segunda-feira, 27 de maio de 2019

POEMA: MODA DE VIOLA - ANTÔNIO CARLOS DE BRITO - COM GABARITO

Poema: Moda de Viola
       
       Antônio Carlos de Brito

Os olhos daquela ingrata as vezes
Me castigam as vezes me consolam.
Mas sua boca nunca me beija.

   Antônio Carlos de Brito (Cacaso). Lero-Lero. Rio de Janeiro: 7 letras, 2002. p. 91.

Entendendo o poema:

01 – O poema retrata um relacionamento amoroso, em que a mulher amada parece oscilar entre corresponder ou não a esse amor.
a)   Qual é a expressão responsável pela conotação de indecisão?
Às vezes, às vezes.

b)   Como você interpreta o verso: “Mas sua boca nunca me beija”?
Não há entrega amorosa da mulher amada ao eu lírico.

02 – No poema de Cacaso, os acentos foram retirados propositalmente.
a)   Qual(is) palavra(s) devem receber acento? Explique a regra, segundo a norma padrão.
A expressão às vezes, que aparece duas vezes no poema. Precisa receber o acento grave indicador de crase porque se trata de uma expressão adverbial feminina formada pela preposição o + artigo feminino a + substantivo vezes.

b)   Levante hipóteses: Por que o poema intitula-se “Moda de viola”?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provavelmente, porque as modas de viola abordam o tema do amor não correspondido.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - VERBO TRANSITIVO DIRETO - COM GABARITO



VERBO TRANSITIVO DIRETO
Gilmar Barbosa. Para ler quando o chefe não estiver olhando. São Paulo: Devir. 2004. p. 18.
Entendendo a tira

01 – Na língua portuguesa, há verbos e nomes que exigem a presença de outros termos para formar sentido. Compare as frases a seguir:
        “Já pensou em engavetar, Oscar?”
        “Já pensou em engavetar a preguiça, Oscar?”

a)   Qual delas tem sentido mais preciso?
A 2ª frase.

b)   O verbo engavetar é transitivo direto. Em uma das frases acima, há um termo que completa o seu sentido. Qual é esse termo?
A preguiça, objeto direto de engavetar.

02 – No 3° quadrinho da tira, há uma locução verbal, cujo verbo principal imaginar é transitivo direto. Indique o termo exigido por ele.
      Um bom motivo.

03 – Observando a postura corporal e a expressão facial de todas as personagens, levante hipóteses: Por que a secretária comenta “Já pensou em engavetar a preguiça, Oscar?”, com uma expressão irônica?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Talvez ela alertasse Oscar a mudar de postura porque o chefe já tinha conhecimento de que ele não trabalha como deveria ou porque ela via que o chefe estava se aproximando.

04 – Para gerar humor, no 3° quadrinho, o autor surpreende o leitor com a inclusão de uma nova personagem, ou seja, esperava-se a voz da secretária e não a de outra pessoa. Deduza: Considerando os papéis sociais das três personagens e a linguagem não verbal, por que a mudança de interlocutor mudou a sua reação?
      Porque, sendo o chefe, o novo interlocutor pode demiti-lo.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - OBRIGADO OU OBRIGADA - COM GABARITO


OBRIGADO OU OBRIGADA?

Fernando Gonsales, Níquel Náusea – Nem tudo que balança cai! São Paulo: Devir, 2003. p.14

Entendendo a tira:

01 – De acordo com o contexto, qual das formas – obrigado ou obrigada – preenche adequadamente o espaço do balão do 1° quadrinho da tira? Por quê?
      Obrigado. Porque concorda com o substantivo masculino a que se refere – o vampirinho.

02 – Se fosse a mãe quem dissesse esse adjetivo – obrigado ou obrigada –, como deveria empregar a palavra, para que a concordância estivesse de acordo com a variedade padrão escrita?
      Obrigada. Pois concorda com o substantivo feminino mãe.

