domingo, 27 de abril de 2025

CRÔNICA: O HUMOR É VIRTUAL - LEANDRO SARMATZ - COM GABARITO

 Crônica: O humor é virtual

        Mas a risada é bem real em tempos de internet

por Leandro Sarmatz

        A televisão matou a janela (como dizia Nelson Rodrigues)? Pouco provável. São raras as ocasiões em que a chegada de um novo meio aniquila o anterior. Certamente o advento do cinema falado fez mal aos atores de cinema mudo que não tinham “voz” para a telona (episódio que é recuperado, em tom de comédia, no clássico Cantando na Chuva). 



Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2mqCYAofhC25h6TMmEqRJrM3Y0GYJaEGaRm76B6HxhYq-q3wGNK66MjD_nqUn2eoxnwIjlha3hCRlMj7z3jPuhutt3qCzFCjgJtIzUMixyTEXwgu1N9OFTTpStjJAIqmIKIqMp4cHesHb-dM8XkY2N7qXRFzQoZ25bEn1rbC6Fq2Q-RsgaTwonHxqW6g/s1600/CHUVA.jpg

E o humor em tempos de internet, que é dele? Há duas formas de ver a questão. Por um lado, a internet – em sites estilo Youtube – está dispensando a narrativa, uma vez que basta se conectar para ver determinada situação hilária. Esse, pois, foi o resultado de uma pesquisa feita recentemente na Inglaterra. Assim: aquela conversa de segunda-feira na firma, quando alguém narrava longamente, e com detalhes, que viu na TV como um sujeito acima do peso tropeçava na neve e era quase abocanhado por um urso branco, sumiu do mapa. Para que contar, se é possível ver? Aqui jaz a anedota, concluiu pesquisa. Por outro lado, nunca se conviveu com tanto humor. Ligue o computador e comprove: há cada vez mais sites e blogs experimentando um novo humor – muitas vezes absorvido pelas mídias tradicionais, como a TV e o cinema. São esquetes, montagens capciosas de imagens de celebridades em momentos constrangedores, paródias de notícias. Deboche correndo solto na rede. Pois o homem é o único animal que ri, dizia Aristóteles. Ri e se conecta.

Adaptado de: Leandro Sarmatz. Vida Simples, nº 63.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 340.

Entendendo a crônica:

01 – Qual é a principal questão levantada pelo autor em relação ao humor na era da internet?

      A principal questão é como o advento da internet e de plataformas como o YouTube impactaram a forma como o humor é criado, consumido e compartilhado, e se isso significa o fim de formas tradicionais de humor, como a anedota contada oralmente.

02 – Segundo a pesquisa mencionada na crônica, qual foi o impacto da internet nas narrativas humorísticas cotidianas?

      A pesquisa realizada na Inglaterra concluiu que a internet levou ao declínio da anedota contada oralmente, como a pessoa que narrava longamente um acontecimento engraçado visto na televisão. A facilidade de mostrar o vídeo online tornou a necessidade da narrativa detalhada obsoleta.

03 – Apesar do impacto mencionado na pergunta anterior, qual é a outra perspectiva apresentada pelo autor sobre o humor na internet?

      A outra perspectiva é que nunca se conviveu com tanto humor como na era da internet. Há um número crescente de sites e blogs experimentando novas formas de humor, como esquetes, montagens de imagens e paródias, que muitas vezes são absorvidas pelas mídias tradicionais.

04 – Que tipo de humor o autor observa proliferar na internet?

      O autor observa a proliferação de um humor caracterizado por deboche, esquetes, montagens capciosas de imagens de celebridades em situações constrangedoras e paródias de notícias.

05 – Qual a conexão que o autor estabelece entre o ser humano, o riso e a internet, citando Aristóteles?

      O autor, citando Aristóteles, lembra que o homem é o único animal que ri. Ele então conecta essa característica humana fundamental com a capacidade da internet de promover a conexão entre as pessoas através do humor, sugerindo que rir e se conectar são atividades intrinsecamente ligadas na era digital.

 

 

NOTÍCIA: GOVERNO TRABALHARÁ PARA MUDAR LEI SECA, DIZ MINISTRO DA JUSTIÇA - FELIPE SELIGMAN - COM GABARITO

 Notícia: Governo trabalhará para mudar Lei Seca, diz ministro da Justiça

Felipe Seligman – de Brasília

        O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou nesta quinta-feira que o governo deverá buscar “rapidamente” uma mudança da Lei Seca para que seja possível a punição de motoristas que bebem e dirigem, mesmo quando houver a recusa de fazer o teste de bafômetro.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju5tN2G7hnMn1tVj_h337eXbhw-bMbQQrey06wfjd2IdPikgxdfVqLQ2BQXPvWcde2TgQMkc6qlaNUfZXo0gAeP9iIbwzDLffbC32RU0gldNuTpn-L5xDlxsyTbd6VeBAj90K6JtT1ESlCjS0B9hR8TO5nOW-7ykjQ0YnJhGRnYVAiKk7vSq8VusdvEpE/s1600/images.jpg

        “Precisamos dialogar com o Poder Legislativo para mudar a Lei Seca sem mudar o seu espírito. Nós já havíamos nos adiantado e já havíamos conversado com as principais lideranças partidárias. Existem projetos de lei que já estão em curso”, afirmou Cardozo. O mais avançado deles, que prevê provas para a embriaguez como o depoimento de testemunhas, deve ser votado nos próximos dias pela Câmara dos Deputados.

