terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): TAMO JUNTO (NÃO DESISTA) - CARLINHOS BROWN E LEXA - COM QUESTÕES GABARITADAS

 MÚSICA(Atividades):Tamo junto (Não desista) - Carlinhos Brown e Lexa


Não abandone o seu futuro

Dê duro, lute por ele 

(Você não tá sozinho)

Não abandone o seu destino

Só o ensino te leva lá

(Você não tá sozinho)

Não abandone você mesmo 

Recarregue pra recomeçar

(Você não tá sozinho)

 

Agora tá difícil, irmão,

Aprender com escola de mão

Mas vai passar, vai passar

Quem não parar vai chegar lá

 

Não desista, resista sim

Não desista, desista não

Não desista do seu futuro

Não desista da Educação

 

Se não dá pra ir pra escola agora

Não deixe a escola ficar longe de você

Ligue, clique, se conecte

Não desista do direito... seu direito de aprender

 

O mundo parou, parou,

Mas ninguém vai te parar 

Tá chato, tá - tá - tá - tá

Tá dureza, tá - tá- tá - tá

Mas uma certeza, tem - tem - tem - tem

Quem não parar vai chegar lá, meu bem 

 

Não desista, resista sim

Não desista, desista não

Não desista do seu futuro

Não desista da Educação

 

(Carlinhos Brown e Sérgio Valente) 

 ENTENDENDO A CANÇÃO

01)       Que mensagem a canção transmite? Comente:

Mensagem otimista sobre os estudos, mesmo diante de uma Pandemia.

       02)       Qual é o objetivo dessa música? 

Incentivar aos alunos a continuarem estudando, seja de qual forma for.

        03)       O texto fez uso da linguagem culta ou coloquial? Por quê? 

Ela faz uso das duas linguagens. Sem predominância de uma ou outra.

          Exemplo de linguagem culta: Não abandone o seu futuro

          Exemplo de linguagem coloquial: Tá chato, tá - tá - tá - tá

        04)       Quando se afirma que "você não tá sozinho", quem está com você quando diz que "tamo junto"? 

Todo mundo, ou seja, o mundo parou devido a Pandemia.

       05)       Com a pandemia, a evasão escolar se tornou um assunto urgente. Por que alguns alunos não estão querendo estudar? 

Alguns se sentem desmotivados, outros não tem acesso a internet que suporte as plataformas que as Secretarias de Educação obriga os professores e alunos usarem.

 06)       O verso "ligue, clique, se conecte" denuncia uma dificuldade enfrentada por muitos estudantes brasileiros. Que dificuldade é esta? Justifique: 

Dificuldade financeira para manter uma boa conexão de internet.

          07) De acordo com a letra da música, qual a importância do estudo na vida das pessoas? O que você pensa a respeito disso? 

                   Resposta pessoal.

08)       Desistir é abrir mão voluntariamente de algo. Você sentiu vontade de desistir da escola este ano? Em que momento? Por quê? 

Resposta pessoal.

09)       Que sentimento a música despertou em você? Justifique sua resposta: 

Resposta pessoal.

10)       A canção motivou você a prosseguir mesmo diante das dificuldades do ensino remoto? Por quê? 

Resposta pessoal.

    11) Elabore cinco frases motivadoras relacionadas ao ensino remoto, a exemplo de "Não desista do seu futuro": 

Resposta pessoal.

 

 


TEXTO: CAMA DE GATO - KARIN BEHREND - COM GABARITO

Cama de gato

Os gatos gostam de ter uma cestinha com um travesseiro macio e lavável, ou cobertores para dormir em cima. Claro, até a mais linda cesta e a “casa” mais confortável não vão ser usadas se o seu gato colocou na cabeça que o melhor lugar para dormir é em cima do seu travesseiro. Quando um gato coloca uma coisa assim na cabeça, ele acredita nela obstinadamente, e nada garante que você será capaz de quebrar esse hábito. Está na natureza do gato ser meio “cabeça-dura”. Você, como amante de gatos, deve ser tolerante com isso.

