quinta-feira, 29 de março de 2018

POEMA: SEMENTES DE SOL - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO


POEMA: SEMENTES DE SOL
          
                    Carlos Queiroz Telles

 Este corpo
 que agora me veste
 ainda é casca
 e casulo
 de um outro bicho
 que cresce.



 Esta capa que me acompanha
 desde os tempos
 de criança
 desce inútil
 aos meus pés.
 Sou a ponte
 que me liga.

 Sou o gesto
 que me une.
 Sou o fui
 e o serei.

Este tempo
que me guarda
para um outro
amanhecer
é lembrança
e  é promessa,
recordação e
esperança,
morte e vida
enoveladas
na meada
das mudanças.

Sementes de sol. São Paulo: Moderna, 1992. p. 36-7.

 Enovelado: enrolado, emaranhado.
 Meada: enredamento, confusão.

Entendendo o poema:
01 – Leia estas afirmações.
          I. Quanto as ideias que apresenta, esse texto pode ser dividido em duas partes.
          II. A 1ª parte reúne as estrofes 1 e 2 e trata das transformações físicas do eu lírico.
          III. A 2ª parte é formada apenas pela última estrofe, que trata da identidade do eu lírico em um momento de mudanças.
          IV. Na 1ª parte, o eu lírico compara-se a um animal em transformação.

 Com base nessas afirmações, pode-se concluir que:
 A) apenas a III está correta.
 B) III e IV estão corretas.
 C) II e III estão corretas.
 D) I, II e IV estão corretas.

02 – Na 2ª estrofe, o eu lírico faz referência a uma capa, que “desce inútil” a seus pés, como se ele estivesse se despindo de uma “roupa” que o acompanhara por longo tempo. De que tipo de roupa ele estaria se desfazendo?
 A) Da “roupa” (ou do papel) de criança.
 B) Dos sentimentos contraditórios.
 C) Das mudanças.
 D) Das recordações.

03 – Ao comparar-se a um animal em transformação, na 2ª parte do texto, o eu lírico tenta definir a si mesmo, fazendo uso de linguagem figurada. Nos versos “Sou o fui / e o serei”, os verbos destacados são substantivados. Que substantivos podem substituir esses verbos sem que haja mudança de sentido?
 A) Passado e futuro.
 B) Recordação e esperança.
 C) Mudanças e lembrança.
 D) Tempo e promessa.

04 – Compare o poema com o texto “A turma”. Qual dos itens seguintes correspondem uma afirmação verdadeira sobre os dois textos?
 A) Ambos os textos narram o processo de amadurecimento de um adolescente e sua iniciação na fase adulta.
B) Embora os textos apresentem linguagens diferentes — um é científico e o outro é poético —, ambos refletem sobre a transição da fase infantil para a fase adulta.
C) O poema e o texto em prosa não acentuam a convivência entre traços infantis que ainda persistem e traços do adulto em nascimento.
 D) Ambos os textos discutem o problema da identidade do adolescente.