        Ontem (28), o STJ decidiu que somente o bafômetro e o exame de sangue podem atestar a embriaguez do motorista e excluiu provas testemunhais ou exame médico.

        Com isso, a Lei Seca fica esvaziada, uma vez que o motorista não é obrigado a produzir provas contra si e pode recusar os exames aceitos pelo STJ, e a comprovação de embriaguez pode ficar inviabilizada. [...]

        LEI SECA

        Limites do álcool

        A partir de 6 decigramas por litro de sangue

        Crime de trânsito e penas administrativas.

        De 2 até 5,99 decigramas por litro de sangue

        Penas administrativas.

        Até 1,99 decigrama por litro de sangue

        Não há punição.

        De acordo com o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, quem conduzir veículo com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior ao permitido pode ter pena de seis meses a três anos, multa e suspensão da habilitação. Essa pena permanece para quem dirigir sob efeitos de álcool.

        Pelo projeto em tramitação na Câmara, as penas são mais severas. Para quem dirigir alcoolizado e provocar morte, estará sujeito de 8 a 16 anos de prisão, além de multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir.

        Se dirigir bêbado e provocar lesão corporal de natureza grave, aplica-se a pena de reclusão, de 6 a 12, além de multa e suspensão da carteira de motorista. Há ainda pena de detenção, de 1 a 4 anos, para quem provocar lesão corporal.

Disponível em: http://www1.folha.uol.br/cotidiano/1069025-governo-trabalhara-para-mudar-a-lei-seca-diz-ministro-da-justica.shtml. Acesso em: 31/3/2012.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 338-339.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal objetivo do governo ao buscar a mudança da Lei Seca, de acordo com o ministro da Justiça?

      O principal objetivo é possibilitar a punição de motoristas que dirigem sob a influência de álcool, mesmo quando se recusam a fazer o teste do bafômetro.

02 – Por que o governo considera urgente a mudança na Lei Seca?

      A urgência se deve à recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou que apenas o bafômetro e o exame de sangue são válidos para atestar a embriaguez, excluindo outras provas como depoimentos de testemunhas ou exames médicos. Essa decisão esvazia a lei, pois os motoristas podem se recusar a fazer os testes e evitar a comprovação da embriaguez.

03 – Qual é a estratégia do governo para realizar essa mudança na Lei Seca?

      A estratégia é dialogar com o Poder Legislativo, aproveitando projetos de lei que já estão em curso na Câmara dos Deputados, sendo o mais avançado deles o que prevê a utilização de outras provas de embriaguez, como depoimentos de testemunhas.

04 – Qual é a situação atual do projeto de lei mencionado na notícia?

      O projeto de lei que prevê a utilização de outras provas para comprovar a embriaguez está em tramitação na Câmara dos Deputados e deve ser votado nos próximos dias.

05 – Quais são os limites de álcool no sangue estabelecidos pela Lei Seca atual e quais as penalidades correspondentes?

      A partir de 6 decigramas por litro de sangue: Crime de trânsito e penas administrativas (multa e suspensão da habilitação).

      De 2 até 5,99 decigramas por litro de sangue: Penas administrativas.

      Até 1,99 decigrama por litro de sangue: Não há punição.

06 – Quais são as penalidades previstas no projeto de lei em tramitação para motoristas alcoolizados que causarem morte ou lesão corporal grave?

      Morte: Reclusão de 8 a 16 anos, além de multa e suspensão ou proibição de obter a habilitação.

      Lesão corporal de natureza grave: Reclusão de 6 a 12 anos, além de multa e suspensão da carteira de motorista.

      Lesão corporal: Detenção de 1 a 4 anos.

07 – Qual o argumento do ministro da Justiça ao defender a mudança na Lei Seca, mesmo sem alterar seu "espírito"?

      O argumento é que a mudança é necessária para garantir a efetividade da lei e a punição de motoristas que colocam em risco a segurança no trânsito ao dirigir alcoolizados, mesmo que se recusem a realizar os testes tradicionais. O objetivo é manter a intenção original da Lei Seca, que é combater a combinação perigosa de álcool e direção.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O PORTUGUÊS DA GENTE - RODOLFO ILARI E RENATO BASSO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: O português da gente

           Rodolfo Ilari e Renato Basso

        Como se sabe, os escritores brasileiros do período romântico interpretaram o ideário de sua escola literária num contexto criado pela independência política; por isso, entenderam a exaltação da natureza como exaltação da natureza tropical e elaboraram um mito das origens da nacionalidade em que no lugar do cavaleiro medieval aparece o índio.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinAjqjQKU9GkTlv_TxmUgxdw1bd_WkXeQ2JxqRYdvQ77tty3zaG2MIPUbKy_7F0beN9TptRxVzrpc2KBmVKA4kk88uDoOn7FS91zFsMwzk8gOPiemNVzROc_SLkdglna8QICfdkEgf_MaHh0pyz8n1KpWFFyXkSpoplf973U_DOyKwlefMI7eHoYRY6FM/s320/dd44daabc094f56aad0c6ef00134f57e.jpeg


        Logo depois da Independência, surgiu no Brasil a questão de saber em que língua deveria expressar-se a literatura brasileira, e muitos intelectuais optaram por denominações como “língua nacional” ou mesmo “língua brasileira” – denominações nas quais Portugal não estava presente. Alguns escritores foram além de uma atitude meramente programática, usando uma linguagem literária em que os “brasileirismos” tinham um papel considerável.

