Poesia: Quem nunca andou de bonde
Renata Pallottini
Quem nunca andou de bonde
não sabe essa alegria elétrica do passeio
não virou a rua Direita em frente à Amarante
nem nunca tentou descer com o bonde andando
mesmo sendo menina
Também não andou nunca
equilibrando-se nos trilhos
sonhando que eles levavam a algum lugar
misterioso
e que tudo seria diferente
quando se chegasse ao fim (que não havia)
dos trilhos do bonde
Quem nunca andou de bonde
não sabe que descer do lado errado
é perigo de vida
e que descer do lado certo não garante nada
Quem nunca andou de bonde é jovem
e bonito
Mas não ouviu cantar o bonde
quando o seu motorneiro
batia o pé com força atrás do bloco de Aristéia
oh Carnavais , oh suco
dos canaviais...
No bonde o vento atravessava
as penas
todas
Mamãe pedia para eu ir no colo
Eram tempos difíceis
Vivê-los era fácil
(era infância)
O meu bonde cantava quando descia a Glória
Parecia uma avó quando pensa na gente
Era como ter pai
como não ser (ou ser) pingente
Era a glória
Mesmo quando ia pela Liberdade
Ou
talvez
por isso.
Renata Pallottini
Entendendo a poesia:
01 – Qual é o tema central da
poesia?
O tema central da
poesia é a experiência de andar de bonde e as memórias e sensações associadas a
essa experiência.
02 – O que a autora descreve
como uma "alegria elétrica do passeio" na poesia?
A autora descreve
a sensação de alegria e excitação de andar de bonde, que é movido
eletricamente, como se fosse uma experiência única e emocionante.
03 – Por que a autora menciona
a rua Direita em frente à Amarante na poesia?
A rua Direita em frente à Amarante
provavelmente é um local que a autora associou a suas memórias de andar de
bonde, evocando um senso de nostalgia e familiaridade com o cenário.
04 – O que a autora sugere ao
mencionar "equilibrando-se nos trilhos" e sonhando que eles levam a
algum lugar misterioso?
A autora sugere a
ideia de aventura e imaginação, representando a sensação de que os trilhos do
bonde poderiam levar a destinos desconhecidos e emocionantes.
05 – Por que a autora menciona
que "descer do lado errado é perigo de vida" na poesia?
Isso sugere que a
ação de descer do bonde do lado errado pode ser perigosa, indicando que a
autora estava ciente dos riscos associados a essa ação.
06 – Como a autora descreve a
sensação de andar de bonde em relação aos ventos e penas?
A autora descreve
que no bonde, o vento atravessava todas as penas, possivelmente aludindo à
sensação de liberdade e alegria que se experimentava ao andar de bonde,
especialmente na infância.
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