Notícia: Corrupção no dia a dia é refletida pelo “jeitinho brasileiro” – Fragmento
MATÉRIA
DE Daniela Nogueira
Colar na prova da escola. Furar fila.
Não devolver aquele troco que foi entregue a mais. Aproveitar o contato de
alguém que pode agilizar a burocracia para conseguir algo. Dirigir sem
carteira. Dirigir depois de consumir bebida alcoólica. Sonegar impostos. Tentar
sair do País com dinheiro não declarado. Roubar dinheiro público ou se
aproveitar da máquina pública em benefício próprio. Qualquer um desses atos, ou
qualquer outro “jeitinho brasileiro”, pode ser considerado corrupção. [...]
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGCN0FmfVUaRV4ZiESFFTk_SPW3jO7_amkcyA2c6w_WJmd8tRYDcbbXh0epb9C0SgwW5FvKg7LTXzeAlVSHmbyAxHOVfmmrUJGLmdwb3hYd4vhE4jIkaDPdJwqmXI1A1wAaUrnErcQhMGAdS3W0hl5EbYoulKmGeCLr8JcImcesWv2oIF3Fsy3AfM9ne8/s320/propina.jpg De acordo com a socióloga Débora Regina
Pastana, algumas práticas já são institucionalizadas da sociedade brasileira,
como não aderir à igualdade, estabelecer limites para a democracia, achar que a
lei é só para alguns e não para todos. Exemplos disso são frases do tipo “você
sabe com quem está falando?”, ou o famoso dito atribuído ao ex-presidente
Getúlio Vargas: “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. “Esses tratamentos
desiguais que existem historicamente na sociedade brasileira e que consolidam a
desigualdade social são pano de fundo para a corrupção”, disse.
[...]
Para a socióloga Débora Regina Pastana,
toda regra quebrada no dia a dia é uma forma de corrupção. “Toda forma de
sociabilidade – escola, igreja, casa, trabalho – vai ter suas regras
específicas e o descumprimento delas pode ser considerado um desvio.
Utilizar uma vaga destinada a
deficientes físicos, idosos e mulheres grávidas de forma irregular é um
desrespeito à cidadania.
[...] A tolerância a esses pequenos
deslizes é uma forma de reprodução dessa ideia que a gente ainda não está
suficientemente maduro para entender que nós devemos respeitar aquelas regras
que democraticamente foram construídas para nos organizar.”
[...]
NOGUEIRA, D. “Jeitinho
brasileiro” é forma de corrupção e está presente no dia a dia. Correio de
Uberlândia. Disponível em: http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/jeitinho-brasileiro-e-forma-de-corrupcao-e-esta-presente-no-dia-a-dia.
Acesso em: 10 ago. 2018.
Fonte: Da escola para o
mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos
finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição,
2018. p. 114-115.
Entendendo a notícia:
01
– O que o texto define como "corrupção" no contexto do dia a dia e do
"jeitinho brasileiro"?
O texto sugere
que qualquer ato enquadrado como "jeitinho brasileiro" pode ser
considerado corrupção. Isso inclui desde pequenos desvios, como colar na prova,
furar fila, e não devolver troco a mais, até atos graves, como sonegar impostos
ou roubar dinheiro público.
02
– De acordo com a socióloga Débora Regina Pastana, quais são as práticas que já
estão institucionalizadas na sociedade brasileira e servem como "pano de
fundo" para a corrupção?
As práticas
institucionalizadas são: não aderir à igualdade, estabelecer limites para a
democracia, e achar que a lei é só para alguns e não para todos.
03
– Qual frase comum na sociedade brasileira e qual dito atribuído a Getúlio
Vargas são usados como exemplos de "tratamentos desiguais"?
A frase comum é
"você sabe com quem está falando?". O dito atribuído a Getúlio Vargas
é "aos amigos tudo, aos inimigos a lei".
04
– Segundo a socióloga, o que pode ser considerado um "desvio" ou uma
forma de corrupção em qualquer ambiente de sociabilidade (escola, igreja,
trabalho, casa)?
Para a socióloga,
toda regra quebrada no dia a dia, ou o descumprimento das regras específicas de
cada forma de sociabilidade, pode ser considerado um desvio ou uma forma de
corrupção.
05
– Qual é o risco de tolerar "pequenos deslizes" no dia a dia, como o
uso irregular de vagas preferenciais?
A tolerância a
esses pequenos deslizes é uma forma de reproduzir a ideia de que a sociedade
ainda não está madura o suficiente para entender que devemos respeitar as
regras que foram democraticamente construídas para a organização social.
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