        José de Alencar foi um desses escritores, e o melhor exemplo desse estilo é a obra Iracema, que, embora se apresentasse como romance, tem todas as características de um longo poema em prosa. Diferentemente de tudo quanto tinha aparecido até então em língua portuguesa, o estilo dessa obra não deixou de provocar reações iradas do outro lado do Atlântico: o filólogo português Pinheiro Chagas fez dele uma avaliação muito depreciativa, à qual Alencar responderia acrescentando à segunda edição de Iracema um post-scriptum que ficou célebre.

        Mas a polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas não foi a única em que autores brasileiros e portugueses se enfrentaram a propósito da linguagem literária. Contudo, a polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas permanece como um marco, pela lucidez do pensamento de Alencar e por ter lançado a ideia de que a linguagem literária deveria ser construída a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros. Trata-se de um programa que, por um lado, livra o escritor do peso dos modelos antigos e, por outro, o engaja numa pesquisa de linguagem que pode levar a resultados riquíssimos, como mostraram, bem mais tarde, as obras de alguns modernistas (particularmente os da vertente regionalista) e, acima de tudo, a linguagem literária de Guimarães Rosa, na qual o popular e o literário se confundem num constante jogo de espelhos.

ILARI, Rodolfo e BASSO, Renato. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2006, p.214-218. Adaptado.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 210.

Entendendo o texto:

01 – De que maneira o contexto da independência política influenciou os escritores brasileiros do período romântico e como isso se refletiu em sua produção literária, segundo o texto?

      Após a independência política, os escritores românticos brasileiros interpretaram o ideário de sua escola literária exaltando a natureza tropical em vez da natureza europeia e construindo um mito de origem da nacionalidade onde o índio substituiu o cavaleiro medieval como figura central.

02 – Qual foi a questão linguística que surgiu no Brasil logo após a Independência e quais denominações foram propostas por alguns intelectuais para a língua falada no país?

      A questão linguística que surgiu foi sobre em que língua a literatura brasileira deveria ser expressa. Alguns intelectuais propuseram denominações como "língua nacional" ou "língua brasileira", excluindo a referência a Portugal.

03 – Quem foi José de Alencar e qual de suas obras é citada como um exemplo do uso de "brasileirismos" na linguagem literária?

      José de Alencar foi um escritor brasileiro que utilizou uma linguagem literária com um papel considerável de "brasileirismos". A obra citada como melhor exemplo desse estilo é Iracema, que é descrita como tendo características de um longo poema em prosa.

04 – Qual foi a reação do filólogo português Pinheiro Chagas à obra Iracema e como José de Alencar respondeu a essa crítica?

      O filólogo português Pinheiro Chagas fez uma avaliação muito depreciativa da obra Iracema. José de Alencar respondeu a essa crítica acrescentando um post-scriptum que se tornou célebre à segunda edição do livro.

05 – Qual a importância da polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas, de acordo com o texto, para a literatura brasileira?

      A polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas é considerada um marco pela lucidez do pensamento de Alencar e por ter lançado a ideia de que a linguagem literária deveria ser construída a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros.

06 – Qual o programa literário defendido por Alencar e quais são os dois aspectos desse programa destacados no texto?

      O programa literário defendido por Alencar era o de construir a linguagem literária a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros. Os dois aspectos destacados são: libertar o escritor do peso dos modelos antigos e engajá-lo numa pesquisa de linguagem que pode levar a resultados ricos.

07 – Que autores e movimentos literários posteriores são mencionados como exemplos da concretização do programa de Alencar em relação à linguagem literária?

      São mencionados como exemplos da concretização do programa de Alencar as obras de alguns modernistas (particularmente os da vertente regionalista) e, acima de tudo, a linguagem literária de Guimarães Rosa, na qual o popular e o literário se misturam constantemente.

 

 

NOTÍCIA: CONFERÊNCIA DA ONU DEVE TER METAS PARA A SUSTENTABILIDADE - CLÁUDIO ÂNGELO - COM GABARITO

 Notícia: Conferência da ONU deve ter metas para a sustentabilidade

          Cláudio Ângelo – de Brasília

        Pelo menos um consenso já existe na conferência Rio + 20: diplomatas reunidos nesta semana na sede da ONU, em Nova York, definiram que a cúpula proporá a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc45Gy9ek1RicRFhlHDQCEuG8qrsSdxi85SnlSiJIt2C0XLYv4k74gGGBtU0NOBgxHlViorFzGiqiGeKe_h5niraaBwiQPsR3pNm8-W7GO0eMK5ye1UUh8ID1PF5WUL1U41PRR0FwHtMEjEi1NDpuc7xwsh7MvtDkURQvJ4yFdKS2fVotwmYng48yWfzM/s320/noticias_todas_ods-73b29de613f4ae868c3a2b97d7fe6010.jpg


        Trata-se de um conjunto de metas a serem adotadas por todos os países do mundo em áreas como energia limpa, segurança alimentar e preservação dos mares.

