terça-feira, 22 de setembro de 2020

CRÔNICA: OS HOMENZINHOS DE GRORK - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Crônica: OS HOMENZINHOS DE GRORK

                 Luís Fernando Veríssimo

        A ficção científica parte de alguns pressupostos, ou preconceitos, que nunca foram devidamente discutidos. Por exemplo: sempre que uma nave espacial chega à Terra vinda de outro planeta, é um planeta mais adiantado do que o nosso. Os extraterrenos nos intimidam com suas armas fantásticas ou com sua sabedoria exemplar. Pior do que o raio da morte é o seu ar de superioridade moral. 

        A civilização deles é invariavelmente mais organizada e virtuosa do que a da Terra e eles não perdem a oportunidade de nos lembrar disto. Cansado de tanta humilhação, imaginei uma história de ficção diferente. Para começar, o Objeto Voador Não Identificado que chega à Terra, descendo numa planície do Meio-Oeste dos Estados Unidos, chama a atenção por um estranho detalhe: a chaminé.

        ― Vi com estes olhos, xerife. Ele veio numa trajetória irregular, deu alguns pinotes, tentou subir e depois caiu como uma pedra.

        ― Deixando um facho de luz atrás?

        ― Não, um facho de fumaça. Da chaminé.

        ― Chaminé? Impossível. Vai ver o alambique do velho Sam explodiu outra vez e sua cabana voou.

        ― Não. Tinha o formato de um disco voador. Mas com uma chaminé em cima.

        O xerife chama as autoridades estaduais, que cercam o aparelho. Ninguém ousa se aproximar até que cheguem as tropas federais. Um dos policiais comenta para outro:

        ― Você notou? A vegetação em volta...

        ― Dizimada. Provavelmente um campo magnético destrutivo que cerca o disco e...

        ― Não. Parece cortada a machadinha. Se não fosse um absurdo eu até diria que eles estão colhendo lenha.

        Nesse instante, um segmento de um dos painéis do disco, que é todo feito de madeira compensada, é chutado para fora e aparecem três homenzinhos com machadinhas sobre os ombros. Os três saem à procura de mais árvores para cortar. Estão examinando as pernas de um dos policiais, quando este resolve se identificar e aponta um revólver para os homenzinhos.

        ― Não se mexam ou eu atiro.

        Os homenzinhos recuam, apavorados, e perguntam: 

        ― Atira o quê?

        ― Atiro com este revólver.

        O policial dá um tiro para o chão como demonstração. Os homenzinhos, depois de refeitos do susto, aproximam-se e passam a examinar a arma do policial, maravilhados. Os outros policiais saem de seus esconderijos e cercam os homenzinhos rapidamente. Mas não há perigo. Eles querem conversa. Para facilitar o desenvolvimento da história, todos falam inglês.

        ― Vocês não conhecem armas, certo? ― quer saber um Policial. ― Estão num estágio avançado de civilização em que as armas são desnecessárias. Ninguém mais mata ninguém.

        ― Você está brincando? ― responde um dos homenzinhos. ― Usamos machadinhas, tacapes, estilingue, catapulta, flecha, qualquer coisa para matar. Uma arma como essa seria um progresso incrível no nosso planeta. Precisamos copiá-la!

        Chegam as tropas federais e diversos cientistas para examinarem os extraterrenos e seu artefato voador. Começam as perguntas. De que planeta eles são? De Grork. Como é que se escreve? Um dos homenzinhos risca no chão: GRRK.

        ― Deve faltar uma letra ― observa um dos cientistas. ― O "O".

        ― O "O"?

        ― Assim ― diz o cientista da Terra, fazendo uma roda no chão.

        O homenzinho examina o "O". As possibilidades da forma são evidentes. A roda! Por que não tinham pensado nisso antes? Voltarão para o Grork com três ideias revolucionárias: o revólver, a roda e a vogal. Querem saber onde estão, exatamente. Nunca ouviram falar na Terra. Sempre pensaram que seu planeta fosse o centro do universo e aqueles pontinhos no céu, furos no manto celeste. Sua viagem era uma expedição científica para provar que o planeta Grork não era chato como muitos pensavam e que ninguém cairia no abismo se passasse do horizonte. Sua intenção era navegar até o horizonte.

        E como tinham vindo parar na Terra?

        Pois é. Alguma coisa deu errado.

        Tinham descido na Terra, porque faltara lenha para a caldeira que acionava as pás que moviam o barco. Então aquilo era um barco? Bom, a ideia fora a de fazer um barco. Só que em vez de flutuar, ele subira. Um fracasso. Os homenzinhos convidam os cientistas a visitarem a nave. Entram pelo mesmo buraco de madeira da nave, que depois é tapado com uma prancha e a prancha pregada na parede. Outra boa ideia que levarão da Terra é a da dobradiça de porta.

        O interior da nave é todo decorado com cortinas de veludo vermelho. Há vasos com grandes palmas, lustres, divãs forrados com cetim. Um dos homenzinhos explica que também tinham um piano de cauda, mas que o queimaram na caldeira quando faltou lenha. Tudo do mais moderno.

        ― E que mensagem vocês trazem para o povo da Terra? ― pergunta um dos cientistas.

        Os homenzinhos se entreolham. Não vieram preparados. Mas como a Terra os recebeu tão bem, resolvem revelar o segredo mais valioso da sua civilização. A fórmula de transformar qualquer metal em ouro.

