segunda-feira, 6 de novembro de 2017

ROMANCE(FRAGMENTO): A ESPERANÇA -(GUERRA CIVIL ESPANHOLA)- ANDRÉ MALRAUX -COM GABARITO

ROMANCE:  A Esperança (Fragmento)
                        André Malraux

   O silêncio, já profundo, aprofundou-se ainda mais: Guernico teve a impressão de que, daquela vez, o céu estava cheio. Não era aquele barulho de carro de corrida que, em geral, identifica um avião; era uma vibração muito ampla, cada vez mais profunda, sustentada como uma nota grave.

    O barulho dos aviões que ele tinha ouvido até então era como que alternado, subia e descia; dessa vez, os motores eram numerosos o suficiente para que tudo se misturasse, em um avanço implacável e mecânico.
        A cidade estava quase sem luzes; como os aviões de caça governistas, ou o que restava deles, poderiam encontrar os fascistas naquela escuridão? E aquela vibração profunda e grave que enchia o céu e a cidade como se enchesse a noite, irritando Guernico e percorrendo seus cabelos, tornava-se intolerável, pois as bombas não caíam.
        Por fim, uma explosão abafada veio da terra, como uma mina distante e, de repente, três explosões de extrema violência. Outra explosão surda; mas nada. Mais uma: acima de Guernico e todas ao mesmo tempo, as janelas de um grande apartamento se abriram.
        Ele não acendeu sua lanterna elétrica; os milicianos estavam sempre prontos a acreditar em sinais luminosos. Sempre o barulho dos motores, mas nada de bombas. Naquela escuridão completa, a cidade não via os fascistas, e os fascistas mal viam a cidade.
        Guernico tentou correr. As pedras acumuladas o faziam tropeçar sem parar, e a escuridão muito densa tornava impossível seguir a calçada. Um carro passou em velocidade, os faróis azulados. Cinco novas explosões, alguns tiros de fuzil, uma vaga rajada de metralhadora. As explosões pareciam vir da terra, e os estrondos, de uma dezena de metros acima dela. Nenhum raio de luz: Janelas se abriam, Empurradas de dentro. Numa explosão mais próxima, vidros se espatifaram, caíram de muito alto no asfalto.

Com o barulho, Guernico se deu conta de que só enxergava até o primeiro andar. Como um eco do vidro quebrado, um som de sirene tornou-se perceptível, aproximou-se, passou diante dele, perdeu-se no negror: a primeira de suas ambulâncias. Chegou finalmente à Central Sanitária; a rua se encheu de gente na escuridão.
        Médicos, enfermeiros, organizadores, cirurgiões se juntavam, ao mesmo tempo que ele, a seus colegas de serviço. Finalmente havia ambulâncias. Um médico era o responsável pela parte sanitária do trabalho, Guernico, pela organização do socorro. [...]

                          Malraux, André. Sangue de esquerda. A esperança.
                                                                 Tradução de Eliana Aguiar.
                                          Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 317-318.
Interpretação do texto:

1 – Leia um fragmento do romance A Esperança, de André Malraux, que tem como pano de fundo a Guerra Civil Espanhola de 1936.
a)   Qual é o acontecimento central da cena?
O acontecimento central é o bombardeio que está prestes a ocorrer em uma cidade.

b)   No início, parece que Guernico está fugindo dos aviões, mas a sua intensão é outra. Para onde ele corre e por quê?
Guernico corre para a Central Sanitária, onde é o responsável pela organização do socorro aos feridos. Ele corre, portanto, para socorrer aqueles que serão atingidos pelas explosões.

2 – Quais são as referências feitas no texto que podem ajudar o leitor a identificar que o episódio narrado ocorreu no século XX?
      Os aviões, os carros, as armas (bombas, metralhadora, fuzil), a lanterna elétrica, as ambulâncias são indicadores de que a ação se passa no século XX. Além disso, a alusão aos “fascistas” faz referência ao regime político (e à ideologia a ele associada) estabelecido por Benito Mussolini, na Itália, em 1922.

