terça-feira, 18 de dezembro de 2018

FILME(ATIVIDADES): A MULHER INVISÍVEL - CLAUDIO TORRES - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): A MULHER INVISÍVEL

Data de lançamento 6 de maio de 2009 (1h 45min)
Criador(es): Claudio Torres
Gêneros Comédia Romance
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Pedro (Selton Mello) ainda acredita no conceito do casamento, enquanto que Carlos (Vladimir Brichta) não aceita a possibilidade de que um homem passe toda sua vida ao lado da mesma mulher. Os dois são colegas de trabalho em uma sala de controle de tráfego da prefeitura, onde podem bisbilhotar à vontade a vida das pessoas. Um dia Carlos fica preocupado com o amigo, devido ao estado depressivo dele ao ser abandonado por sua esposa, Marina (Maria Luísa Mendonça). O mesmo acontece com Vitória (Maria Manoella), vizinha de Pedro, que testemunha silenciosamente seu drama através de um buraco na parede. Até que subitamente alguém bate na porta de Pedro. Trata-se de Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha, que veio apenas lhe pedir açúcar. Com um jeito inocente e ao mesmo tempo sedutor, ela muda a vida de Pedro. Só que tem um problema: Amanda é invisível, sendo que apenas aqueles que a desejam muito consegue enxergá-la.

Resenha I: Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível" 
        Comédia traz Luana Piovani no papel da vizinha de um homem (Selton Mello), que leva o fora de sua mulher 
        O gênero comédia costuma ser um terreno movediço. "A Mulher Invisível", que estreia no país nessa sexta-feira, é uma prova disso. O diretor e roteirista Claudio Torres ("Redentor", "A Mulher do Meu Amigo") deve achar seu filme engraçado, mas "A Mulher Invisível", protagonizado por Selton Mello ("Meu Nome Não é Johnny") e Maria Manoella ("Crime Delicado"), com Luana Piovanni ("O Casamento de Romeu e Julieta") e Vladmir Brichta ("Fica Comigo Esta Noite") nos papéis de coadjuvantes, mais parece um piloto para sitcom, como boa parte da produção cômica nacional que chega aos cinemas. 
        Torres estreou na direção de longas em 2004 com a comédia de humor negro "Redentor". O filme, uma sátira ao Brasil do vale-tudo, tinha um humor ácido, um visual apurado e uma boa pegada crítica. No ano passado, ele lançou "A Mulher do Meu Amigo", uma comédia de erros, cujo maior equívoco foi existir. Partindo de um roteiro assinado por ele mesmo (contando com a colaboração da escritora Adriana Falcão, da atriz Maria Luiza Mendonça e do roteirista Claudio Paiva), Torres tenta fazer comédia a partir da fantasia. Pedro (Mello) leva um fora de sua mulher (Maria Luiza, numa pequena participação) e inventa uma "mulher ideal", Amanda (Luana), que só existe em sua imaginação. 
        O primeiro ato do filme é o relacionamento de sonho entre Pedro e Amanda. Seu melhor amigo (Brichta) começa a desconfiar que ela não exista, o que, mais tarde, leva Pedro a também questionar a existência da moça. Mas, na verdade, o filme não é sobre ele, nem sobre ela. A verdadeira mulher invisível do título é Vitória (Maria Manoella). 
        Vizinha apaixonada por Pedro, Vitória, que ficou viúva recentemente, há tempos ouve as conversas dele através da parede. Mas Pedro nunca a notou, seja no elevador ou no corredor do prédio. É como se ela não existisse.
        Se "A Mulher Invisível" se assumisse como um filme sobre Vitória, talvez tivesse mais a oferecer e explorar, até porque ela é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz mais talentosa em cena.
        Numa das primeiras cenas, a música "A Woman Left Lonely", na voz de Janis Joplin, ilustra bem o estado emocional de Vitória, mas sua exaustiva repetição é sinal de que as ideias já se esgotaram. Vitória é aquela mulher solitária e tímida que tenta conquistar o vizinho, mas, quando finalmente toma coragem, ele já enlouqueceu, tentando se livrar da figura de Amanda, mesmo que ela só exista em sua cabeça. 
        Selton Mello parece atuar no piloto automático, sem o carisma que mostrou em produções como "O Auto da Compadecida", desempenhando um tipo que poderia ser engraçado, ou minimamente simpático, mas que acaba sendo irritante com tanta neurose.
        Luana, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor um personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce. 
        Responsável por filmes tão diferentes quando "2 Filhos de Francisco" (2005), "Eu, Tu, Eles" (2000) e "Xuxa em Sonho de Menina" (2007), a produtora Conspiração imprime em "A Mulher Invisível" seu selo de qualidade técnica, o que acaba sendo pouco, diante do conteúdo irregular do longa. 
                                                   (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) 
OLIVEIRA, Alysson. Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível".
O Estado de S. Paulo, 4 jun. 2009.

