domingo, 7 de dezembro de 2025

REPORTAGEM: CREUZA SORIPA - FRAGMENTO - CONAMI - COM GABARITO

 Reportagem: Creuza Soripa – Fragmento

        Creuza Soripa é cacique da aldeia Umutina, localizada no município de Barra dos Bugres, Mato Grosso.

        Eleita duas vezes presidente da Associação das Mulheres Otoporé, convenceu as mulheres de que não podia acumular tantas funções e mostrou que todas eram capazes de estar à frente da Associação. Hoje, por insistência de suas companheiras, ainda é a vice-presidente.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheBl661YsyDN7EQ-3HObxpsEIxA_cl4q_TCiboA8y__qWelP01NG4NXMim2_-qd-MPnao9eiivgeC9WYainZ5IMM1dOLGY6KEEQzstmcXg0kaiokF5Ah2QJQr3253JEK-NiF0UOIkYc6UQHRqe3mWkjk__irPH_vLZppqK0alvsTnPNsxpNtaZDn6BMdg/s320/umutina3-1.jpg26092016042703-1.jpg


        Com pouco estudo formal, aprendeu muito bem a sua língua e luta por melhorias para todo o povo Umutina.

        Creuza dedica um bom tempo de seu trabalho para visitar as aldeias vizinhas e se reunir com as mulheres e com os homens, para discutir sobre o movimento indígena e a realidade das aldeias. Conversando, Creuza tenta quebrar a resistência masculina ao movimento das mulheres. Explica que elas não querem competir e sim fortalecer o movimento e a luta pelos direitos indígenas, hoje tão difíceis de serem respeitados e reconhecidos pela sociedade brasileira.

        [...]

        ASSOCIAÇÃO

        [...] “Começamos a colocar na cabeça de um e de outro. A mulherada foi falando e quando a gente percebeu já tinha uma associação das mulheres, a Associação das Mulheres Otoporé. Foi o meu tio Junaparé, quando ainda estava vivo – Junaparé é homem guerreiro –, que escolheu o nome Otoporé, que significa mulher guerreira, mulher que busca, mulher que vai lá na frente, mulher que luta, mulher brava”.

        “Agora estamos correndo atrás para levantar aqui na aldeia a casa da Associação, uma casa do artesão, para colocar um bocado de artesão aqui dentro da aldeia. É disso que a Associação está correndo atrás. Queremos montar mais um ponto de turista, para vender nosso artesanato, porque aqui a nossa renda é essa. Na Associação trabalham 10 mulheres.

        [...]

        TRADIÇÃO

        “Aqui nós perdemos a linguagem, não se fala mais a língua. A cultura mesmo, até hoje ainda se faz. Não esqueceram. Agora estão aprendendo mais sobre a nossa cultura, porque estão na faculdade (Curso Superior de Licenciatura Indígena da Universidade do Mato Grosso – UNIMAT). Por causa disso, trouxemos a escola para cá, para passar esse trabalho. Eu acho que os mais velhos têm que juntar com eles”.

        “Eu não esqueci a língua da minha mãe, porque eu procurei um tio velho e fui gravando. Ele foi falando, falando e eu gravei tudo que meu tio foi falando. Eu sabia que ele estava morrendo e eu fui gravando. Foi dessa fita que fui aprendendo e divulgando”.

        [...]

CONAMI – Conselho Nacional de Mulheres Indígenas (Org.). Natyseño: trajetória, luta e conquista das mulheres indígenas. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2006. p. 11-17.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 112-113.

Entendendo a reportagem:

01 – Quem é Creuza Soripa e qual é a sua posição na aldeia Umutina?

      Creuza Soripa é a cacique da aldeia Umutina, que está localizada no município de Barra dos Bugres, Mato Grosso.

02 – Como Creuza Soripa ajudou a fortalecer a liderança feminina na Associação das Mulheres Otoporé, após ter sido eleita duas vezes?

      Creuza convenceu as mulheres de que não podia acumular tantas funções e mostrou que todas eram capazes de estar à frente da Associação, abrindo espaço para novas lideranças. (Ainda assim, ela é vice-presidente por insistência das companheiras).

03 – Qual é o principal objetivo de Creuza ao se reunir com homens e mulheres das aldeias vizinhas?

      O principal objetivo é discutir sobre o movimento indígena e a realidade das aldeias, tentando quebrar a resistência masculina ao movimento das mulheres.

04 – O que significa o nome Otoporé, escolhido para a Associação das Mulheres, e quem o escolheu?

      O nome Otoporé significa "mulher guerreira, mulher que busca, mulher que vai lá na frente, mulher que luta, mulher brava". O nome foi escolhido pelo seu tio, Junaparé.

05 – Quais são os dois principais projetos que a Associação das Mulheres Otoporé está buscando implementar na aldeia?

      A Associação está correndo atrás de: Levantar a casa da Associação (Casa do Artesão). Montar mais um ponto de turista para vender o artesanato.

06 – Qual é a principal fonte de renda da aldeia Umutina mencionada no texto?

      A principal fonte de renda da aldeia é a venda do artesanato.

07 – Como Creuza conseguiu preservar e aprender a língua de sua mãe, mesmo com a perda da linguagem na aldeia?

      Creuza procurou um tio velho e gravou tudo o que ele falava antes que ele morresse. Foi a partir dessa fita que ela pôde aprender e divulgar a língua.

 

       

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