quarta-feira, 29 de maio de 2019

TEXTO: A HISTÓRIA DE VICTOR FRANKENSTEIN -(FRAGMENTO) - MARY SHELLEY - COM GABARITO

Texto: A história de Victor Frankenstein
 

 Capitulo IV – O mistério é desvendado  (Fragmento)                                  

                          Mary Shelley
        [...]
        A partir de então as Ciências Naturais e particularmente a Química tornaram-se minha única ocupação. Lia aqueles livros com ardor e assistia a todas as aulas. O Prof. Waldman – esse era o seu nome – tornou-se um verdadeiro amigo. De mil maneiras facilitou, para mim, os estudos. Eu ganhava força e logo tornei-me tão ardente e ansioso por conhecimentos que, frequentemente, o dia amanhecia enquanto eu ainda estava trabalhando em meu laboratório.
        Dois anos passaram-se dessa maneira. Não fui nenhuma vez a Genebra; estava ocupado, de corpo e alma, na pesquisa de algumas descobertas que desejava fazer. Consegui desenvolver melhorias em alguns instrumentos química, o que me proporcionou grande estima e admiração na Universidade. Quando cheguei a esse ponto, tendo me tornado bem familiarizado com a teoria e prática das Ciências Naturais, minha permanência em Ingolstadt não era mais necessária; Pensei em retornar para meus amigos e minha cidade natal, quando um incidente retornou minha partida.
        Um dos fenômenos que, em especial, tinha atraído minha atenção era o da estrutura do corpo humano; na verdade, de qualquer animal. Sempre me perguntava se o princípio da vida tinha continuidade. Então apliquei-me mais especificamente àqueles ramos das Ciências Naturais que se relacionam com a Fisiologia. Dediquei-me à Anatomia e examinei a causa e o progresso da decadência e, portanto, da morte do corpo humano. Passava dias e noites envolvidos com minhas observações e pesquisas quando, do meio da escuridão uma súbita luz brilhou – tão radiosa e incrível e, no entanto, tão simples que, embora estonteado como tamanho da probabilidade que se abria, fiquei surpreso que, entre tantos homens de gênio que haviam dirigido seus estudos ao mesmo sentido, tenha sido somente eu o escolhido para descobrir um segredo tão maravilhoso.
        Depois de dias de trabalho e cansaço extremos, consegui descobrir a causa da geração e da vida. Aliás, mais que isso: tornei-me, eu mesmo, capaz de dar vida à matéria inanimada.
        Sei que todos esperariam ser informados desse segredo. Mas não pode ser. Quando eu chegar ao fim da minha história, será fácil perceber por que jamais revelarei essa descoberta; é por demais perigosa a aquisição de conhecimentos, e o homem que acredita que sua cidade natal é o mundo inteiro é muito mais feliz que aquele que aspira tornar-se maior do que sua natureza permite.
        Hesitei por um longo tempo em relação à maneira com que eu iria aplicar meu poder. Para preparar uma estrutura à qual eu fosse dar vida, com todas as suas fibras intrincadas, músculos e veias, teria de haver um trabalho de inconcebível dificuldade. No começo não sabia se iria tentar a criação de um ser como eu, ou de um animal com uma organização mais simples. Mas a minha imaginação estava por demais exaltada para permitir que eu duvidasse da minha habilidade de dar vida a uma criatura tão complexa e maravilhosa como o homem. Preparei-me para todo tipo de contratempos e dificuldades, mas acreditava que teria sucesso. Foi com essa disposição que iniciei a criação de um ser humano. Como as proporções diminutas de certas partes e órgãos seriam um obstáculo para mim, resolvi que o ser teria uma estatura gigantesca, dois metros e meio de altura. Depois de ter determinado seu tamanho e tendo gasto alguns meses coletando e organizando os materiais, comecei.
        Trabalhei com incansável ardor. Meu rosto tornou-se pálido de tanto estudo, e meu corpo emaciado pelo confinamento. Algumas vezes, à beira da certeza, eu falhava. Ainda assim, agarrava-me à esperança de que no dia seguinte ou na próxima hora eu conseguiria. Num quarto solitário, no alto da casa, separado dos outros apartamentos por um corredor e uma escada, eu tinha a minha oficina de terrível criação.
        Assim foram passando os meses de verão, enquanto eu me entregava, de corpo e alma ao meu projeto. Esqueci dos meus parentes e amigos, a que eu não via há tanto tempo. Sabia que meu silêncio os deixava inquietos, e lembrava-me das palavras do meu pai:
      --- Sei que enquanto você estiver satisfeito consigo, irá pensar em nós com afeição e nos mandará notícia regularmente. Penso que qualquer interrupção em sua correspondência seja uma prova de que você também está negligenciando seus outros deveres.
        Entretanto eu desejava, por assim dizer, adiar tudo o que estivesse relacionado aos meus sentimentos de afeto até que o grande objeto estivesse terminado. Hoje em dia estou convencido de que um ser humano deveria sempre preservar sua mente serena e em paz, nunca permitindo que uma paixão ou um desejo passageiro perturbe sua tranquilidade. Se algo que você faz, mesmo sendo um estudo, enfraquece seus afetos e destrói seu gosto pelos prazeres simples onde nada de mal pode haver, então essa sua atividade não é boa, não convém à mente humana.
        Meu pai não me repreendia em suas cartas; somente perguntava com mais insistência sobre minhas atividades. O inverno, a primavera e um novo verão passaram e eu continuava trabalhando, sem ao menos olhar para as folhas que brotavam e os botões que floresciam. Meu entusiasmo era reprimido pela minha ansiedade, e eu parecia mais alguém condenado à escravidão do que um artista ocupado com a sua obra favorita. Todas as noites eu tinha uma febre baixa e tornava-se extremamente nervoso. Uma folha que caísse de uma árvore me assustava e eu evitava as pessoas como se fosse culpado de um crime. Somente a energia de meu propósito me sustentava e eu acreditava que, assim que minha criação estivesse completa, exercício físico e divertimentos iriam afastar qualquer doença que eu tivesse adquirido.
                        Capítulo V – Nasce o monstro