        ― Vocês conseguiram isso? ― espanta-se um cientista.

        ― Ainda não ― responde um homenzinho ― mas é só uma questão de tempo. Nossos cientistas trabalham sem cessar na fórmula, queimando velas toda a noite.

        ― Velas? Lá não há eletricidade?

        ― Elequê?

        ― Eletricidade. Energia elétrica. As coisas lá são movidas a quê?

        ― A vapor. É tudo com caldeira.

        ― Mas isso não é incômodo?

        ― Às vezes. O barbeador portátil, por exemplo. Precisa de dois para segurar. Mas o resto...

Luís Fernando Veríssimo. Ed Mort e outras histórias. Porto Alegre, L&PM. 1984.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 166-170.

Entendendo a crônica:

01 – O autor resolveu escrever uma história de ficção diferente. Por que ele tomou essa decisão?

      Porque ele se cansou de ser humilhado pela superioridade dos extraterrenos das histórias tradicionais de ficção.

02 – Indique algumas diferenças entre a história criada pelo autor e as histórias tradicionais de ficção científica.

      Ele inverte os papeis: os humanos, que nas histórias comuns são mais atrasados, sentem-se e agem como superiores; os visitantes, normalmente mais inteligentes e avançados, são atrasados e primitivos: usam machadinha, não conhecem a roda, viajam de “barco a vapor”, etc.

03 – Identifique a primeira situação do texto que permite ao leitor concluir que a história terá um caráter humorístico.

      A primeira situação de humor do texto é a discrição da espaçonave: tem chaminés, faz uma trajetória irregular e dá pinotes.

04 – Como o narrador caracteriza os visitantes quanto aos aspectos físico e cultural? Com que intenção ele os imagina assim?

      Ele diz que os visitantes são baixinhos, meio ingênuos e culturalmente muito atrasado. O narrador os imagina assim porque a intenção dele é justamente desvalorizar os visitantes.

05 – Um dos policiais, quando começou a conversar som os homenzinhos, fez uma suposição. Ela estava correta? Justifique.

      Não. O policial supôs que os homenzinhos fizessem parte de uma civilização adiantada, que não usava mais armas, mas isso é negado por um dos ETs. O extraterrestre afirma que, para matar, eles usavam armas primitivas (tacape, flecha, etc.).

06 – Os homenzinhos se mostraram entusiasmados com três “ideias” que julgaram “revolucionárias”.

a)   O que é uma ideia ou uma invenção revolucionária?

É algo absolutamente novo, que surpreende pela originalidade, pela inventividade e que muda totalmente determinados conceitos.

b)   Que ideias os homenzinhos julgaram revolucionárias?

O revólver, a roda e a letra “o”.

c)   O fato de os extraterrestres não conhecerem as três invenções citadas no texto sugere ao leitor que caraterística de sua civilização?

Ela é muito atrasada, se comparada com a nossa, que já usa essas invenções há muito tempo.

07 – Existe um recurso de linguagem que permite afirmar alguma coisa de modo que o leitor (ou ouvinte) entenda de forma diferente, geralmente de forma contrária. Esse recurso chama-se ironia. No texto, várias vezes o autor emprega a ironia. Veja, por exemplo, o trecho destacado:

        “Os homenzinhos se entreolham. Não vieram preparados. Mas como a Terra os recebeu tão bem, resolvem revelar o segredo mais valioso da sua civilização.” Releia o texto do 8° parágrafo até o 18° parágrafo e explique por que o trecho destacado acima é irônico.

      Porque os homenzinhos não foram bem recebidos; ao contrário: a recepção foi agressiva e hostil.

08 – A alquimia, ciência primitiva que surgiu há mais de dois mil anos, acreditava ser possível transformar qualquer metal em ouro. Baseando-se nessa informação, responda: o que o narrador insinua, isto é, diz de forma indireta, a respeito dos cientistas de Grork?

      Ele insinua que os cientistas de Grork são tão atrasados e ultrapassados quanto os alquimistas, porque eles – os cientistas de Grork – ainda acreditam ser possível transformar qualquer metal em ouro.

09 – Releia a questão 4 e depois responda: você julga que o narrador conseguiu o que ele pretendia inicialmente? Justifique.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim. Os fatos e situações dessa “história de ficção” criam uma imagem caricaturesca, ridícula dos homenzinhos, no aspecto físico e, principalmente, no aspecto intelectual e científico.

     

CONTO: O MENINO E O CEDRO - ADONIAS FILHO - COM GABARITO

 Conto: O MENINO E O CEDRO

Adonias Filho

      Era de fato maior que um gigante, dez vezes gigante, de tão alto que, no outono, se encontrava com as nuvens. Duzentos metros, a altura. O tronco, de casca cheia de rugas, com as raízes no coração da terra, daria madeira para cem casas. Os galhos imensos, sempre com enormes flores brancas, carregados de folhagem, sombreavam a mata embaixo. [...]

