sexta-feira, 18 de março de 2022

CONTO: O PRIMEIRO AMOR - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 Conto: O primeiro amor

            Elias José

        Logo que colocou os objetos embaixo da carteira, Pitu encontrou o bilhete. Leu, ficou vermelho, colocou no bolso, não mostrou pra ninguém. De vez em quando, mordia-lhe uma curiosidade grande, uma vontade de reler pra ter certeza. Era uma revelação que ele não estava esperando.

        Não podia dizer que estivesse achando ruim, pelo contrário... Ele estava com vontade de olhar para trás, para as últimas carteiras e procurar por uma resposta com o olhar. Era um tímido e não se encorajava. A professora explicava num mapa as regiões do Brasil e ele viajava num rumo diferente.

        Ainda bem que ela não estava olhando pra ele, nem fazendo perguntas, só estava expondo a matéria. Na hora da verificação, acabaria saindo-se mal. Não gostava de ignorar as coisas perguntadas. Só não se saía muito bem quando se tratava de fazer contas de números fracionários. A professora mesma dizia-lhe que em Português e matéria de leitura e entendimento ele se saía bem; em poesias românticas, em música sentimental. Estava meio perdido nos pensamentos confusos. O bilhete queimando no bolso. Uma vontade de relê-lo, palavra por palavra. Interessante, não era um bilhete bem escrito, tinha até erro de Português – por que a curiosidade? Só ele sabia dele, não foi como no dia do correio-elegante, pai, mãe e seu Francisco do armazém querendo saber, dando palpites. Agora, tinha um bilhete e era diferente. Tinha um bilhete que trazia uma declaração de amor e uma assinatura. Trazia mais: trazia um convite para um bate-papo na praça, às duas horas, se ele quisesse namorar de verdade.

        Marina era bonitinha, ele queria. Falta-lhe jeito de dizer, tinha que escrever um bilhetinho respondendo, era mais fácil. No intervalo, escreveu o bilhete, fechado no banheiro.

        Quando ela chegou, a resposta a esperava na carteira. Quase no fim da aula, ele criou força e olhou para trás. Marina sorria, confirmando. Ele sorria também. Diversas vezes, ele olhou pra trás e a encontrou olhando. Trocaram sorrisos e olhares. Os dois estavam vivendo uma ternura primeira e não sabiam escondê-la mais. Tanto assim que a professora pediu que ele virasse pra frente, observasse o que ela estava pedindo pra pesquisa do fim de semana. Naquele fim de semana, ele iria pesquisar alguma coisa nova que não tinha experimentado, como alguns outros de sua idade e turma.

Elias José. As curtições de Pitu. São Paulo, Melhoramentos, 1980.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 08-10.

Entendendo o conto:

01 – Como é possível perceber o lugar onde ocorre a ação do texto?

      O narrador faz menção a carteiras e a professora. Toda a situação descrita no texto também permite-nos concluir que a ação se passa em uma escola.

02 – O que acontece com Pitu e Marina, as principais personagens do texto?

      Eles estão iniciando um namoro.

03 – Por que Pitu fica vermelho ao receber o bilhete? Como o menino é?

      Porque ficou emocionado. Pitu é um pouco tímido, romântico e bom aluno em Português.

04 – No início de um relacionamento amoroso, geralmente, há alguém que toma a iniciativa, que dá o primeiro passo. De quem partiu a iniciativa no caso de Pitu e Marina? Justifique sua resposta.

      De Marina: foi ela que enviou o primeiro bilhete, encorajando o garoto com sorrisos e olhares ternos.

05 – Como você entende a frase: “Os dois estavam vivendo uma ternura primeira e não sabiam escondê-la mais.”?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Como é a comunicação entre Pitu e Marina?

      Pitu e Marina se comunicam por meio de bilhetes, sorrisos e olhares.

07 – Dê outro título ao texto.

      Resposta pessoal do aluno.

08 – O texto apresenta personagens adolescentes, como você. Na sua opinião, o comportamento foi bem observado pelo escritor? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, o texto pode ser facilmente entendido e até mesmo feito uma peça teatral.