        Era uma hora da madrugada de uma lúgubre noite de novembro quando terminei meu trabalho. A chuva batia contra a vidraça e minha vela estava se extinguindo; minha ansiedade chegava à agonia no instante em que vi os baços olhos amarelos da criatura se abrirem. Respirava pesadamente e um movimento convulsivo agitava seus membros.
        Como posso descrever as minhas emoções diante dessa catástrofe, desse desgraçado que, com tanto cuidado e esforço eu tinha me empenhado em formar? Seus membros eram proporcionados e eu tinha selecionado seus traços para serem belos. Belos! Meu Deus! Sua pele amarela mal cobria a trama de músculos e artérias abaixo; seu cabelo era negro, lustroso, ondulado; seus dentes brancos perolados. Mas tudo isso somente formava um contraste mais horrível com seus olhos aguados, que pareciam quase da mesma cor que as órbitas brancas pardacentas nas quais estavam colocados, com sua pele enrugada e lábios negros retos.
        Eu havia trabalhado por quase dois anos, com o único propósito de dar vida a um corpo inanimado. Para isso, me privei de descanso e saúde. Mas, ao terminar, a beleza do sonho desaparecera e o horror e desgosto encheram meu coração. Incapaz de enfrentar o aspecto do ser que eu tinha criado, corri para fora do laboratório e fiquei por um longo tempo andando pelo meu quarto, sem conseguir acalmar minha mente para poder dormir.
      Quando, finalmente, peguei no sono, não consegui descansar. [...] Acordei sobressaltado, com um suor frio na testa, os dentes batendo, até que, à luz da lua, vi o monstro olhando fixamente para mim, em pé ao lado da minha cama. Seus maxilares abriram-se e ele articulou alguns sons incompreensíveis, com a face arreganhada em um estranho sorriso. Uma das suas mãos estava esticada, aparentemente querendo segurar-me, mas eu escapei e fugi pelas escadas. Escondi-me no quintal da casa onde morava, andando de um lado para o outro em grande agitação, escutando atentamente cada ruído que por acaso anunciasse a aproximação do cadáver demoníaco a que eu tinha, tão desgraçadamente, dado vida.
        Ah! Nenhum mortal poderia suportar o horror daquela fisionomia. Uma múmia que vivesse outra vez não seria tão medonha quanto aquele infeliz. Eu o tinha observado quando ainda inacabado. Era feio; mas quando aqueles músculos e articulações tornaram-se capazes de movimento, ficou tão medonho que nem mesmo Dante poderia tê-lo concebido.
        Alternando agitação externa com langor e fraqueza, passei a noite aterrorizado e sentindo a amargura do desapontamento. Os sonhos, que tinham sido meu alimento e meu descanso, eram agora o meu inferno.
        [...]  
 Mary Shelley. Frankenstein. Trad. Cláudia Lopes. São Paulo: Scipione, 1997. p. 23-28.