Resenha II: A mulher invisível 
        Se Clube da Luta fosse uma comédia romântica ele seria A Mulher Invisível. Ok, esta comparação pode ser exagerada (muito exagerada, talvez), mas é também um belo elogio a esta produção nacional, a qual, surpreendentemente, conquistou minha simpatia. 
        No filme escrito, produzido e dirigido por Claudio Torres (do bacana Redentor), acompanhamos Pedro (Selton Mello), um romântico fervoroso que entra em depressão após ser abandonado pela esposa. Sua sorte muda quando Amanda (Luana Piovani), a mulher mais espetacular do mundo, bate à sua porta: ela é deliciosa, inteligente, gosta de futebol, não tem ciúmes e transa feito uma deusa. O único defeito da moçoila é não existir.
        Eu costumo torcer o nariz para filmes "made-by-Globo": produções (em sua maioria, comédias) que trazem os vícios estéticos da tevê para a tela grande. Em A Mulher Invisível não é diferente: os closes em excesso estão lá, a direção de arte é típica das séries globais e o uso do espaço em cena é pouco aproveitado. Em contrapartida, o diretor Claudio Torres utiliza a trilha sonora de forma muito interessante, abusando da percussão e de sons lúdicos, conferindo à produção um clima de fantasia, o que faz toda a diferença para abraçarmos a história. 
        No entanto, o grande destaque do filme não é nenhuma técnica ou recurso visual. É gente. É Selton Mello. O talentoso ator, que sempre mostrou dom para a comédia (vide O Auto da Compadecida, Os Aspones), faz um Pedro hilário, que abusa da expressão corporal para arrancar risos da plateia, como na sequência em que Carlos (o ótimo Vladimir Brichta), seu melhor amigo, o segue até descobrir que Amanda não existe. Outro destaque do elenco é Fernanda Torres que, em participação especial, rouba a cena sempre que aparece.
        No fim das contas, talvez o que mais me incomode em A Mulher Invisível seja seu roteiro, que perde força no terceiro ato, prolongando as – muitas – reviravoltas a ponto de causar impaciência no espectador. Se fosse mais curto, marcaria um golaço (nas duas vezes em que o vi, achei que deveria acabar na cena da banheira; preste atenção). Ainda assim, é uma comédia nacional acima da média, com bom elenco, despretensiosa, romântica e divertidíssima.

RESENHA: A mulher invisível. 19 maio 2009. Disponível em: <http://holyjunk.wordpress. com /2009/05/19/resenha-a-mulher-invisivel/>. Acesso em: 23 set. 2012. 
Entendendo a resenha:
01 – As questões seguintes referem-se ao texto I:

a) A resenha apresenta como premissa a ideia de que "o gênero comédia costuma ser um terreno movediço". Essa imagem foi usada para defender o filme ou levantar problemas nele identificados? Explique com exemplos. 
      Essa imagem foi usada para levantar problemas identificados no filme. As comédias românticas já comporiam um gênero difícil e o diretor não teria conseguido ser a exceção à regra, como fica claro já no primeiro parágrafo, quando o resenhista afirma que o filme mais parece "um piloto para sitcom", ou seja, um projeto de uma série de comédia de televisão, não um filme para cinema. 

b) O autor apresenta uma condição para o filme fugir aos clichês e ganhar em qualidade. Qual seria essa condição? 
      A condição seria o filme explorar mais a personagem Vitória e menos Amanda, a tal mulher invisível.

c) Que argumentos sustentam essa opinião do autor? 
      O fato de ele considerar que Vitória é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz que encarna a personagem, a atriz mais talentosa do filme. 

02 – O gênero resenha apresenta uma mescla de informação e argumentação. Identifique nas duas resenhas os parágrafos em que são apresentadas as informações básicas sobre o filme.
      Na resenha 1, o primeiro parágrafo já apresenta as informações sobre o filme, enquanto, na resenha 2, as informações básicas sobre o filme aparecem no segundo parágrafo. 

03 – Quais os pontos positivos e negativos do filme apontados nas resenhas 1 e 2? 
      Pontos positivos: o personagem Vitória é bem construído, a produtora Conspiração imprime seu selo de qualidade técnica ao filme (resenha 1); destacam-se o uso interessante da trilha sonora e a atuação de Selton Mello (resenha 2).

