segunda-feira, 9 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): FLAGRA - RITA LEE(ROBERTO CARVALHO) - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): FLAGRA

                                                                     Rita Lee

 No escurinho do cinema

Chupando Drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz

Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino

Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes
Que flagra
Que flagra
Que flagra, uh uh

La la la la la
Uh uh
La la la la la
La la la la la

No escurinho do cinema
Chupando Drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz

Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino

Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes
Que flagra
Que flagra
Que flagra

La la la la la
Uh uh
La la la la la
La la la la la (uh uh uh)
La la la la la (uh uh uh)

 

Fonte: LyricFind

Compositores: Rita Lee Jones De Carvalho / Roberto Zenobio Affonso De Carvalho

 

Entendendo a canção

1.   No texto a pronúncia dos nomes de atores célebres do cinema americano no 5º verso leva a um criativo efeito cômico.

a)   Explique esse efeito, valendo-se de elementos fônicos e morfossintáticos.

O efeito cômico é dado pela possibilidade de Kerr e Peck poderem ser associados, pela semelhança sonora, a quer e peque, o que resulta na alteração de classe gramatical – de substantivo (próprio) a verbo - e, consequentemente, de função sintática.

 

b)   Identifique, no plano vocabular, a relação semântica entre o 5º e o 6º versos.

Os vocábulos peque e santinho passam a integrar o mesmo campo semântico, ao estabelecer uma relação de contraste entre pecado e santidade.

        2) Em que lugar se passa a história?

             No escurinho do cinema.

        3) Há efeitos sonoros na canção? Cite-os.

            Sim, há aliteração (repetição de um fonema). Ex: uh, uh / la  la la.

        4) O eu-lírico é feminino ou masculino? Explique extraindo um verso ou uma palavra da canção que comprove sua resposta.

             O eu-lírico é masculino.

             “Não vou bancar o santinho”.

             “Eu sou o Sheik Valentino”.

       5) Em todos os versos, nota-se a marca da 1ª pessoa, exceto em:

            “E a turma toda logo vaiou

            Acenderam as luzes, cruzes”.

 

     6) Registra-se um traço de linguagem informal em:

         “Mas de repente o filme pifou”.

 

sábado, 7 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): CIDADÃO DE PAPELÃO - (O TEATRO MÁGICO) - COM GABARITO

 Música(Atividades): Cidadão de Papelão

                   (O Teatro Mágico)- Composição: Fernando Annitelli e Maíra Viana

Um cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não

Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
Um cara, um papo, um sopapo, um papelão

Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura

O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vai

À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão

Não habita, se habitua
Não habita, se habitua
Não habita, se habitua
Não habita, se habitua

Fonte: Musixmatch

Compositores: Fernando Anitelli

 Entendendo a canção


1)   Na canção, o eu lírico narra o dia de um morador de rua, um miserável. No trecho “Nem terno, nem tampouco ternura/ Á margem de toda rua, sem identificação”, verifica-se uma característica que contribui para a “desumanização” da personagem Jean Valjean, durante a sua detenção, nas galés.

O processo descrito acima é representado pela(o)

a)   supressão de sua individualidade, quando passa a ser chamado de 24.601.

b)   impedimento do contato com os familiares e amigos, a quem tanto amava.

c)   prisão à força pelo roubo do pão e sua retirada do convívio social.

d)   período em que passou fome e dormiu no chão, durante a prisão.

e)   trabalho desumano, remando barcos, como forçado, nas galés.


2)   Segundo o autor, o que é o cidadão de papel?

             Ele representa os moradores em situação de rua.

         3)   Como o eu lírico é apresentado?

              É apresentado sem identidade.

 

CRÔNICA: BONS DIAS! (21 DE JANEIRO DE 1889) - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

 CRÔNICA: BONS DIAS!

(publicada em 21 de janeiro de 1889)            


        Machado de Assis

 

Vi não me lembra onde...
É meu costume; quando não tenho que fazer em casa, ir por esse mundo de Cristo, se assim se pode chamar à cidade de São Sebastião, matar o tempo.

Não conheço melhor ofício, mormente se a gente se mete por bairros excêntricos; um homem, uma tabuleta, qualquer coisa basta a entreter o espírito, e a gente volta para casa "lesta e aguda", como se dizia em não sei que comédia antiga.