Entendendo o texto:
01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
·        Emaciado: magro.
·        Negligenciando: descuidando.
·        Lúgubre: sinistro, fúnebre.
·        Baço: sem brilho.
·        Langor: moleza.

02 – Suas hipóteses sobre a criação de Victor Frankenstein se confirmaram?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – O que você achou do texto? Que sensações ele despertou em você?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Como você imagina que essa história termina?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual era o objetivo do Dr. Victor Frankenstein?
      Criar um ser humano perfeito a partir de matéria inanimada.

06 – Qual conflito desequilibra o desenvolvimento da narrativa?
      O ser criado pelo Dr. Victor Frankenstein não era belo, nem perfeito.

07 – É possível perceber no texto que Victor passou boa parte de sua vida estudando e se aprimorando em diversas áreas do conhecimento, a fim de concretizar seu objetivo.
a)   Essa atitude de dedicação exclusiva e persistência teve algumas implicações em sua vida pessoal. Que implicações foram essas?
Sua saúde ficou debilitada. Além disso, ele se distanciou dos amigos e familiares.

b)   Ele se arrependeu de ter se dedicado à realização de seus objetivos? Identifique um trecho que comprove sua resposta.
Sim. “Mas, ao terminar, a beleza do sonho desaparecera e horror e desgosto encheram meu coração.”

08 – O cientista conseguiu a realização de algo jamais conquistado por um ser humano.
a)   Qual foi a grande realização de Victor?
Dar vida à matéria inanimada.

b)   Que conhecimentos foram necessários para que o cientista realizasse seus objetivos?
Ter domínio sobre determinadas áreas do conhecimento, como as Ciências Naturais, a Fisiologia e a Anatomia.

c)   Após concretizar seus objetivos, o cientista se mostra decepcionado com sua criação. Explique quais foram os fatores que o levaram a ter esse sentimento.
A criação do cientista não correspondia ao modelo ideal almejado por ele: um ser humano belo e perfeito. Ao contrário disso, o ser criado por Victor era grotesco, repugnante e, portanto, o cientista o associou a algo ruim. Esse resultado provocou um choque imediato em Victor.

09 – Releia este trecho: “[...] é por demais perigosa a aquisição de conhecimentos, e o homem que acredita que sua cidade natal é o mundo inteiro é muito mais feliz que aquele que aspira tornar-se maior do que sua natureza permite.”. Em sua opinião, o que esse trecho revela em relação às buscas do ser humano?
      Revela que, muitas vezes, o ser humano, ao se apropriar de determinados conhecimentos, pode usá-los de forma negativa, criando algo que seja nocivo a sua própria espécie e ao mundo em que vive.

10 – O cientista se concentrou exclusivamente em seu projeto de criar um ser perfeito e dar vida a ele. No entanto, ao finalizá-lo percebeu que todo o seu trabalho tinha resultado em algumas consequências imediatas. Quais foram elas?
      O ser criado pelo cientista ganhou proporções não previstas por ele, o que fez com que a situação fugisse de seu controle. A criatura versus seu criador.

11 – Victor Frankenstein decidiu fazer algo inusitado: criar um ser humano. A criação humana é algo que sempre intrigou a humanidade. A ciência sempre buscou explicar a origem da vida.
a)   Por que você acha que as pessoas necessitam buscar respostas para o desconhecido?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A curiosidade e o espírito investigativo são características inerentes ao ser humano. Além disso, o desconhecimento é algo que fascina, encanta e desperta o interesse de todos.

b)   Em sua opinião, quais são as possíveis consequências positivas e negativas dessas ações do ser humano?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Positiva: muitas vezes, a busca incessante por desvendar o desconhecido pode levar o ser humano a ultrapassar seus limites. Negativa: a ganância pode leva-lo a agir de forma a trazer prejuízos ao próprio ser humano.

12 – No primeiro parágrafo do texto, há algumas palavras grafadas em letra maiúscula. Identifique-as e explique por que isso ocorreu.
      Ciências Naturais (área do conhecimento); Química (área do conhecimento) e Prof. Waldman (nome próprio).