BEHREND, Karin. Cats. In: Primeiras Patas, p.10.

Questão 1 –Qual expressão funciona como adjunto adverbial de lugar? Aponte-a:

a) “uma cestinha”.

b) “um travesseiro macio e lavável”.

c) “em cima”.

Questão 2 –O adjunto adverbial, apontado acima, modifica o sentido do verbo:

a) “gostam”

b) “ter”

c) “dormir”

Questão 3 – No trecho “Claro, até a mais linda cesta [...]”, o adjunto adverbial “mais”:

a) complementa o sentido do adjetivo “linda”.

b) intensifica o sentido do adjetivo “linda”.

c) explica o sentido do adjetivo “linda”.

Questão 4 – Na oração “[...] ele acredita nela obstinadamente [...]”, o adjunto adverbial sublinhado indica:

a) modo

b) tempo

c) certeza

Questão 5 –A substituição do termo “gato” pelo equivalente no feminino levaria à alteração no adjunto adverbial “meio”?

Assinale a frase correta:

a) “Está na natureza da gata ser meio “cabeça-dura.”

a) “Está na natureza da gata ser meia “cabeça-dura.”

Questão 6 - Relacione as colunas de acordo com a circunstância dos adjuntos adverbiais em destaque.

(A) Tempo

(B) Modo

(C) Lugar

(D) Intensidade

 (E) Negação

(F) Afirmação

(G) Dúvida

(  B  ) O garoto atendeu o cliente educadamente.

(  A  ) Ontem, meu primo viajou.

(  C  ) Meu cachorro estava no meio da rua.

( F  ) Certamente você será recompensado.

( G  ) Talvez não haja aula amanhã.

( E  ) Não dê importância ao que os outros dizem.

(  D ) Os alunos estavam bastante interessados na aula de hoje.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): GOTA D'ÁGUA - CHICO BUARQUE & PAULO PONTES - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): Gota d’Água

                   Chico Buarque & Paulo Pontes

Já lhe dei meu corpo

Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor…

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água…(2x)

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor…

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água
Pode ser a gota d’água
Pode ser a gota d’água….

ENTENDENDO A CANÇÃO

1)   “Gota d’água” é uma canção que conta uma história de amor. Essa letra retrata que sentimento?

O estado de limite da paciência do eu lírico que, embora fiel, é tratado com desprezo. No momento em que fala, está por um triz, pronto a explodir, a dar um desfecho “a festa”.

2)   Nos versos:

“Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta...”.

Que  figura de linguagem há?

A figura de linguagem é anáfora (repetição da mesma palavra, no início de cada frase).

3)   Em que versos o eu lírico declara que não quer mais ver sua amada?

“Por favor

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa”.

4)   Que tema é abordado nessa canção?

Aborda o fim de um relacionamento com muita mágoa.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): EU ME AMO - ULTRAJE A RIGOR - COM GABARITO

 Música(Atividades): Eu Me Amo

                                                                           Ultraje a Rigor

Há tanto tempo eu vinha me procurando

Quanto tempo faz, já nem lembro mais

Sempre correndo atrás de mim feito um louco

Tentando sair desse meu sufoco

Eu era tudo que eu podia querer

Era tão simples e eu custei pra aprender

Daqui pra frente nova vida eu terei

Sempre a meu lado bem feliz eu serei

 

Eu me amo, eu me amo

Não posso mais viver sem mim

 

Como foi bom eu ter aparecido

Nessa minha vida já um tanto sofrida

Já não sabia mais o que fazer

Pra eu gostar de mim, me aceitar assim

Eu que queria tanto ter alguém

Agora eu sei sem mim eu não sou ninguém

Longe de mim nada mais faz sentido

Pra toda vida eu quero estar comigo

 

Eu me amo, eu me amo

Não posso mais viver sem mim

 

Foi tão difícil pra eu me encontrar

É muito fácil um grande amor acabar, mas

Eu vou lutar por esse amor até o fim

Não vou mais deixar eu fugir de mim

Agora eu tenho uma razão pra viver

Agora eu posso até gostar de você

Completamente eu vou poder me entregar

É bem melhor você sabendo se amar.