        A ideia tem sido discutida desde o começo das negociações do texto da conferência, mas alguns países ainda não concordavam com ela.

        “Eu não vi ninguém se opondo desta vez”, disse à Folha Fernando Lyrio, assessor para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente. Ele participou do encontro em Nova York, a primeira rodada de negociações em torno do chamado "Rascunho Zero” do texto da Rio+20.

        O debate agora é sobre a forma como a conferência abordará os objetivos. Não será possível definir todas as metas no Rio, mas o Brasil quer definir um roteiro com prazos para a sua adoção. Outros países querem que a Rio+20 “lance um processo”, ou seja, abra discussões.

        Os dissensos não param por aí: na reunião, vários países reclamaram de que “elementos-chave da sustentabilidade” não estão no texto em negociação, que cresceu de 20 páginas para 178 páginas.

        Segundo Lyrio, ainda há um longo debate sobre a promoção do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) a uma agência, proposta pelos europeus.

        E ninguém falou ainda sobre dinheiro, palavra maldita para os países desenvolvidos, em crise.

        “Vai ser um processo árdua”, disse o secretário-geral da Rio+20, Zukang Sha.

Folha de São Paulo, 29/3/2012. Ciência.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 337.

Entendendo a notícia:

01 – Qual foi o principal consenso alcançado na reunião de diplomatas da ONU em Nova York, preparatória para a Rio+20?

      O principal consenso foi a definição de que a cúpula da Rio+20 proporá a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

02 – O que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que serão propostos na Rio+20?

      Os ODS são um conjunto de metas a serem adotadas por todos os países do mundo em áreas cruciais como energia limpa, segurança alimentar e preservação dos mares.

03 – Qual a diferença de perspectiva entre o Brasil e outros países em relação à definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável durante a Rio+20?

      O Brasil busca definir um roteiro com prazos para a adoção dos ODS já durante a conferência no Rio de Janeiro, enquanto outros países preferem que a Rio+20 apenas "lance um processo", ou seja, inicie as discussões sobre as metas.

04 – Além da forma de abordar os ODS, que outra divergência foi apontada na reunião preparatória em Nova York?

      Vários países reclamaram que "elementos-chave da sustentabilidade" não estavam adequadamente representados no texto em negociação, que havia crescido significativamente em extensão.

05 – Qual a proposta dos países europeus que ainda está em debate nas negociações para a Rio+20, conforme mencionado na notícia?

      Os países europeus propõem a promoção do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) a uma agência da ONU, o que ainda está sendo discutido.

06 – Qual tema delicado para os países desenvolvidos, especialmente em contexto de crise, ainda não havia sido abordado nas discussões preparatórias para a Rio+20?

      O tema delicado que ainda não havia sido abordado era o financiamento, ou seja, a questão do dinheiro necessário para implementar as iniciativas de sustentabilidade.

07 – Qual a previsão do secretário-geral da Rio+20, Zukang Sha, sobre o processo de negociação para a conferência?

      O secretário-geral da Rio+20, Zukang Sha, previu que o processo de negociação para a conferência seria "árduo", indicando a expectativa de desafios e dificuldades para se chegar a acordos.

 

CRÔNICA: GENTE VENENOSA: OS SABOTADORES - M. BRAVOS - COM GABARITO

 CRÔNICA: GENTE VENENOSA: OS SABOTADORES

            M. Bravos

        Não há como afirmar que existe alguém totalmente bom ou totalmente mau como nas maniqueístas histórias infantis. Mas em determinadas situações há pessoas de personalidade difícil, que potencializam as fragilidades de quem está a sua volta, semeando frustrações e desestruturando sonhos alheios. Atitudes que, em resumo, envenenam. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6jRrcDTWajvaoUQAbkcShKt8i23298VZSFlMI2qCIeHqYCaw9tq6cnTfkwctomHbPMLheyASjqoops4fh8eRcmx9r8iBbW2iUuaNDnItZzJUyNQMBoZf4_Hl24pTAI721D6OI4pidocQPlq-HgIsZq8pTJtHvmDpYKWHwVf-ymFml6owoabVhtawUL8U/s320/mas-gente-toxica-4.jpg


O terapeuta familiar argentino Bernardo Stamateas identificou essas pessoas, cunhou o termo “gente tóxica” e falou sobre elas no livro Gente tóxica - como lidar com pessoas difíceis e não ser dominado por elas. Assim como uma maçã estragada em uma fruteira é capaz de contaminar as outras frutas boas, as pessoas tóxicas, segundo Stamateas, tendem a envenenar a vida, plantar dúvidas e colocar uma pulga atrás da orelha de qualquer um. A vilania da situação reside no fato de que gente tóxica está sempre à espera da queda ou da frustração de alguém próximo para, então, assumir o papel de protagonista. “Eles (os tóxicos) se sentem intocáveis e com capacidade de ver a palha no olho do outro e não no seu”, comenta o autor.