Naturalmente, cansadas as pernas, meto-me no primeiro Bond, que pode trazer-me à casa ou à Rua do Ouvidor, que é onde todos moramos. Se o Bond é dos que têm de ir por vias estreitas e atravancadas, torna-se um, verdadeiro obséquio do céu. De quando em quando, pára diante de uma carroça que despeja ou recolhe fardos. O cocheiro trava o carro, ata as rédeas, desce e acende um cigarro: o condutor desce também e vai dar uma vista de olhos ao obstáculo. Eu, e todos os veneráveis camelos da Arábia, vulgo passageiros, se estamos dizendo alguma coisa, calamo-nos para ruminar e esperar.

Ninguém sabe o que sou quando rumino. Posso dizer, sem medo de errar, que rumino muito melhor do que falo. A palestra é uma espécie de peneira, por onde a ideia sai com dificuldade, creio que mais fina, mas muito menos sincera. Ruminando, a ideia fica integra e livre. Sou mais profundo ruminando; e mais elevado também.

Ainda anteontem, aproveitando uma meia hora de Bond parado, lembrou-me não sei como o incêndio do club dos Tenentes do Diabo. Ruminei os episódios todos, entre eles os atos de generosidade tia parte das sociedades congêneres; e fiquei triste de não estar naquela primeira juventude, em que a alma se mostra capaz de sacrifícios e de bravura. Todas essas dedicações dão prova de uma solidariedade rara, grata ao coração.

Dois episódios, porém, me deram a medida do que valho, quando rumino. Toda a gente os leu separadamente; o leitor e eu fomos os únicos que os comparamos. Refiro-me, primeiramente, à ação daqueles sócios de outro club, que correram à casa que ardia, e, acudindo-lhes à lembrança os estandartes, bradaram que era preciso salvá-los. "Salvemos os estandartes!", e tê-lo-iam feito, a troco da vida de alguns, se não fossem impedidos a tempo. Era loucura, mas loucura sublime. Os estandartes são para eles o símbolo da associação, representam a honra comum, as glórias comuns, o espírito que os liga e perpetua.

Esse foi o primeiro episódio. Ao pé dele temos o do empregado que dormia, na sala. Acordou este, cercado de fumo, que o ia sufocando e matando. Ergueu-se, compreendeu tudo, estava perdido, era preciso fugir. Pegou em si e no livro da escrituração e correu pela escada abaixo. Comparai esses dois atos, a salvação dos estandartes e a salvação do livro, e tereis uma imagem completa do homem. Vós mesmos que me ledes sois outros tantos exemplos de conclusão. Uns dirão que o empregado, salvando o livro, salvou o sólido; o resto é obra de sirgueiro. Outros replicarão que a contabilidade pode ser reconstituída, mas que o estandarte, símbolo da associação, é também a sua alma; velho e chamuscado, valeria muito mais que o que possa sair agora' novo, de uma loja. Compará-lo-ão à bandeira de uma nação, que os soldados perdem no combate, ou trazem esfarrapada e gloriosa.

E todos vós tereis razão; sois as duas metades do homem formais o homem todo... Entretanto, isso que aí fica dito está longe da sublimidade com que o ruminei. Oh! Se todos ficássemos calados! Que imensidade de belas e grandes ideias! Que saraus excelentes! Que sessões de Câmara! Que magníficas viagens de bond!

Mas por onde é que eu tinha principiado? Ah! Uma coisa que vi, sem saber onde... Não me lembro se foi andando de bond; creio que não. Fosse onde fosse, no centro da cidade ou fora dela. Vi, à porta de algumas casas, esqueletos de gente postos em atitudes joviais. Sabem que o meu único defeito é ser piegas; venero os esqueletos, já porque o são, já porque o não sou. Não sei se me explico.

Tiro o chapéu às caveiras; gosto da respeitosa liberdade com que Hamlet fala à do bobo Yorick. Esqueletos de mostrador, fazendo guifonas, sejam eles de verdade ou não, é coisa que me aflige. Há tanta coisa gaiata por esse mundo, que não vale a pena ir ao outro arrancar de lá os que dormem. Não desconheço que esta minha pieguice ia melhor em verso, com toada de recitativo ao piano: Mas é que eu não faço versos; isto não é verso: Venha o esqueleto, mais tristonho e grave Bem como a ave, que fugiu do além...

