como uma força que molda a experiência humana, mas que não pode ser completamente compreendida ou controlada.

05 – Qual a importância da repetição no poema?

      A repetição de palavras e frases, como "imune ao tempo", "romper-se, a remendar-se" e "fio de sempre", enfatiza a natureza cíclica do tempo e a persistência da experiência humana. A repetição também cria um ritmo que imita o movimento contínuo do chiclete e do tempo.