Adaptado de: BRAVOS, M. Gente Venenosa: os sabotadores. Gazeta do Povo- Suplemento Viver Bem, 19 set. 2010, p. 6.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 212.

Entendendo o texto:

01 – Segundo o texto, qual a visão sobre a existência de pessoas totalmente boas ou totalmente más e como são caracterizadas as pessoas de "personalidade difícil" em certas situações?

      O texto afirma que não existem pessoas totalmente boas ou totalmente más como nas histórias infantis maniqueístas. Em certas situações, existem pessoas de "personalidade difícil" que potencializam as fragilidades de quem está ao seu redor, semeando frustrações e desestruturando sonhos alheios, atitudes que "envenenam".

02 – Quem é Bernardo Stamateas e qual conceito ele desenvolveu para descrever esse tipo de pessoa prejudicial?

      Bernardo Stamateas é um terapeuta familiar argentino que identificou essas pessoas prejudiciais e cunhou o termo "gente tóxica". Ele também escreveu o livro Gente tóxica – como lidar com pessoas difíceis e não ser dominado por elas sobre o assunto.

03 – Qual a analogia utilizada no texto para ilustrar a influência negativa das pessoas tóxicas em seu entorno?

      O texto utiliza a analogia de uma maçã estragada em uma fruteira, que é capaz de contaminar as outras frutas boas, para ilustrar como as pessoas tóxicas tendem a envenenar a vida, plantar dúvidas e gerar desconfiança em quem está próximo.

04 – Qual a característica da "vilania" da gente tóxica descrita no texto em relação ao sucesso ou fracasso de outras pessoas?

      A "vilania" da gente tóxica reside no fato de que elas estão sempre à espera da queda ou da frustração de alguém próximo para, então, assumir o papel de protagonista, ou seja, se destacar ou se sentir superiores diante da dificuldade alheia.

05 – Que percepção as pessoas tóxicas têm de si mesmas em relação aos outros, de acordo com o autor citado no texto?

      Segundo o autor Bernardo Stamateas, as pessoas tóxicas se sentem intocáveis e com capacidade de ver os defeitos ("a palha no olho") dos outros, mas não reconhecem os próprios defeitos ("a trave no seu").

 

 

NOTÍCIA: THIAGO PEREIRA TEM NOVO EMPRESÁRIO: FERNANDO XUXA SCHERER - VEJA - SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Thiago Pereira tem novo empresário: Fernando Xuxa Scherer

        Depois de empresariar Cesar Cielo entre 2007 e 2009, Fernando Scherer, o Xuxa, foi contratado para cuidar da carreira de outra estrela nacional das piscinas: Thiago Pereira, do Corinthians, especialista em provas como os 400 metros medley e esperança de medalha na Olimpíada de Londres. Segundo o contrato fechado recentemente pela dupla, Xuxa será responsável pela busca de patrocinadores e por montar um plano de carreira para quando o pupilo encerrar suas atividades.

 
 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf7PO0xSsvMfiFo0wuPD8qXoJqr0tLAMd9JOM2E3JIAyefhyphenhyphenPX7bW0rpht7YLdG89tHsS9L7kO2KOcUmu3WopQeXHAoDCdG9w29IGYiV3GeS68CfEcZ1mwBYXBFn3U1xNK-7LtwqwiEN3svfVXLgXarNRDX1Hl_-BYOYq9W8jtE0JdmT7VSezI1gbkJBc/s320/thiago-pereira-fala-dos-protocolos-de-seguranca-em-toquio-985969_widexl.jpg



        Com 26 anos de idade, Thiago planeja competir até 2016. “Nessa fase pós-esporte, quero agendar palestras para ele e ajuda-lo até a fazer investimentos financeiros”, explica o ex-nadador.

Veja, São Paulo, 16/5/2012.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 246.

Entendendo a notícia:

01 – Quem Fernando Scherer, o Xuxa, empresariou antes de Thiago Pereira?

      Fernando Scherer, o Xuxa, empresariou o nadador Cesar Cielo entre 2007 e 2009.

02 – Qual a especialidade de Thiago Pereira nas provas de natação e qual Olimpíada é mencionada como um objetivo de medalha?

      Thiago Pereira é especialista em provas como os 400 metros medley e a Olimpíada de Londres é mencionada como um objetivo de medalha.

03 – Quais são as responsabilidades de Fernando Xuxa Scherer como empresário de Thiago Pereira, de acordo com o contrato?

      Segundo o contrato, Xuxa será responsável pela busca de patrocinadores e por montar um plano de carreira para quando Thiago Pereira encerrar suas atividades como atleta.

04 – Até qual ano Thiago Pereira planeja competir profissionalmente, de acordo com a notícia?

      Thiago Pereira planeja competir até o ano de 2016.

05 – Quais planos Fernando Xuxa Scherer tem para a fase pós-carreira esportiva de Thiago Pereira?