      Pontos negativos: o filme mais parece um piloto de sitcom (série de comédia americana) e as atuações de Selton Mello e Luana Piovani são ruins; o filme não explora como deveria a personagem Vitória, vivida por Maria Manoella (resenha 1); o roteiro é longo, há doses em excesso, a direção de arte é típica das séries globais e o espaço em cena é pouco aproveitado (resenha 2).

04 – Releia o último parágrafo das resenhas e deduza: o que cada resenhista indica para o seu leitor? 
      O resenhista 1 encerra seu texto afirmando que o filme tem um conteúdo irregular e apresenta falhas. Assim, caso o leitor assista a ele, saberá que se trata de um filme com problemas, segundo seu ponto de vista. Já o resenhista 2 não indica explicitamente ao leitor que assista ao filme, mas, ao elogiar as qualidades que atribui a ele, faz isso indiretamente. 

05 – Reconheça, na lista a seguir, as afirmações corretas sobre a linguagem usada nas resenhas lidas. 
a) Apenas a resenha 1 faz uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa. 
b) As duas resenhas fazem uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa. 
c) As expressões "sitcom" e "ok" atestam que as resenhas empregam um registro coloquial de linguagem. 

d) A linguagem nas duas resenhas restringe o público leitor aos jovens, visto que usa expressões coloquiais. 
e) As duas resenhas usam linguagem adequada à circulação ampla, podendo ser lidas por diversos públicos, atingindo um grande número de leitores. 

06 – Você já assistiu ao filme A mulher invisível? Se já assistiu a ele, qual das duas resenhas você acredita ser a que melhor representa suas impressões sobre o filme? Justifique sua resposta. 
      O importante, na resposta, é a justificativa apresentada. 

07 – Se não assistiu ao filme, as resenhas apresentaram motivos para convencê-Io a assistir ao filme ou para fazê-lo desistir de assistir a ele? Justifique sua resposta. 
      O importante, na resposta, é a justificativa apresentada. 








POEMA: O UNIVERSO - OLAVO BILAC (PARÁFRASE) - COM GABARITO

Poema: O Universo
     
               Olavo Bilac (Paráfrase)
A Lua:
Sou um pequeno mundo;
Movo-me, rolo e danço
Por este céu profundo;
Por sorte Deus me deu
Mover-me sem descanso,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.


A Terra:
Eu sou esse outro mundo;
A lua me acompanha,
Por este céu profundo . . .
Mas é destino meu
Rolar, assim tamanha,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Sol:
Eu sou esse outro mundo,
Eu sou o sol ardente!
Dou luz ao céu profundo . . .
Porém, sou um pigmeu,
Quer rolo eternamente
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Homem:
Por que, no céu profundo,
Não há de parar mais
O vosso movimento?
Astros! qual é o mundo,
Em torno ao qual rodais
Por esse firmamento?

Todos os Astros:
Não chega o teu estudo
Ao centro disso tudo,
Que escapa aos olhos teus!
O centro disso tudo,
Homem vaidoso, é Deus!
                               Olavo Bilac

Entendendo o poema:
01 – Qual é o tema do poema de Olavo Bilac?
      O Universo: O Sol; A Lua; A Terra.

02 – Selecione uma frase do poema associado a cada astro.
·        A Lua: movo-me, rolo e danço.
·        A Terra: a lua me acompanha.
·        O Sol: dou luz ao céu profundo.

03 – Leia no poema de Olavo Bilac os trechos sobre os movimentos da Terra e da Lua. Quais são os movimentos descritos?
      São: Movimento de rotação e translação da Lua, Movimento de rotação e translação da Terra.

04 – Qual é a importância do Sol e da Lua na construção dos calendários?
      A observação desses astros foi utilizada para determinar a duração do dia, mês e ano para a criação do calendário.

05 – Em sua opinião, devemos respeitar os horários estabelecidos na organização das atividades? Comente sua opinião.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Quais os personagens representados no poema? 
      Lua, Terra, Sol, Homem e Todos os Astros.

07 – Você sabe o que são Astros? 
      São corpos celestes, com ou sem luz própria, como estrelas, planetas, cometas etc.