13 – Releia o seguinte trecho d texto: “O Prof. Waldman – era esse o seu nome – tornou-se um verdadeiro amigo”.
a)   Que função o travessão exerce nesse trecho?
A função de indicar o aposto explicativo.

b)   Com que intenção essa informação é acrescentada ao texto?
Para explicar ao leitor que Waldman era o nome do professor que havia se tornado amigo de Victor Frankenstein.

14 – Ao observar sua criação, Victor descreve-a. Essa descrição é física ou psicológica? Explique.
      Física. Pois apresenta os aspectos visíveis do ser criado por Victor.

15 – No trecho: “De mil maneiras facilitou, para mim, os estudos.”, há uma figura de linguagem. Identifique-a e explique em que ela consiste.
      Hipérbole. Que consiste em um exagero da ideia que se pretende expressar. Nesse caso, mil maneiras enfatiza que foram várias, diversas.

terça-feira, 28 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): METADE - OSWALDO MONTENEGRO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Metade

              Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade, não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia
A outra metade é canção
E que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

                     Composição: Oswaldo Montenegro

Entendendo a canção:

01 – Esta canção não fala somente dos sentimentos, amor como um todo, mas três reflexões acerca dos desafios internos que convivemos todos os dias. Cite-os.
      Os desafios são aprender a ouvir, a falar e ver na medida certa para conviver bem com a pessoa amada.

02 – A letra da canção traz a voz do eu do texto anunciando desejos. Cite um verso que confirma essa afirmativa.
      “Que a força do medo que tenho / Não impeça de ver o que anseio”.

03 – A estrutura do texto é marcada pela contraposição de “metades”, como em: “...porque metade de mim é o que eu grito /mas a outra metade é silêncio.”
a)   Que palavra ajuda a construir essa relação de contraposição?
A conjunção adversativa “mas”.

b)   Nestes versos, sublinhe as palavras ou expressões que também marcam essa contraposição: “...seja linda ainda que tristeza / que a mulher que amo seja pra sempre amada / mesmo que distante...”

04 – Que características pode-se perceber no eu do texto?
      Se mostra inseguro, pois diz ter duas metades: o “sim” e o “não” sempre se duelando entre eles. O “sim” refere à essência do ser, nas reais vontades, aos reais desafios e atitudes; o “não” se refere a tudo aquilo que não faz parte da verdade do ser. Nos momentos da vida, Devemos escolher a metade que agirá em nós.

05 – A que se refere o termo destacado em: “[...] é preciso simplicidade pra fazê-la florescer [...]”
      Para percebermos a beleza da arte é preciso simplicidade, para vê-la florescer.

06 – Explique os versos finais, “Pois metade de mim é amor / E a outra metade também”.
      O eu poético se mostra um ser inundado de sentimento.

07 – Apesar da contraposição constante, o que salva o eu do texto?
      O eu poético evidencia a importância de superar os medos sejam eles de quaisquer natureza. É preciso insistir naquilo que se tem fé e não deixar que os obstáculos da vida diminua a importância daquilo que se acredita.


CONTO: O GRANDE ENCONTRO - SILVANA TAVANO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: O Grande Encontro
       