CONTO: A MENINA DOS FÓSFOROS - ANDERSEN - TRADUÇÃO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

CONTO – A MENINA DOS FÓSFOROS
                   Monteiro Lobato

  Isto foi num desses países onde a neve cai durante o tempo de inverno – e fazia um horrível frio naquela noite do ano.
         Dentro do frio e dentro do escuro da noite a menina lá seguia, de pés descalços pela cidade deserta. Descalça? Sim. É verdade que saíra de casa com um par de chinelas muito grandes para seus pés, pois tinham sido de sua mãe. Ao atravessar a rua, porém, teve de correr para desviar-se duma carruagem na disparada, e perdeu as chinelas; quando voltou para procura-las, viu que um moleque havia apanhado um pé, saindo a correr com ele na mão. “Vou fazer um berço desta chinela!”, dizia ele. O outro pé não foi possível encontrar – com certeza sumiu enterrado na neve pelas paras dos cavalos.
         Por isso lá ia a menina de pés nus e já azuis do frio. A era uma vendedeira de fósforos, do tempo em que os fósforos se vendiam soltos e não em caixa; no avental trazia uma porção deles e na mão um punhadinho. Mas ninguém lhe comprara ainda um só, e lá se ia ela, tiritando de frio, sem um vintém no bolso. Verdadeiro retrato da miséria, a coitadinha!
         Flocos de neve recobriam seus cabelos cor de ouro, todos cacheados, sem que a menina desse por isso.
         Em muitas casas a luz do interior saía pelas janelas misturada com um saboroso cheiro de ganso assado – porque era dia de S. Silvestre, dia em que todos que podem comem um ganso assado.
         Em certo ponto a menina sentou-se encolhidinha rente a uma parede e cruzou os pés debaixo da saia. Nada adiantou. Sentiu-os mais enregelados ainda. Como não tivesse vendido nenhum fósforo não se animava a voltar para casa. Sem dinheiro no bolso estava proibida de aparecer lá.
         Seu pai com certeza que a surraria – além disso o frio era lá tanto como ali. Uma casa velha, teto esburacado e paredes rachadas por onde o vento entrava zunindo.
         Suas mãozinhas começaram a perder os movimentos.
         Teve uma ideia: acender um daqueles fósforos para aquecer os dedos entanguidos. Assim fez. Riscou um fósforo na parede – chit! Que luz bonita e que agradável quentura! O fósforo queimava qual velinha, com a chama defendida do vento pela sua mão em concha. Que bom! A menina sentia como se estivesse sentada diante dum grande fogão, com ferro para mexer as brasas e uma caixa de lenha ao lado. Tão agradável aquele calorzinho do fósforo, que ela espichou o pé para que também aproveitasse um pouco – mas nisto a chama foi morrendo e afinal apagou-se. Só ficou em sua mão um toquinho carbonizado.
         A menina riscou outro fósforo, e à luz dele a parede da casa a que estava encostada tornou-se transparente como um véu, deixando ver tudo quanto se passava lá dentro. Estava posta uma grande mesa, com toalha alvíssima e prataria de porcelana; ne centro, um ganso recheado de maçãs e ameixas, que recendia um perfume delicioso. De repente o ganso ergueu-se da travessa e, ainda com a faca e o garfo de trinchar espetados no papo, veio na direção dela.
         Nisto o fósforo apagou-se e tudo desapareceu. A menina riscou outro fósforo, e imediatamente se achou sentada debaixo da mais bela árvore de Natal que seus olhos tinham visto nas casas de brinquedos. Mil velinhas ardiam na ponta dos galhos, e os enfeites dependurados pareciam olhar para ela. Mas esse fósforo também foi-se apagando, e à medida que se ia apagando a árvore de Natal ia crescendo, crescendo, e as velinhas subindo até ficarem como estrelas no céu. Uma delas caiu, traçando um longo risco de luz.
         --- Alguém está morrendo, pensou a menina com a ideia em sua avó. A boa velhinha fora a única pessoa na vida que lhe dera amor, e costumava dizer que quando uma estrela cai é sinal de que alguém está morrendo e com a alma a ir para o céu.
         A menina acendeu outro fósforo – e desta vez o que apareceu foi a sua própria vovó, brilhante como um espírito e com o mesmo olhar meigo de sempre.
         --- Vovó! Exclamou ela. Leve-me consigo! Eu sei que a senhora vai sumir-se quando este fósforo chegar ao fim, como aconteceu com o ganso recheado e a linda árvore de Natal...
         E para que isso não acontecesse a menina tratou de acender um fósforo atrás do outro, sem esperar que a chama morresse. Era o meio de conservar a vovó perto de si.
         E os fósforos foram ardendo com luz brilhante como a do dia, e sua vovó nunca lhe apareceu tão bela, nem tão grande. Foi-se chegando, tomou a netinha nos braços e com ela voou, radiante, para onde não há neve, nem frio mortal, nem fome, nem cuidados – para o céu.
         No outro dia encontraram o corpo da menina entanguido na calçada, com as faces roxas e um sorriso feliz nos lábios. Havia morrido de fome e frio na última noite daquele dezembro.
         O sol do novo ano veio brincar sobre o pequenino cadáver. Em sua mãozinha rígida estavam ainda os fósforos que não tivera tempo de acender. Os passantes olhavam e diziam: “A coitada procurou aquecer-se com os fósforos”, mas ninguém suspeitou as lindas coisas que ela viu, nem o deslumbramento com que começou o ano novo em companhia de sua avó.