CONTO: A TORRE - PAULINE ALPHEN - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: A TORRE      

     Pauline Alphen

        Um dia entre os dias, numa manhã de sol e vento, investigando o labiríntico harém, a odalisquinha descobriu uma porta que nunca tinha visto. A porta era velha e reclamou quando Leila fez força para entrar. Lá dentro, o escuro era frio e o silêncio medonho. Ao ouvir passos se aproximando, Leila fechou a porta e saiu dali como quem não quer nada.
        No dia seguinte, numa tarde de vento e sol, quando até as escravas cochilavam enquanto espantavam as moscas da mulherada adormecida, ela voltou com um xale para o frio e, para o escuro, uma lamparina a óleo digna de confiança – isto é, cheia de óleo e não de gênio peludo. Para o medo, ela escolheu uma de suas canções preferidas e foi cantarolando enquanto subia os degraus, pois a porta dava diretamente numa escada, uma escada em caracol que não parava de subir. Leila já tinha cantado a música 33 vezes quando viu uma luz no fim da escada. Outra porta, pequena e oval. Leila encostou a mão. A porta era de uma madeira quentinha e não deu um pio quando a menina a empurrou.
        O pequeno aposento era uma concha, um ninho, uma caverna. Parecia pequeno, mas era infinito, parecia novo e muito antigo. As paredes, o teto e o chão eram de madeira trabalhada, muitas madeiras de várias cores, encaixadas umas nas outras, formando desenhos que mais tarde Leila soube serem os desenhos do mundo como ele é.
        As paredes côncavas estavam cobertas de livros e pergaminhos, desenhos, pincéis e tintas, mapas-múndi, objetos estranhos e instrumentos que ela logo reconheceu, porque eram os mesmos que seu pai usava quando namorava as estrelas. Tudo isso banhava numa luz, ora doce, ora forte, ora dourada, ora transparente, segundo o humor do dia e a forma das janelas e vitrais encravados entre as estantes. O quarto flutuava num permanente sussurro aquático que lhe dava ares de navio.
        Atrás de Leila a porta fechou-se devagar. A menina suspirou profundamente: aquele lugar provocava muitos sentimentos embolados dentro dela. Evocava um mar quentinho e escuro de um tempo antes da memória. Lembrou-lhe seu pai, com sua cabeça no lugar, fingindo não perceber que ela se escondia entre as mangas de suas largas vestes de astrônomo para tirar uma casquinha de seu namoro com as estrelas. E lembrou-lhe também lembranças futuras, que por serem futuras não podem ser descritas no tempo de agora.
        A pequena odalisca dirigiu-se para a janela maior, coroada de hera, onde os pássaros minúsculos, cujas asas batiam mais rápido que o coração de Leila, tinham feito seus ninhos. A janela abriu-se sozinha e Leila viu. Viu que o harém era um emaranhado de jardins, fontes, árvores, frutos, pássaros, mulheres, aconchegado no abraço dos muros do palácio. Que o palácio era protegido pelas muralhas da cidade onde cantavam mil minaretes e cujas cúpulas cintilavam sob o sol.
        Que a cidade estava num país azul de montanhas e lagos. E que, em toda parte, circundava o deserto, o móvel, absoluto, enigmático e ventoso deserto. E lá, no mais longe dos longes, Leila viu o verde mar com pontinhos dourados que são as cócegas que faz o sol brincando nele. Pela ogiva da janela da torre, Leila viu o mundo e, surpresa, adormeceu ao som fluido da luz do poente.
 ALPHEN, Pauline. A odalisca e o elefante. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998.

Entendendo o conto:
01 – Quando decidiu investigar o castelo onde era prisioneira, Leila deparou com uma porta que nunca tinha visto:
a)   O que havia do lado de lá dessa porta?
Um “escuro frio” e um “silêncio medonho”.

b)   Leila entrou por essa porta, depois de a abrir? Por quê?
Não, porque ouviu passos se aproximando.

02 – No dia seguinte, Leila retorna à exploração do castelo munida de algumas “armas”. Qual a finalidade de cada uma delas? Responda completando o esquema baixo:
ARMA                                     FINALIDADE
Xale                                        Combater o frio.
Lamparina cheia de óleo      Combater a escuridão.
Canção                                  Combater o medo provocado pelo
                                                   Silêncio.

03 – Releia a frase:
        “[...] Leila já tinha cantado a música 33 vezes quando viu uma luz no fim da escada. [...]”
Assinale com X a alternativa que você julga correta em relação a essa frase. O narrador quis mostrar que:
(   ) Leila gostava muito da canção que tinha escolhido para cantar enquanto subia a escada.
(X) Leila estava com muito medo.
(   ) Leila ficou enjoada de tanto cantar a mesma canção.