CONTO: LIVRO: O MEU PÉ DE LARANJA LIMA(FRAGMENTO) - JOSÉ MAURO VASCONCELOS - COM GABARITO

 Conto: O meu pé de Laranja Lima – Fragmento

      José Mauro Vasconcelos

        A gente vinha de mãos dadas, sem pressa de nada pela rua. Totóca vinha me ensinando a vida. E eu estava muito contente porque meu irmão mais velho estava me dando a mão e ensinando as coisas. Mas ensinando as coisas fora de casa. Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre tomando umas palmadas. Até bem pouco tempo ninguém me batia. Mas depois descobriram as coisas e vivem dizendo que eu era o cão, que eu era capeta, gato ruço de mau pelo. Não queria saber disso.

        [...]

        Joguei uma flecha de piedade nos olhos de Glória. Ela sempre me salvara e eu sempre prometia a ela que não ia fazer nunca mais...

        — Mais tarde. Agora não. Eles estão brincando tão quietinhos...

        Ela já sabia de tudo. Sabia que eu tinha ido pelo valão e entrado nos fundos do quintal de Dona Celina. Fiquei fascinado com a corda de roupa balançando ao vento uma porção de pernas e braços. Aí o diabo me disse que eu podia dar uma queda ao mesmo tempo em todos os braços e pernas. Eu concordei com ele que ia ser muito engraçado. Procurei no valão um caco de vidro bem afiado e subi na laranjeira e cortei a corda com paciência.

        Eu quase que caí ao mesmo tempo que aquilo tudo veio abaixo. Um grito e todo mundo correu.

        — Acode minha gente, que a corda rebentou.

        Mas uma voz, não sei de onde, gritou mais alto.

        — Foi aquela peste do menino de seu Paulo. Eu vi ele trepando na laranjeira com um caco de vidro...

        [...]

        Arrastei-me até a porta da cozinha, estudando um meio de desarmar Glória. Ela estava bordando uns panos. Sentei meio sem jeito e dessa vez Deus me ajudou. Ela me olhou e viu que eu estava de cabeça baixa. Resolveu não dizer nada porque eu estava de castigo. Fiquei com os olhos cheios d'água e funguei. Dei com os olhos de Glória me fitando. Suas mãos tinham parado no bordado.

        — Que é, Zezé?

        — Nada, Godóia... Por que ninguém gosta de mim?

        — Você é muito arteiro.

        — Hoje já levei três surras, Godóia.

        — E não mereceu?

        — Não é isso. É que como ninguém gosta de mim, aproveitam para me bater por qualquer coisa.

        [...]

        No começo o segredo existiu só porque eu tinha vergonha de ser visto no carro do homem que me dera umas palmadas. Depois persistiu porque sempre era bom existir um segredo. E o Português fazia todas as minhas vontades nesse aspecto. Tínhamos jurado, de morte, que ninguém deveria saber da nossa amizade. Primeiro, porque não queria dar carona à garotada. Quando vinha gente conhecida, ou mesmo Totóca, eu me abaixava. Segundo, porque ninguém devia atrapalhar o mundo de conversas que a gente tinha para conversar.

        [...]

        — [...] Eu não gosto muito do seu nome. Não é que não goste, mas entre amigos fica muito...

        — Virgem Santíssima, o que virá agora?

        — Acha que eu posso chamar você de Valadares?

        Ele pensou um pouco e sorriu.

        — De fato, não soa bem.

        — De Manuel, eu também não gosto. Você nem pode saber como eu fico fulo quando Papai conta anedotas de Português e fala: ó Manuele... Se vê logo que o filho da mãe nunca teve um amigo português...

        — Que acabaste de falar?

        — Que meu pai imita português?

        — Não. Antes. Uma coisa feia.

        — Filho da mãe é tão feio como o outro filho?...

        — Quase a mesma coisa.

        — Então vou ver se não falo mais. Então?

        — Eu que te pergunto. Que conclusão tiraste? Não me queres chamar de Valadares e pelo jeito de Manuel, também não.