                                      Novos contos de Andersen. Tradução e adaptação de
                        Monteiro Lobato. 6.ed. São Paulo: Brasiliense, 1968.p. 16-21.

Entendendo o conto:

01 – Era o último dia do ano, dia de São Silvestre, a neve caía e a cidade estava deserta.
a)   O que a protagonista fazia?
      Ela estava tentando vender fósforos.

     b) Ela estava vestida adequadamente para a situação? Justifique sua resposta.
       Não. Porque fazia um frio terrível e a menina estava descalça, de saia, sem luvas, tiritando de frio.

     c) Por quê a vendedora de fósforos não quis voltar para casa?
      Porque seu pai a proibira de voltar sem dinheiro e certamente a surraria. Além disso, sua casa era velha, esburacada e tão fria quanto a rua.

02 – Nos contos maravilhosos, os vilões são gigantes, ogros, lobos, bruxas, etc., seres criados pela imaginação popular. Em “A menina dos fósforos”:
     a) Quem é o vilão?
      O pai da menina.

     b) Na sua opinião, esse vilão é mais cruel que os vilões que normalmente aparecem nos contos maravilhosos? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal.

03 – Num determinado momento da história, o narrador diz que as mãos da menina “começam a perder os movimentos”. O que isso significa?
      Por estar descalça, a menina estava ficando cada vez mais gelada. Pode ser também que a temperatura estivesse caindo, isto é, estava ficando cada vez mais frio.

04 – À medida que a menina acende os fósforos, nós, leitores, partilhamos de suas visões e de seus desejos. Qual das visões relaciona-se:
     a) Ao calor? A 1ª visão, ela se sente aquecida diante de um grande fogão.

     b) À beleza? A 3ª, ela vê a mais linda árvore de Natal.

     c) Ao alimento? A 2ª visão, ela vê um delicioso ganso recheado.

     d) À refeição? A última visão, a menina vê sua avó.

05 – Há, no conto, dois momentos em que se observa a compaixão humana. Quem faz no conto os seguintes comentários?
     a) “Verdadeiro retrato da miséria, a coitadinha!”
      O narrador do conto.

     b) “A coitada procurou aquecer-se com os fósforos”.
      Os passantes.

06 – Muitos contos maravilhosos surgiram na Idade Média, na Europa, numa época em que havia muita miséria.
     a) O conto lido retrata essa situação social? Justifique sua resposta.
       Sim. A protagonista é uma criança muito pobre, maltratada pelo pai, mora numa casa velha, de teto esburacado e paredes rachadas, tem fome e frio precisa trabalhar para sobreviver.

     b) Você conhece outros contos maravilhosos em que crianças têm de enfrentar o abandono, a fome e a injustiça social, como a vendedora de fósforos? Se sim, quais?
       Sim. “João e Maria”, “Branca de neve e os sete anões”, “Cinderela”, “O Pequeno Polegar”, “Rapunzel”.

07 – Nos contos maravilhosos, heróis e heroínas costumam vencer os obstáculos e triunfar no final. Na sua opinião, a vendedora de fósforos triunfa no final? Justifique sua resposta.
       Sim. Apesar do final trágico. Pode-se dizer que ainda assim é um belo final: a heroína passa para uma esfera diferente, onde triunfa o amor, a proteção, o calor, a felicidade.