04 – O pequeno aposento em que Leila chegou é descrito como se fosse um lugar que causava em quem o via impressões diferentes e contraditórias. Assinale o trecho que pode ser usado para comprovar tal afirmação:
(   ) “As paredes côncavas estavam cobertas de livros e pergaminhos. [...]”.
(X) “[...] Parecia pequeno, mas era infinito, parecia novo e muito antigo. [...]”
(   ) “As paredes, o teto e o chão eram de madeira trabalhada. [...]”.

05 – No texto, há inúmeros trechos que descrevem lugares. Relacione cada um dos trechos a seguir ao sentido privilegiado pelo narrador para descrever como são esses lugares.
1 – visão.                        2 – audição.                3 – tato.
a)   “[...] A porta era de uma madeira quentinha 1 – 3 e não deu um pio 2 quando a menina a empurrou.
b)   “[...] As paredes, o teto e o chão eram de madeira trabalhada, muitas madeiras de várias cores 1 [...]”.

06 – Assinale as alternativas que completam corretamente o trecho a seguir:
        “Dentro do pequeno aposento, Leila...”
(X) Recordou-se de seu pai, pois ali havia os mesmos aparelhos que ele usava para estudar o céu.
(X) Sentiu-se navegando no mar, uma vez que o local parecia flutuar.
(   ) Ficou encantada com a sensação de paz do local.

07 – Ao olhar pela janela da torre, qual a descoberta de Leila? O que ela viu que tanto a impressionou?
      Leila ficou impressionada porque descobriu o mundo.

CRÔNICA: NO PAÍS DO FUTEBOL - CARLOS EDUARDO NOVAES - COM GABARITO

Crônica: No país do futebol

      Carlos Eduardo Novaes

        Juvenal Ouriço aproximou-se de um vendedor parado à porta de uma loja de eletrodomésticos e perguntou:
        – Qual desses oito televisores os senhores vão ligar na hora do jogo?
    – Qualquer um – disse o vendedor desinteressado.
        – Qualquer um não. Eu cheguei com duas horas de antecedência e mereço uma certa consideração.

        – Para que o senhor quer saber?
        – Para já ir tomando posição diante dele.
        O vendedor apontou para um aparelho. Juvenal observou os ângulos, pegou a almofada que o acompanhava ao Maracanã e sentou-se no meio da calçada.
        – Ei, psiu – chamou-o um mendigo recostado na parede da loja – como é que é, meu irmão?
        – Quer me botar na miséria? Esse ponto aqui é meu.
        – Eu não vou pedir esmola.
        – Então senta aqui ao meu lado.
        – Aí não vai dar para eu ver o jogo.
        – Na hora do jogo nós vamos lá pra casa.
        – Você tem TV em cores?
        – Claro. Você acha que eu fico me matando aqui pra quê?
        Juvenal agradeceu. Disse que preferia ficar na loja, onde tinha marcado encontro com uns amigos que não via desde a final da Copa de 78. O mendigo entendeu. E como gostou de Juvenal, lhe deu o chapéu onde recolhia esmolas. Juvenal, distraído, enfiou-o na cabeça.
        -- Não, não. Na cabeça não.
        -- Por que não?
        -- Já viu mendigo usar chapéu na cabeça? deixe-o aí no chão. Sempre pinga qualquer coisa.
        Aos poucos o público foi aumentando, operários, vendedores, contínuos, vagabundos, e às 15h e 45min já não havia mais lugar diante das lojas de eletrodomésticos, os retardatários corriam de uma para a outra à procura de uma brecha. Alguns ficavam pulando atrás da multidão tentando enxergar a tela do aparelho.
        -- Quer que eu lhe ajude? – perguntou um cidadão já meio irritado com um contínuo pulando rente às suas costas.
        -- Quero.
        -- Então me diz onde é o seu controle da vertical.
        -- Controle da vertical, por quê?
        -- Pra ver se você para de pular aqui nas minhas costas.
        As lojas concentravam multidões. As calçadas da cidade, que já são poucas, desapareciam completamente. Em jogos da Seleção Brasileira, durante a semana, cresce bastante o número de atropelamentos porque o pedestre é obrigado a circular pelas ruas. Além disso, os motoristas ficam muito mais ligados no rádio do que no trânsito.
        Na porta da loja onde estava Juvenal havia umas 200 pessoas do lado de fora e somente uma do lado de dentro: o gerente. Até os vendedores da loja já tinham se bandeado afirmando que assistir a um jogo atrás da televisão não é a mesma coisa que vê-lo atrás do gol. Quando a bola saía entravam os comentários dos torcedores.
        No início do segundo tempo, um cidadão que não se interessava por futebol (um dos 18 que a cidade abriga) foi pedindo licença à galera e com muita dificuldade conseguiu entrar na loja. O gerente foi ao seu encontro: “O senhor deseja algo?”
        – Um aparelho de televisão.
        – Por que o senhor não leva aquele?
        – Qual?
        – Aquele que está ligado ali na porta.
        – É bom?
        – O senhor ainda pergunta? Acha que haveria 200 pessoas diante dele se não tivesse uma boa imagem?
        – Bem…
        – E não é só isso – completou o gerente aproveitando a euforia do público com um gol do Brasil – que outro aparelho transmite emoções tão fortes?
        -- Essa gritaria toda foi diante do aparelho?
        -- Lógico. Esse é o novo televisor AP-007 dotado de controle de emoção. Só este televisor pode leva-lo do choro convulsivo à completa euforia.
        -- É mesmo? E se eu desejar vê-lo sentado quietinho na poltrona?
        -- Também pode, mas é aconselhável desligar o botão da emoção, se não o senhor não vai conseguir ficar quietinho na poltrona.
        O cidadão convenceu-se. Disse que ia levá-lo. O gerente, precavido, pediu-lhe para ir à porta da loja apanhá-lo. O cidadão não teve dúvidas. Ignorando aquela massa toda diante do seu aparelho, foi lá tranquilamente e cleck. Desligou-o.
        O que aconteceu depois eu deixo por conta da imaginação de vocês.