3 – Releia:
        “[...] dessa vez, os motores eram numerosos o suficiente para que tudo se misturasse, em um avanço implacável e mecânico.”
Os dois adjetivos destacados levam o leitor a refletir sobre a violência da guerra? Por quê?
      SIM. O adjetivo implacável sugere que o avanço dos aviões não pode ser evitado. Como esse avanço será sinônimo de destruição, o adjetivo pode também ser ampliado para indicar que o bombardeio e a destruição não têm como ser evitados. O segundo adjetivo, mecânico, destaca o aspecto desumano da ação.

4 – A descrição do ataque noturno explora diferentes elementos sensoriais.
a)   Destaque alguns desses elementos.
A audição: o barulho dos aviões e das explosões.
A visão: a escuridão da noite.
O tato: a vibração provocada pelos aviões.

b)   De que modo o uso desses elementos contribui para transmitir ao leitor as sensações que tomam conta de Guernico?
A referência constante ao barulho dos aviões e à escuridão da noite faz com que o leitor perceba melhor os diferentes estados de espirito de Guernico: a expectativa pelo início do ataque, a irritação pela demora, a urgência para chegar ao local de socorro.


CONTO: CONTINUIDADE DOS PARQUES - JULIO CORTÁZAR - COM GABARITO

Continuidade dos parques

   A história de um homem que lê um romance nos leva a indagar: quais são os limites entre a realidade e a ficção?
   Começara a ler o romance dias antes. Abandonou-o por negócios urgentes, voltou à leitura quando regressava de trem à fazenda; deixava-se interessar lentamente pela trama, pelo desenho dos personagens. Nessa tarde, depois de escrever uma carta a seu procurador, discutir com o capataz uma questão de parceria, voltou ao livro na tranquilidade do escritório que dava para o parque dos carvalhos. Recostado em sua poltrona favorita, de costas para a porta que o teria incomodado como uma irritante possibilidade de intromissões, deixou que sua mão esquerda acariciasse, de quando em quando, o veludo verde e se pôs a ler os últimos capítulos. Sua memória retinha sem esforço os nomes e as imagens dos protagonistas; a fantasia novelesca absorveu-o quase em seguida. Gozava do prazer meio perverso de se afastar, linha a linha, daquilo que o rodeava, e sentir ao mesmo tempo que sua cabeça descansava comodamente no veludo do alto respaldo, que os cigarros continuavam ao alcance da mão, que além dos janelões dançava o ar do entardecer sob os carvalhos. Palavra por palavra, absorvido pela trágica desunião dos heróis, deixando-se levar pelas imagens que se formavam e adquiriam cor e movimento, foi testemunha do último encontro na cabana do mato. Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pelo chicote de um galho. Ela estancava admiravelmente o sangue com seus beijos, mas ele recusava as carícias, não viera para repetir as cerimônias de uma paixão secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos, o punhal ficava morno junto a seu peito, e debaixo batia a liberdade escondida. Um diálogo envolvente corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-se que tudo estava decidido desde o começo. Mesmo essas carícias que envolviam o corpo do amante, como que desejando retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam desagradavelmente a figura de outro corpo que era necessário destruir. Nada fora esquecido: impedimentos, azares, possíveis erros. A partir dessa hora, cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O reexame cruel mal se interrompia para que a mão de um acariciasse a face do outro. Começava a anoitecer.
        Já sem se olhar, ligados firmemente à tarefa que os aguardava, separavam-se na porta da cabana. Ela devia continuar pelo caminho que ia ao norte. Do caminho oposto, ele se voltou um instante para vê-la correr como cabelo solto. Correu por sua vez, esquivando-se de árvores e cercas, até distinguir na rósea bruma do crepúsculo a alameda que o levaria à casa. Os cachorros não deviam latir, e não latiram. O capataz não estaria àquela hora, e não estava. Subiu os três degraus do pórtico e entrou. Pelo sangue galopando em seus ouvidos chegavam-lhe as palavras da mulher: primeiro uma sala azul, depois uma varanda, uma escadaria atapetada. No alto, duas portas. Ninguém no primeiro quarto, ninguém no segundo. A porta do salão, e então o punhal na mão, a luz dos janelões, o alto respaldo de uma poltrona de veludo verde, a cabeça do homem na poltrona lendo um romance.

