domingo, 12 de maio de 2024

POEMA: NUNCA NÃO SER NINGUÉM NEM NADA - PAULO HENRIQUES BRITTO - COM GABARITO

 Poema: Nunca não ser ninguém nem nada

             Paulo Henriques Britto

Nunca não ser ninguém nem nada,

porém deixar-se estar no tempo

como se a vida fosse água,

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLcFNpRmUZAdXONfFIXKiQL3lNjSTdZ0WdyeilzFQ445nk2GRTEMr0xtVxe6F6lu3EUVhwBJLJGxzm0KnQ2UmWYytFeoT7dncnUsTGz58VYIoF7DHU7tlAb7HNZw1AdGBVVyy6x3rTUjJ0Bu4K3C-3MFxJZulD_RT2mX6-GS9h2UEjudDMoNlbCm6b-w/s320/NINGUEM.jpg

como quem boia à flor da água

sem rumo, sem remo, sem nada

além de sono, tédio e tempo,

 

senhor de todo o espaço e o tempo,

munido só de pão e água

e, sem precisar de mais nada,

 

beber sua água enquanto é tempo.

E, depois, nada.

BRITTO, Paulo Henriques. Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 25.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 134.

Entendendo o poema:

01 – O primeiro verso do poema é construído a partir de uma negação. Transforme-o em um conselho ou recomendação ao leitor. Para isso, suprima o advérbio não e inicie sua frase com o antônimo de nunca.

      Sempre ser alguém e tudo.

02 – A conjunção adversativa porém (segundo verso) introduz uma nova ideia que modifica o que é dito pelo eu lírico no primeiro verso. Que ideia é essa?

      Embora o eu lírico defenda que é preciso sempre ser alguém e procurar ser tudo (na vida), isso deve ser feito de maneira natural e leve (sem prepotência ou arrogância).

03 – Como você já estudou, a rima não é o único recurso sonoro presente em um poema. Repetições de palavras, de frases e de versos – denominadas recorrências – também são recursos comuns nesse gênero textual.

a)   Anote no caderno as palavras que se repetem no poema de Britto.

No poema, há repetições das palavras “nada”, “tempo” e “água” no final dos versos (com exceção da última estrofe, em que aparece a palavra “água” no meio do penúltimo verso) e da palavra “sem”, no segundo verso da segunda estrofe e no último verso da terceira estrofe.

b)   Você observa alguma regularidade nessas recorrências?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: o poeta faz um jogo que consiste em variar a ordem em que as palavras aparecem no final dos versos.

c)   Que função têm essas recorrências para a construção dos sentidos do poema?

Há varias possibilidades de respostas. Sugestão: Mesmo repetidas, as palavras “nada”, “tempo” e “água” surgem e ressurgem ganhando novos sentidos em cada estrofes.

 

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