         Silvana Tavano

        Era uma vez um Autor com uma vaga ideia para uma nova história. E como nessa história tinha vaga de verdade para um grande Personagem, pensou em começar sua busca colocando um anúncio no jornal.
        "Procura-se um Personagem disposto a viver aventuras eletrizantes. Não é necessário ter experiência no tema, mas algumas características serão especialmente consideradas: um certo preparo físico, raciocínio rápido e personalidade carismática."
        O primeiro candidato a se apresentar foi logo dizendo:
        -- Participei de passagens importantes de muitos livros famosos, imortalizados por personagens estrelados.
        -- Ah, parabéns! O senhor tem razão. Os grandes personagens não envelhecem. Mas, se entendi bem, o senhor nunca foi o protagonista desses enredos, certo? Enfim... É uma pena, mas um coadjuvante de idade avançada não é o que busco. Desculpe!
        Dois dias e muitas páginas amassadas depois, o Autor recebe outro candidato - um tipo muito sincero, mas bastante imaturo.
        -- Já passei por muitas imaginações, mas...
        -- Mas?
        -- Nunca cheguei ao papel...
        -- Ah...
        -- Tenho muito potencial, mas...
        -- Mas?
        -- Preciso de alguém que acredite em mim, que me decifre e me revele com todas as letras, entende?
        -- Você é muito interessante. Mas...
        Na semana seguinte, com a cabeça embaralhada e ainda sem um herói à vista, o Autor começa a pensar em outras possibilidades e, repentinamente, tem uma grande ideia: e se o narrador transformasse a própria aventura em Personagem? Animado, ele já ia colocar o texto em ação quando o telefone toca.
        -- Bom dia. Posso falar com o Autor?
        -- E o senhor é...?
        -- O Personagem.
        -- Ah, claro, o anúncio...
        -- Exato, o anúncio. Muito bem escrito, por sinal.
        -- ...?
        -- Quantos livros o senhor publicou?
        -- ... !?!
        -- Alô? Alô, o senhor está na linha?
        -- Sim... Claro, estou ouvindo... Continue, por favor!
        -- Desculpe! Espero que não me leve a mal, mas preciso saber um pouco mais sobre o seu estilo, como é o seu processo criativo, quais gêneros o senhor domina, se tem livros premiados... É que não me encaixo com naturalidade em qualquer texto. Tenho que sentir alguma consistência literária, entende?
        O Autor experimentou vários estados de espírito. No início, ficou atônito. Mais que isso, catatônico! Depois, a palavra certa seria "irritado". Mas, pouco a pouco, foi se sentindo, como dizer?, impressionado! Pois, à medida em que respondia às perguntas do Personagem, foi se surpreendendo mais e mais com suas próprias palavras.
        No dia seguinte, conversaram de novo. E no outro, outra vez.
        Trocaram ideias durante tanto tempo que acabaram se tornando grandes amigos. Anos depois, eram tão íntimos que um logo adivinhava o que o outro tinha acabado de pensar e, juntos, inventaram histórias fabulosas.

                                 Silvana Tavaro. O grande encontro. Nova Escola. São Paulo: Abril, n° 222, maio 2009. p. 102.
Entendendo o conto:
01 – A maneira como a história se inicia se aproxima de um gênero especifico de texto.
a)   Que gênero é esse?
O conto de fadas.

b)   Que expressão justifica essa aproximação?
Era uma vez.

02 – O conto possui as partes constituintes da narrativa: situação inicial, clímax e desfecho. Identifique no texto cada uma dessas partes.
      Situação inicial: O Autor faz um anúncio para encontrar um novo Personagem para sua nova história. Clímax: O Autor encontra o Personagem, que o acaba avaliando, em vez de contrário. Desfecho: O Autor e o Personagem tornam-se amigos e fazem muitas histórias juntos.

03 – Depois de analisar muitos candidatos à vaga e de não conseguir encontrar um protagonista para a sua história, surge um personagem muito intrigante, que fez o autor ter diversos estados de espírito. Por que isso ocorreu?
      Isso ocorre porque o personagem, em vez de ser entrevistado e de mostrar suas qualidades, começou a avaliar o autor do texto para ver se este possuía as características que ele julgava necessárias para tê-lo como um personagem de sua história.

04 – O final da história terminou de maneira previsível ou houve uma quebra em sua expectativa? Comente.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Houve uma quebra de expectativa, pois o Personagem é quem avalia o Autor e este fica irritado com isso, mas eles acabam, por fim, tornando-se amigos.

05 – O texto foca em um elemento muito importante do gênero conto: o personagem. Explique o efeito que o autor dá à narrativa por meio do enfoque nesse elemento.
      O autor brinca com a criação dos seres ficcionais, os personagens, dado um efeito de humor ao conto.



CRÔNICA: A GRANDE GUERRA - PAULO MENDES CAMPOS - COM GABARITO

Crônica: A GRANDE GUERRA
                      Paulo Mendes Campos

       As árvores sempre amaram os homens, desde o princípio dos tempos. Confessam este amor sem parar, as horas todas do dia. Mesmo quando a luz se retira e elas desaparecem de nossa vista, continuam a dizer que nos amam, fazendo perfume para a nossa noite e música para os nossos sonhos.