          Cortázar, Júlio. Final do jogo. Tradução de Remy Gorga, filho.
                          Rio de Janeiro: Expressão e cultura, 1971. p. 11-13.

1 – Todo texto narrativo se constrói a partir da presença de alguns elementos básicos: narrador, personagens, cenário, tempo e enredo. Quem conta a história em “continuidade dos porquês”?
      O foco narrativo desse conto está em 3ª pessoa (“Começara a ler o romance...”), é uma “voz” que conta o que se passa com a personagem principal: o leitor do romance. O aluno já deve ter aprendido, no Ensino Fundamental, o que é um foco narrativo onisciente. Talvez seja interessante aproveitar para relembrar, em linhas gerais, o que caracteriza um foco como esse.

a)   Quais são as personagens envolvidas na história? Como elas são caracterizadas?
A primeira personagem apresentada é um leitor. Pelos comentários do narrador a respeito de suas atividades, imaginamos tratar-se de um dono de fazenda, provavelmente alguém de posses, bastante atarefado, que encontra grande prazer na leitura. Além dele, temos as personagens da história que está lendo: um homem e uma mulher, amantes. Apresentados como “heróis” da história que está sendo lida, precisam se livrar de um “corpo” que parece impedir sua felicidade.

b)   O texto apresenta dois cenários. Quais são eles? O que se descobre sobre o primeiro cenário no final da história?
O primeiro cenário é o escritório do fazendeiro-leitor. O segundo cenário é o lugar de encontro dos amantes, uma cabana no mato. É importante ressaltar que, a partir da tomada de decisão dos amantes, a ação é desencadeada e o narrador passa a apresentar o caminho percorrido pelo homem em direção a sua vítima. Essa descrição culmina com a referência à porta de um salão, à luz dos janelões, ao alto respaldo de uma poltrona de veludo verde, e à cabeça do homem que, sentado na poltrona, lê o romance. Nesse momento, a sala que será adentrada pelo amante revela-se como parte do primeiro cenário.

c)   Em que intervalo de tempo a história se passa?
A história narrada se passa em uma tarde (inicia-se quando o leitor retoma a leitura do romance interrompida dias antes e se encerra quando, ao anoitecer, o homem se aproxima da casa para assassiná-lo).

d)   Há, no texto, um acontecimento que desencadeia a ação final. Qual é ele?
O acontecimento desencadeador da ação final é a tomada de decisão dos amantes. Depois de se encontrarem na cabana no mato, decidem eliminar o “corpo que era necessário destruir” (supõe-se que se trata do marido dessa mulher que vai à cabana encontrar-se com o amante).

2 – No conto, há duas histórias narradas: a do fazendeiro-leitor e a dos amantes. Uma reflete a outra, e as duas histórias terminam por se entrelaçar. Explique como o trabalho de construção do cenário, das personagens e do enredo ajuda a promover esse efeito.
      Por meio da coincidência de cenários e pela menção ao capataz, o narrador nos leva a constatar algo aparentemente impossível: o fazendeiro-leitor lê a sua própria história no romance que tem em mãos. Esse elemento fantástico, absurdo, promove a superposição do que, no conto, são os planos da realidade e da ficção.

