sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

CRÔNICA : O PRIMEIRO PÊLO - MÁRIO DONATO - COM GABARITO

CRÔNICA: O PRIMEIRO PÊLO


        Elias, aquele pedacinho de gente, com a cara mais atrevida deste mundo, plantou-se diante do pai, que lia o jornal.
-- Pai, eu já sou um homem!
        Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:
-- Pai, eu já sou um homem!
        -- Você sempre foi, meu filho. Desde que nasceu – respondeu, afinal o pai.
        -- Isso eu sei. Quero dizer, agora já sou grande.
        -- Não me parece que você tenha crescido muito de ontem para hoje ... – disse o pai, olhando o garoto de alto a baixo.
        -- É que eu sou ... eu sou ...
        -- Já sei. Você quer dizer que se tornou adulto.
        -- É, é isso mesmo.
        -- E por que o senhor meu filho acha que se tornou adulto de ontem para hoje?
        -- O senhor está vendo aqui? – E apontava um pontinho preto no queixo. – Está vendo?
        -- Não vejo nada. Venha mais perto. Ahnn! Será que estou vendo um pelinho aí?
        -- É o meu fio de barba, pai. Eu já sou um homem.
        -- Ora, meu filho! É apenas um fio, e um fio não faz uma barba toda. Aliás, lembra-se de sua avó, minha mãe? A vovó tinha uma verruguinha no queixo e três fios de barba. Veja bem: três fios. Nem por isso ela dizia que era homem!
        -- Mas eu já sou um adul... Isso que o senhor disse. Por isso, preciso de aumento de mesada, quero chegar tarde em casa e levar a chave da porta.
        -- É uma pena, é uma pena ... lamentou o pai, balançando a cabeça.
        -- Pena porque ia dar-lhe um presente agora que você completa doze anos. Mas ... Preciso mudar de presente.
        -- Mudar, pai?
        -- Claro, quando você era menino, ia ganhar uma bicicleta dessas que você sempre quis. Mas, sendo um homem, vou dar a você um aparelho de barba.
        O garoto apoiou-se num pé, depois no outro, profundamente pensativo. Ah! Ia perder aquela sonhada bicicleta! Resolveu:
        -- Pai, vamos fazer uma coisa. Eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
        -- Certo – concordou o pai. – E peça à sua mãe para tirar esse pelinho daí com uma pinça. Não fica bem um menino com barba de homem.

                                                                                      Mário Donato
Entendendo o texto:

01 – O texto conta uma conversa entre duas pessoas. Quais são elas?    
      O pai e o Elias.

02 – Para afirmar que já é um homem, Elias dirige-se ao pai com segurança, com humildade ou com medo? Justifique com citações do texto.     
      Segurança.

03 – Ao responder que o filho era homem desde que nasceu, o pai referia-se ao aspecto físico, psicológico ou social?     
      Físico.

04 – Por que Elias achava que já era adulto?     
      Por causa de um fio de barba.

05 – O fato de ser adulto, segundo Elias, dava-lhe alguns direitos. Quais?     
      Aumentar a mesada, chegar mais tarde e levar a chave da porta.

06 - Por que Elias resolveu “deixar para ficar homem mais tarde”?
      Para poder ganhar a bicicleta, que era o seu sonho. 

07 – Baseado no que acabou de ler, destaque o assunto principal do texto.
a) O primeiro dia de aula de Elias.
b) O primeiro pelo que nasceu em Elias.
c) A história da bicicleta que Elias ganhou.
d) O dia que Elias não foi à escola.

08 – Qual a finalidade desse tipo de texto?
a) Narrar uma história.
b) Anunciar algo.
c) Divertir o público.
d) Descrever algo.

09 – Leia a frase: “— Pai, eu já sou um homem! Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:”. Agora, pinte os quadros onde aparecem os sinais de pontuação utilizados no texto acima, na ordem em que eles aparecem.
a) , . ! . ! ?
b) , . _ , . ?
c) _ , ! , :
d) . ? ! _

10 – Leia: “— E por que o senhor meu filho acha que se tornou adulto de ontem para hoje?”. Qual a função do ponto “?” utilizado no final da frase?
a) Finalizar.
b) Pergunta.
c) Exclamar.
d) Pausar.

11 – Leia a frase no quadro abaixo, preenchendo de forma correta as pontuações que faltam no texto.
        E por que o senhor meu filho acha que se tornou adulto de ontem para hoje? – O senhor está vendo aqui? E apontava um pontinho preto no queixo. Está vendo?

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