      A guerra, entre Nico e o Vermelho, ainda não terminara. Grilim, quatro dias depois, saberia que o pai não se renderia com facilidade. Nico esperou que o sol subisse no céu e, quando esquentou de alimentar uma queimada, voltou ao cedro. Levou, desta vez, uma enxada e uma garrafa de querosene. Conseguiria com o fogo o que não conseguiria com o machado. Capinou em volta do cedro e, feito o pequeno aceiro, envolveu-o com gravetos que embebeu no querosene. Riscou o fósforo e a fogueira logo cresceu a queimar o cedro por baixo. Não havia como salvar-se e, em um ou dois dias, sem qualquer suporte, cairia. Vendo o fogo tão aceso que já comia o tronco, a fumaça subindo, retornou a casa para esperar o barulhão da queda.

        –– Peça para mil estacas – disse à mulher, já em casa, a lavar as mãos.

        Uma hora depois, sempre a primeira a descobrir as coisas, Manió apurou o faro e sentiu o cheiro da fumaça. Latiu alto e, a saltar, puxou Grilim pelo braço como a mostrar a fumaça que vinha do cedro. Ambos correram, o menino e a cachorra, e viram a fogueira que acabaria por derrubar o Vermelho. O pai, trabalho do pai, o pai sabia como vencer as árvores! Ele, Grilim, não podia permitir aquilo e nem deixar que o cedro caísse. Tinha, pois, que apagar o fogo.

        –– Apagar o fogo, e depressa! – disse, a gritar, para que Manió ouvisse. [...]

        Grilim contornou o oitão da casa para alcançar o rio e, alcançando-o, apanhou o balde que ali ficava, sobre as pedras, onde a mãe lavava a roupa. E, com ele cheio, retornou ao cedro e derramou a água no fogo. Repetiu o trabalho inúmeras vezes, até que viu o fogo esmorecer, enfraquecendo, e apagar-se de uma vez.

        Nico, ao regressar das plantações, foi direto ao cedro. Queria calcular o tempo que o fogo gastaria para jogá-lo no chão. E, dando com o fogo gastaria para jogá-la no chão. E, dando com o fogo apagado, logo achou que aquilo fosse serviço de Grilim. Não pensou um segundo para concluir que um motivo bastante forte prendia o filho ao cedro. Não pedira e não insistira para que não o derrubasse e não fizesse as estacas? A tristeza que dele se apossara, quando decidira derrubar o Vermelho, parecia coisa de feitiço. Não devia, pois, contrariar a vontade do mundo. A alegria do filho, embora precisasse de dinheiro, valia muito mais que todas as moedas de ouro.

        Percebeu, ao entrar em casa, que Grilim, de tão desconfiado, se escondia pelos cantos. [...]

        –– Grilim!

        O menino, muito pálido, se voltou para o pai. Era certo, como a luz do candeeiro, que a bronca explodiria. Manió também se voltou, a cabeça baixa, fingindo que estava assustada. A pergunta de Nico veio em voz leve:

        –– Por que você apagou o fogo?

        –– O Vermelho, pai, é nosso amigo –– Grilim disse, perdendo o medo, a explicar. –– Vosmecê, pai, ainda não entendeu. Ele conhece a gente e ouve tudo o que se fala.

        –– O Vermelho vai ficar ali, de pé, até que Deus assim queira. — E, com a voz um pouco emocionada, pediu: –– Amanhã, logo cedo, diga a ele que peço desculpas.

        Grilim levou a mão aos olhos para enxugar as lágrimas. Não sabia o que dizer e como agradecer. Pensou apenas que o pai era o melhor de todos os homens. Recuou um passo e, com suavidade agora no semblante, recuou outro passo. E, finalmente, disse:

        –– Vamos dormir, Manió.

FILHO, Adonias. O menino e o cedro. São Paulo: FTD, 1993.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 44-7.

Entendendo o conto:

01 – O texto é contado por um narrador ou por um narrador-personagem? Justifique.

      É contado por um narrador, pois ele não participa dos acontecimentos; ele não é nenhuma das personagens que aparecem na história.

02 – Reescreva os acontecimentos na ordem em que ocorrem no texto.

(7) Grilim chorou de emoção ao saber que o cedro não seria cortado.

(3) Manió sentiu o cheiro de fumaça e avisou Grilim.

(1) Nico foi ao cedro levando uma enxada e uma garrafa de querosene.

(5) Nico concluiu que Grilim gostava muito do cedro.

(4) Grilim apagou o fogo carregando água do rio com um balde.

(6) Nico disse a Grilim que o cedro não seria cortado.

(2) Nico juntou gravetos ao redor do cedro, jogou querosene e pôs fogo.

03 – Na seção ouvir, você aprendeu que o cedro é uma árvore que pode ter até trinta metros de altura.

a)   Leia novamente o primeiro parágrafo do texto “O menino e o cedro” e retire dele as afirmações exageradas.

“Maior que um gigante, dez vezes gigante”; “Tão alto que [...] se encontrava com as nuvens”; “duzentos metros, a altura”; “madeira para cem casas”.

b)   Esses exageros revelam as impressões de quem em relação à altura da árvore: do narrador ou do próprio Grilim?

As impressões são do próprio Grilim, que, por ser ainda criança e admirar o tamanho do cedro, pensava que a árvore era muito maior do que na realidade.

04 – Nico, enquanto lavava as mãos, disse à mulher: “— Peça para mil estacas”. O que ele estava querendo dizer com isso?

      Ele estava dizendo à mulher que o cedro era muito grande e que, com a madeira dele, seria possível fazer mil estacas.

05 – Grilim ficou surpreso com o modo como o pai reagiu ao que ele havia feito?