 

Entendendo a canção:

01 – Qual é o tema que esta canção transmite?

      A declaração de amor do eu lírico por ele mesmo.

02 – A música repete sempre os pronomes em primeira pessoa. Que ideia isso reforça?

      A ideia de que ele se descobriu, reforçando sua autoestima e identidade.

03 – Qual a grande mudança que acontece com o “eu” do texto? Comprove com um verso.

        Após ter declarado seu amor próprio, se sente pronto para gostar de sua amada. “Agora eu posso até gostar de você / Completamente eu vou poder me entregar”.

04 – Há trechos na música que parecem tratar do amor entre duas pessoas? Quais?

      “É muito fácil um grande amor acabar, mas / Eu vou lutar por esse amor até o fim.”

 

CONTO: JOÃO, FRANCISCO, ANTÔNIO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Conto: João, Francisco, Antônio

Cecília Meireles

    João, Francisco, Antônio põem-se a contar-me a sua vida. Moram tão longe, no subúrbio, precisam sair tão cedo de casa para chegar pontualmente a seu serviço. Já viveram aglomerados num quarto, com mulher, filhos, a boa sogra que os ajuda, o cão amigo à porta... A noite deixa cair sobre eles o sono tranquilo dos justos. O sono tranquilo que nunca se sabe se algum louco vem destruir, porque o noticiário dos jornais está repleto de acontecimentos inexplicáveis e amargos.

        João, Francisco, Antônio vieram a este mundo, meu Deus, entre mil dificuldades. Mas cresceram, com os pés descalços pelas ruas, como os imagino, e os prováveis suspensórios – talvez de barbante – escorregando-lhes pelos ombros. É triste, eu sei, a pobreza, mas tenho visto riquezas muito mais tristes para os meus olhos, com vidas frias, sem nenhuma participação do que existe, no mundo, de humano e de circunstante.

        João, Francisco, Antônio conhecem os passarinhos, pena por pena, são capazes de descrevê-los: acompanharam os seus hábitos, sabem as árvores onde moram, distinguem, no sussurro geral, a voz de cada um.

        João, Francisco, Antônio conhecem as pedras, as suas arestas, a sua temperatura, que faíscas desprendem de noite. Conhecem as fisionomias das casas e, evidentemente, os seus habitantes, os letreiros das lojas, os diversos comerciantes e os seus negócios. Tudo isso é uma forma de instrução que vem da infância, que ocupou os dias sem possibilidades especiais de aquisições sistematizadas. Aprenderam nomes de ruas e veículos, observando, alguns deles, com particular curiosidade, quando a vocação é para engenhos, máquinas, motores. Mas outros, por natureza menos práticos, mais poéticos, decerto, construíram papagaios, combinando cores de papel de seda, inventando formas geométricas, recortando bandeirinhas, levantando nos ares as suas transparentes construções, querendo alcançar o céu – que talvez julgassem alcançável – ou apenas as nuvens, para sentir, na ponta de uma linha, como se encastelam e como se desfazem.

        Não falo de outros, que matam passarinhos com atiradeiras, que quebram vidraças, que maltratam os outros meninos da sua idade, que lhes rasgam as roupas... Não, não, quero falar de João, Francisco, Antônio, os que, desde pequenos, vêm sendo construtivos, que procuram realizar-se, entre as maiores dificuldades, ajudando os pais, amparando os irmãozinhos, realizando suas breves alegrias entre mil sombras.

        João, Francisco, Antônio conseguem, a tanto custo, aprender alguma coisa do que é preciso para encontrar o caminho do seu trabalho e, se possível, da sua vocação. Mal saídos da adolescência – quando outros da mesma idade, em outras condições, folgam, e acham ou que é cedo para começar ou que já são infelizes porque ouviram falar de assuntos do mundo adulto –, eles vão para algum trabalho de madrugada, sentem-se uma parte da família a que pertencem e querem ajudar-se e ajuda-la.