TEXTO: AS CAVALHADAS - FREI JOSÉ AUDRIN - COM GABARITO

Texto: AS CAVALHADAS

       Ainda do ponto de vista da agilidade mencionaremos, aqui, as belas façanhas tradicionais que os sertanejos renovam, cada ano, por ocasião dos festejos do Divino e do Rosário. Queremos falar das cavalhadas, tão famosas e apreciadas no interior. São reminiscências incontestáveis de antigos torneios.
        Na praça principal do arraial, ou num campo vizinho do povoado em que se reuniu a multidão em festa, apresentam-se dois grupos de vistosos cavaleiros. De um lado, os “mouros”, do outro, os “cristãos”. Todos ornados de fitas e penachos de cores vivas e montados em fogosos ginetes enfeitados e pintados da cabeça à cauda.
        De início, os dois reis enfrentam-se, de lanças em punho, com desafios orgulhosos e discursos intermináveis. O cristão, naturalmente, reprova com veemência a doutrina do muçulmano e exorta-o a abjurar os seus erros. Este responde com bravatas e ameaças. Apartam-se então, e a luta precipita um contra o outro os campos inimigos. São delirantes galopes, correrias vertiginosas, que simulam ataques e contra-ataques, ao tinir das espadas que se cruzam em belíssimas evoluções.
        Depois de ter cada um ostentado bastante a sua destreza e a beleza de seu cavalo, uma manobra suprema consegue a captura, pelos cristãos, do infeliz soberano pagão, que se converte e recebe o batismo.
        A maravilhosa parada equestre completa-se, depois de um intermédio, pelo jogo das argolinhas. Cada cavaleiro avança garboso, de lança em punho. Galopa até certa distância fora do campo; em seguida, precipita-se em direção às argolas suspensas entre dois mastros erguidos no meio da praça, a fim de tentar, em plena carreira, passar numa delas a ponta da lança. Embora dificílima a tentativa, nunca faltam hábeis e ágeis cavaleiros para realiza-la, aos aplausos da assistência, que vibra de entusiasmo.

                              Frei José Audrin. Os Sertanejos que Eu Conheci.
                                               Pág. 110. Editora José Olympio, 1963.

Entendendo o texto:
01 – Neste belo trecho descritivo, o autor quer provar:
      (X) A agilidade, a destreza do sertanejo.
      (   ) O espírito belicoso do sertanejo.
      (   ) O sentimento cristão do sertanejo.

02 – Complete a frase de acordo com o que se diz no texto:
      As cavalhadas são reminiscências de antigos combates entre mouros e cristãos.

03 – A cavalhada compreende duas partes ou exibições:
      - A luta dos dois grupos de cavaleiros inimigos.
      - O jogo das argolinhas.

04 – Destaque do texto expressões que indicam ou sugerem:
     a) O ambiente festivo.
      A multidão em festa.

     b) O aparato dos cavaleiros.
      Vistosos cavaleiros.

     c) O aspecto dos cavalos.
      Fogosos ginetes enfeitados.

     d) A vibração dos espectadores.
      Aos aplausos da assistência, que vibra de entusiasmo.




