quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO: EU SOU NORMAL - ADÉLIA CHAGAS - COM GABARITO

Texto: Eu sou normal
       

 Ser radical é coisa do passado. Hoje, muda-se de tribo o tempo todo
                                          Adélia Chagas

        Se você perguntasse a um jovem dos anos 80 a que tribo ele pertencia, as respostas seriam múltiplas. Ele poderia ser punk, metataleiro, dark, new wave, careca, rockabiilly. Um punk tratava um rockabiilly como um Montecchio a um Capuletto em Romeu e Julieta: com desdém, raiva e sopapos. Não é à toa que os psicólogos passaram anos teorizando sobre a turma como a “segunda família”. Era em relação a ela que havia códigos de honra. Era por ela que se combatia e brigava.
        A instituição da “turma” como substituta da “família” mereceu os primeiros estudos nos anos 50. Naquela época, ficou popular o musical West side story, uma versão de Romeu e Julieta que, em vez de Montecchios e Capulettos, punha as tribos dos “Jets” e dos “Sharks”.
        Esse quadro mudou na virada para o século 21.
        Pergunte a um adolescente dos dias de hoje a que tribo ele pertence. Há 99% de chance de que ele responda: “Eu sou normal”. E o que significa ser normal? Não ser tribo? Nada disso. “Normal” é aquele que transita livremente por diferentes turmas. O que é surfista de dia e pagodeiro de noite, por exemplo. Ou a menina que é nerd no colégio, patricinha no shopping mas namora um metaleiro – e frequenta festas de rock pesado com ele. Nos anos 80, uma patricinha (na época elas eram chamadas “burguesinhas”) sofreria gozações num reduto hardcore. Atualmente, a resistência é bem menor.
        Vive-se hoje a era do camaleão. Há várias explicações para o fenômeno. A primeira é que o significado das tribos se dilui. No começo dos anos 80, ser punk era admirar um movimento de jovens ingleses desempregados com plataforma definida. Hoje, dessa tendência, restaram apenas os cabelos com corte moicano e as braçadeiras de couro. Em vez de ideologia, há acessórios. E diversão. A maior parte das tribos, nos dias de hoje, se agrupa em torno de atividades de lazer. Que pode ser esportivo (surfistas e skatistas), cultural (pagodeiros, roqueiros, alternativos que gostam de MPB) ou relativo à vida noturna (clubbers e darks).
        Por isso não faz sentido brigar. Por que combater alguém que apenas se diverte de forma diferente? Melhorar é ficar amigo, para aproveitar diferentes tipos de programa. “Os adolescentes perceberam que não faz sentido se estapear por uma identidade transitória”. Defende o psicanalista e escritor italiano Contardo Calligaris. Entre os mais velhos que viveram, tempos mais radicais, há quem veja nessa mudança constante um lado negativo, um reflexo da superficialidade dos dias atuais. Na verdade, o exercício da tolerância é uma conquista da geração de hoje. (...)

CHAGAS, Adélia. Eu sou “normal”. In: Veja Jovens.
Edição Especial da revista Veja, ano 34, n.38 set.2001. p.38 -9.
Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, de o significado da palavras abaixo:
·        Rockabilly: estilo de rock rápido criado por músicos brancos do sul dos Estados Unidos na década de 1950.

·        Nerd: pessoa obcecada com um assunto que domina, geralmente a informática.

·        Hardcore: grupo marcado por resistência a mudanças, conservadores.

·        Dark: grupo conhecido por se vestir sempre com roupas pretas.

·  New wave: movimento que questiona os valores tradicionais nos campos da música, das artes e da política.

02 – Explique com suas palavras o que, para a autora do texto, é a “era do camaleão”.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É a era em que participa todos os tipos de eventos, não existindo mais a separação de tribos.

03 – A autora do artigo reproduz uma citação do psicanalista Contardo Calligaris: “Os adolescentes perceberam que não faz sentido se estapear por uma identidade transitória”. Explique com suas palavras o que é ter uma “identidade transitória”.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É a identidade que o indivíduo assume de forma temporária.

04 – Você concorda com a opinião de que o adolescente de hoje tem uma identidade transitória, vive na era do camaleão? Explique sua posição e exemplifique, se possível, contando em poucas palavras uma experiência pessoal.
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Dê sua opinião sobre esta posição, referida no artigo: “Entre os mais velhos, que viveram tempos mais radicais, há quem veja nessa mudança constante um lado negativo, um reflexo da superficialidade dos dias atuais.
      Resposta pessoal do aluno.

Um comentário:

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