      Grilim pensou que o pai ficaria bravo; no entanto aconteceu algo oposto: Nico falou com calma, prometeu não cortar o Vermelho e aceitou a justificativa do menino.

06 – Que justificativa o menino usou para tentar convencer o pai a não cortar o Vermelho?

      Grilim disse ao pai que o Vermelho era amigo deles, que os conhecia e ouvia tudo o que diziam.

07 – Costuma-se dizer que as situações difíceis e problemáticas que acontecem em nossa vida nos ajudam a crescer, porque nos tornam mais experientes, mais capazes de entender e resolver outras situações.

a)   Na sua opinião, Grilim e Nico cresceram com o conflito que aconteceu entre eles? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque Nico concluiu que a felicidade do menino era mais importante que o dinheiro.

b)   Procure recordar-se de uma situação que você tenha vivido e que o (a) ajudou a crescer. Conte-a aos colegas.

Resposta pessoal do aluno.

08 – Quando um escritor cria uma história, procura despertar no leitor certas reações (riso, alegria, esperança, medo, etc.). Como você se sentiu ao terminar a leitura desse texto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

     

CONTOS: CONTO DE FADAS MODERNINHO - LIVRO: LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE PALAVRAS - COM GABARITO

 Contos: Conto de fadas Moderninho

             Texto escrito para esta unidade.

        Conto 1:

        Era uma vez uma linda princesa, que vivia com uma madrasta muito má. A madrasta, com inveja da princesinha, mandou um empregado matar a menina, mas ele a libertou e ela foi pra a floresta, onde passou a morar com alguns amigos. A madrasta, então, preparou um veneno, colocou em uma maçã e, fingindo ser uma boa velhinha, deu a fruta à princesinha, que a comeu e caiu num sono profundo. Um dia, um príncipe encantado, passando pela floresta, apaixonou-se pela princesa, deu-lhe um beijo e ela acordou. Então, os dois se casaram e viveram felizes para sempre.

        Conto 2:

        Ela era uma menina que tinha um apelido. Um dia pegou uma cesta com alimentos e foi levar para uma pessoa da família que morava do outro lado da floresta. No caminho, encontrou um bicho, que, descobrindo aonde a menina estava indo, correu por um atalho da floresta, chegou primeiro à casa do parente da menina, devorou-o e colocou as roupas dele. Depois deitou-se na cama e esperou a menina chegar, para devorá-la. Quando chegou, a menina começou a fazer perguntas a quem estava na cama e percebeu que era uma armadilha. A menina saiu correndo e chamou um caçador. Este matou o bicho e tirou da barriga dele o parente da menina, ainda vivo.

        Conto 3:

        Ela era muito bonita, mas, como a madrasta a obrigava a fazer toda a limpeza da casa, viva esfarrapada e suja, tendo por isso um apelido. Um dia, houve um baile no castelo do reino, mas a moça não poderia ir porque não tinha roupas bonitas. Ela chorava de tristeza quando apareceu uma fada e a vestiu lindamente, inclusive com finíssimos sapatinhos de cristal. Mas a fada recomendou que fosse embora do baile à meia-noite, porque todo o encanto acabaria. Ela foi ao baile, dançou com o príncipe e eles se apaixonaram. Quando deu meia-noite, saiu correndo e na escada do castelo perdeu um dos sapatos. O príncipe saiu pelo reino experimentando o sapatinho no pé das jovens e, quando chegou a vez da personagem, o sapatinho serviu-lhe perfeitamente. Ela e o príncipe se casaram e viveram felizes para sempre.

                                Textos escrito para este livro.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 84-5 e manual do professor 34.

Entendendo os contos:

01 – A respeito do primeiro texto.

a)   Quem é a personagem a que ele se refere?

Branca de Neve.

b)   Quem eram os amigos com quem a princesinha passou a viver na floresta?

Os sete anões.

c)   O que aconteceu quando a princesa comeu a maçã envenenada?

Ela caiu em um sono profundo.

d)   O que despertou a princesa?

O beijo de um príncipe encantado.

02 – A respeito do segundo texto.

a)   Quem é a personagem a que ele se refere?

Chapeuzinho Vermelho.

b)   Para quem ela estava levando os alimentos?

Para a vovozinha.

c)   Quem era a personagem que enganou a menina e depois devorou a parente dela?

O Lobo Mau.

d)   O que ele fez depois de devorar a parente da menina?

Ele deitou-se na cama e esperou a chegada da menina.

e)   Na história original, a menina faz algumas perguntas à personagem que está deitada na cama. Você se lembra de algumas dessas perguntas?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Para que esse nariz tão grande? Para que esses olhos tão grandes? Para que essa boca tão grande? Etc.

03 – Em relação ao terceiro texto.

a)   Qual é o nome da personagem a que ele se refere?

Cinderela.

b)   Você se lembra do apelido da moça na história original?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Gata Borralheira.

c)   Esse é um apelido carinhoso ou maldoso?

É um apelido maldoso, que revela desprezo.

d)   Por que ela precisava ir embora do baile à meia-noite?

Porque o encanto acabaria e ela voltaria a ser uma moça pobre e malvestida.

04 – Quase todos os contos de fadas têm um final feliz. Dos três citados, dois terminam exatamente do mesmo modo.

a)   Quais são eles? De que modo terminam?