      Fernando Xuxa Scherer planeja agendar palestras para Thiago Pereira e ajudá-lo a fazer investimentos financeiros em sua fase pós-carreira esportiva.

 

 

NOTÍCIA: FILME PROPÕE UM OLHAR AMOROSO MAS NÃO IDEALIZADO - LUIZ ZANIN ORICCHIO - COM GABARITO

 Notícia: Filme propõe um olhar amoroso mas não idealizado

            Por LUIZ ZANIN ORICCHIO – O Estado de S. Paulo – 05/04/2012 | 03h10

        Cao Hamburger pensou a saga da criação do Parque Nacional do Xingu da maneira como foi – resultado de idealismo e do sentimento de aventura. Qualidades, aliás, que se foram erodindo com o tempo até caírem de moda, pelo menos no plano prático. Nos discursos vazios, continuam sendo palavras nobres.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKulgpl2Jd8I3UMj5BSVMAou_mqdAv7sP_CXAQBLwE4gNZKfrMSydh-clCQl2rs82la3-lxZT20crqKAGHUEr1uj7jyynUU5T-ofLKAxvfx5hR3LiXMNvNu8x2W4yTELwi1Pn-f3zgpVIsZfcm83QQ50F4t0-jsBSaRx4zZLie625Jz80TPSxRTbXE3Uc/s1600/images.jpg


        Os irmãos eram de fato aventureiros, mas nada preocupados em amealhar riquezas. Era o aspecto humano que os tentava. No caso, a sobrevivência dos índios no interior de um país que já começava a fechar-lhes o cerco. Sua missão era basicamente humanística, no que essa qualidade tem de mais nobre: respeitar e preservar culturas alheias. Mesmo que seja à força: numa das cenas, uma família é arrancada da sua terra, sob ameaça de arma, e embarcada rumo ao Xingu. Se permanecesse onde queria, seria dizimada.

        É bom também que os Villas Bôas não sejam apresentados como seres perfeitos. Cada um deles é visto em suas contradições. Leonardo (Caio Blat) com sua fraqueza e o envolvimento com uma índia; Cláudio (João Miguel) com suas incertezas, o que faz dele o personagem mais complexo, muito por mérito do ator; Orlando (Felipe Camargo), com seu senso prático obstinado. Há conflitos entre os irmãos. Leonardo é alijado do grupo. Cláudio acusa Orlando de excessiva flexibilidade política; este lhe responde que, sem negociar, nada conseguiriam. É verdade. Tanto assim que obtém a assinatura do decreto que cria o Parque Nacional do Xingu do mais improvável dos personagens, Jânio Quadros, em sua breve e desastrada presidência.

        E há os índios, seu meio ambiente, seu modo de ser, que se tornam, de fato, os personagens maiores deste filme amoroso, mas nada piegas e nem cultor do mito do bom selvagem. A natureza é tanto sedutora quanto hostil. As relações humanas, tão fraternas quanto ásperas em algumas passagens. E, do todo, fica a sensação desolada de que, no encontro entre duas culturas, sendo uma muito mais predatória que a outra, uma delas tende a sucumbir. Xingu descreve esse ato heroico de preservação, sempre precário, sempre provisório, felizmente contra a lógica do mais forte. Essa disposição de lutar contra as evidências é o grande legado dos Villas-Boas.

O Estado de São Paulo, 5/4/2012.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 333-334.

Entendendo a notícia:

01 – Segundo o autor da notícia, qual foi a principal motivação de Cao Hamburger ao abordar a criação do Parque Nacional do Xingu no filme?

      Segundo Luiz Zanin Oricchio, Cao Hamburger pensou a saga da criação do Parque Nacional do Xingu como resultado de idealismo e do sentimento de aventura, qualidades que o autor da notícia lamenta terem se erodido com o tempo.

02 – Qual era o principal interesse dos irmãos Villas Bôas, de acordo com a notícia, em contraste com a preocupação em acumular riquezas?

      O principal interesse dos irmãos Villas Bôas era o aspecto humano, especificamente a sobrevivência dos indígenas em um contexto de crescente ameaça às suas terras e culturas.

03 – A notícia destaca que o filme não idealiza os irmãos Villas Bôas. Que exemplos de suas contradições são apresentados?

      A notícia menciona a fraqueza e o envolvimento de Leonardo com uma índia, as incertezas de Cláudio que o tornam o personagem mais complexo, e o senso prático obstinado de Orlando, além dos conflitos existentes entre os irmãos, como a exclusão de Leonardo do grupo e as acusações de Cláudio sobre a flexibilidade política de Orlando.

04 – Como a notícia descreve a representação dos indígenas e da natureza no filme?

      A notícia descreve que os indígenas e seu modo de ser se tornam os "personagens maiores" do filme, que é apresentado como amoroso, mas sem ser piegas ou cultuar o mito do bom selvagem. A natureza é mostrada como tanto sedutora quanto hostil, e as relações humanas entre os indígenas são retratadas como fraternas, mas também ásperas em alguns momentos.

05 – Qual a "sensação desolada" que o filme evoca, segundo o autor da notícia, em relação ao encontro entre culturas?

      O filme evoca a sensação desolada de que, no encontro entre duas culturas com um desequilíbrio de poder e uma sendo mais predatória que a outra, há uma tendência de que uma delas sucumba.