CRÔNICA: CONTATOS IMEDIATOS - JOSÉ J.VEIGA - COM GABARITO

CRÔNICA: CONTATOS IMEDIATOS


    A mesa do jantar estava posta. Sentado no sofá, Dr. Gumercindo mudava as pilhas do radinho. Nilo chegou, tirou o pratinho que cobria a tigela e anunciou:
        --- Olha aqui, pai. Pra festejar a sua chegada.
        --- Muita gentileza. O que é que temos ai? – disse o pai, fechando o rádio e ligando-o.
        --- Doce de batata que D.ª Luci mandou.
        --- Ótimo! Guarde na cozinha. – Mas o rádio não funcionava. O pai instigou-o com um tapinha, ele não reagiu. – Você andou mexendo com este rádio, Nilo?
        --- Liguei ele. Estava bom, mas fanhoso. Vá ver o senhor se distraiu na colocação das pilhas novas.
        O pai olhou admirado para ele e disse:
        --- Gostei dessa, garotão. Grande progresso. Quer dizer que eu não fiz burrada com as pilhas, não troquei os pés pelas mãos. Apenas me distraí. E já que é assim, ajeite aí pra nós.
        Nilo sentou-se ao lado do pai, tirou as pilhas do rádio e foi explicando:
        --- Está vendo este esqueminha aqui? É só seguir, que não tem erro. Duas com o tufinho para um lado, duas para o outro. Assim, ó. Agora ligue. O pai pegou o rádio, ligou, tocou.
        --- Está vendo? Seguir o esquema.
        --- É. Falou quem sabe. Nunca pensei que tivesse esquema para facilitar a arrumação das pilhas.
        Durante o jantar Dr. Gumercindo falou da viagem, do clima de Brasília, tão seco que racha os lábios das pessoas. Falou das grandes distâncias, da uniformidade monótona das quadras, da aberração das cidades-satélites, que não estavam previstas no plano urbanístico porque os planejadores se esqueceram de incluir a pobreza.
        --- Meu professor de OSPB disse que Brasília é a Alphaville que não desmontaram depois que fizeram o filme – disse Nilo.
        --- Fiquei na mesma. Não sei o que Alphaville e não sei de que filme você está falando. Me socorra – disse o pai.
        --- Alphaville é um filme sainsfixan passado em outro planeta. Eu vi no cine clube.
        --- Brinca com Nilo – disse a mãe sorrindo.
        --- A propósito, o que foi que o senhor andou urdindo, quero dizer, transando, na minha ausência? – perguntou o pai.
        --- Eu? Tentando contatos imediatos com extraterrestres. Não consegui, mas não desisti.
        D.ª Angélica aproveitou o ensejo para falar no assunto que a preocupara na hora do café, mas agora já nem tanto.
        --- Ele teve um contato imediato sim, mas não com extraterrestres. Não teve, Nilo?
        O pai não mostrou interesse; mas notando o encabulamento do filho, achou que ali devia haver algum malfeito que a mãe queria expor e o filho esconder.
        --- Me fale desse contato, Nilo. Estou curioso – disse o pai.
        Nilo lançou um olhar de censura à mãe, o que aumentou a desconfiança do Dr. Gumercindo e o levou a insistir num esclarecimento.
        --- Então, Nilo. Posso saber? É melhor que eu saiba por você mesmo.
        --- Não é nada de travessura não – disse D.ª Angélica. – Conte logo, Nilo.
        Nilo contou, e o pai naturalmente não acreditou; mas também não zombou nem tentou uma explicação racional.
        --- Então o garotão viu um fantasma. E pernas para que te quero.
        --- Não senhor.
        --- Porque ficou sem ação.
        --- Também não.
        --- Não teve medo?
        --- Nem uma grama.
        --- É. A juventude está com tudo. Se eu visse um fantasma, acho que me desmontava, desmaiava, me desmilinguia.
        --- Eu também pensava assim. Até que vi esse. Parece que os fantasmas de hoje são diferentes. São mais humanos.
        O pai olhou disfarçadamente para a mãe e mudou de assunto:
        --- Bom. Agora vamos fazer uma coisa que fantasma nenhum faz, suponho. Vamos comer aquele doce de D.ª Luci. Depois, todos ao cinema.

                            José J. Veiga. Torvelinho Dia e Noite, págs. 21-24.
                                                            Editora Difel, São Paulo, 1985.

Entendendo o texto:
01 – No texto, o autor conta uma história ou reproduz um diálogo?
      No texto, o autor reproduz um diálogo.

02 – Quem são os personagens?
      O pai (Dr. Gumercindo), a mãe (D.ª Angélica) e o filho (Nilo).

03 – A conversa transcorre durante ou depois do jantar?
      A conversa transcorreu durante o jantar.

04 – De que lugar o Dr. Gumercindo havia chegado naquele dia?
      O doutor havia chegado de Brasília.

05 – Em vez de dizer rudemente ao pai “o senhor errou na colocação das pilhas”, Nilo chamou a atenção do pai com palavras delicadas. Como ele disse?
      “Vá ver se o senhor se distraiu na colocação das pilhas novas.”

06 – Que efeitos a linguagem delicada de Nilo teve sobre o pai?
      Deixou o pai admirado e feliz.

07 – As impressões que Brasília causou ao pai de Nilo foram boas ou más?
      As impressões foram más.

08 – Aponte uma falha que o Dr. Gumercindo notou na construção de Brasília.
      As cidades-satélites, onde mora a população pobre, não foram planejadas, por isso cresceram desordenadamente.

09 – A frase “Brinca com Nilo” foi dita pela mãe em tom de:
      (X) Ironia.
      (   ) Provocação.
      (   ) Zombaria.

10 – Por que na frase que se inicia na linha 37 o pai tratou o filho de o senhor, em lugar de você?
      Porque fingiu um aspecto sério e autoritário.

11 – “Ele teve um contato imediato sim, mas não com extraterrestres.” Com essas palavras (que o marido não entendeu, mas o filho sim), o que é que D.ª Angélica quis dizer?
      Ela quis dizer que Nilo viu um fantasma.