      NOVAES, Carlos Eduardo e outros. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1991. p. 67-70.

Entendendo a crônica:

01 – O início da crônica apresenta uma cena comum: um homem vai a uma loja de eletrodomésticos para assistir, da calçada, a um jogo de futebol em um dos televisores à venda. Depois disso, no entanto, já não podemos dizer que o que acontece é tão frequente assim. Responda: que situações incomuns ou inesperadas ocorrem desde o início do texto até o momento em que o homem se senta na calçada?
      Ele pergunta ao vendedor qual televisor vão ligar na hora do jogo e ainda cobra atenção especial. Além disso, senta-se no meio da calçada com uma almofada.

02 – Quando o personagem Juvenal Ouriço senta-se na calçada, um mendigo puxa conversa com ele. O que pode ser considerado incomum entre as coisas que o mendigo lhe diz?
      O mendigo revela que tem casa com TV em cores e considera que o que está fazendo é um trabalho difícil. Além disso, oferece o chapéu a Juvenal, para que ele também peça esmola.

03 – Situações incomuns ou inesperadas são utilizadas pelos escritores em diversos gêneros textuais, mas com objetivos diferentes. Por exemplo, em histórias de terror, o inesperado é usado para dar sustos e causar medo; em histórias de aventura, um acontecimento inesperado pode dar mais ação à narrativa e ajudar a prender a atenção de quem está lendo. No caso dessa crônica, com que finalidade você acha que as situações inesperadas foram utilizadas?
      Elas foram utilizadas para gerar humor.

04 – A crônica “No país do futebol” foi publicada na década de 1970 em um jornal do Rio de Janeiro. Como outras crônicas, ela está baseada em acontecimentos reais do dia-a-dia e, graças a isso, a narrativa nos permite conhecer características da época em que foi escrita. Levando isso em conta, responda às questões a seguir.
a)   Transcreva do texto trechos que mostrem que muita gente já gostava de futebol naquela época.
“Aos poucos o público foi aumentando [...] já não havia mais lugar diante das lojas de eletrodomésticos”; “As lojas concentravam multidões”; “Em jogos da Seleção [...] os motoristas ficam muito mais ligados no rádio do que no transito”; “Na porta da loja onde estava Juvenal havia umas 200 pessoas do lado de fora [...]”; “[...] um cidadão que não se interessava por futebol (um dos 18 que a cidade abriga)...”.

b)   Quando está falando com o mendigo, Juvenal se espanta de ele possuir um televisor em cores em sua casa. Levando em conta a situação dele, por que você acha que ele se espantou?
Provavelmente porque, além de ser inesperado para a época um mendigo ter televisor, os aparelhos em cores deviam ser muito caros, já que se tratava de uma novidade no país.

c)   Atualmente, é comum as pessoas se reunirem em praças públicas para assistir em telões, em clima de festa, aos jogos da Copa do Mundo. Levando em conta as informações anteriores, por que você acha que naquela época as pessoas iam assistir ao jogo na rua, diante de uma loja? O motivo seria o mesmo de hoje?
Provavelmente não. O motivo de as pessoas iam para as ruas para assistir ao jogo devia ser o de que o televisor era um artigo muito caro e inacessível para boa parte das pessoas, especialmente o televisor em cores.

d)   Que trecho do texto mostra que a cidade estava preparada para esse tipo de aglomeração durante os jogos?
O trecho no qual se diz que ocorriam muitos atropelamentos porque os pedestres eram obrigados a circular pelas ruas, já que muita gente assistindo aos jogos nas calçadas, diante das lojas.