06 – Quem foi o personagem improvável que assinou o decreto de criação do Parque Nacional do Xingu, conforme mencionado na notícia?

      O personagem improvável que assinou o decreto de criação do Parque Nacional do Xingu foi Jânio Quadros, durante sua breve e considerada desastrada presidência.

07 – Qual é o "grande legado" dos irmãos Villas Bôas destacado na conclusão da notícia?

      O "grande legado" dos irmãos Villas Bôas, segundo a notícia, é a disposição de lutar contra as evidências e a lógica do mais forte, em um ato heroico e sempre precário de preservação.

 

 

 

 

SONETO: O ASSINALADO - CRUZ E SOUSA - COM GABARITO

 Soneto: O Assinalado

             Cruz e Sousa

Tu és o louco da imortal loucura,
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema Desventura.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH3yTSH8rMVBS5muSsXZeBtc8LPVlCjKT1WEiSVAcuieVeGxdZpQe4Hyi-I9l32UTppRGqXg82mZx2G48c1EacW0XFmcdtr-4EDK4sFIiJLMM3_BPlafSC8ye69I55tYsJB6U3B_N45KGKGJOZIF8d-d17KuWUi5xt8aff4Pwc8wUBL6S_MJN-ZkZJVp0/s320/Melancolia-Redon.jpg



Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tua alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.

Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco...

Na Natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!

Poesias completas de Cruz e Sousa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 109.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 354.

Entendendo o soneto:

01 – Quem é o "louco" a quem o poeta se dirige no início do soneto e qual a característica principal dessa loucura?

      O "louco" a quem o poeta se dirige é o próprio poeta, Cruz e Sousa, identificado como um ser tomado por uma loucura imortal e suprema, que transcende a loucura comum.

02 – De acordo com o soneto, qual é a "negra algema" que aprisiona o poeta e qual a consequência dessa prisão?

      A "negra algema" que aprisiona o poeta é a Terra, representando a realidade terrena e as dificuldades da existência. Essa prisão o submete à "extrema Desventura".

03 – Apesar da "algema de amargura" e da "Desventura extrema", que transformação ocorre na alma do poeta?

      Apesar do sofrimento, a alma do poeta suplica e geme, mas essa dor se transforma e "rebente em estrelas de ternura", sugerindo que a sua angústia é a fonte de sua sensibilidade e poesia.

04 – Como o poeta é caracterizado na segunda parte do soneto e qual a sua função no "mundo despovoado"?

      O poeta é caracterizado como o "grande Assinalado", aquele que possui uma marca distintiva. Sua função no "mundo despovoado" é povoá-lo, pouco a pouco, com "belezas eternas" através de sua poesia.

05 – O que justifica os "espasmos imortais de louco" do poeta na "Natureza prodigiosa e rica"?

      A "audácia dos nervos" do poeta, impulsionada pela "Natureza prodigiosa e rica", justifica seus "espasmos imortais de louco". Isso sugere que a intensidade de suas emoções e sua percepção aguçada da beleza natural são a origem de sua genialidade poética, que pode parecer loucura aos olhos comuns.

 

 

NOTÍCIA: POR QUE CERTOS ALIMENTOS SÃO ARDIDOS OU REFRESCANTES? MUNDO RSTRANHO - COM GABARITO

 Notícia: Por que certos alimentos são ardidos ou refrescantes?

        Por mais diferentes que sejam, as sensações provocadas por um prato apimentado e por uma bala de menta têm a mesma origem. Isso porque a mucosa da boca e a língua possuem milhares de nervos sensíveis à dor: os nocirreceptores. 

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFALQV1hW1bS8YEBl6ffcfZdfmLZ2c7OeUHBVYrMl9IYEb9Q2UaHDGLtLHZqQowtE8eVPhJcY_KS5XvvVEAsU638T6Hmkl8XiJOphgoWB7R2r_sk6hypuRvjDoFpHClJ18bci6gd3LNXsAXgWdOe2UGwIdMZyd5XGtN0PFwQY_SuZ4Tyo3WEmaD42Y8sM/s1600/images.jpg


Quando se queima ou se espeta a língua, esses nervos são acionados e enviam para o cérebro a sensação de dor. Nesses dois casos, a origem da dor é física. Acontece que certos alimentos contêm substâncias que também estimulam os nocirreceptores – só que por uma reação química. As mais conhecidas dessas substâncias são justamente a capsaicina, presente nas pimentas, e o mentol, encontrado nas várias espécies de menta e hortelã. “Quando adicionado aos alimentos ou ao cigarro, o mentol entra em contato com os nocirreceptores da boca, promovendo uma sensação de frio que consideramos refrescante. Da mesma forma, a capsaicina da pimenta provoca um ardor apreciado por muitas pessoas”, diz a neurofisiologista Débora Fior Chadi, da Universidade de São Paulo (USP).

        Só não vá exagerar. Um prato muito apimentado pode causar lacrimejamento, salivação excessiva, e muita, muita dor.

Mundo Estranho, nº 7.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 342.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a origem comum das sensações de ardor e frescor provocadas por certos alimentos, de acordo com a notícia?