O da Branca de Neve e o da Cinderela. Nos dois, as personagens casam-se com príncipes e vivem felizes para sempre.

b)   Qual é a diferença entre o final deles e o da outra história?

Na história de Chapeuzinho Vermelho, não aparece nenhum príncipe para se casar com ela.

05 – Muitas pessoas criticam as histórias a que se referem os textos que você leu, afirmando que elas são agressivas e têm cenas de muita violência. Você concorda ou não com essas pessoas? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Se você pudesse mudar alguma coisa em uma dessa histórias, o que mudaria? Como ficaria a “nova” história?

      Resposta pessoal do aluno.

 

TEXTO: UMA AVENTURA NO RIO XINGU - VITO D'ALESSIO - COM GABARITO

 Texto: Uma aventura no rio Xingu

          Vito D’Alessio

   O Xingu é um dos mais fascinantes rios da Amazônia. Em suas margens e ilhas, cobertas de florestas, vivem índios, caboclos e muitos animais selvagens.

 Dois rapazes, Vito D’Alessio e Renato Dutra, viajaram mais de 1.400 quilômetros pelo Xingu. Sabe de que jeito? De caiaque!

          Na primeira noite da viagem, eles estavam dormindo numa pequena ilha no meio do rio, quando Vito, ao sair da rede para reacender a fogueira, teve uma “surpresinha”...

        Despertei às nove e quarenta e dois, antes do relógio. Através da rede, não vi a claridade avermelhada do fogo. A fogueira já era. Me preparei pra sair e reacende-la. Enquanto abria o zíper da rede, observei pela malha do mosquiteiro a lua branca e brilhante. Tudo é silêncio, magia e mistério. Foi com os olhos grudados no brilho da lua que coloquei meio corpo para fora. [...] A dois metros de onde estou, a mansidão das águas nas margens da ilhota foi trocada pelo brilho frio e vermelho de dezenas de pares de olhos. Uma cordilheira de sombras negras recortadas no clarão da noite. São jacarés. Essa imagem causa sensações inéditas e indescritíveis. Não sei dizer se o que sinto é medo ou a grande emoção de sentir que o risco é a mais clara manifestação da força da vida.

        Jacarés... Imediatamente se acende em minha memória a imagem dos índios e seu “hino” profético: “Jacaré vai comê caraíba... Jacaré vai comê caraíba...”. As palavras dançam em minha cabeça em ritmo acelerado, acompanhando as batidas do meu coração. Desde o primeiro momento, a prudência me fez acreditar nas palavras dos índios; mas eu não esperava que isso acontecesse tão cedo.

        A tensão é forte. Por segundos fico completamente estático, apenas observando nossas visitas, ou melhor, nossos anfitriões, pois ali no meio da Amazônia os hóspedes somos nós. É preciso fazer alguma coisa, e rápido. Sem desviar o olhar daquele mundo de olhos um só minuto, fui tateando a rede às minhas costas até alcançar a lanterna e o revólver. Feito isso, passei a chamar Renato. Preocupado em não ser o centro das atenções – se já não era –, minha voz mais parecia um sussurro. Diante da diferença de meu companheiro, envolvido em sono profundo, inconscientemente ergui a voz. Imediatamente houve uma leve movimentação na água, o que àquela altura tinha o efeito de um terremoto. Controlando minha ansiedade, disse:

        -- Abra sua rede devagar e olhe para fora...

        Eu não podia vê-lo, mas a tensão me fez acompanhar seus movimentos pelos ruídos. Quando o zíper da rede cessou seu trajeto, fez-se um tempo de silêncio até que ouvi sua voz assustada:

        -- Meu chapa!...

        Pelo timbre, imaginava sua expressão de espanto. Renato também buscou sua arma e, lentamente, saímos juntos da rede. Nos encontramos de costas e chegamos a um consenso. O primeiro passo seria afugentar os animais. Depois, acender o fogo. Atirei para o alto. O estrondo seco foi seguido por incontáveis mergulhos e rabadas na água, por toda a nossa volta. Temporariamente estávamos mais uma vez a sós. [...]

        A pouca lenha nos obriga a administrar muito bem cada graveto. O silêncio é brutal e qualquer ruído leva a um estado de alerta. Um leve som vem do casco de nossos barcos. A imaginação me faz crer que são filhotinhos de jacaré. O sono tenta me vencer, mas a tensão é muito mais forte. Ilumino com a lanterna os barrancos próximos. Centenas de olhos me miram atentos. Talvez estejam apenas esperando eu dormir para atacar. Foram horas intermináveis de tensão. Quando o último graveto foi absorvido pelas chamas, as primeiras luzes começavam a raiar. Traziam com elas a mansidão e a segurança da manhã, o que nos garantiu algumas horas de sono tranquilo.

        Começamos o segundo dia com a lentidão de uma noite maldormida. Depois do café da manhã, arrumamos nossas coisas nos caiaques e nos preparamos para sair. Consultando os mapas, descobrimos que a pequena ilha em que estamos tem o nome de ilha do Natal, o que não tornava nossa manhã mais festiva. Ironicamente, Renato comentou:

        -- Ilha do Natal!... Por pouco não viramos ceia...

        Barcos na água, iniciamos mais uma jornada.

Vito D’Alessio. Pelas veias da selva. São Paulo, FTD, 1992.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 233-7.

Entendendo o texto:

01 – Esse texto é um relato de uma aventura.

a)   Resuma, em no máximo dez linhas, os fatos narrados.