03 – Para criar o humor, o autor da tira trabalha com o conhecimento prévio e com a quebra de expectativa do leitor.
a)   Por que a resposta do vampiro é engraçada, no primeiro quadrinho?
Porque o vampiro parece ser submisso à mãe e não independente e temido, como é apresentado na literatura e no cinema. Além disso, ele a chama de mami, o que conota delicadeza e afeto por parte dele.

b)   Por que o comentário do vampiro, no último quadrinho, rompe, mais uma vez, com a expectativa do leitor?
Porque um vampiro, segundo nosso conhecimento prévio, jamais pediria um pijaminha de flanela para se aquecer.


TEXTO: ANÚNCIO PUBLICITÁRIO - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO


Texto: Anúncio publicitário


        “À MULHER se oferece poesia, flores, mimos, presentes, gratidão, beijos, graças, carinhos, reverência, segurança, respeito, atenção, gentileza, ternura, aconchego, luz, abraços, amor, compreensão.”
        A oportunidade de homenagear as mulheres faz de hoje um dia muito especial.
 Folha de São Paulo. 08/03/2008.

Entendendo o texto:

01 – O anúncio é um texto que apresenta linguagem verbal e linguagem não verbal. Observe o enunciado verbal da parte superior do anúncio: Cruzando esse enunciado com a imagem do anúncio, nesse contexto, qual a simbologia da rosa vermelha?
      A rosa vermelha simboliza o amor, a delicadeza, carinho e, tradicionalmente, é oferecida às mulheres em situações especiais.

02 – Compare estes trechos do anúncio:
        “À mulher se oferece...” / “homenagear as mulheres”.

a)   Explique por que a palavra à, do primeiro trecho, recebeu o acento indicativo da crase. O que justifica o emprego desse acento?
Recebeu o acento indicativo de crase porque há o encontro da preposição a (com sentido de para), regido pelo verbo oferecer, e do artigo a, que acompanha o substantivo mulher.

b)   Por que o a do 2° trecho não recebeu o acento grave?
Porque o verbo homenagear é transitivo direto; logo, as é apenas um artigo.

c)   Que diferença semântica há entre MULHER, no singular e com maiúsculas, e mulheres, no plural e com minúsculas?
Mulher com letra maiúscula representa a mulher como conceito universal, já mulheres, grafado com minúsculas, identifica todas as mulheres, qualquer uma.

03 – O anúncio foi publicado num jornal de grande circulação, no dia 8 de março, homenageando o Dia Internacional da Mulher.
a)   Observe o logotipo, na parte inferior. Quem faz a homenagem?
Stella Barros – Turismo.

b)   A quem o anúncio se dirige?
Ao público em geral, ou seja, tanto às próprias mulheres, quanto às pessoas que possam homenageá-las.

c)   Além de homenagear as mulheres, o anúncio tem qual objetivo implícito? Justifique a sua resposta, com elementos do texto.
O anúncio tem como objetivo vender viagens, ou seja, implicitamente passa a mensagem de que, além de oferecer poesia, flores, etc. À mulher, também se pode oferecer uma viagem. O dado principal do texto é o site www.stellabarros.com.br, no qual o consumidor pode conhecer os pacotes de turismo.

d)   Na sua opinião, esse objetivo implícito é atingido?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É provável eu sim, pois é uma forma simpática e polida de se promover um produto ou o nome da empresa.


domingo, 26 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): PACIÊNCIA - LENINE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Paciência

                                                     Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para.

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara.

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência.

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não

Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida não para não

A vida é tão rara.
                                    Composição: Dudu Falcão / Lenine.

Entendendo a canção:

01 – Você se considera uma pessoa paciente? Justifique.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Qual é a sua relação com o passar do tempo? Você acha que o tempo de que dispõe é suficiente?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Quantas coisas você já deixou de fazer por falta de tempo? Dê exemplos. De qual você mais se arrepende?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que você entende dos seguintes fragmentos:

a)   “Enquanto o tempo acelere e pede pressa. Eu me recuso, faço hora vou na valsa. A vida é tão rara”.