 3 – Após a leitura do conto, podemos afirmar que a primeira pista que Cortázar nos fornece sobre o caráter fantástico de sua narrativa é o título da história. Por quê?
      Se voltarmos ao início do conto, veremos que o narrador nos informa algo importante sobre o escritório em que se encontra o fazendeiro-leitor: ele dava para o parque de carvalhos. Logo adiante, quando ele começa a ler o romance, descobrimos que os amantes do romance lido se encontram em uma cabana no mato. Na cena final, a coincidência de cenários nos leva a concluir que a cabana “no mato” localiza-se, na verdade, no parque de carvalhos visto a partir dos janelões do escritório. Nesse sentido, a “continuidade” dos parques alude à fusão do parque da ficção como o parque da realidade do fazendeiro-leitor.

4 – Releia a seguinte passagem do conto.
      “[...] a fantasia novelesca absorveu-o quase em seguida Gozava do prazer meio perverso de se afastar, linha a linha, daquilo que o rodeava [...]”.
O narrador do conto, ao falar do prazer sentido pelo fazendeiro-leitor, alude a uma das funções geralmente associadas à literatura. Qual é a função?
      Nessa passagem, o narrador alude à possibilidade de, por meio da leitura de textos literários, vivermos experiências apenas imaginadas, que em muito diferem da realidade que nos cerca. Nesse sentido, a leitura pode transformar-se em uma verdadeira “viagem”, na qual o leitor embarca munido apenas de sua imaginação, alimentada pelo livro que lê. A mera fruição do texto pode representar, para muitos leitores, um descanso de uma realidade mais dura.

5 – A literatura e as demais formas de arte podem levar o ser humano a refletir sobre as angústias alegrias da própria existência. A leitura do conto nos ajudaria a compreender melhor a realidade? Por quê?
      Em certo sentido, sim. No caso desse conto, vemos uma história aparentemente banal: um homem e uma mulher envolvidos em uma relação de adultério decidem eliminar a pessoa que impede, a seu ver, a concretização de seu amor.

MÚSICA(ATIVIDADES): LINHAS TORTAS - GABRIEL O PENSADOR - COM GABARITO

Música(Atividades): Linhas Tortas

                                                Gabriel O Pensador
Alguns às vezes me tiram o sono
Mas não me tiram o sonho
Por isso eu amo e declamo, por isso eu canto e componho
Não sou o dono do mundo, mas sou um filho do dono
Do verdadeiro Patrão, do verdadeiro Patrono

- E aí, Gabriel, desistiu do cachê?
- Cancelei um trabalho aí pra não me aborrecer
- Explica melhor, o que foi que você fez?
- Tá, tudo bem, eu explico pra vocês

Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis
Comecei a escrever, aprendi a ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens os personagens surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam
Aí a minha tia-avó, veja só você
Me deu de aniversário uma máquina de escrever
Eu me senti um baita jornalista, tchê
Que nem a minha mãe, que trabalhava na TV
Depois, já aos quinze, mas com muita timidez
Fiquei muito sem graça com o que a professora fez
Ela pegou meu texto e leu pra turma inteira ouvir
Até fiquei feliz, mas com vontade de fugir
Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer, ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo até até poema

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

- Ih, pensador, isso é grave, hein!

É, vovó dizia que eu já escrevia bem
Tentei me controlar, me ocupar com um esporte
Surf, futebol, mas não era o meu forte
Um dia eu fiz uns raps e achei que tava bom
Me batizei de Pensador e quis fazer um som
Ficar famoso e rico nunca foi minha meta
Minha mãe já era isso, eu só queria ser poeta
Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA
Formado em medicina, não podia acreditar
Ao ver o seu garoto Gabriel
Com um fone nos ouvidos, viajando com a caneta no papel
- O que cê tá fazendo? Vai dormir, moleque!
- Ah, pai, peraí, eu só tô fazendo um rap!
Ninguém sabia bem o que era, mas eu tava viciado naquilo
E viciei uma galera!