Vito e Renato, viajando pelo Xingu, param em uma ilha para dormir e acordam no meio da noite cercados por jacarés. Procuram deixar os bichos longe e esperam amanhecer para seguir viagem.

b)   Quem conta os fatos é um narrador ou é um narrador-personagem? Justifique.

É um narrador-personagem. Vito conta os fatos dos quais ele participou.

02 – Releia o terceiro parágrafo (“A tensão é forte...”) e responda.

a)   Por que Vito afirma, inicialmente, que os jacarés eram visitas?

Porque ele e Renato já estavam na ilhota, quando, à noite, os jacarés foram até ela.

b)   Por que ele se corrige e diz que os jacarés eram os anfitriões (anfitrião: dono da casa, aquele que recebe as visitas)?

Vito diz que ele e o amigo estão temporariamente na Amazônia fazendo uma visita ao lugar. Como os jacarés vivem lá, os bichos é que estão “recebendo” os dois visitantes, isto é, são os anfitriões.

03 – Ainda em relação ao terceiro parágrafo.

a)   Ao acordar Renato, Vito tentou “não ser o centro das atenções”. Explique o que ele quis dizer com isso.

Ele tentou não fazer barulho, nem se mexer muito, para evitar que os jacarés percebessem que ele estava ali.

b)   Por que Vito afirma que a leve movimentação na água teve o “efeito de um terremoto”?

Porque o pequeno movimento dos jacarés apavorou muito o rapaz, tanto quanto um terremoto o assustaria.

04 – “O estrondo seco foi seguido por incontáveis mergulhos e rabadas na água, por toda a nossa volta”.

a)   O que foi o “estrondo seco”?

Foi o tiro dado por Vito para espantar os jacarés.

b)   Por que aconteceram os “mergulhos e rabadas”?

Porque os jacarés se assustaram com o barulho do tiro e fugiram, mergulhando e batendo a cauda na água.

c)   Transcreva, desse trecho, o adjetivo que indica que os jacarés eram em grande número.

Incontáveis.

05 – Releia o final do primeiro parágrafo.

        “Não sei dizer se o que sinto é medo ou a grande emoção de sentir que o risco é a mais clara manifestação da força da vida.” Explique o que o narrador-personagem quer dizer com “o risco é a mais clara manifestação da força da vida”.

      O narrador-personagem quer dizer que é nas situações de perigo que descobrimos o quanto realmente gostamos de viver.

06 – Releia o oitavo parágrafo e indique se as afirmações que seguem constituíram fato real ou suposto (imaginado) por Vito.

a)   Vito e Renato tiveram que economizar lenha para que o fogo durasse a noite toda.

Fato real.

b)   Filhotes de jacaré faziam barulho no casco do barco.

Fato suposto.

c)   Os barrancos estavam cheios de jacarés.

Fato real.

d)   Os jacarés estavam esperando que os dois rapazes dormissem para ataca-los.

Fato suposto.

e)   Quando a lenha acabou, o dia estava começando.

Fato real.

f)    Depois que amanheceu, Vito e Renato conseguiram dormir um pouco.

Fato real.

07 – De manhã, Vito e Renato consultaram os mapas e descobriram que a ilhota em que haviam passado a noite chamava-se “ilha do Natal”. Explique a brincadeira que Renato faz com o nome da ilha, ao dizer “Por pouco não viramos ceia...”.

      Ele se refere ao fato de que as pessoas costumam fazer ceia no dia de Natal e eles quase viraram “ceia” (comida) dos jacarés.

08 – Esse texto narra uma aventura que aconteceu na realidade.

a)   Na sua opinião, por que muitas pessoas gostam de ler esse tipo de narrativa?

Interesse em saber como são os lugares em que as aventuras acontecem e como os seus participantes enfrentam as situações. É também um modo de “viver” um pouco o que é relatado.

b)   Você gostaria de ter participado dessa aventura no rio Xingu? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

     

 

 

REPORTAGEM: A RIQUEZA VEM DO LIXO - REVISTA GLOBO CIÊNCIA - COM GABARITO

REPORTAGEM: A riqueza vem do lixo

          Revista Globo Ciência

          Nas cidades, a grande quantidade de lixo produzida vem se tornando um problema preocupante: o que fazer com tanta coisa que, aparentemente, não serve para mais nada? É aí que entra a reciclagem: plástico, lata, vidro, borracha e papel são reaproveitados e se transformam em novas matérias-primas.

        Cena um: bandos de urubus, frequentadores assíduos de um depósito de lixo, alçam voo colocando em risco o pouso e a decolagem dos aviões no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Cena dois: albatrozes mergulham no mar do Japão em busca de alimento, mas o que engolem são colheres de plástico e restos de embalagens. O que têm em comum os urubus do Rio com os albatrozes do Japão? O lixo. Um dos mais graves problemas ecológicos do mundo moderno, os detritos produzidos pelo homem à ordem de milhões de toneladas por dia ameaçam engolir as grandes cidades. Mas, como em todos os setores da atividade humana neste século, com a mesma – ou quase a mesma – velocidade com que o homem cria um problema, ele se põe em busca de sua solução. E quase sempre encontra. É o caso do lixo.