05 – No final da crônica, um homem entra na loja para comprar um televisor. Que características do aparelho são apontadas pelo vendedor e o que ele utiliza para comprovar sua qualidade?
      O vendedor fala de características como a boa imagem e a existência de um “controle de emoção”. Para comprovar a qualidade disso, utiliza a multidão que está diante do aparelho vendo o jogo.



TEXTO: A CASA-CUBO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: A casa-cubo

   Na Alemanha, um arquiteto inventou uma casinha que tem dois quartos, uma sala, uma sala de jantar, uma cozinha e um banheiro em apenas 7 m2. A mobília, as instalações, os equipamentos de comunicação e o som já vêm incluídos.
        A micro casa é ecologicamente correta: construída apenas com material reciclável, com uma vida útil de 10 anos, aproximadamente.
      A equipe que desenvolveu o projeto considera que as micro casas são pequenas demais para uma pessoa viver permanentemente, mas podem proporcionar tudo o que uma pessoa precisa por alguns meses. Portanto, apesar de serem pequenos cubos, oferecem alta qualidade para curtas temporadas.
        Richard  Horden, responsável pelo projeto, sugere alguns usos para ela: alojamento para estudantes universitários ou casa de campo.

http:www.programade corhouse.com.br/noticias.php?1D=238.
Acesso em 26 dez. 2010. (Adaptado).
Entendendo o texto:
01 – O inventor diz que a casa pode ser usada como alojamento estudantil ou casa de campo. Discutam sobre o que são e por que essa construção é boa para esses casos.
      Alojamento estudantil é um lugar onde ficam pessoas que estudam fora de suas cidades; Casa de campo é uma morada só para férias e fins de semana. Como, nesses casos, as pessoas ficam durante pouco tempo, uma casinha é suficiente.

02 – Analisem esta afirmação e digam qual conclusão se pode tirar dela:
        “A micro casa é ecologicamente correta: construída apenas com material reciclável...”
      Houve uma preocupação com a preservação da natureza ao escolher o material com que as micro casas foram construídas; o material poderá ser reaproveitado.

03 – Reparem na imagem e confiram se a casa pode ser mesmo comparada a um cubo. Se você fosse sorteado e ganhasse uma casinha dessa, para que finalidade a usariam?
      A casa tem formato de cubo. Resposta pessoal do aluno.

04 – Proponha outro título para o texto.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Micro casas; Pequenas casas em forma de cubo; etc.

05 – Releia o texto procurando as frases em que foram empregados os dois-pontos (:). Depois, indique a alternativa que explica o motivo do uso desse sinal de pontuação.
(   ) Foram usados dois-pontos porque depois veio uma pergunta.
(X) Foram usados dois-pontos porque a seguir veio uma explicação para o que estava dito antes.

06 – O texto conta sobre a invenção de uma casa bem pequena, por isso o autor se refere a ela como casinha. Mas, para não repetir demais essa palavra, ele usa outras no seu lugar. Descubra quais são e escreva.
      Micro casa; ela; pequenos cubos.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

CONTO: À MARGEM DA LINHA - PAULO RODRIGUES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: À margem da linha
            

              Paulo Rodrigues

        Uma tempestade, mesmo à luz do dia, é sempre assustadora, mas só à noite ela assume seus aspectos mais tenebrosos. Entretanto, quando ela desabou, graças aos conhecimentos que o Mano tinha do clima da região, nós já estávamos abrigados debaixo de uma enorme pedra que, despontando de dentro da terra, lembrava uma marquise. Para maior conforto, o chão onde nos assentamos era uma pedra tão ampla e mais plana que a de cima.
        -- Parece que a gente tá num altar – o Mano falou meio sem jeito, mas eu entendi que não havia nenhuma falta de respeito no que disse, pois queria apenas comparar aquele abrigo natural com certos nichos que abrigam santos nas Igrejas, ou aquelas espécies de grutas visitadas por romeiros devotos.
        Mais tarde, analisando melhor a frase do Mano, percebi que havia sim certo misticismo embutido nela, pois revelava inda que aquele singular conjunto de arquitetura era obra da providência, e estava justamente ali, na passagem dos caminhantes, para abriga-los nas notes de tormenta. O calor do fogo, que tivemos tempo de acender do aguaceiro, me fez entender o gesto dele se persignando. Imitei-o como sempre, inclinando humildemente o meu corpo. Só podia ser uma mão divina aquela que socorria os desamparados nas horas de desespero. Sim o Mano estava coberto de razão, pois dali, sentados sobre aqueles três metros de pedra seca, podíamos ouvir o barulho da enxurrada rasgando as encostas e assistir, ao clarão dos relâmpagos, o fantástico espetáculo da fúria remodelando a natureza ao nosso redor.
        -- Se chover direto, daqui uns dias vai ser o diabo...
        O Mano sabia que eram comuns os deslizamentos quando a chuva caía braba naqueles trechos escarpados. E só quando o sol se abrisse a gente poderia ver as encostas rasgadas de sulcos, expondo raízes de árvores tombadas e as novas lombadas de pedras assomando como abrigos ou terríveis ameaças. Só então os homens lutariam com a lama amontoada sobre os trilhos, num triste modo de quebrar a rotina.

