TEXTO: UMA APOSTA EM TODAS AS MÍDIAS
Um dos
maiores erros que se cometem quando se fala em TV, ou em
Internet, é imaginar que a mídia nova acaba com a velha. Gente
apressada fala em morte do livro, como antes disso falou em superação do rádio.
Até agora, nada disso ocorreu, e por uma razão simples: cada mídia tem seu
nicho, seu lugar. Cada meio de comunicação atende a necessidades, a
desejos, a anseios diferentes. O enriquecedor é a gente saber lidar
com todos e jogar com um para usar
melhor o outro.
Compare o
livro à tela de computador. O livro é muito mais amistoso,
mais fácil de manejar, de levar, de
possuir. A tela é fria. Podemos variar as letras ('fonts'), mudar a
cor, trocar as peles ('skins'), fazer o que quiser: nada ainda se
compara à invenção de Gutemberg para levar à praia, ler na cama,
dobrar pela lombada. Pouquíssima gente lê um texto longo na tela - quase
todos o imprimem e leem em papel, e ainda assim é mais enfadonho que
um livro, porque sai sempre no mesmo sulfite, na mesma tinta, enquanto o livro varia bastante.
É verdade
que há mudanças que eliminam uma mídia. Quando surgiu o livro,
isto é, um grande conjunto de folhas costuradas sob uma capa, ele venceu e
depois liquidou o rolo. Antes do livro (seu nome técnico é 'códice'),
ler era uma proeza, que exigia virar um longo rolo. Assim como imprimir um
formulário contínuo e depois lê-lo, sem soltar as páginas. Difícil, não é?
O códice é mais prático, e contínua vivo. Não foi por acaso que o
maior defensor da nova mídia, Bill Gates, gastou uma fortuna para comprar um
códice de Leonardo Da Vinci.
O que isso
tem a ver com a TV? Quero argumentar que o procedimento avançado
não é substituir um meio pelo mais novo. Só num país em que tem
charme mostrar-se inculto, como no Brasil, uma ideia assim tola pode
prosperar.. O avançado é dominar os vários meios. Nosso mundo exige
que sejamos multimeios. É como saber várias línguas, conhecer vários países, dominar vários
instrumentos.
RIBEIRO, Renato Janine. Uma aposta em todas as
mídias. O Estado de S. Paulo, 5/11/00, p.
1. Ao
comparar os recursos oferecidos pelo livro com os disponíveis no computador, o
texto afirma que a tela do computador é
(A)
fria e enfadonha.
(B) fácil
de levar.
(C)
amistosa.
(D) fácil
de ler.
2.
No texto defende-se a ideia de que o livro é
(A) uma
mídia enfadonha.
(B) uma
mídia ultrapassada.
(C) um
invento superado pela internet.
(D)
um meio de comunicação insubstituível.
3. Segundo o
texto, é bom apostar em todas as mídias porque
(A)
ampliam o conhecimento.
(B)
aumentam a tecnologia.
(C)
desvalorizam as novidades.
(D) reduzem
as informações.
4. O autor assume uma
postura avaliativa ao dizer que
(A)
o livro é muito mais amistoso do que a tela do computador.
(B) gente
apressada fala em morte do livro.
(C) Bill
Gates gastou uma fortuna para comprar um códice.
(D) antes
do livro, ler era uma proeza.
5. O texto "Uma
aposta em todas as mídias" defende a idéia de que
(A) a
internet é uma mídia que superou a TV.
(B) a tela
do computador é mais fácil de manejar.
(C) o livro
perdeu sua importância depois do rádio.
(D)
o mundo exige que as pessoas sejam multimeios.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMe ajude com essa pergunta
ResponderExcluirA 6 e a A
ResponderExcluirEsse texto pertence a que gênero.
ResponderExcluirQue finalidade tem esse texto?
ResponderExcluirObrigada
ResponderExcluir