        No mundo – e também no Brasil – uma enorme e variada gama de novas tecnologias surge a cada dia, tornando mais viável e barato reciclar materiais descartáveis para possível reuso. Os avanços tecnológicos mais expressivos vêm ocorrendo exatamente com o maior vilão da temida quadrilha do lixo: o plástico. Ele é o detrito de mais difícil degradação na natureza, permanecendo intacto no ambiente às vezes por mais de 50 anos. Mas [...] modernas técnicas de reciclagem já possibilitam a adoção de diversas saídas para esse dilema. Algumas delas são realmente revolucionárias, como a produção de um automóvel totalmente construído com materiais recicláveis e um material novíssimo chamado “madeira plástica”, que substitui com maior eficiência e durabilidade madeiras nobres e raras como mogno e peroba.

        [...]

        O vidro, uma das embalagens mais antigas da humanidade e também um dos primeiros materiais a serem reciclados, conta hoje com um forte aliado tecnológico: sensores ópticos, que têm a função de selecionar cores e detectar impurezas, a principal barreira para sua reciclagem. [...]

        O maior índice de reaproveitamento, no entanto, não acontece com o vidro, mas com a lata: hoje 50% das embalagens de alumínio de cerveja e refrigerante são recuperadas. Mas esse índice tem uma explicação: as latas de alumínio são os produtos mais valiosos do lixo, podendo ser vendidas a cerca de oito centavos de dólar o quilo, no Brasil. Por isso, muitas famílias e entidades comunitárias sobrevivem basicamente da coleta dessas embalagens usadas, vendendo-as para sucateiros, que por sua vez prensam as latas e as negociam em fardos para fundições. Lá, elas são transformadas novamente em lingotes de alumínio, com os quais são produzidas as chapas usadas para a fabricação de mais latas.

        Cada latinha reprocessada economiza em energia o equivalente a meia latinha de gasolina ou o consumo de energia elétrica de um aparelho de TV durante três horas. [...] Além disso, para cada tonelada de alumínio reciclado, evita-se extrair do solo cinco toneladas de bauxita, o mineral com o qual se produz o metal.

Revista Globo Ciência, n° 37, ano 4. São Paulo, Globo, 1994.       

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 219-222.

Entendendo o texto:

01 – Como podemos classificar esse texto quanto à sua finalidade e qual seu objetivo específico, particular?

      Trata-se de um texto informativo. Seu objetivo é tratar dos problemas causados pelo lixo e analisar como a reciclagem pode ajudar a resolvê-los.

02 – Em relação à introdução:

a)   Em que lugares ocorrem as duas cenas descritas?

Uma ocorre no Rio de Janeiro; a outra no Japão.

b)   Que ponto em comum o texto estabelece entre as aves a que se refere?

Tanto os urubus do Rio como os albatrozes do Japão procuram seus alimentos em meio ao lixo atirado na natureza.

c)   Na sua opinião, com que finalidade são comparadas duas cenas semelhante em dois países diferentes e tão distantes um do outro?

A comparação procura mostrar que os problemas provocados pelo lixo acontecem nos mais diferentes lugares do mundo.

03 – Por que, segundo o texto, o lixo é um grave problema ecológico?

      Porque a imensa quantidade de lixo produzida ameaça engolir as grandes cidades e muitos dos seus componentes demoram décadas para desaparecer na natureza.

04 – Leia este trecho de reportagem sobre lixo.

        “Atualmente, muitos produtos são embalados com plástico: brinquedos, roupas, sorvetes, produtos de limpeza e alimentos. Uma das embalagens é a garrafa de refrigerante. A maioria dos refrigerantes é vendida em garrafas descartáveis ou retornáveis, feitas de um material plástico transparente chamado PET. [...]

        A maioria das garrafas é jogada no lixo. Mas o PET é tão resistente que pode durar mais de 300 anos.

        Se nada for feito com as garrafas, seus netos e bisnetos não vão apenas encontra-las nos terrenos baldios, aterros sanitários e lixões. Eles não vão ter espaço para andar no planeta sem tropeçar em uma garrafa de plástico.

        Mesmo hoje, certamente você encontra essas garrafas pelas ruas. E, às vezes, milhares delas aparecem nas praias, rios e represas, causando problemas.

        As prefeituras precisam gastar muito dinheiro para retirá-las.”

(Folha de São Paulo, 17/5/1996).

        Identifique nesse trecho os argumentos que podem justificar a afirmação do texto de que o plástico é o “maior vilão da quadrilha do lixo”. Não copie os argumentos; escreva-os com suas palavras.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão:

·        O PET pode demorar 300 anos para se decompor.

·        As garrafas de plástico ameaçam, no futuro, “inundar” o planeta.

·        Atualmente elas já poluem as águas.

·        As prefeituras gastam dinheiro para recolhê-las das ruas.

05 – O texto apresenta uma visão otimista ou pessimista em relação ao problema do lixo? Justifique.

      O texto é otimista. Refere-se, por exemplo, ao fato de o homem sempre encontrar soluções para os problemas; faz referência a invenções revolucionárias e cita a alta taxa de reciclagem.

06 – Por que, segundo o texto, as latas de cerveja e de refrigerante constituem o tipo de lixo mais reaproveitado para reciclagem?

      Porque elas, sendo feitas de alumínio, têm um bom preço como sucata, podendo ser vendidas por cerca de oito centavos de dólar o quilo.