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Não tô vendendo crack, não tô vendendo pó
Não tô vendendo fumo, não tô vendendo cola
Mas muitos me disseram que o que eu faço é viciante
E vicia os estudantes quando eu entro nas escolas
Até os professores às vezes se contaminam
Copiam minhas letras e textos e disseminam
Sementes do que eu faço, já não sei se é bom ou mau
Mas sei que muito aluno começa a fazer igual
Escrevendo poemas, escrevendo redações
Fazendo até uns raps e umas apresentações
Me lembro dos meus filhos e a saudade é cruel
Solidão me acompanha de hotel em hotel
Casamento acabou, eu perdi na estrada
O amor que ainda tenho é o amor da palavra
É falar e cantar, despertar consciências
Dediquei a vida a isso e a maior recompensa
É servir de referência pra quem pensa parecido
Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido
É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente
E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes
É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas
É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas
Escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém
Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem
Escuto os corações, como um cardiologista
Traduzo o que eles dizem como faz qualquer artista
Que ganha o seu cachê, que é fruto do trabalho
De cigarra e de formiga, e eu não sei o quanto eu valho
Mas sei que quando eu ganho, divido e multiplico
E quanto mais eu vou dividindo, mais fico rico
Rico da riqueza verdadeira que é de graça
Como um só sorriso que ilumina toda a praça
Sorriso emocionado de um senhor experiente
Em pé há duas horas debaixo do sol quente
Ouvindo os meus poemas em total sintonia
Eu sou ele amanhã, e hoje é só poesia.

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão.

Interpretação do texto:
01 – Em torno de qual assunto gira a história?
      Estimula a prática da leitura e escrita, e de uma melhor educação para o país.

02 – O autor conta algo pessoal ou alheio? Justifique com trechos da letra.
      Algo pessoal. Relata quando começou a escrever no trecho:
      “Tudo começou na aula de português
      Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis.
      Comecei a escrever, aprendi a ortografia”.

03 – Que pessoas influenciaram a vida do autor no que diz respeito à sua escrita? Descreva algumas situações.
      “Aí a minha tia-avó, veja só você
      Me deu de aniversário uma máquina de escrever.”
      “Meu pai, eu confesso, eu faço prosa e verso”
      “É, vovó dizia que eu já escrevia bem.”

04 – O autor diz que nasceu com um problema, que gosta de escrever, ver e crer. Qual a relação entre essas três atividades?
      Ver o título a que pretende escrever.
      Crer que aquelas palavras são as ideais para a prosa e versos.
      E por fim escrever a poesia, onde ele coloca todos seus sentimentos.

05 – Ao lermos a canção, vemos que o autor trata sobre a poesia e a arte de escrever. Mas não só o conteúdo traz isso, a forma e a escrita da música também. Aponte recursos poéticos presentes na música, como rimas ou figuras de linguagem.
      Rimas imperfeitas.
Metáfora nos versos. “Algumas às vezes me tiram o sono”, “Professora dava tema-livre, eu demorava pra escolher um tema, mas depois eu viajava...” “Com um fone nos ouvidos, viajando com a caneta no papel”.
Assíndeto – “E nessas viagens os personagens surgiam, pensavam, sentiam, choravam, sorriam”.
Assonância – Predominância de em toda a música.
                                 
06 – Durante a música, o autor fala sobre seus anseios e desejos. Qual o maior desejo do poeta? Do que ele tem medo?
      Seu maior desejo é despertar consciências, dedicou a vida a isso e a maior recompensa é servir de referência pra quem pensa parecido. Quanto ao medo de não cumprir a missão que lhe foi dada, segundo os versos: “Escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém que me deu uma missão que eu tento cumprir bem.

07 – Escreva um parágrafo contendo um de seus sonhos.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – No trecho: “Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA”, o que significa POA?
      Porto Alegre – RS.

09 – Qual era o grande sonho do autor?
      Amar, declamar, cantar e compor.

10 – Copie um verso escrito na fala coloquial-popular.
      "Ah, pai, perai, eu só tô fazendo um rap!"



domingo, 5 de novembro de 2017

POEMA: AMIZADE - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

POEMA: AMIZADE
                  Paulo Leminski

Meus amigos
Quando me dão a mão
Sempre deixam
Outra coisa

Presença
Olhar
Lembrança-calor

Meus amigos
Quando me dão
Deixam na minha
A sua mão.