                         RODRIGUES, Paulo. À margem da linha. São Paulo: Cosac Naify, 2001.

Entendendo o conto:
01 – O conto “À margem da linha” é narrada em primeira pessoa, pelo irmão mais novo. Na sua opinião, é possível perceber, nesse trecho, que ele tem grande admiração por Mano, o irmão mais velho? Explique, baseando-se em passagens do texto.
      Todas as referências a Mano mostram que este tem grande ascendência sobre o narrador, seu irmão caçula. Trechos que revelam essa ascendência: as referências aos conhecimentos de Mano – “graças aos conhecimentos que o Mano tinha”; “o Mano estava coberto de razão” –; e o fato de que o narrador costuma seguir o exemplo do irmão – “Imitei-o como sempre”.

02 – Assinale a(s) alternativa(s) que diz(em) respeito ao texto.
(X) A cena se passa numa zona rural.
(X) A cena se passa próximo de uma estrada de ferro.
(   ) A cena se passa numa região deserta, sem nenhuma vegetação.
(   ) A cena se passa numa região completamente plana.
(   ) Não é possível saber se a cena se passa de dia ou de noite.

03 – Transcreva do texto passagens que justifiquem as questões dadas abaixo:
a)   Algumas das passagens que deixam claro que a cena se passa na zona rural:
“Abrigo natural”; “Remodelando a natureza a nosso redor”.

b)   Resultado da tempestade:
“[...] Só então os homens lutariam com a lama amontoada sobre os trilhos, num triste modo de quebrar a rotina.”

c)   A região não é deserta:
“[...] E só quando o sol se abrisse a gente poderia ver as encostas rasgadas de sulcos, expondo raízes de árvores tombadas. [...]”

d)   A região não é plana:
“[...] a gente poderia ver as encostas rasgadas [...]”; “O Mano sabia que eram comuns os deslizamentos quando a chuva caía braba naqueles trechos escarpados. [...]”

e)   A cena se passa à noite:
“Uma tempestade [...] é sempre assustadora, mas só à noite [...]”; “[...] E só quando o sol se abrisse a gente poderia ver as encostas [...]”.

04 – A cena descreve uma tempestade que cai subitamente sobre os dois irmãos. Que outras palavras com significado semelhante ao de tempestade o autor emprega em seu texto?
      Tormenta, aguaceiro, enxurrada, chuva braba.

05 – No segundo e no terceiro parágrafo, o narrador descreve as impressões que a situação vivida por ele e seu irmão lhe desperta.
a)   Mano diz: “Parece que a gente tá num altar”. Como o narrador interpreta, no segundo parágrafo, esse comentário de seu irmão?
Segundo o narrador, Mano disse isso porque a forma das pedras lembra nichos que abrigam santos em Igrejas e grutas visitadas por romeiros.

b)   No terceiro parágrafo, o narrador muda um pouco essa interpretação, e diz que o comentário de Mano contém “certo misticismo”. Explique, com suas palavras, o que ele quis dizer com isso.
Ele passa acreditar que as pedras nas quais estão abrigados não estão ali por acaso, mas foram colocadas ali “pela providência”, para acolher caminhantes em noites de tormenta.

06 – No quarto parágrafo, Mano diz: “Se chover direto, daqui uns dias vai ser o diabo...”. No parágrafo seguinte a esse comentário de Mano, o narrador continua a descrever a situação que estão vivendo com “certo misticismo”? Explique.
      Não. No último parágrafo, o narrador como que “volta à realidade”: passa a descrever aquele cenário mais objetivamente.