Sim, ponhamos o esqueleto nos mostradores, mas sério, tão sério como se fosse o próprio esqueleto do nosso avô, por exemplo... Obrigá-lo a uma polca, habanera, lundu ou cracoviana... Cracoviana? Sim, leitora amiga, é uma dança muito antiga, que o nosso amigo João, cá de casa, executa maravilhosamente, no intervalo dos seus trabalhos. Quando acaba, diz-nos sempre, parodiando um trecho de Shakespeare:

"Há entre a vossa e a minha idade, muitas mais coisas do que sonha a vossa vã filosofia."

Boas noites.

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro http://www.bibvirt.futuro.usp.br
Permitido uso para fins educacionais.

 

Entendendo a Crônica

1)   Observe o seguinte trecho:

“Não conheço melhor ofício, mormente se a gente se mete por bairros excêntricos; um homem, uma tabuleta, qualquer coisa basta a entreter o espírito, e a gente volta para casa “lesta e aguda”, como se dizia em não sei que comédia antiga”.

 - Qual tipo de linguagem está representado na expressão “se a gente”?

Linguagem coloquial, informal.

 2)   Palavras  como “bond” e “club”. São exemplos de:

a)   Estrangeirismos.

b)   Variedades sociais.

c)   Variedades regionais.

d)   Variedades estilísticas.

3)   No trecho “A palestra é uma espécie de peneira, por onde a ideia sai com dificuldade, creio que mais fina, mas muito menos sincera”, a palavra “mas” estabelece uma relação de:

    a)   Adição.

   b)   Oposição.

   c)   Alternância.

   d)   Explicação.


4)   Em que pessoa verbal o narrador conta o fato?

             Em primeira pessoa do singular.

      5)   O título de um texto é sempre o primeiro a levantar expectativas quanto ao seu conteúdo. A partir dele fazemos uma série de suposições iniciais que depois podem ser modificadas ou confirmadas. Que emoções e ideias foram despertadas pela leitura dessa crônica? Comente.

        Por estar no plural “Bons dias!” desperta a emoção de notícias boas, alegres, e em se tratando de Machado de Assis com uma pitada de ironia.

    6)   De que se trata a crônica?

     Revela o processo de criação do narrador-cronista. O andar de bonde “desliga” o cronista do tempo cronológico e, deixando a mente vagar, mergulha nas pequenas ocorrências do cotidiano.

 7)   Onde acontecem os fatos narrados?

Os fatos acontecem dentro de um Bond.

CRÔNICA: O SOBREVIVENTE - DRÁUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Crônica: O sobrevivente

            Dráuzio Varella

        Com uma caixa de engraxate pintada de amarelo pendurada no ombro, o rapaz cruzou a rua em minha direção:

        ─ Não sei se o senhor lembra de mim, mas quando estive lá me chamavam de Neguinho de Guaianases, para diferenciar do finado Negão de Pirituba que era alto e forte.

         Para ser sincero, não lembrava dele nem do finado, mas se dizia que estivera lá, pelo menos ficava claro de onde nos conhecíamos. Todo ex-presidiário que encontro pela rua se refere à extinta Casa de Detenção dessa forma, como se trouxesse mau agouro pronunciar o nome do presídio.

         ─ Quanto tempo você cumpriu lá?

        ─ Seis anos.

        ─ Não voltou mais para a cadeia?

       ─ Deus me livre, agora sou trabalhador.

      ─ E dá para viver engraxando sapato?

      Explicou que, saindo de casa às sete da manhã e voltando às nove da noite, conseguia tirar R$ 40 a R$ 50 por dia, quantia suficiente para pagar os R$ 150 do aluguel de um cômodo no Bexiga e as demais despesas fixas.

       E ainda sobrava para visitar os irmãos em Itaquaquecetuba aos domingos, para um baile em Pinheiros de vez em quando e para pagar o hotelzinho na saída, nas noites em que os céus ouviam suas preces.

       Com a caixa amarela nas costas, percorria dez a quinze quilômetros por dia no encalço da clientela:

      ─ Procuro passar em lugar que tem homem parado: ponto de táxi, porta de bar, restaurante com fila de espera, praça com aglomeração de aposentado. Cobro de acordo com a aparência do cidadão: R$ 2 se aparentar ser trabalhador; R$ 5 se tiver cara de rico.

       Neguinho foi aluno comportado até os treze anos, quando o primo que mais admirava o convidou para distribuir panfleto no Largo da Concórdia. Nessa fase, pegou o gosto por dinheiro, por roupas da hora e conheceu a maconha. Para desgosto do pai, pedreiro em Guaianases, parou de estudar.