        Mas as árvores não são apenas os maiores artistas que existem; são também os mais sábios cientistas. Se a gente lotasse o Mineirão de cientistas, os cem mil sábios ali reunidos saberiam muito menos do que uma árvore. E a mais profunda e indispensável ciência da árvore é transformar veneno em ar puro.
        Muito poucos homens, por incrível que pareça, entendem a língua das árvores. Um em mil? Talvez nem isso. Um dia, por causa dessa ignorância, reunidos numa sala fechada, os homens declararam guerra às árvores.
     Observados hoje, depois que tudo aconteceu, os motivos alegados parecem ridículos. Há árvores demais no mundo, diziam. – Já começam a invadir as nossas terras. – Melhor enfrenta-las e transformá-las em objetos úteis: casas, móveis, navios, lenha. – Não podemos é permanecer de braços cruzados. – O progresso exige que acabemos com as árvores.
        Argumentos, de fato, ridículos; mas os argumentos a favor de todas as outras guerras são muito parecidos, depois de vistos (como se diz) à luz da história.
        Foram mobilizados facões, machados, serrotes. O mais terrível guerreiro era um que ama o combate por si mesmo, capaz de lutar indiferentemente pelo bem ou pelo mal, capaz de cozinhar para o homem, sem que esse gesto simpático signifique bondade; em outra oportunidade, esse mesmo guerreiro poderá destruir sem remorso a humanidade inteira. Seu nome é Fogo.
        E a guerra começou. As árvores, que também não entendem a língua dos homens, apesar de amá-los, continuaram em paz, a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos, desenhos, poesia. E a transformar veneno em oxigênio.
        Foi uma guerra feia e covarde. Todos os homens, quase todos (com exceção das pessoas de ouvido fino, que entendem a língua dos vegetais), entraram na luta de extermínio. Quem não pertencia a um exército regular, punha o machado no ombro e saia de manhã para brigar sozinho. Os mais humildes, que nem dispunham de machadinha, armavam-se de fósforo ou isqueiro. Até as crianças, as mais assanhadas e menos inteligentes, participavam da guerra, e da maneira mais diabólica: construíam balões que, levados pelo vento, causavam perdas incalculáveis ao doce e inocente inimigo.
        Essa guerra foi iniciada na era da civilização, há algumas centenas de anos, quando o homem aprendeu a fazer navios ligeiros, pontes sólidas, casas confortáveis e catedrais belíssimas.
        Foi iniciada e jamais teve trégua, prosseguindo até o dia de hoje, auxiliada agora pelas armas modernas, como a serra elétrica e o trator.
        Desarmadas, ou armadas apenas de boa vontade, as árvores opuseram uma única resistência: foram criando outras árvores, tantas quanto podiam no furor da batalha, na esperança de que, findas as hostilidades, outras plantas crescessem e continuassem a fazer oxigênio, sombra, flores, frutos, perfume, desenhos e poesia.
        Mas acontece o seguinte: como imensas florestas já tombaram na luta, dando lugar a amplidões estéreis, o número de árvores em nosso tempo é insignificante. O número de homens, pelo contrário, tornou-se (como dizem) uma verdadeira explosão.
        Assim, para dizer tudo em poucas palavras, a vitória dos homens contra as árvores está muito próxima. No ritmo que vamos, em pouco tempo não ficará uma floresta em pé.
        Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que aparecem quando as árvores morrem: os riachos e os rios estão secando-se de sede, atormentando os homens; os temporais adoidados destroem as plantações, atormentando os homens; os animais desaparecem, atormentando os homens; a terra arrebenta-se e não presta mais para nada, atormentando os homens; o sol queima as sementeiras e castiga toda a criação, atormentando os homens. Em vez de dar música nas ramagens, a ventania dá vento; em lugar de perfume, aspiramos o fumo das máquinas; em troca de poesia, vamos entrando cada vez mais por uma paisagem sem flores, sem pássaros, sem verde. E já estamos sentindo falta de ar.
        Superpovoada de homens e despovoada de árvores, a própria Terra, a única que possuímos, chega ao fim e aos poucos morre.
        Resultado final: as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno.
                                     Paulo Mendes Campos. A grande guerra, publicado no livro Para gostar de ler 24. São Paulo: Editora Ática.
Entendendo a crônica:

01 – É possível afirmar que essa crônica apresenta uma crítica? Por quê?
      Sim, pois critica a maneira como o ser humano explora a natureza e como ele costuma resolver problemas por meio da guerra.

