quinta-feira, 14 de abril de 2022

TIRA: ORELHA - ANGELI. LUKE & TANTRA - COM GABARITO

 Tira: Orelha

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Angeli. Luke & Tantra – Sangue Bom. São Paulo: Devir/Jacaranda, 2000. p. 17.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 49.

Entendendo a tira:

01 – Tantra e Luke são duas adolescentes que estão vindo da escola. Observe a forma como Tantra cumprimenta o seu amigo Orelha.

a)   O que quer dizer a expressão: “—Aí, Orelha?”?

É o mesmo que dizer “Oi, Orelha?” ou algo semelhante.

b)   E a expressão “Beleza, mano?”?

Equivale a dizer “Tudo bem com você?” ou “Como vai?”.

02 – Ao todo, Orelha diz apenas três palavras. O que isso significa em relação ao uso da língua portuguesa?

      Significa que ele fala muito pouco, quase só diz monossílabos.

03 – O humor da tira está principalmente no último quadrinho. Explique por quê.

      É difícil entender por que achou que Orelha tem boas ideias (é “cabeça”), pois ele quase não disse nada.

04 – Considere o contexto dessa interação verbal, isto é, quem são os interlocutores, o que cada um deve pensar a respeito do outro, o local em que se encontram, etc.

a)   Você acha adequada a variedade linguística utilizada por Tantra e Orelha nessa situação? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois os interlocutores pertencem a um grupo de jovens que costumam utilizar uma linguagem descontraída e com gírias.

b)   Imagine, nesse contexto, Tantra utilizando a expressão “Como tem passado, amigo?”. O que Orelha poderia pensar a respeito dela?

Talvez Orelha estranhasse a linguagem de Tantra e já não a visse como uma pessoa de seu grupo.

LENDA: O PAPEL E A TINTA - LEONARDO DA VINCI - COM GABARITO

 Lenda: O papel e a tinta

            Leonardo da Vinci

  Certo dia, uma folha de papel que estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas exatamente iguais a ela, viu-se coberta de sinais. Uma pena, molhada de tinta preta, havia escrito uma porção de palavras em toda a folha.

        -- Porque você não me poupou dessa humilhação? – disse, furiosa, a folha de papel para a tinta.

        -- Espere! – respondeu a tinta. – Eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora você não é mais apenas uma folha de papel, mas sim uma mensagem. Você é a guardiã do pensamento humano. Você se transformou num documento precioso!

        E, realmente, pouco depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas para jogá-las na lareira. Mas subitamente reparou na folha escrita com tinta, e então jogou fora todas as outras, guardando apenas a que continha uma mensagem escrita.

Adaptado de: Leonardo da Vinci. Fábulas e lendas. Rio de Janeiro: Salamandra, 1977. p. 15.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 42.

Entendendo a lenda:

01 – O texto está dividido em partes menores, os parágrafos.  Parágrafos são partes do texto que agrupam ideias. A indicação de início de parágrafos é feita pelo afastamento em relação à margem esquerda do texto.

a)   Quantos Parágrafos há no texto lido?

Quatro parágrafos.

b)   De que trata cada um dos parágrafos?

O primeiro parágrafo apresenta a situação: uma mesa com folhas, uma delas escrita.

O segundo, a fala da folha de papel.

O terceiro, a resposta da tinta.

O quarto apresenta uma nova situação: as folhas estão sendo jogadas na lareira, menos a folha escrita.

02 – Observe o primeiro e o último parágrafos. Eles apresentam partes menores, as frases, que são delimitadas pelo ponto.

a)   Observe o número de pontos do primeiro parágrafo. Quantas frases há nele?

Há duas frases.

b)   O parágrafo se inicia com letra maiúscula ou com letra minúscula?

Com letra maiúscula.

ANEDOTA: MOSCA NO BIFE - COM GABARITO

 Anedota: Mosca no bife

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Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 36.

Entendendo a anedota:

01 – Observe a situação em que se dá o diálogo entre as personagens. Perceba como são a mesa, as cadeiras, as roupas dos fregueses e a do garçom, a decoração, etc. Pode-se dizer que o restaurante é fino, ou trata-se de um restaurante popular?

      É um restaurante fino.

02 – O freguês reclama ao garçom, dizendo que há uma mosca em seu prato. Considerando a situação, a intenção do cliente não é informar esse fato.

a)   Qual é a verdadeira finalidade de sua fala?

Desejo de que seu prato fosse trocado.

b)   Como o cliente diria de modo explícito (claro, direto) o que pensou?

Sugestões: “Veja que absurdo: existe uma mosca no meu prato!”; “Troque o meu prato, pois há uma mosca na comida”.

03 – Não percebendo essa finalidade, o garçom não pôde compreender totalmente o sentido da frase de seu cliente. Pela resposta que dá, ele achou que o freguês estivesse preocupado com outro problema. Qual seria essa preocupação?