        — Tem um nome que eu acho lindo.

        — Qual? Aí eu fiz a cara mais sem-vergonha do mundo.

        — Como seu Ladislau e os outros chamam você na Confeitaria...

        Ele fechou a mão fingindo zanga de brincadeira.

        — Sabes que és o maior atrevidaço que eu conheço. Queres me chamar de Portuga, não é assim?

        — Fica mais de amigo.

        — É tudo quanto desejas? Pois bem. Eu to permito. Agora vamos, sim?

        VASCONCELOS, José Mauro de. O meu pé de laranja lima. São Paulo: Melhoramentos, 1975. p. 5, 16, 70, 77, 81.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 19-21.

Entendendo o conto:

01 – Com base na leitura dos trechos, quem são as personagens que aparecem no cartaz do filme?

      O menino Zezé e seu amigo Portuga.

02 – Que elementos presentes no texto escrito aparecem no trailer do filme?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Que sentimentos, sensações ou ideias o texto literário e sua versão cinematográfica provocam em você?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Se você tivesse de indicar o romance ou o trailer para um amigo, como faria isso?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Com base nas diferenças entre as linguagens literária e cinematográfica apontadas anteriormente, o que mais lhe chamou a atenção nos trechos do romance “O meu pé de laranja lima” e quais aspectos são, em sua opinião, os mais significativos no trailer a que você assistiu? Justifique suas escolhas formulando argumentos.

      Resposta pessoal do aluno.

CONTO: O GALO QUE CANTAVA PARA FAZER O SOL NASCER - RUBEM ALVES - COM GABARITO

 Conto: O galo que cantava para fazer o sol nascer

             Rubem Alves

        Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e dizia para a bicharada do galinheiro:

        -- Vou cantar para fazer o sol nascer...

        Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e ordenava, definitivo:

        -- Có-có-ri-có-có...

        E   ficava esperando.

        Dali a pouco a bola vermelha começava a aparecer, até que se mostrava toda, acima das montanhas, iluminando tudo.

        O galo se voltava, orgulhoso, para os bichos e dizia:

        -- Eu não falei?

        E todos ficavam biqui/abertos e respeitosos ante poder tão extraordinário conferido ao galo: cantar pra fazer o sol nascer.

        Ninguém duvidava. Tinha sido sempre assim. Também o galo-pai cantara para fazer o sol nascer, e o galo-avô...

        Tal poder extraordinário provocava as mais variadas reações.

        Primeiro, os próprios galos não estavam de acordo. E isto porque não havia um galo só. Quando a cantoria começava, de madrugada, ela ia se repetindo pelos vales e montanhas. Em cada galinheiro havia um galo que pensara a mesma coisa e julgava todos os outros uns impostores invejosos. Além do que não havia acordo sobre a partitura certa para fazer o sol nascer. Cada um dizia que a única verdadeira era a sua – todas as outras sendo falsificações e heresias. Em cada galinheiro imperava o terror. Os galos jovens tinham de aprender a cantar do jeitinho do galo velho, e se houvesse algum que desafinasse ou trocasse bemóis por sustenidos, era imediatamente punido. Por vezes, a punição era um ano de proibição de cantar. Sendo mais grave o desafino, ameaçava-se com o caldeirão de canja do fazendeiro, fervendo sobre o fogão de lenha.

        [...]

        Depois, havia grande ansiedade entre os moradores do galinheiro. E se galo ficasse rouco? E se esquecesse da partitura?

        Quem cantaria para fazer nascer o sol? O dia não amanheceria. E por causa disso cuidavam do galo com o major cuidado. Ele, sabendo disso, sempre ameaçava a bicharada, para ser mais bem tratado ainda.

        -- Olha que eu enrouqueço! dizia.

        E todos se punham a correr, para satisfazer as suas vontades.

        [...]

        Aconteceu, como era inevitável, que certa madrugada o galo perdeu a hora. Não cantou para fazer o sol nascer.

        E o sol nasceu sem o seu canto.