       Um dia, o primo decidiu mudar de ramo:

       ─ Disse que não se conformava com aquela mixaria; tinha nascido para uma vida melhor. Levantou a camisa e exibiu o revólver no cinto. "Vem comigo, é apontar a arma e pegar o dinheiro."

       Neguinho não tinha coragem; dois de seus amigos de infância haviam acabado de morrer num tiroteio na Vila. Mas, o mais velho insistiu:

       ─ Eu enquadro as vítimas e você recolhe o dinheiro e os objetos de valor. É só ficar de cabisbaixo para ninguém te reconhecer mais tarde. Não requer prática nem tampouco habilidade.

       Na primeira vez, quando assaltaram uma loja do bairro, tudo se passou como o primo previra. Na partilha, coube R$ 300 para cada um:

       ─ Nunca tinha visto tanto dinheiro junto. Deu gosto no bolso. Comprei blusa para minha mãe, camiseta para o pai, dei dinheiro para os irmãos e saí com o primo para gastar na cidade.

        Aos 17 anos foi parar na Febem. Saiu com 18, mais esperto e com novas amizades.

       Juntou-se ao inseparável primo e formaram uma quadrilha.

       Meses mais tarde, o primo foi morto por justiceiros a serviço dos comerciantes da Vila.

       Uma noite, Neguinho e dois comparsas assaltaram um posto de gasolina e fugiram num carro roubado. Cinco minutos mais tarde foram cercados por duas viaturas de polícia. Os policiais gritaram para que jogassem as armas e saíssem com as mãos na cabeça. Pensaram em reagir, mas prevaleceu o bom senso do finado Alemão:

        ─ Era o mais experiente de nós. Disse que se a gente atirasse morria no ato: era três contra oito.

        Preso em flagrante, foi levado para a detenção. Acabou condenado a seis anos e três meses por dois assaltos a mão armada; nada mal para quem havia praticado mais de trinta.

       Na cadeia, adotou uma atitude humilde, estratégia à qual atribui a sobrevivência:

       ─ Dos que tinham fama de bandidão, sangue nos olhos, só um escapou vivo.

       Quando Neguinho foi libertado, construiu a caixa de engraxate, pintou-a de sua cor favorita e jurou nunca mais pôr os pés num lugar daqueles.

       Quando perguntei se era mais feliz engraxando sapato, respondeu com um sorriso:

       ─ Nem compara, doutor. Sabe o que é viver com medo? Qualquer carro que passa, imaginar que os justiceiros chegaram? O senhor entrar numa padaria, pedir uma média com pão e manteiga e não ter o direito de sentar de costas para a porta?

São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007      Folha de S.Paulo Ilustrada

Entendendo a crônica

  01.      Há várias formas de se fazer uma comparação. No trecho, me chamavam de Neguinho de Guaianases, para diferenciar do finado Negão de Pirituba que era alto e forte, pode-se dizer que há dois grupos de ideias que promovem o sentido de comparação – um relacionado à descrição de personagens e outro relacionado ao estado de personagens.

 Assinale a alternativa que apresenta uma comparação que ilustra o estado de personagens:

    a) a explicitação da palavra ‘diferenciar’.

    b) a presença de uma voz que se manifesta e a adjetivação finado.

    c) o jogo diminutivo/aumentativo Neguinho/Negão.

    d) a distinção entre os espaços Guaianases e Pirituba.

 

 02.               Textos são composições que se apresentam coesivamente, ou seja, ideias, frases, parágrafos, se articulam por meio de elementos concretos, visíveis, de forma a dar sequência e ligação entre as ideias.

Quanto ao trecho em destaque a seguir, estão corretas as indicações de elementos coesivos, EXCETO:

          Com uma caixa de engraxate pintada de amarelo pendurada no ombro, o rapaz cruzou a rua em minha direção:

          ─ Não sei se o senhor lembra de mim, mas quando estive lá me chamavam de Neguinho de Guaianases, para diferenciar do finado Negão de Pirituba que era alto e forte.

          Para ser sincero, não lembrava dele nem do finado, mas se dizia que estivera lá, pelo menos ficava claro de onde nos conhecíamos. Todo ex-presidiário que encontro pela rua se refere à extinta Casa de Detenção dessa forma, como se trouxesse mau agouro pronunciar o nome do presídio.

     a) em minha direção / o senhor.

     b) o rapaz / dele.

     c) lá / Casa de Detenção.

     d) Finado / Negão de Pirituba

CARTA DO LEITOR - GÊNERO TEXTUAL - COM QUESTÕES GABARITADAS

 Carta do leitor


Carta do leitor é um tipo de carta (gênero epistolar) veiculada geralmente em jornais e revistas, onde os leitores podem apresentar suas opiniões, como por exemplo Painel do Leitor, Fórum dos Leitores, Cartas, etc.