        João, Francisco, Antônio amam, casam, acham que a vida é assim mesmo, que se vai melhorando aos poucos. Desejam ser pontuais, corretos, exatos no seu serviço. É dura a vida, mas aceitam-na. Desde pequenos, sozinhos sentiram sua condição humana e, acima dela, uma outra condição a que cada qual se dedica, por ver depois da vida a morte e sentir a responsabilidade de viver.

        João, Francisco, Antônio conversam comigo, vestidos de macacão azul, com perneiras, lavando vidraças, passando feltros no assoalho, consertando fechos de portas. Não lhes sinto amargura. Relatam-se, descrevem as modestas construções que eles mesmos levantaram com suas mãos, graças a pequenas economias, a algum favor, a algum benefício. E não sabem com que amor os estou escutando, como penso que este Brasil imenso não é feito só do que acontece em grandes proporções, mas destas pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que se desenvolvem na obscuridade e de que as outras, sem as enunciar, dependem.

        Por isso, as enuncio, porque sei que, na sombra, se desenvolve este trabalho humilde de Antônio, Francisco, João.

Cecília Meireles. Janela mágica. São Paulo: Moderna, 1983. P. 14-15.

    Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p.33 – 34 e 36.

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dqge1pC7g7J0&psig=AOvVaw3_Qe9wAzfB_JI6QNIrj2Ts&ust=1606602302748000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCNi3kpDio-0CFQAAAAAdAAAAABAD


Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavra abaixo:

·        Pontualmente: na hora certa.

·        Vocação: tendência para o exercício de determinada atividade.

·        Aglomerados: amontoados.

·        Circunstante: que está à volta; presente.

·        Encastelar: afastar-se subindo; acumular, amontoar.

·        Distinguir: perceber a diferença.

·        Ininterruptas: incessantes.

·        Arestas: ângulos, saliências.

·        Perseverantes: persistentes.

·        Faíscas: pequenas chamas provocadas pelo atrito.

·        Obscuridade: ausência de notoriedade, de fama; condição humilde.

·        Aquisições: conquistas.

·        Sistematizadas: organizadas segundo um método.

·        Enunciar: dizer.

02 – Que tipo de narração aparece no texto?

      Aparece narração em primeira pessoa (o texto é constituído a partir de uma suposta conversa entre narrador/personagem).

03 – Qual é a relação entre o nome e o comportamento das personagens?

      São nomes de pessoas simples e também de santos da religião católica. Como são nomes muito comuns, podemos inferir que o que se diz deles vale para muitas outras pessoas que vivem e trabalham como eles.

04 – O que João, Francisco e Antônio apresentam em comum?

      São pobres, não puderam estudar, mas são honestos e trabalhadores.

05 – Onde João, Francisco e Antônio se encontraram com a narradora?

      O encontro se deu em um prédio onde as personagens estão trabalhando.

06 – Durante todo o texto a narradora enuncia vários sentimentos a respeito dos três rapazes. Quais são eles?

      A narradora sente respeito, admiração e um amor humanitário pelos três.

07 – Como você entendeu: “Não falo outros, que matam passarinhos com atiradeiras, que quebram vidraças, que maltratam os outros meninos da sua idade, que lhes rasgam as roupas...”?

      A narradora sabe que há outros rapazes que não se comportam tão bem como as personagens mas estes não serão mencionados.

08 – Como vivem no presente João, Francisco e Antônio?

      Vivem no subúrbio, em casas que eles mesmos construíram. Lutam para melhorar de vida.

09 – Como João, Francisco e Antônio enfrentam as dificuldades da vida? Justifique com palavras do texto.

      Com aceitação, perseverança e coragem. “... desde pequenos, vêm sendo construtivos, que procuram realizar-se, entre as maiores dificuldades, ajudando os pais, amparando os irmãozinhos, realizando suas breves alegrias entre mil sombras.”

10 – Por que a narradora escolheu os três como personagens?

      Porque eles são importantes, embora desenvolvam suas atividades no anonimato, pois muitas pessoas dependem de seu trabalho.

11 – Para você, em geral como são tratados os humildes em nosso pais?