02 – Qual é o ponto de vista defendido pelo cronista nesse texto?
      O cronista defende que os homens declararam guerra às árvores injustamente e estão sofrendo as consequências desse ato.

03 – Transcreva a frase do texto que resume o ponto de vista do cronista quanto às consequências da guerra entre homens e árvores.
      “[...] as árvores perdem a guerra e os homens ganham o inferno”.

04 – Guerra, além de luta armada entre nações que disputam algum território ou discordam em relação a uma ideologia, significa também luta contra qualquer coisa a que se atribua uma valor nocivo, isto é, prejudicial à humanidade.
a)   Em que parágrafo o cronista expõe os motivos alegados pelos homens para a guerra.
No 4° parágrafo.

b)   Qual é a visão do autor sobre os argumentos dos homens para declarar a guerra?
O autor explica que os argumentos dos homens são sem fundamento, assim como todos os outros argumentos usados para fazer guerras.

05 – Na crônica, as árvores são as protagonistas da história e os homens são os antagonistas (aquele que se opõe ao protagonista). Explique qual é o efeito de o autor retratar as árvores como protagonistas.
      O autor enfatizou a crueldade dos homens ao colocar as árvores como vítimas representando a natureza.

06 – Por que o cronista afirma que as árvores são mais sábias que os cientistas?
      Porque elas transformam “veneno em ar puro”.

07 – A crônica foi escrita em 3ª pessoa.
a)   Retire trechos do texto que comprovem essa afirmação.
“E a guerra começou. As árvores, que também não entendem a língua dos homens, apesar de amá-los, continuaram em paz, a fazer o que sempre fazem: sombra, flores, frutos, desenhos, poesia”.

b)   Essa crônica poderia ser escrita em 1ª pessoa? Justifique sua resposta.
Não. O cronista desenvolve um ponto de vista sobre uma situação que é exterior a ele, que pertence aos seres humanos em geral.

08 – Nessa guerra apresentada pelo cronista existe um vencedor? Explique.
      Não, porque nessa luta todos saem perdendo, pois a destruição da natureza, a longo prazo, leva à destruição do ser humano, que depende dela para sobreviver.



POEMA: ESSA NEGRA FULÔ - JORGE DE LIMA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Essa Negra Fulô
  
            Jorge de Lima

Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!

Essa negra Fulô!

Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!

Essa negra Fulô!

"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?

Essa negra Fulô!
                   Jorge de Lima. Poesia completa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

Entendendo o poema:

01 – O poema é uma narrativa e conta uma história que envolve a escrava Fulô. A palavra fulô é uma variação popular da palavra flor.
a)   Que relação tem esse dado com o desfecho da narrativa?
O nome da personagem sugere que ela seja bonita, o que coincide com o provável desfecho da história: o senhor de engenho se apaixona pela negra.

b)   Que relação tem o eu lírico do texto com o Sinhô da história contada?
O Sinhô era o dono do engenho; logo, era o avô do eu lírico, conforme o verso “no banguê dum meu avô”.

02 – Esse poema, no conjunto da obra de Jorge de Lima, pertence à fase em que ele se voltou para temas brasileiros, ligados à tradições populares.
a)   Identifique no poema palavras e expressões que demonstrem a preocupação do poeta de empregar uma língua brasileira.
Entre outras, Fulô, Sinhô, Sinhá, cafuné, frasco de cheiro, levar couro, Cadê.
b)   Faça a escansão de alguns versos do poema. Que tipo de verso, muito comum no cancioneiro popular e nas cantigas de roda, foi empregado nesse poema?
A redondilha maior (versos de 7 sílabas poéticas).

c)   Identifique no texto um trecho que comprove a incorporação de outros elementos da cultura popular na construção do poema.
São os versos entre aspas, que incorporam elementos do cancioneiro popular (poemas, cantigas de roda).

03 – Ao longo do poema, a expressão “Essa negra Fulô” pode ser lida com diferentes entonações e, de acordo com o contexto e a entonação, ganha diferentes sentidos. Que sentido tem essa expressão no contexto em que:
a)   O Sinhô vai ver a negra levar couro do feitor?
Sentido de espanto, surpresa e interesse.

b)   A Sinhá acusa a negra de ter roubado vários de seus pertences?
Sentido de acusação, raiva e desprezo.