        O galo acordou com o rebuliço no galinheiro. Todos falavam ao mesmo tempo.

        -- O sol nasceu sem o galo... O sol nasceu sem o galo...

        O pobre galo não podia acreditar naquilo que os seus olhos viam: a enorme bola vermelha, lá no alto da montanha. Como era possível? Teve um ataque de depressão ao descobrir que o seu canto não era tão poderoso como sempre pensara. E a vergonha era muita.

        Os bichos, por seu lado, ficaram felicíssimos. Descobriram que não precisavam do galo para que o sol nascesse. O sol nascia de qualquer forma, com galo ou sem galo.

        Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.

        Até que, numa bela manhã, o galinheiro foi despertado de novo com o canto do galo. Lá estava ele, como sempre, no alto do telhado, peito estufado.

        -- Está cantando para fazer o sol nascer? Perguntou o peru em meio a uma gargalhada.

        -- Não, ele respondeu.  Antes, quando eu cantava para fazer o sol nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vai nascer. O canto é o mesmo. E eu virei poeta.

 ALVES, Rubem. Estórias de bichos. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1990. p. 22-5.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 234-6.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Bemóis e sustenidos: variações de tom de uma nota musical.

·        Depressão: abatimento moral.

·        Deprimido: estado daquele que entra em depressão.

·        Heresia: pensamento que se opõe às ideias vigentes.

·        Impostor: fingindo, que se faz passar por alguém que não é.

·        Partitura: representação gráfica de uma composição musical.

·        Rebuliço: barulho, agitação.

02 – O galo, no início da história, gozava de uma condição especial.

a)   Como era tratado?

Com respeito e atenção.

b)   Por que o tratavam assim?

Porque tinham medo de que ele se zangasse e não fizesse mais o sol nascer.

03 – Em todas as comunidades, é muito forte o significado da tradição, isto é, das crenças, dos costumes, dos valores, etc.

a)   No galinheiro desta história, os galos valorizam a tradição? Por quê?

Sim, porque transmitem sua técnica de canto de geração a geração, não aceitando nenhuma inovação.

b)   Que consequência teve, para a comunidade do galinheiro, o fato de o galo um dia não cantar para o sol nascer?

A comunidade descobriu que o sol nasce mesmo sem o canto do galo; Isso modificou o modo de ver a tradição e levou o fim dos privilégios do galo, vindos de longa data.

04 – Releia este parágrafo:

        “Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.”

a)   Até esse parágrafo, o narrador se limitava a contar a história, sem emitir opiniões pessoais. Identifique o trecho em que muda sua postura.

“O que era uma pena” até “nasceram um para o outro”.

b)   Pode-se dizer que esse parágrafo antecipa o desfecho da história. Quais são as “pistas” existentes nele que permitem prever o destino do galo?

O narrador, ao dizer que o canto do galo é bonito, antecipa o papel que ele vai assumir no desfecho da história.

05 – Observe as palavras destacadas nestas frases: “Antes, quando eu cantava para fazer o sol nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vais nascer”.

a)   Relacione as palavras destacadas a estas ideias:

Causa – tempo – consequência – finalidade.

·        Qual dessas ideias a palavra para exprime?

Finalidade.

·        Qual dessas ideias a palavra porque exprime?

Causa.

b)   Por que o galo diz que era “doido varrido” quando cantava para fazer o sol nascer?

Percebe agora que o que fazia não tinha sentido.

c)   Explique por que ele agora se considera poeta.

Porque agora ele canta sem nenhuma finalidade específica, canta apenas porque é bonito ou porque gosta de cantar.

06 – Observe a palavra destacada neste trecho: “E todos ficavam biqui/abertos e respeitosos”. O autor inventou um neologismo, isto é, uma palavra nova, que não existe na língua. Para fazer isso, ele apenas modificou o início de outra palavra, essa sim existe na língua.

a)   Qual é essa outra palavra?

Boquiaberto.

b)   O que as duas palavras significam?

Em estado de espanto.