                   LEMINSKI, Paulo. Caprichos e relaxos. São Paulo, Brasiliense, 1983. p.86.

 INTERPRETAÇÃO:

1.Quantas estrofes e quantos versos tem o poema?
      Possui três estrofes; onze versos.

2. O poema tem rimas finais? Tem rimas internas?
      Rima final, só na última estrofe: dão/mão. Rimas internas: dão/mão (1ª estrofe); presença/lembrança (calor) (2ª estrofe)

3. A “presença” dos amigos que fica nas mãos do poeta marca – se por duas sensações: uma física e uma psicológica. Identifique – as.
      Física: calor; psicológica: lembrança.

4. É possível afirmar que os traços dessa presença são tão fortes que o poeta não consegue separá–los. Que recurso ele teve de empregar para expressar esse fato?
      Um substantivo composto: lembrança-calor.

5. Na última estrofe, o poeta omite intencionalmente uma palavra que já ocorreu no texto. Qual palavra?
      Mão, no segundo verso.

6. A palavra mão tem muitos significados em português s. Atribua a ela um significado adequado em cada frase:

a) Tinha ótima mão para cerâmica.
      Habilidade, destreza.

b) O poder passou às mãos da oposição.
      Controle.

c) Cuidado! Esta rua não dá mão à esquerda!
      Sentido em que um veículo deve transitar.

d) Acho que esta sua redação tem mão de seu pai…
      Influência, intervenção.




TEXTO: APAGÃO EM ESCALA PLANETÁRIA FESTEJARÁ O BRILHO DAS ESTRELAS - COM GABARITO


Apagão em escala planetária festejará o brilho das estrelas

         Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite.

        A poluição luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (...)
        Para chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A ideia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns instantes. Isso em 18 de abril de 2005, quando seriam lembrados os 50 anos da morte de Albert Einstein.
(Revista O Globo, Rio de Janeiro, 3/10/2004)

1 - Da leitura do texto, pode-se entender que a poluição luminosa é provocada:
a) pelo brilho intenso das estrelas.
b) pela perda do frescor dos astros.
c) pela pouca iluminação de algumas cidades.
d) pelo excesso de iluminação urbana.
e) pelo brilho lunar.

2 -  De acordo com o texto, o excesso de iluminação é uma preocupação para os astrônomos porque:
a) dificulta a iluminação urbana.
b) ilumina excessivamente a cidade.
c) impede a plena observação das estrelas.
d) torna a noite ainda mais escura.
e) as pessoas se incomodam com tanta luz.

3 - A questão central tratada no texto é a:
a) economia de energia.
b) beleza das estrelas.
c) pesquisa dos astros.
d) poluição luminosa.
e) A falta de luz.

4 - A finalidade desse texto é:
a) informar a preocupação dos astrônomos.
b) denunciar os perigos de um apagão.
c) alertar sobre o consumo de energia.
d) valorizar o excesso de iluminação urbana.
e) mostrar a preocupação das pessoas referente a luz.

5 - (UNIV. EST. PONTA GROSSA-PR) Assinale a frase em que os advérbio expressam ideias de tempo e negação:
a) Falei calmamente com os embaixadores.
b) Não me pergunte as razoes da minha atitude.
c) Eles sempre chegam atrasados.
d) Hoje acreditei em você, mas não acreditarei mais!
e) Agora seremos felizes para sempre.