A carta do leitor tem várias finalidades como opinar, agradecer, reclamar, solicitar, elogiar, criticar etc.

Possui uma função relevante para os meios de comunicação, de modo que a carta do leitor assegura uma resposta (feed-back) de seus leitores.

É um importante instrumento de comunicação cujo leitor pode interagir com o meio de comunicação, expondo assim, seu ponto de vista sobre uma notícia, reportagem, pesquisa ou qualquer outro assunto atual. Além disso, ele pode sugerir algum tema a ser abordado. Por esse motivo, é uma importante ferramenta de produção de pauta para os veículos de comunicação.

Desse modo, devemos lembrar que a carta do leitor possui um remetente (emissor ou locutor) e destinatário (receptor ou interlocutor).

Antes de ser publicada ela passa pela equipe de revisão, a qual adaptará o texto e corrigirá possíveis erros. Por esse motivo, não existe um modelo específico, uma vez que segue o padrão de apresentação e o espaço destinado para esse fim determinado pelo meio de comunicação.

Vale lembrar que a carta do leitor é uma pequena seção do veículo de comunicação, a qual pode ser publicada na íntegra, ou somente trechos relevantes. Além disso, o leitor deve evitar expressões populares, gírias, vícios de linguagem, apresentando seu texto numa linguagem formal, ou seja, que segue a norma culta da língua.

Importante destacar que, de acordo com o público, a linguagem pode ser mais descontraída, por exemplo, numa revista para adolescentes.

 

Características

As principais características da carta do leitor são:

§  Textos breves e escritos em 1ª pessoa

§  Temas atuais e de caráter subjetivo

§  Linguagem simples, clara e objetiva

§  Presença de destinatário e remetente

§  Texto expositivo e argumentativo


Estrutura de uma carta do leitor

Geralmente as cartas dos leitores não seguem uma estrutura padrão, no entanto, devem apresentar alguns elementos estruturais:

§  Local e data.

§  Vocativo: aparece o nome da revista ou do jornal e pode vir acompanhada de local e data (chamado de cabeçalho).

§  Introdução: pequeno trecho que aborda o assunto que será apresentado e explorado pelo leitor.

§  Desenvolvimento: desenvolvimento da argumentação do leitor sobre sua ideia central.

§  Conclusão: o leitor arremata suas ideias, e geralmente inclui uma sugestão para o assunto abordado.

§  Despedida: representa as saudações finais do leitor, por exemplo, atenciosamente, cordialmente, abraços, etc.

§  Assinatura: O leitor assina seu nome, o qual pode aparecer em forma de sigla, por exemplo, Afonso Miguel Pereira dos Santos (A.M.P.S.)

Disponível em <https://www.todamateria.com.br/carta-do-leitor/> Acesso em 17 de ago. de 2020.

  

Para saber mais, se for possível, assista ao vídeo:

https://escolakids.uol.com.br/portugues/analisando-as-caracteristicas-de-mais-um-genero-a-carta-do-leitor.htm

 

Leia o texto abaixo e depois responda as atividades no caderno.

 

Arapongas, 05 de julho de 2013.

 

Prezado Sr. Silva,

 

Como leitor assíduo da revista Saúde, em primeiro lugar, venho agradecer o benefício que os artigos publicados vêm proporcionando à minha família. Muitas das dicas fornecidas conseguimos colocar em prática e, dessa forma, melhorando consideravelmente nosso bem-estar.

No último número da revista, lemos uma matéria sobre os perigos que o excesso de sal na alimentação pode provocar à nossa saúde. É fato que já tínhamos algum conhecimento sobre o assunto, porém, não em detalhes. Como nossa família está sempre em busca de uma vida mais saudável, desejamos, também, colocar em prática algumas destas dicas.

Ocorre que o sal já faz parte de nossas vidas há tempos e não se encontram com tanta facilidade receitas que não o utilizem. Sendo assim, solicito a gentileza de, se puderem, publicar receitas de pratos onde possamos substituir o sal por outras ervas ou condimentos que não prejudiquem nossa saúde.

 

Atenciosamente,

 

Edmundo.