07 – No texto, o autor também empregou palavras criadas a partir da união de outras duas: galo-pai e galo-avô. Seguindo o exemplo de Rubem Alves, invente você também palavras a partir da junção de outras existentes na língua. Se quiser, aproveite estas sugestões: galo, madrugada, sol, canto, montanha, poeta, bichos. Ou crie livremente.

      Resposta pessoal do aluno.

 

CARTUM: ENTREVISTA - QUINO - GENTE - COM GABARITO

 Cartum: Entrevista


             Quino. Gente. Lisboa: Dom Quixote, 1991.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 38-9.

Entendendo o cartum:

01 – O cartum retrata inicialmente um diálogo entre duas pessoas.

a)   O que o homem de terno preto foi fazer nesse lugar?

Foi tentar arrumar emprego ou participar de uma entrevista de trabalho.

b)   Ele atingiu seu objetivo?

Sim, pois ele conseguiu a vaga.

02 – Repare nas perguntas feitas pelo entrevistador e nas respostas dadas pelo entrevistado.

1° quadrinho: Nome? – 19 de março de 1924.

2° quadrinho: Endereço? – Masculino.

3° quadrinho: Data de nascimento? – Casado.

4° quadrinho: Nacionalidade? – Avenida Pirolito, 379, 2° F, capital.

5° quadrinho: Sexo? – Exame da 4ª classe.

6° quadrinho: Profissão? – Horácio da Silva Freitas.

a)   O que chama a atenção nesse diálogo?

As respostas são absurdas, porque não há coerência (lógica) entre as perguntas feitas pelo entrevistador e as respostas dadas pelo entrevistado.

b)   Como o entrevistador reage diante das respostas do entrevistado?

Naturalmente, como se as respostas fossem coerentes com as perguntas.

03 – Observe a última cena do cartum.

a)   Que tipo de lugar você imagina que seja esse? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Parece ser uma repartição pública, em virtude do número de pessoas em fila e com papel na mão.

b)   Para que tipo de cargo o homem foi contratado?

Foi contratado para dar informações ao público.

c)   Você acha que ele está preparado para ocupar esse cargo? Por quê?

Não, pois, pelas respostas ilógicas dadas por ele durante a entrevista, é possível prever que ele vá desorientar o público.

04 – Quino é um cartunista argentino. Seu cartum faz uma crítica.

a)   Qual é o alvo da crítica?

Crítica a burocracia de algumas instituições públicas, o despreparo dos funcionários e o modo absurdo como as pessoas são tratadas ou orientadas.

b)   Você acha que esse cartum também se adequaria à realidade brasileira? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

ANEDOTA: CONSELHO MAL ENTENDIDO - ZIRALDO - COM GABARITO

 Anedota: Conselho mal entendido

              Ziraldo

        O menino já estava parado ali no meio-fio havia tempo. Atento, olhando para um lado e para o outro. O dono da banca de jornal, que já estava desde cedo observando o menino, quis saber:

        -- Por que você não atravessa, meu filho?

        -- Mamãe disse para eu esperar os automóveis passarem. Até agora não passou nenhum!

Ziraldo. As últimas anedotinhas do Bichinho da Maçã. São Paulo: Melhoramentos, 1988. p. 12.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 32.

Entendendo a anedota:

01 – O humor da anedota é criado em torno de uma falha de compreensão na interação verbal entre a mãe e o menino. Qual era a intenção da mãe ao dizer ao menino que esperasse os automóveis passarem?

      A intenção de prevenir o menino do risco de travessar a rua quando há carros na pista.

02 – De que modo o menino compreendeu a fala da mãe?

      Ele compreendeu que só deveria atravessar depois que algum carro passasse.

03 – Considerando o papel dos interlocutores – mãe e filho –, por que o modo como o filho compreendeu a fala da mãe é absurdo?

      O desejo da mãe era afastar o filho dos automóveis, e não que ele atravessasse a rua somente depois que carros tivessem passado.

ANEDOTA: CASAMENTO - ZIRALDO - COM GABARITO

 Anedota: Casamento

               Ziraldo

        O moço foi pedir a mão da namorada em casamento. E o pai morrinha quis saber:

        -- Você acha que tem condições de dar a ela a mesma vida que ela tem aqui?

