RETRATO FALADO DO BRASIL
Sérgio Abranches
Comecei a aula com uma pergunta: "O que diferencia a questão social no Brasil e nos EUA?". Silêncio geral.
Imaginei que os alunos não tivessem lido o capítulo. Afirmaram que sim. Foi só então que eu, imaturo, sem o olhar treinado para capturar atitudes e comportamentos em pequenos gestos, percebi o constrangimento da turma. O sinal, característico, que retive como lição das formas sutis do preconceito era o olhar coletivo de soslaio para o único negro na sala. Dirigi-me a ele e denunciei: "Seus colegas estão constrangidos em falar de racismo na sua frente".
Imaginei que os alunos não tivessem lido o capítulo. Afirmaram que sim. Foi só então que eu, imaturo, sem o olhar treinado para capturar atitudes e comportamentos em pequenos gestos, percebi o constrangimento da turma. O sinal, característico, que retive como lição das formas sutis do preconceito era o olhar coletivo de soslaio para o único negro na sala. Dirigi-me a ele e denunciei: "Seus colegas estão constrangidos em falar de racismo na sua frente".
Esta cena se repete toda vez que falo em público sobre a desigualdade racial no Brasil e há aquela pessoa negra, solitária, na plateia. Recentemente, numa palestra para gerentes de um banco, havia uma jovem gerente negra. Uma das raras mulheres e a única pessoa negra. Enfrentou duas correntes discriminatórias para estar ali: ser negra e ser mulher. Os colegas se sentiam desconfortáveis porque eu falava do "problema dela".
“Ela" não tinha problema, claro. Era uma pessoa natural, do gênero feminino e negra.
Nascemos assim. O problema é os outros não quererem ver a discriminação. Essa inversão típica é que caracteriza a questão racial no Brasil. É como se os negros tivessem um problema de cor, e não a sociedade o problema do preconceito.
(ABRANCHES, Sérgio. Retrato falado do Brasil. Veja, São Paulo, ano 36, n. 46, p. 27, nov. 2003 Adaptação.
01. O texto diz respeito à:
(B) desigualdade racial no Brasil.
(C) diferença de oportunidades entre homens e mulheres.
(D) diferença de oportunidades entre ricos e pobres.
02. A sociedade não quer enxergar a discriminação racial por achar que:
(A) esse problema pertence ao negro.
(B) essa questão é idêntica nos EUA e no Brasil.
(C) muitos gerentes de banco são homens negros.
(D) a mulher negra tem oportunidades na carreira.
03. Em “Ela não tinha problema, claro." o termo destacado foi empregado para demonstrar o preconceito:
(A) do autor do texto.
(B) dos colegas da negra.
(C) da gerente negra.
(D) dos colegas negros.
04. As ideias desenvolvidas no texto revelam um autor:
(A) solidário com os alunos brancos.
(B) compreensivo com os racistas.
(C) solidário com os negros.
(D) compreensivo com as mulheres
Olá! Tire-me uma dúvida por favor! Na questão 03 em " Ela não tinha problema, claro." a alternativa C , reporta à palavra preconceito e o uso da preposição (da)- da gerente negra-, ou seja o preconceito pertence à gerente negra ou o "problema" se refere ao fato da cor negra não ser um problema, claro? Perdoe-me algum erro de interpretação mas preciso entender.Obrigada.
ResponderExcluirO 3 é a letra B.
ExcluirObrigado!
ResponderExcluirQual e as criticas apresentada nos últimos paragrafo?
ResponderExcluirQual a crítica apresentada pelo autor ?
ResponderExcluirQual a crítica apresentada pelo autor
ResponderExcluir.
ResponderExcluirObg
ResponderExcluiressa resposta ñ tem nd a ver com as perguntas que eu fiz
ResponderExcluireu ñ entende
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