TEXTOS CURTOS PARA ENSINO FUNDAMENTAL - COM GABARITO

 
    1.  ISSO NÃO ESTÁ ME CHEIRANDO BEM

    Imagine uma bolinha de neve no topo de uma montanha e quando ela chegar lá embaixo, vai ter virado um imenso bolão, não é? Isso é o que acontece com o lixo.
   Cada um de nós, brasileiros, produz mais ou menos 500 gramas de lixo todos os dias. Parece pouco, mas é só fazer as contas. Todos os dias, esse lixo vira um bolão de milhões de toneladas!!! Só na cidade de São Paulo, são produzidas 12 mil toneladas por dia.
   Para resolver esse problemão, a reciclagem é uma grande ideia Na reciclagem, o lixo é tratado e será reaproveitado para fazer novos produtos.
    Para reciclar, é preciso primeiro separar os tipos de lixo feitos de plástico, papel, metal e vidro, que são materiais reaproveitáveis. É por isso que em alguns lugares a gente encontra aquelas lixeiras coloridas.

                                                                                   Suplemento “O Estadinho”, agosto/2006.
a) O texto foi escrito para:
(A) Informar as pessoas.
(B) Divertir as pessoas.
(C) Promover um produto.
(D) Dar um recado

b) De acordo com as informações do texto, o grande problema nas cidades é:
(A) A separação do lixo.
(B) A reciclagem do lixo.
(C) A produção de lixo.
(D) Decomposição do lixo.


c) Para solucionar este problema é preciso:
(A) Separar o lixo para reciclagem.
(B) Jogar o lixo nos lixões.
(C) Limpar o lixo dos rios.
(D) Produzir mais lixo.

2.Leia a receita abaixo:

Bolo de laranja com casca


INGREDIENTES:

1 laranja média
1 xícara de chá de óleo
4 ovos
2 xícaras de chá de açúcar
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó

           
MODO DE PREPARO:

Corte a laranja em 4 pedaços, retire a parte branca do miolo e as sementes que estiverem aparentes. 
Bata no liquidificador as laranjas, o óleo, os ovos e o açúcar. 
Em uma vasilha, misture a farinha de trigo e o fermento.
Adicione o conteúdo do liquidificador à mistura, mexendo com colher de pau.
Leve ao forno médio por aproximadamente 25 minutos em forma untada com margarina e polvilhada com farinha de trigo.

1) A receita acima indica a maneira de preparar:
( A ) Uma torta
( B ) Um bolo
( C ) Um doce
( D ) Um salgado

2) Para seguir a receita, o que deve ser feito primeiro:
( A ) Bater no liquidificador os ingredientes.
( B ) Levar ao forno.
( C ) Cortar a laranja em quatro.
( D ) Em uma vasilha, misturar os ingredientes.
3) Para que serve este texto:
( A ) Preparar uma receita.
( B ) Contar uma história.
( C ) Informar sobre um fato.
( D ) Dar um recado.


3. TELEFONE COM FIO

 MATERIAIS:
- Barbante;
- 2 copos de plástico vazios;
- Tesoura ou alfinete para furar os copos.

1º PASSO: Fure os copos com a ajuda do alfinete. O tamanho do furo precisa dar para passar o barbante.

2º PASSO: Pegue o barbante, passe pelo furo do primeiro copo. Depois vá esticando e passe pelo furo do segundo copo.

3º PASSO: Agora é hora de prender o fio nos copos. Pegue a ponta do barbante e amarre (do lado de dentro do copo). Faça a mesma coisa no outro copo.


4º PASSO: Está pronto o telefone! Agora é só chamar um amigo, Cada um fica com um copo e estica bem o barbante.

a) O texto ensina como fazer:
( A ) Uma receita                                    ( C ) Um desenho
( B ) Um brinquedo                                 ( D ) Um cartaz

b) Para seguir as instruções, o que deve ser feito primeiro:

( A ) Passar o barbante pelo furo.
( B ) Prender o fio nos copos.
( C ) Fazer o furo nos copos.
( D ) Nenhuma das alternativas.

c) Quais os materiais que você deve ter para fazer o brinquedo:

( A ) barbante, cola e tesoura                             ( C ) copos de plástico e tesoura
( B ) barbante, copos de plástico e alfinete        ( D ) tesoura e cola