      Resposta pessoal do aluno.

12 – O texto mescla partes narrativas e dissertativas.

a)   Localize um trecho inteiramente narrativo.

Está no terceiro parágrafo.

b)   Localize um trecho em que o narrador interrompe a história das personagens para expressar sua opinião.

“...E não sabem com que amor os estou escutando, como penso que este Brasil imenso não é feito só do que acontece em grandes proporções, mas destas pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que se desenvolvem na obscuridade...”.

c)   Com que objetivo a autora se valeu dessa mescla de elementos narrativos e dissertativos?

Ela se utiliza da história de três personagens para ilustrar uma ideia: que um pais é o resultado do trabalho de pessoas humildes e anônimas que, sem alarde, vão colaborando para o bem comum.

 

TEXTO: DA IMPORTÂNCIA DO AGORA - NARA RÚBIA RIBEIRO - COM GABARITO

 Texto: DA IMPORTÂNCIA DO AGORA

                                  Nara Rúbia Ribeiro

        O pior prisioneiro é aquele que jaz trancafiado no tempo. Aquele que se fecha dentro das grades imaginárias de um passado estancado na memória, e não deixa o presente fluir.

        Aquele que morre de medo de ser, de existir, de enfeitar a masmorra de suas emoções com as flores do agora, e alega “flores não tardam: desfalecem”. Ele não se permite a perplexidade, o encantamento, o deslumbramento com as ínfimas, mas grandiosas e infinitas alegrias que o cercam. E, assim, se desvencilha da poesia que o visita a cada fração de segundo.

        Há, também, aquele que se faz prisioneiro do futuro e vive na ansiedade de quem adia, dentro de si, o pulsar das emoções. Assim, aquilo que de belo se lhe apresenta na alma, ele o faz abafar, o despreza, o desqualifica, pois ele aguarda um futuro que há de ser ainda mais grandioso e mais perfeito.

        A vida é uma sucessão de oportunidades únicas, todas efêmeras, cada qual com sua rara e insubstituível beleza, para adornar o instante de cada um.

        Não é possível desfrutar do eterno se ele não se fizer fracionado em instantes.

        Então, que os ponteiros do agora indiquem a nossa melhor hora de íntimo mergulho nas turbulências da nossa paz interior; eis a nossa libertação. E não se preocupe: ninguém morre afogado de si. Ninguém.

                                                       http://www.revistapazes.com/

Entendendo o texto:

01 – Qual o significado, no texto, para o termo destacado em “O pior prisioneiro é aquele que jaz trancafiado no tempo”?

      Significa se encarcerar, aprisionar no passado.

02 – Analise o primeiro parágrafo e, com suas palavras, explique a ideia principal que será defendida no texto.

      A autora fala de pessoas que se prendem ao passado e não vivem o presente, deixando a vida passar.

03 – Qual é o tema abordado pela autora?

      A importância de viver hoje, o agora.

04 – O principal objetivo desse texto é:

a)   Promover o entretenimento.

b)   Sugerir uma reflexão.

c)   Adquirir conhecimento.

d)   Transmitir uma informação.

e)   Relatar um acontecimento.

CRÔNICA: GUERRA - RUBEM BRAGA- COM GABARITO

 Crônica: Guerra


4 de setembro de 1939

               Rubem Braga

        Nestes dias em que a guerra começa, ando eu mergulhado no trabalho de traduzir, para o José Olympio, um livro de Cronin, o autor de A Cidadela. O livro tem um título lírico – sob o olhar das estrelas – mas não tem duas linhas sequer de divagações líricas. É vivo e realista. Conta a história de uns mineiros do Norte da Inglaterra. A ação começa antes da Grande Guerra e acaba depois. Não aparece uma única cena de guerra, mas nem por isso ela deixa de estar presente, influindo sobre os personagens que embarcam para a França e mesmo sobre os que não embarcam. Há o caso interessante de um rapaz que fez “objeção de consciência” para não ir à guerra. Havia na Inglaterra daquele tempo milhares de jovens que se negaram a combater não por medo – era preciso mais coragem para ficar do que para irmos por motivos espirituais. Arthur Barras, o filho de um proprietário de mina de carvão, é um deles. E tem de comparecer perante um tribunal presidido pelo próprio pai. Os outros membros do tribunal são: um açougueiro, um militar e um pastor protestante. O açougueiro, um tal Ramage, homem truculento de pescoço taurino, interroga:

        -- Por que se nega a combater?