12 – Complete de acordo com o texto:
      Essa afirmação da mãe deixou Nilo envergonhado e o pai desconfiado de que, durante a sua ausência, o filho tivesse feito algo errado. Nilo lançou um olhar de censura à mãe, aumentando com isso a desconfiança do Dr. Gumercindo, que se sentiu na obrigação de exigir um esclarecimento. Mesmo contra sua vontade, Nilo acabou contando que tinha visto um fantasma.

13 – Nos diálogos, ficamos conhecendo os personagens pela sua fala. Que características você observou no pai do Nilo? e em Nilo?
      O pai de Nilo: educado, enérgico, expansivo, brincalhão.
      Nilo: inteligente, habilidoso, gentil, amigo do pai, fantasista.







quarta-feira, 28 de março de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): NA CHAPADA - TETÊ ESPÍNDOLA - COM GABARITO

Música(Atividades): NA CHAPADA

                                       Tetê Espíndola
 
Há um chuvisco na chapada
Em toda mata um cochicho em cê-agá
Chuá-chuá na queda d'água
Em me espicho e fico quieta
Nada me falta.

O véu de noiva de água virgem
Me elevou, envolveu
A sua ducha me deu vertigem
Arrepio, rodopio, em mim
Seu jorro não tem mais fim
E nesse êxtase me deixo
Não sei quem sou
Estou no meio do arco-íris
E saboreio elixires de amaralis.

Na cachoeira enxurrada
O véu da chuva desceu
No vento nuvem
No céu desaba
Chapinhante
Espumante
Champagne
Chapada dos Guimarães.

                                                      Tetê Espindola e Carlos Rennó. Na Chapada.
                                              Intérprete: Tetê Espindola. Gaiola. Polygram,1986.

Entendendo a canção:
01 – Na letra desta canção a autora demostra o quê?
      Demonstra completa interatividade com o contexto da letra, interpretando-a verdadeiramente e nos levando até a Chapada.

02 – No verso: “O véu de noiva de água virgem”, refere-se a quê?
      Refere-se ao cartão postal da Chapada de Guimarães, a cachoeira do Véu de Noiva é formada pelo rio Coxipó com 86 metros de queda livre.

03 – A autora diz que saboreia elixires de amarílis. Que planta é esta?
      É uma flor tipicamente tropical, conhecida popularmente como açucena, também pode ter seu período de flores - cimento prolongado em regiões onde o inverno não é muito rigoroso.

04 – O segundo verso da canção afirma que há: “Em toda a mata um cochicho em cê-agá”.
      O que seria esse “cochicho”?
      Seria o som do chuvisco que cai na Chapada e o som produzido pelas águas da cachoeira.

05 – Por que os autores falam que o cochicho é um “cê-agá”?
      Porque o som que o chuvisco e a cachoeira fazem é parecido com o representado pelas letras c e h.

06 – De que maneira os autores tentam imitar esse “cochicho” na canção?
       Eles usam palavras com o som de ch / x.

07 – Retire do texto palavras em que aparece o som que tenta reproduzir esse “cochicho”.
       Chuvisco, chapada, cochicho, chuá chuá, espicho, cachoeira, enxurrada, chuva, chapinhante, champanhe.


08 – O trabalho com a sonoridade dos vocábulos é muito intenso no texto acima. Qual som é o mais explorado nesse trabalho? Que tipo de efeito é assim obtido?
      O som representado pelo ch. Cria-se, assim, um efeito sonoro capaz de sugerir o som de água caindo.

09 – Aponte no texto um exemplo de onomatopeia.
      “Chuá, chuá”.

10 – Comente a imagem “o véu de noiva de água virgem”.
       Imagem que procura representar a queda d’água. É possível relacionar as ideias de água virgem com véu de noiva, numa alusão ao casamento do corpo com a água.

11 – Você percebe a manifestação da função poética da linguagem nas passagens seguintes? Justifique suas respostas, comentando cada uma delas:
a)   “... me enlevou, envolveu...”
Sons semelhantes em posições trocadas.

b)   “... arrepio, rodopio em mim seu jorro não tem mais fim.”
Sons semelhantes e rimas.

c)   “... e saboreio elixires de amarílis...”
Sons semelhantes e sugestão sinestésica (amarílis, flor, sugere cor e aroma).

d)   “... champinhante, espumante champanhe...”
Sons semelhantes, com a sugestão de que as duas últimas palavras estão contidas na primeira.