Resposta pessoal do aluno.

b)   “O mundo vai girando cada vez mais veloz. A gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência. Será que é tempo que lhe falta pra perceber? [...]”

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois mesmo o mundo diante de uma pandemia, que nos obrigou a parar, “quando tudo pede um pouco mais de calma, a vida não para”.

05 – De que trata a canção?

      Fala sobre a questão do tempo no mundo atual e a maneira como ela nos afeta.

06 – Na primeira estrofe o eu lírico questiona o ritmo acelerado que vivemos. Copie os versos.

      “Até quando o corpo pede / Um pouco mais de alma / A vida não para”.

07 – Nos versos: “Enquanto todo mundo

                             Espera a cura do mal

                             E a loucura finge

                             Que isso tudo é normal

                             Eu finjo ter paciência.”

O que o eu lírico quis dizer?

      Que estamos tão acostumados com a nossa rotina que acabamos achando normal todas as coisas. Queremos somente a resolução de nossos problemas. A consequência disso não importa. Ele diz não ter, mas fingi ter paciência.

08 – Na segunda estrofe, o eu lírico recusa-se a ter pressa. A justificativa está expressa no item:

a)   A vida é rara e merece ser vivida plenamente em cada segundo.

b)   A valsa é um estilo de música que não exige pressa dos bailarinos.

c)   O eu lírico não gosta de seguir padrões a ser igual a todo mundo.

d)   O eu lírico relaciona a loucura a ideia de ter pressa.

09 – Segundo a canção, é correto afirmar:

a)   O eu lírico crê que as pessoas estão necessitando de alma porque vivem com paciência.

b)   O eu lírico não compreende a pressa das pessoas, por isso age de outro modo.

c)   As pessoas prendem-se ao fato de a vida não parar para ter pressa de viver.

d)   A recusa à pressa foi uma necessidade do eu lírico, não uma opção.

10 – Nos versos 17 e 18, há duas indagações feitas pelo eu lírico – uma em que ele se exclui e a outra em que se inclui. Sobre elas, é correto afirmar:

a)   Sua inclusão na segunda pergunta indica o quanto ele também se sente perdendo tempo.

b)   Sua exclusão na primeira pergunta indica que ele se coloca como um entendimento superior em relação às pessoas.

c)   Sua exclusão na segunda pergunta indica que ele também se percebe na velocidade do tempo.

11 – Dizer que o corpo pede “um pouco mais de alma”, é o mesmo que dizer que:

a)   Por vezes necessitamos sair do automatismo da vida cotidiana.

b)   Sentimos necessidade de rezar.

c)   Sentimos necessidade de sermos bons.

d)   O eu lírico associa alma à paciência.

12 – “Eu sei / A vida não para” (v. 22-23). Na canção, saber que “A vida não para”, significa:

a)   Aceitar a existência de um modo de vida mecânica, ainda que não concorde com ele.

b)   Conformar-se, até certo ponto, com o modo corrido de viver a vida.

c)   Ironizar a falta de vontade de uma mudança radical no modo de vida.

d)   Compreender o quanto é difícil olhar mais para si diante do turbilhão da vida diária.

13 – A oposição que baseia a canção é:

a)   Velocidade X loucura.

b)   Pressa X paciência.

c)   Mundo X tempo.

d)   Paciência X calma.

14 – A expressão “Vou na valsa” (v. 09) no contexto da canção significa:

a)   Distanciar-se das pressões da correria da vida.

b)   Seguir sempre o mesmo compasso em seus atos, sem deter-se ou apressar-se.

c)   Brincar com necessidade de tempo para tudo.

d)   Negar-se a um posicionamento sobre a questão.