Disponível em <http://www.provaparana.pr.gov.br/sites/prova/arquivos_restritos/files/documento/2019-04/Prova_Parana_1EM_comentada_01-04.pdf> Acesso em 17 de ago. de2020.

 

 

 ATIVIDADES

 1. O gênero do texto é

a)  editorial, pois o autor defende um ponto de vista do veículo de informação.

b) carta pessoal, o autor-leitor em que deixa seu ponto de vista sobre uma matéria veiculada.

c) carta do leitor, pois o autor do texto dialoga com o leitor.

d) artigo de opinião, pois o autor apresenta fortes argumentos para defender seu ponto de vista.

 2. De acordo com esse texto, a família deseja colocar em prática as dicas da revista porque

a)  busca sempre uma vida mais saudável.

b) leu a matéria sobre o excesso de sal na alimentação.

c)  sabia dos perigos do sal na alimentação.

d)  tem dificuldade em encontrar receitas sem o uso de sal.

 

3. Quais são o remente e o destinatário da carta?

     Edmundo (remetente) e Sr. Silva, editor da Revista Saúde (destinatário).

         Uma das características de uma carta do leitor é a presença de destinatário e remetente.

4. Qual a finalidade da carta do leitor acima?

 O leitor Edmundo escreve à redação da Revista para elogiar os artigos publicados e solicitar a publicação de receitas em que não se utiliza o sal.

A carta do leitor tem várias finalidades, e o texto lido traz como propósito elogiar os artigos da revista e também solicitar receitas.

5. A linguagem predominante do texto é

     a)  coloquial.

    b)  científica.

   c)  formal.

   d)  técnica.

Disponível em <https://www.tudosaladeaula.com/2018/09/interpretacaoanalise-de-texto-carta-do.html> Acesso em 18 de ago. de 2020.

6. No trecho “É fato que já tínhamos algum conhecimento sobre o assunto, porém, não em detalhes.” A palavra em destaque estabelece uma ideia de

a)       adição.

b)      oposição.

c)       conclusão.

d)      explicação.


 7. Em que tipo de suporte esse texto é publicado?

     Em jornais e revistas.

A carta de leitor é um gênero textual argumentativo presente em diversos meios de comunicação, que possuem uma seção destinada à expressão das opiniões de seus leitores.

8. No quadro abaixo, relacione as partes da estrutura da carta do leitor lida acima.

 

Local e data

 Arapongas, 05 de julho de 2013.

Vocativo

 Prezado Sr. Silva,

Introdução

 Como leitor assíduo da revista Saúde, em primeiro lugar, venho agradecer o benefício que os artigos publicados vêm proporcionando à minha família. Muitas das dicas fornecidas conseguimos colocar em prática e, dessa forma, melhorando consideravelmente nosso bem-estar.

Desenvolvimento

 No último número da revista, lemos uma matéria sobre os perigos que o excesso de sal na alimentação pode provocar à nossa saúde. É fato que já tínhamos algum conhecimento sobre o assunto, porém, não em detalhes. Como nossa família está sempre em busca de uma vida mais saudável, desejamos, também, colocar em prática algumas destas dicas.

Conclusão

 Ocorre que o sal já faz parte de nossas vidas há tempos e não se encontram com tanta facilidade receitas que não o utilizem. Sendo assim, solicito a gentileza de, se puderem, publicar receitas de pratos onde possamos substituir o sal por outras ervas ou condimentos que não prejudiquem nossa saúde.

Despedida

 Atenciosamente,

Assinatura

 Edmundo.

 9.    No trecho “Como leitor assíduo da revista Saúde, [...]”, o que quer dizer a palavra destacada? Se preciso for, utilize o dicionário.

 Que o leitor lê sempre a Revista Saúde.

10.    Quanto ao gênero carta do leitor, marque (V) ou (F) as alternativas verdadeiras ou falsas.

 a) ( V  )  Apresenta a opinião do leitor sobre a revista ou sobre fatos, acontecimentos ou assuntos.

b)( F  )   Podem ser informativas (comunicado), descritivas (descrição de um produto ou serviço), narrativas (narração de um evento) ou dissertativas (sugestões e reclamações).

c)( V  )    Gênero que circula no contexto jornalístico, em seções específicas de revistas e jornais.

d)V  )  Atende a diversos propósitos comunicativos como opinar, agradecer, reclamar, solicitar, elogiar, criticar etc.

e) (  )   Seu discurso está organizado em 1ª pessoa.

f) (  F  )   Apresenta marcas de impessoalidade e imparcialidade.