      A origem comum é a estimulação dos nocirreceptores, que são nervos sensíveis à dor presentes na mucosa da boca e na língua.

02 – Como as substâncias presentes na pimenta e na menta estimulam esses nervos sensíveis à dor?

      A capsaicina, presente nas pimentas, e o mentol, encontrado na menta e hortelã, estimulam os nocirreceptores através de uma reação química, diferente da dor causada por um estímulo físico como uma queimadura ou um corte.

03 – De que maneira o mentol causa a sensação de frescor na boca?

      Ao entrar em contato com os nocirreceptores da boca, o mentol promove uma sensação de frio que é interpretada como refrescante pelo cérebro.

04 – Qual substância presente na pimenta é responsável pela sensação de ardor?

      A substância responsável pela sensação de ardor na pimenta é a capsaicina.

05 – Quais são os possíveis efeitos de exagerar no consumo de alimentos muito apimentados, segundo a notícia?

      Exagerar no consumo de alimentos muito apimentados pode causar lacrimejamento, salivação excessiva e muita dor.

 

 

POEMA: SPLEEN - LXXVII - CHARLES BAUDELAIRE - COM GABARITO

 Poema: Spleen – LXXVII

             Charles Baudelaire

Quando, pesado e baixo, o céu como tampa
Sobre a alma soluçante, assolada aos açoites,
E que deste horizonte, a cercar toda a campa
Despeja-nos um dia mais triste que as noites;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEZ056BKwYSI17Mjcqu8-QnVUjoajATusOZUljkIWpM4W20x0BRjxCZiM6kBGvrl6vwyk8G13JwXiQh9IIIGurve3BNwg91RzZ-fRk7QWZPKtWqKPD5fNC9ZvYybKa_kNes3NvVWGANryEl3On1n5kFoxyWL6wB601kmdWF7viw_cAVZ8C4t9uTcY1C-w/s320/7384234-fundo-ceu-azul-e-nuvens-brancas-vetor.jpg



Quando se transformou a Terra em masmorra úmida,
Por onde essa esperança, assim como um morcego
Vai tangendo paredes ante uma asa túmida
Batendo a testa em tetos podres, sem apego;

Quando a chuva estirou os seus longos filames
Como as grades de ferro em uma ampla cadeia,
E um povoado mudo de aranhas infames
Até os nosso cérebros estende as teias,

Súbito, os sinos saltam com ferocidade
E atiram para o céu um gemido fremente,
Tal aquelas errantes almas sem cidades
Que ficam lamentando-se obstinadamente.

-- E féretros sem fim, sem tambor ou pavana,
Lentos desfilam dentro mim; e a Esperança.
Vencida, chora, a Angústia, feroz e tirana,
A negra flâmula em meu curvo crânio lança.

Charles Baudelaire. In: José Lino Grunewald, org. e trad. Poetas franceses do século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. p. 63.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 357.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a imagem central que domina a primeira estrofe do poema e qual a sensação que ela evoca?

      A imagem central é a de um céu "pesado e baixo" como uma tampa, oprimindo a alma do poeta, que é descrita como "soluçante" e "assolada aos açoites". Essa imagem evoca uma sensação de sufocamento, angústia e opressão.

02 – Na segunda estrofe, como a esperança é personificada e qual a sua condição dentro da "masmorra úmida" que se tornou a Terra?

      A esperança é personificada como um morcego que tangencia as paredes da masmorra úmida, batendo a testa em tetos podres, sem encontrar apoio ou apego. Sua condição é de fragilidade, desorientação e inutilidade em meio à escuridão e decadência.

03 – Que imagens são utilizadas na terceira estrofe para intensificar a sensação de aprisionamento e invasão?

      A chuva é comparada a longos filamentos como grades de ferro em uma ampla cadeia, simbolizando o aprisionamento. Um "povoado mudo de aranhas infames" estende suas teias até os cérebros, representando uma invasão insidiosa e perturbadora da mente.

04 – O que representa o súbito soar dos sinos na quarta estrofe e a que são comparadas as almas que lamentam no céu?

      O súbito soar dos sinos, com ferocidade e um gemido fremente, representa uma explosão de dor ou um grito desesperado. As almas que lamentam no céu são comparadas a almas errantes, sem lugar fixo ("sem cidades"), que persistem em seu sofrimento de forma obstinada.

05 – Qual é a imagem final que resume o estado interior do poeta e quais são as forças que o dominam?

      A imagem final é a de um desfile interminável de "féretros sem fim" dentro do poeta, sem alegria ("sem tambor ou pavana"). A Esperança é vencida e chora, enquanto a Angústia, feroz e tirana, lança sua "negra flâmula" sobre o crânio curvo do poeta, simbolizando a vitória da opressão e do sofrimento em sua alma.

06 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

-- Assolar: pôr por terra, destruir, arruinar.

-- Campa: laje sepulcral; sino de pequeno tamanho, sineta.

-- Filame: amarras que prendem a âncora de um navio.

-- Pavana: composição musical; palmatória (instrumento de castigo).

-- Spleen: tédio, melancolia.

-- Túmido: saliente, inchado, proeminente.