04 – Fulô é acusada de roubar lenço, cinto, broche, terço de ouro, perfume. Na sua opinião, Fulô estaria realmente roubando os pertences da Sinhá? Tanto em caso afirmativo quanto negativo, levante hipóteses sobre por que isso estaria acontecendo.
      As duas possibilidades existem. Como Fulô é vaidosa, ela pode estar roubando esses objetos de Sinhá para ficar bonita e seduzir o Sinhô. Outra leitura é Sinhá acusar a negra por ciúme, para que ela seja castigada. Outra possibilidade ainda é o Sinhô estar roubando os objetos da esposa para poder “castigar” a moça sozinho.

05 – Releia a última estrofe. Nela a Sinhá pergunta “Cadê, cadê teu Sinhô / que Nosso Senhor me mandou?”
a)   Como você interpreta o “sumiço” do Sinhô?
É provável que o Sinhô não tenha sumido do engenho e, sim, que tenha se afastado da Sinhá, pelo fato de estar se relacionando com Fulô.

b)   Que dado da formação étnica do povo brasileiro o poema retrata?
O relacionamento (sexual, afetivo) entre escravos e seus senhores.



TEXTO: ORIGEM DA FESTA JUNINA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Origem da Festa Junina 

        Existem duas explicações para a origem do termo "festa junina". A primeira explica que surgiu em função das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Outra versão diz que o nome desta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem apenas a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
        De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial(época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
        Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  
        Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.  

Entendendo o texto:

01 – Por que a festividade FESTA JUNINA recebeu este nome?
      Existe duas explicações, primeiro porque ocorre em junho, outra versão diz que tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio era Festa Joanina.

02 – Esta festividade foi trazida para o Brasil por qual país?
      Pelos portugueses.

03 – De qual país veio a dança marcada, atualmente conhecida como a “Quadrilha”, para o nosso país?
      Veio da França.

04 – Os tradicionais fogos de artifício originaram-se de qual país?
      Originou-se da China.

05 – O texto que você leu é:
(   ) Literário.
(X) Informativo.
(   ) Jornalístico.

06 – Explique por que você selecionou este gênero textual, acima.
      Porque é uma produção textual com informação sobre a origem da festa junina.

07 – De onde foi retirado este texto?

08 – Enumere corretamente de acordo com o texto:
1 – Período Colonial.
2 – Quadrilha.
3 – Originou-se da China.
4 – Danças de fitas.

(3) A manipulação da pólvora.
(4) Muito comum em Portugal e na Espanha.
(1) Época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal.
(2) Dança marcada, característica típica das danças nobres.


segunda-feira, 27 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): JURA SECRETA - FAGNER -COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Jura Secreta

                                         Fagner

Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei

Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofrí.

                                         Composição: Abel Silva / Sueli Costa

Entendendo a canção:

01 – Que sentimentos o eu lírico aborda nessa canção?
      O eu lírico se arrepende por todas as ações e emoções que por consequência de insegurança, medo ou um outro sentimento qualquer deixou de viver.

02 – Leia estes versos da música "Jura secreta", de Sueli Costa e Abel Silva:

“Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada que eu quero me suprime”.

        Muitos dos verbos que aparecem em tais versos foram empregados nas frases abaixo.

      Assinale a opção que apresenta erro gramatical relacionado ao emprego do verbo.
a)   Se nós nos entristecêssemos com todos os beijos não dados, viveríamos em constante estado de depressão.
b)   Obedece aos mandamentos: Não roubarás, não farás mal a teu semelhante, não causarás dor a teu irmão.
c)   Os apaixonados vivem se fazendo juras: Farei-te feliz! Farei de você a pessoa mais feliz! –, mas são poucos os que realmente cumprem o prometido.
d)   Será suprimida a dor de amor quando não mais fizermos juras falsas.
e)   Quisera ter mais vidas para roubar todos os beijos de amor que não roubei.

03 – O que o eu lírico analisa nos versos da primeira estrofe?
      Analisa seus casos de amor e descobre que poderia ter vivido cada um deles mais intensamente.

04 – Nos versos: “Nada do que posso me alucina / Tanto quanto o que não fiz”. O que o eu lírico demonstra?
      Ele deixa cada vez mais forte a sensação de que ele só se arrepende do que NÃO fez.

05 – Em que versos ele declara banais todos os seus casos de amor?
      “Só o que me cega, o que me faz infeliz
       É o brilho do olhar que eu não sofri”.