Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Entendendo o poema:
01 – Pode-se afirmar que
existe um trocadilho no título do poema. Explique as possíveis intenções do
mesmo.
O trocadilho está
relacionado à palavra “sem” que poderia ser interpretada como prefixo, no
sentido de “não ter”, ou ainda apesar da diferença na grafia, como numeral
“cem”.
02 – O poema é uma reflexão
do comportamento humano. Escreva um parágrafo explicando como o amor é abordado
pelo autor.
O poeta procura
passar a ideia de que o amor foge a convenções, não há razões ou lógica no ato
de amar. É um sentimento sublime, que não necessita de explicações, ele é um
sentimento superior.
03 – Há algum tipo de
metáfora no poema? Exemplifique.
Sim. “Amor é dado
de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse”.
04 – No poema, prevalece a
ideia de que, em uma relação amorosa:
a)
O indivíduo deve procurar amar e ser amado na
mesma proporção.
b)
Aquele que ama não precisa ser correspondido
para continuar amando.
c)
As pessoas devem compartilhar o
sentimento, dando e recebendo amor.
d)
O sujeito precisa ter ciência dos motivos que
o levam a amar o outro.
e)
Cada um deve amar a si mesmo acima de tudo
para depois poder amar o outro.
05 – Segundo o poeta, o
amor:
a)
Tem sua atuação dicionarizada.
b)
É mais forte que a morte.
c)
Explora todo amante.
d)
Produz ações inexplicáveis.
e)
É baseado em regras e compromissos.
06 – Assinale a alternativa
correta em relação ao texto “As sem-razões do amor”.
a)
O gênero textual acima é um poema, pois está
estruturado da seguinte forma: estrofes (que é cada linha do poema) e versos
(que é o conjunto de estrofes).
b)
O gênero textual acima é um poema,
pois está estruturado da seguinte forma: versos (que é cada linha do poema) e
estrofes (que é o conjunto de versos).
07 – Podemos dizer que a
função da linguagem que predomina no texto acima é:
a)
( ) a
função referencial, cujo objetivo real é informar algo.
b)
(X) a função emotiva, cujo objetivo principal é transmitir emoções e
sentimentos.
c)
( ) a
função referencial , cujo objetivo principal é transmitir emoções e
sentimentos.
d)
( ) a
função emotiva, cujo objetivo real é informar sobre algo.
08 – (Cesgranrio 1998) Agora,
escolha a alternativa em que o à ou às está mal empregado:
a) Referi-me
às sem-razões do amor.
b) Amores
à vista.
c) Submeteram o amor à provações difíceis.
d) Estava
meu coração à mercê das paixões.
e) Desobedeci
às limitações sentimentais.
09 – No título do poema,
está presente um jogo de ideias contrárias que problematiza o amor - sentimento
de muitas razões e de razão alguma. Os versos que melhor expressam a
problematização do sentimento amoroso estão transcritos em:
a)
"Não precisas ser amante, / e nem sempre
sabes sê-lo" (versos 2 e 3).
b)
"Amor é estado de graça / e com amor não
se paga" (versos 5 e 6).
c)
"é semeado no vento, / na cachoeira, no
eclipse" (versos 8 e 9).
d)
"Amor é primo da morte, / e da
morte vencedor" (versos 18 e 19).
10 – Na terceira estrofe do
poema, verifica-se um movimento de progressão textual que reitera as razões
para o amor. Essa progressão está caracterizada pela repetição do seguinte
procedimento linguístico:
a)
Construção frasal em ordem indireta.
b)
Estrutura sintática em paralelismo.
c)
Pontuação com efeito retórico.
d)
Rima como recurso fonológico.
11 – “Amor é primo da morte,
e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de
amor." Os dois últimos versos transcritos estabelecem com os dois
anteriores uma relação de:
a)
Conformidade.
b)
Causalidade.
c)
Concessão.
d)
Conclusão.
12 – Observe estes versos do
poema de Carlos Drummond de Andrade:
“Amor é estado de graça.
E com amor não se paga.”
“Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.”
a)
Em que esses fragmentos se assemelham,
considerando-se a concepção de amor que expressam?
Ambas expressam a concepção de que o amor não é uma troca, não
espera correspondência.
b)
Em que consiste a originalidade do enfoque
dado por Drummond no tratamento do tema?
Geralmente o eu lírico dos poemas de amor deseja ser correspondido
ou canta a realização amorosa.
13 – Em relação à última
estrofe do texto, interprete: Por que, para o eu lírico:
a)
O amor é morto a cada instante de amor?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque, na visão do eu lírico,
o amor pode se desgastar, pode morrer.
b)
O amor é “da morte vencedor”?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o amor é vida, e sempre
vence. Mesmo quando o amor termina, sempre renasce num novo amor.