terça-feira, 7 de maio de 2024

POESIA:PALACIANA "GLOSA" - MANUEL MARIA DE BARBOSA DU BOCAGE - COM GABARITO

 POESIA: PALACIANA “GLOSA”

               Manuel Maria de Barbosa du Bocage

MOTE

Almas, vidas, pensamentos.

GLOSA

Calções, polainas, sapatos,
Percevejos, pulgas, piolhos,
Azeites, vinagres, molhos,
Tigelas, pires e pratos:
Cadelas, galgos e gatos,
Pauladas, dores, tormentos,
Burros, cavalos, jumentos,
Naus, navios, caravelas,
Corações, tripas, moelas,
Almas, vidas, pensamentos!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLm4qlGEosKk0M-Iau_vcy6gskOcJ5xL-3pXVOFj9Ab__60RMFuXIrWqug0MH7lNKBDu0aGS4NJFRge_CpmsJn1lvhZCWsA5dSUa4AMsDqPR4G_uqKhZFQpeqFtFPIzQm5ExHEookpEqW-_IfcPhv_731htRQ5UvuTBDV9aM2rXo84krDZhsg6dF7_LRE/s320/ALMAS.jpg


Manuel Maria Barbosa du Bocage. In: LAJOLO, Marisa (Seleção de textos, notas, estudos biográficos e críticos). Bocage. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1990. p. 88.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 119-120.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo.

·        Mote: motivo prévio, tema inicial composto de poucos versos. Pode ser uma cantiga popular, um poema, um provérbio, um trocadilho ou mesmo uma criação original do próprio poeta.

·        Glosa: estrofe que retoma e desenvolve o mote.

·        Galgos: cães muito ágeis, de pernas compridas e abdômen estreito.

02 – Embora a poesia de Bocage seja composta de palavras muito diferentes, há nele uma coerência interna. Observe atentamente cada um dos versos e explique que tipo de relação pode ser estabelecida entre das palavras que os compõem e entre eles.

      As três palavras que compõem o mote da poesia – “Almas, vidas, pensamentos” – são interpretadas por Bocage como pertencentes ao mesmo campo semântico. Dessa forma, ele desenvolve uma glosa composta de nove versos novos, estruturados em três palavras de mesmo campo semântico, para dar continuidade ao esquema proposto no mote. Disso decorre a coerência textual.

03 – Baseando-se nas definições de Mote e Glosa, você defenderia que a poesia de Bocage segue o padrão dos poemas medievais, ou seja, os versos que compõem a glosa retomam e desenvolvem um mote (motivo, tema)? Justifique.

      Não, na poesia de Bocage o mote não é propriamente desenvolvido, Ele serve apenas de inspiração formal para que o poeta escreva a glosa.

04 – O que é a estrutura principal desta poesia?

      A poesia "Glosa" é uma composição estruturada como uma lista de palavras em forma de verso, organizada em rima.

05 – Quais elementos cotidianos são mencionados na lista de palavras?

      A poesia faz uma enumeração de objetos e seres cotidianos, como calções, polainas, sapatos, percevejos, pulgas, piolhos, azeites, vinagres, molhos, tigelas, pires, pratos, cadelas, galgos, gatos, pauladas, dores, tormentos, burros, cavalos, jumentos, naus, navios, caravelas, corações, tripas, moelas.

06 – Qual é a intenção do autor ao listar esses objetos e seres?

      O autor parece fazer uma reflexão sobre a diversidade da existência e a complexidade do mundo através da enumeração caótica de elementos mundanos e vivos.

07 – O que a poesia sugere sobre a natureza da vida e do pensamento?

      A poesia sugere uma visão da vida como uma sucessão caótica de elementos e seres diversos, refletindo a complexidade e a diversidade da experiência humana e da mente.

08 – Como os versos finais ("Almas, vidas, pensamentos!") resumem o tema geral da poesia?

      Os versos finais enfatizam a profundidade e a essência da vida humana, apontando para a interioridade dos seres por trás da multiplicidade de formas e experiências enumeradas ao longo da poesia.

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