SONETO: A FROUXIDÃO NO AMOR É UMA OFENSA - BOCAGE - COM GABARITO

Soneto: A frouxidão no amor é uma ofensa
                
                       Bocage

A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.

Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;

Em sombras a razão se me condensa.

Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso,
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.

Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso.

                              Manuel Maria Barbosa du Bocage

Entendendo o soneto:

01 – Há, a seguir, um conjunto de características comuns à poesia árcade. Indique quais delas se verificam no soneto em estudo.
·        Pastoralismo.
·        Amor convencional.
·        Bucolismo.
·        Mitologia clássica.
·        Manutenção de formas clássicas; uso preferencial do soneto.
·        Racionalismo.
·        Fugere urbem.
·        Carpe diem.

02 – Para o eu lírico, o amor:
a)   Em demasia ofende o ser amado.
b)   É um sentimento supremo.
c)   Tem algumas recompensas.
d)   Deve ser uma entrega total.

03 – No verso “Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!”, o eu lírico expressa:
a)   Uma comparação.
b)   Uma suposição.
c)   Uma dúvida.
d)   Uma ironia.

04 – Segundo os versos do poema, as atitudes da mulher amada:
a)   Surpreendem o eu lírico.
b)   Desagradam o eu lírico. 
c)   Enlouquecem o eu lírico.
d)   Encantam o eu lírico.

05 – O eu lírico apresenta-se no poema como uma pessoa:
a)   Racional.
b)   Passional.
c)   Ingrato.
d)   Violento.

06 – De acordo com o poema:
a)   O eu lírico sente-se preso e infeliz.
b)   O eu lírico sente-se plenamente amado.
c)   O eu lírico considera a pessoa amada dura e ingrata.
d)   O eu lírico vive bem com a pessoa amada apesar das diferenças.

POEMA ESPIRITUAL - MURILO MENDES - COM GABARITO

Poema Espiritual
     
         Murilo Mendes

Eu me sinto um fragmento de Deus
Como sou um resto de raiz
Um pouco de água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.

A matéria pensa por ordem de Deus,
Transforma-se e evolui por ordem de Deus.
A matéria variada e bela
É uma das formas visíveis do invisível.
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.

Na igreja há pernas, seios, ventres e cabelos
Em toda parte, até nos altares.
Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar
Que se entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
A matéria é forte e absoluta
Sem ela não há poesia.
                                            Mendes, M. In: Laís C. de Araújo, op. cit. p. 128-9.

Entendendo o poema:

01 – Na primeira estrofe, o eu lírico refere-se a si mesmo situando-se perante Deus e perante o Universo. Como ele vê a si mesmo?
      Vê-se integrado ao Universo e à força adivinha que o rege.

02 – A propósito da 2ª estrofe do texto:
a)   Como se explica a aparente contradição nos versos “A matéria variada e bela / É uma das formas visíveis do invisível”?
Conciliando elementos opostos (o visível e o invisível), o mundo material é para o eu lírico apenas uma das manifestações do mundo espiritual.

b)   Qual é o papel de Deus no Universo?
O de força que rege o Universo.

03 – Na 3ª estrofe, são aproximados elementos como Igreja, altares, pernas, seios, ventres. De acordo comas ideias dessa estrofe:
a)   Em que a concepção religiosa expressa pelo eu lírico difere da concepção tradicional?
Pela concepção do poema, religiosidade e sensualidade não se excluem.

b)   A matéria é essencial tanto para gerar os “pensamentos divinos” quanto para a criação da poesia. Em que aspecto Deus e o poeta se assemelham?
No dom da criação, que, aliás, tem por base a matéria.

04 – Apesar do papel de destaque que a matéria tem no poema, este se intitula “Poema espiritual”. Explique essa aparente contradição.
      O título é coerente, já que, pela ótica do poema, matéria e espírito não se excluem, são apenas expressões diferentes da mesma ordem universal.