      Achou que o problema fosse encontrar um modo de matar ou eliminar a mosca, e não a insatisfação do cliente com as condições de higiene do restaurante.

04 – O garçom, em sua fala, usa expressões como “não esquenta”, “vai se danar”. Você acha que, nesse tipo de restaurante, os garçons costumam usar essa linguagem?

      Não, é próprio dos garçons de restaurantes finos empregar uma linguagem mais refinada. A linguagem do garçom reforça a ideia de que o restaurante não é tão bom como parecia.

05 – A anedota é engraçada porque quebra, seguidamente, a expectativa criada pela situação. Quais são essa quebras?

      A situação sugere refinamento em vários aspectos: roupas, ambiente e comida. No entanto, três fatos quebram a expectativa, seguidamente: o aparecimento da mosca, a fala grosseira do garçom e a existência de mais um inseto (e vivo!) no prato do cliente.

DIÁLOGOS: PERGUNTAS IDIOTAS - JÔ SOARES - COM GABARITO

 Diálogos: Perguntas idiotas

               Jô Soares

Maître (ao freguês que chega)  É pra jantar?

Freguês – Não, é pra jogar tênis. [Pausa] Tem raquete? Não?! Então a gente aproveita e janta.

 

Garçom (para o casal que senta à mesa)  É pra dois?

Homem – Não, eu vou comer e ela só vai ficar assistindo.

 

Mulher (ao marido chegando em casa todo molhado)  Está chovendo?

Marido – Não, é que todo mundo na rua resolveu cuspir em mim.

 

Amigo 1 (encontrando outro na rua)  Cortou o cabelo?

Amigo 2 – Não, caiu.

 

Repórter de TV (para senhora subindo escadaria da igreja de joelhos)  Pagando promessa?

Senhora – Não, é que eu sou muito alta, então eu ando assim pra não chamar a atenção.

 

Dona de Casa (abrindo a porta para o convidado) – Oi, você veio?

Convidado – Não, não sou eu não, é outro.

 

Namorada (recebendo flores)  São flores?

Namorado – Não, são cenouras.

 

Ascensorista (no térreo, para hóspede que chega)  Sobe?

Hóspede – Não, eu quero só ficar dentro do elevador parado.

 

Senhora (ao ver um senhor acendendo um charuto)  O senhor fuma charuto?

Senhor – Não, senhora, é que eu estou treinando pra pai-de-santo.

Veja.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 34-5.

Entendendo os diálogos:

01 – O texto de Jô Soares retrata vários diálogos, isto é, uma situação em que uma pessoa faz uma pergunta e a outra responde. Por que o título do texto é “Perguntas idiotas”?

      Porque são perguntas óbvias e desnecessárias, cujas respostas já se conhecem.

02 – Releia a conversa entre o ascensorista e o hóspede. Considere a situação: são duas pessoas que não se conhecem, num hotel; o elevador está parado no térreo.

a)   Por que você acha que o ascensorista perguntou “Sobe”? ao hóspede?

Resposta pessoal do aluno. Talvez essa fosse uma forma de fazer contato, ou uma forma indireta de perguntar a qual andar o hóspede pretendia ir. É possível também que o prédio tivesse um subsolo, o que tornaria coerente a pergunta do ascensorista.

b)   Que outra pergunta o ascensorista poderia fazer ao hóspede naquela situação?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Qual o andar?

03 – Observe agora a conversa entre a namorada e o namorado. Ela, surpresa com o presente, faz uma pergunta óbvia (“São flores”?), mas sua finalidade certamente era outra.

a)   Que outra frase poderia expressar o que ela sentiu e desejou comunicar naquele momento?

Espera-se um agradecimento ou um comentário que revele a emoção da moça. Algo como: “Muito obrigada!”; “Puxa, fiquei emocionada!”; “Que flores lindas!”; etc.

b)   Depois de receber a resposta do namorado, o que você acha que ela diria na sequência?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provavelmente, algo como “Puxa! Como você é mal-educado!”.

 

 

CARTUM: VIAJANTE - GENTE - COM GABARITO

 Cartum: Viajante

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Gente. p. 43.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 31.

Entendendo o cartum:

01 – O texto acima está organizado em sete cenas. Nas primeiras cenas, um homem chega de trem a uma cidade. Observe como ele está vestido e o que carrega. Responda:

a)   Ele mora nessa cidade? Quem é ele?

Não, ele é uma pessoa de fora. Talvez esteja ali a turismo ou a negócios.

b)   A que região do mundo ele provavelmente chegou? Como sabemos disso?

Ele chegou a um país árabe. Sabemos disso pelo modo como homens e mulheres se vestem, pelos utensílios à venda na loja e pelos edifícios do lugar.

02 – Na 2ª cena, um velhinho faz um gesto ao turista e, ao mesmo tempo, lhe diz alguma coisa na língua daquele país. Observe as cenas seguintes e responda: Como o estrangeiro entendeu as palavras das pessoas com quem teve contato? Por quê? Justifique sua resposta.