        -- Acho que sim. Eu também sou muito chato!

Ziraldo. As últimas anedotinhas do Bichinho da Maçã. São Paulo: Melhoramentos, 2000. p. 31.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 37.

Entendendo a anedota:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra morrinha?

      Pessoa que se mostra desagradável, maçante.

02 – Como o pai é inicialmente caracterizado pelo narrador da anedota?

      Como morrinha.

03 – O que o pai pretende dizer quando pergunta ao moço se ele tinha condições de dar à namorada a mesma vida que ela tinha ali?

      Se o moço tinha condições de oferecer à moça boas condições materiais: casa, dinheiro, fartura, etc.

04 – Que imagem o pai devia ter a respeito do namorado de sua filha?

      A de que o moço provavelmente era pobre.

05 – Pela resposta do moço, é possível notar que ele também já tinha uma opinião formada a respeito do pai da namorada. Qual é essa opinião?

      A de que o pai da namorada é um chato.

 

ANEDOTA: LULINHA - REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM GABARITO

 Anedota: Lulinha

       A professora pede ao aluno:

        -- Dê um exemplo de um verbo.

        Ele pensa e responde indeciso:

        -- Bicicleta!

        -- Bicicleta não é verbo!

        Pede, em seguida, exemplo de verbo a outro estudante. Ele também pensa, pensa e arrisca.

        -- Plástico!

        Ela se irrita.

        -- Pelo amor de Deus, plástico não é verbo.

        Pergunta então a um terceiro:

        -- Diga um verbo.

        Lulinha nem pensa e, prontamente, diz o que ela entende de forma nítida como “hospedar”.

        -- Muito bem, até que enfim. “Hospedar” é um verbo. Agora diga uma frase com o verbo que você escolheu.

        -- Os pedar da bicicleta é de prástico.

Revista Língua Portuguesa, n° 4.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 48-9.

Entendendo a anedota:

01 – Os alunos apresentam dificuldade na aula de gramática. Observe a última frase do texto.

a)   Essa frase está de acordo com a variedade padrão da língua?

Não.

b)   Caso não, como ela ficaria se quiséssemos reescrevê-la nessa variedade?

Os pedais da bicicleta são de plástico.

02 – No dialeto caipira, é comum haver a troca, em final de sílaba, da letra l pela letra r. Por exemplo: varal-varar; talco-tarco; coronel-coroner.

a)   Há, na anedota, alguma palavra que se enquadra nesse caso? Se sim, qual?

Sim, a palavra pedar (pedal).

b)   Conclua: Que variedades linguísticas estão sendo utilizadas nessa aula de gramática?

A variedade padrão, representa principalmente pela fala da professora, e uma variedade não padrão, o dialeto caipira, representada pela fala do terceiro aluno que responde à pergunta.

03 – Em variedades não padrão da língua, é comum não haver concordância em algumas situações. Observe e compare:

Variedade padrão: o pedal – os pedais.

Variedade não padrão: o pedar – os pedar.

        A exemplo os pedar foge às convenções da língua padrão, mas há uma razão lógica que poderia justificar a falta de concordância. Qual é ela? Troque ideias com os colegas.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Como a palavra os está no plural, já é suficiente para indicar a noção de plural, ou seja, que se trata de dois ou mais pedais. Isso explica expressões da língua não padrão como os home, as criança, etc.

04 – O humor da anedota encontra-se na última frase. Você acha que a frase dita pelo aluno vai satisfazer a expectativa da professora? Por quê? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois pedal também é substantivo.

 

quinta-feira, 17 de março de 2022

NOTÍCIA: QUASE 90% DOS PROFESSORES NÃO TINHAM EXPERIÊNCIA COM AULAS REMOTAS ANTES DA PANDEMIA; 42% SEGUEM SEM TREINAMENTO, APONTA PESQUISA. G1.GLOBO - COM GABARITO

 NOTÍCIA: Quase 90% dos professores não tinham experiência com aulas remotas antes da pandemia; 42% seguem sem treinamento, aponta pesquisa.