07 – Vamos mostrar o ciclo de reaproveitamento das latas de alumínio. Para isso, releia, no penúltimo parágrafo do texto, o trecho a seguir: “Por isso, muitas famílias e entidades comunitárias sobrevivem basicamente da coleta dessas embalagens usadas, vendendo-as para sucateiros, que por sua vez prensam as latas e as negociam em fardos para fundições. Lá, elas são transformadas novamente em lingotes de alumínio, com os quais são produzidas as chapas usadas para a fabricação de mais latas.”. Depois escreva, em seu caderno, os três substantivos que estariam, pela ordem, no 3°, 4° e 5° quadrinhos.

      3°: fardos; 4°: lingotes; 5°: chapas

TEXTO: DAS MOLÉCULAS ÀS CRIATURAS INTELIGENTES - SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 Texto: Das moléculas às criaturas inteligentes

           Superinteressante

        A ciência não é capaz de garantir que existe vida fora da Terra. Mas tem meios de provar que os seus ingredientes estão em toda parte no espaço. E os cientistas ouvidos pela SUPER afirmaram, com maior ou menor convicção, que se inclinam a acreditar na existência de seres vivos. Até em vida inteligente. “Ela deve ser muito rara”, diz Geoffrey Marcy. “Pois na Terra há cem mil espécies animais e só uma tem inteligência”. Mesmo assim, Marcy acha que existem seres dotados de raciocínio. “Eles estão em algum lugar entre as 100 bilhões de estrelas da Via Láctea.”

        O mais entusiasmado com essa possibilidade é o físico Paul Horowitz, da Universidade de Harvard, diretor do Projeto Beta, que monitora permanentemente o espaço em busca de sinais de microondas (os mesmos usados nas linhas internacionais de telefone). Apoiados por doações, inclusive de Steven Spielberg, o cineasta que dirigiu ET, os cientistas do Beta usam um radiotelescópio de 28 metros de diâmetro situado perto de Boston, nos Estados Unidos. Eles esperam ouvir mensagens de extraterrestres entre os sinais que gravam. “Eu aposto a minha vida como há civilizações alienígenas”, disse Horowitz à SUPER.

        A declaração é forte, mas não é exagerada (veja o infográfico acima). Existe hoje um ramo inteiro da biologia, chamado exobiologia, cujo único objetivo é o estudo da vida extraterrestre. Os exobiólogo afirmam com segurança que em todos os cantos da Via Láctea existem moléculas orgânicas, as mais importantes na constituição dos seres vivos. Se reagirem entre si em condições ideais, elas podem formar células, cromossomos, células e, quem sabe, até um órgão como o cérebro. [...].

        “A exobiologia tem desafios ilimitados”, explica Harold Klein, da Universidade de Santa Clara, na Califórnia. “E por enquanto, tem recursos bem limitados.” O que a NASA pretende, agora, é mexer nesses recursos para obter o maior retorno possível em termos de conhecimentos. Se der certo, dentro de alguns anos vamos saber, finalmente, se somos ou não os únicos habitantes do Universo.

Revista Superinteressante. São Paulo, Abril, maio de 1996.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 165-6. Manual do professor 42-43.

Entendendo o texto:

01 – Em relação às características gerais do texto.

a)   De que tipo ele é: literário, publicitário (de propaganda), de divulgação científica ou é uma notícia?

Trata-se de um texto de divulgação científica.

b)   De que assunto ele trata?

O texto analisa a possibilidade de haver vida – inteligente ou não – em algum outro planeta do universo.

02 – Astrônomo é um cientista que estuda os planetas e outros astros. O astrônomo Geoffrey Marcy declara que, se existe vida inteligente fora da Terra, “ela deve ser muito rara”. Em que fato relacionado às formas de vida da Terra ele se baseia para fazer essa afirmação?

      Ele diz que, na Terra, há milhares de espécies animais (cem mil), mas só uma tem inteligência.

03 – Explique, com suas palavras, o que é o projeto Beta.

      É um projeto de pesquisa espacial desenvolvido nos EUA. Por meio de equipamentos (radiotelescópio), os pesquisadores tentam captar e gravar sinais eletrônicos (micro-ondas), esperando gravar, junto com esses sinais, algum indício de civilizações extraterrestres.

04 – O diretor do projeto Beta é o físico Paul Horowitz. Segundo o texto, ele é “o mais entusiasmado com essa possibilidade”.

a)   De que possibilidade se trata?

Trata-se da possibilidade de haver vida inteligente em outros planetas.

b)   Horowitz diz: “Eu aposto a minha vida como há civilizações alienígenas”. O que ele procura demonstrar com essa afirmação?

Ele quer demonstrar que tem certeza absoluta de que existem civilizações extraterrestres.

05 – A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, é uma das mais respeitadas instituições de ensino e pesquisa do mundo. O texto, ao informar que Paul Horowitz é da Universidade de Harvard, busca produzir no leitor um efeito, uma reação. Qual seria essa reação?

      A reação de produzir ou aumentar a credibilidade do leitor em relação a essa pessoa e ao tema.

06 – Na sua opinião, como as pessoas da Terra reagiriam se os pesquisadores e cientistas confirmassem a existência de vida inteligente em um planeta próximo do nosso?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Suponha que, de repente, chegasse à Terra uma espaçonave vinda de outro planeta. Como você imagina que seriam os ETs, quanto à aparência e aos conhecimentos científicos?

      Resposta pessoal do aluno.