        -- Não quero matar meus semelhantes.

        -- Mas, por quê?

        -- Minha consciência se recusa a isso.

        Há um silêncio, e depois Ramage observa rudemente:

        -- Consciência demais sempre faz mal a uma pessoa.

        Aí o reverendo intervém, olhando paternalmente o acusado:

        -- Vamos ver uma coisa. Você não é cristão? Não há nada, na religião cristã, que proíba matar legitimamente pela salvação do país.

        -- Não há assassinato legítimo.

        -- Como?

        -- Não consigo imaginar Jesus Cristo metendo uma baioneta na barriga de um soldado alemão. Não posso imaginar Jesus atrás de uma metralhadora derrubando homens inocentes.

        O reverendo Low fica vermelho:

        -- Isso é uma blasfêmia!

        Depois é o próprio pai que interroga. Em certo momento explica ao filho:

        -- Fazemos esta guerra para que seja a última.

        -- É o que sempre se diz. É o que se repetirá mais tarde para que os homens se trucidem, quando rebentar a próxima guerra!

        Depois vem um rápido interrogatório do militar – e Arthur Barras acaba condenado a dois anos de cadeia, com trabalhos forçados.

        Está visto que Arthur tinha razão – mas seu gesto não teve força nenhuma para deter a guerra, nem para evitar esta outra, que aí está. Nem muito menos para evitar que outro personagem – o bravo Joe Gowland – ficasse podre de rico dirigindo uma fábrica de munição.

                      Uma fada no front. Porto Alegre, Artes e Ofícios.

            Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p. 55-7.

Fonte de imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemoria.oglobo.globo.com%2Fjornalismo%2Fprimeiras-paginas%2Ffim-da-paz-8898913&psig=AOvVaw0lgk6wQirEKl9uE8tLrxE2&ust=1606601324061000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCNiY4L3eo-0CFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Lírico: poético, emotivo.

·        Taurino: de touro.

·        Divagações: devaneios, desvio de rumo ou assunto.

·        Reverendo: sacerdote, pastor.

·        Objeção: oposição, contestação.

·        Trucidem: matem com crueldade, com carnificina.

·        Truculento: feroz, cruel.

02 – O texto apresenta duas informações que nos permitem localizá-lo no tempo. Quais são elas?

      A primeira (data logo abaixo do título e início do texto) indica que o texto foi escrito no início da Segunda Guerra Mundial (3/9/1939 a 8/5/1945). O assunto da crônica remete a acontecimentos ocorridos durante a Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918 (“... seu gesto não teve força nenhuma para deter a guerra, nem para evitar esta outra, que aí está.”).

03 – Como o narrador entrou em contato com o assunto do texto?

      Ao traduzir um livro para a editora José Olympio, chamado Sob o olhar das estrelas.

04 – Quem é Arthur Barras? O que o torna especial?

      Arthur Barras é filho de um proprietário de mina de carvão. Ele se recusa a partir para a guerra em que teria de matar seus semelhantes.

05 – Como se forma o tribunal que julga Arthur Barras? Como você interpreta a profissão de cada um deles?

      Há sem dúvida uma certa ironia na formação do tribunal: o açougueiro é um matador profissional, o pastor protestante está a favor da guerra e o próprio pai é contra o filho.

06 – Dos argumentos apresentados pelos três acusadores de Arthur Barras, qual lhe parece mais absurdo? Comente-o.

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Como você entendeu: “Está visto que Arthur tinha razão – mas seu gesto não teve força nenhuma para deter a guerra, nem para evitar esta outra, que aí está.”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O gesto do Arthur, embora moralmente correto e louvável, foi inútil por se tratar de uma ação individual.