Levantamento da UFMG e CNTE mostra cenário preocupante e a dificuldade do poder público em dar resposta neste momento emergencial e garantir a isonomia do acesso à educação, afirma coordenadora do estudo.

Uma pesquisa sobre o trabalho dos professores da rede pública durante a pandemia, a qual o G1 teve acesso, aponta que 89% não tinha experiência anterior à pandemia para dar aulas remotas – e 42% dos entrevistados afirmam que seguem sem treinamento, aprendendo tudo por conta própria. Para 21%, é difícil ou

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNnkqzqP__sgjybF-AwS07LiE3g8i9dcLoDQEo3fJEZNFaBxoYPBPhfbwdN8qIqc0iUBSAujEQVm-AEQek-NDv8l-aI7J9J0qrW0tTHr1HY4Qd1gTKjHf4h9Q73ZcalWszh_EGmNyno5J7bLF2wIf7L-xu06tUQJMo-EPLhfitJ88kJTLff43VbG1I=s1600 

muito difícil lidar com tecnologias digitais. Os resultados mostram a dificuldade dos professores em lidar com a nova realidade, e o esforço pessoal para transmitir a aprendizagem aos estudantes durante a emergência de saúde provocada pelo coronavírus.

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/07/08

Entendendo a notícia

O texto foi publicado em um “site” de grande circulação nacional e internacional. Nele, podemos encontrar várias notícias interessantes, e uma delas é essa acima, muito atual e que gerou polêmica no meio educacional. De acordo com sua leitura e interpretação, responda:

01-O que a notícia rebate, ou seja, mostra-nos sobre o posicionamento dos professores da rede pública em relação às novas formas de chegar até o ao aluno por causa da pandemia?

- Rebate sobre o acesso dos professores em utilizar os meios tecnológicos a seu favor, pois a maioria deles, segundo a pesquisa feita pelo G1 aponta que 89% não tinham experiência anterior para dar aulas remotas e 42% seguiram sem treinamento, aprendendo tudo por conta própria, e 21% acham difícil ou muito difícil lidarem com as tecnologias digitais.

02- Marque um X na alternativa que apresente a finalidade do gênero notícia:

A) Apresentar opinião de especialista sobre assunto relevante para a sociedade.

B) Informar fatos e acontecimentos recentes de relevância local, nacional e internacional.

C) Narrar uma história que envolve conflito inicial, momento de maior tensão e desfecho.

D) Crítica de acontecimentos atuais.

03- Marque um X na alternativa que apresente as partes composicionais de uma notícia:

A) Título, subtítulo, lide, corpo da notícia, fotos com legenda.

B) Título e organização em versos e estrofes.

C) Título e textos organizados em tópicos.

D) Título, lista de componentes e procedimentos de tarefas.

04- Explique as diferenças entre a notícia radiofônica e a notícia em podcast na internet?

- Ambas são veiculadas por áudio, no entanto, a notícia radiofônica é dada ao vivo, podendo ser repetida na estação de rádio, durante a programação, e a notícia em podcast é gravada em formato MP3, postada em sites e blogs e pode ser ouvida, retomada e consultada a qualquer hora.

05- Com base no que foi estudado sobre o gênero discursivo notícia, produza um texto noticiando um fato possível de ser retratado pela foto abaixo.

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYGWdMWBiN8B_weeCjHyie5W9vdYnWrY-VZTnda_kqoXNhGlh4oQ_j-9BIWqjBUDbXfGWLk1l7QI88LfdQUBnJmIKN0Wr-okTDbxxQlX2ZYsdXQSBmG60daDyGMuHNTQYInUHV5t7bg56_88oAuHsRoscVr1vRSXeeLubo_81Hj6LePHkkVgsZMPst=s800 

Sua notícia deverá conter letras com fontes e tamanhos diferentes, principalmente no título. Não esqueça de empregar os elementos que compõem uma notícia.