      Ele deve ter entendido como um cumprimento, pois todos se mostram educados e amigáveis.

03 – Observe a última cena. Nela, o recepcionista fala a mesma coisa que as outras pessoas falaram. Porém ele está numa situação diferente das outras. O que você acha que ele está dizendo? Por quê?

      Ele provavelmente está xingando, pois ocorreu algum acidente com o quadro da parede.

04 – Observe a expressão do rosto do estrangeiro.

a)   O que ela expressa?

Expressa surpresa, espanto, desapontamento.

b)   Por que ele reage desse modo?

Porque percebe que foi enganado, que fez papel de bobo, etc.

05 – Como se constrói o humor do cartum?

      O humor do cartum está no fato de as pessoas terem brincado com o estrangeiro, pelo fato de ele não dominar o código verbal utilizado no lugar.

CRÔNICA: MINHA VIDA COMO PIVETE - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

 Crônica: Minha vida como pivete

               Moacyr Scliar

        Não há segundo ato nas vidas americanas, disse Scott Fitzgerald, mas há nas vidas brasileiras: segundo, terceiro, décimo atos. Num desses atos – misteriosos são os desígnios da Providência – fui um pivete.

        Não por muito tempo, devo dizer. Na verdade, por muito pouco tempo, e em circunstâncias especiais. Aconteceu no Bom Fim, e numa época em que o bairro ainda não era barra-pesada. Nós estávamos na rua João Telles, uma noite, e jogávamos futebol no meio da rua. O futebol não é um esporte silencioso, e algazarra nós fazíamos, não muita, mas o suficiente para incomodar um dos moradores, que veio à janela e mandou-nos embora. Seguiu-se uma áspera troca de palavras, e a janela fechou-se, no que parecia uma retirada.

        Não era. Enquanto continuávamos o jogo, o homem chamava a polícia. Minutos depois encostava na rua uma viatura da PM. Podíamos, ou devíamos ter fugido: na verdade, porém, não nos ocorria que o objetivo das forças da lei era o nosso precário futebol. Para nossa surpresa os policiais vieram em nossa direção. Um deles olhou-me (nunca imaginei ter aparência perigosa) e, abrindo a porta do camburão, ordenou:

        -- Entra!

        Vacilei. Olhei lá dentro. Era um compartimento escuro e apertado aquele, um lugar de aparência sombria. Mas o pior era o significado de entrar ali. Quando a porta se fechasse, com estrondo, sobre mim, eu não apenas estaria separado de meu bairro, de meus amigos, de minha família. Eu estaria penetrando numa outra realidade, tão escura, apertada e sombria quanto o compartimento dos presos no camburão. Eu estaria ingressando na marginalidade, e quem me garantia que dela sairia? Não seria aquele o meu primeiro passo numa carreira (talvez bem-sucedida; talvez trágica; quem conhece os desígnios da Providência?) de gângster?

        O policial esperava, impaciente, e eu não me decidia, mas aí o destino interveio, sob a forma de um morador. Dirigindo-se aos homens da lei, ele ponderou que não valia a pena me levar, mesmo porque me conhecia e estava seguro de que eu era um bom guri.

        -- Garanto que ele não incomoda mais – repetia.

        Os homens se olharam e resolveram que não valia a pena gastar uma ficha policial comigo. De modo que depois de algumas ameaças embarcaram na viatura e se foram.

        Era o Bom Fim, não a Candelária; era o Brasil, não a Europa Oriental. Escapei do Holocausto porque meus pais vieram para este país, onde nasci. E escapei porque havia alguém ali para dizer que, apesar das aparências, eu era um bom guri. Tive sorte. Temos, todos nós, muita sorte. Em nome desta sorte devemos pensar, cada vez que olhamos um suposto pivete, que ele pode, afinal, ser um bom guri.

Zero Hora. Porto Alegre, 27 jul. 1993. Segundo Caderno.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 2ª ed. 1999, p. 83-5.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Scott Fitzgerald (1896-1940): escritor norte-americano, autor de O Grande Gatsby e de Suave é a Noite.

·        Marginalidade: condição de indivíduo marginal, aquele que vive à margem da sociedade como mendigo, vagabundo ou delinquente.

·        Ato: parte em que se divide uma peça de teatro; ação, atitude.

·        Guri: garoto (no Rio Grande do Sul).

·        Desígnios: desejos, vontades.

·        Candelária: praça do Rio de Janeiro onde policiais mataram menores de rua.

·        Providência: situação, estado de coisas em determinado momento. No texto, ajuda de Deus.

·        Holocausto: massacre de milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial; assassinato de grupos de pessoas que não têm como se defender.

·        Barra-pesada: perigoso.

·        Áspera: agressiva.

·        Precário: frágil; insuficiente.

·        Suposto: hipotético, imaginário.

·        Compartimento: espaço cercado; divisão de uma casa.

·        Pivete: menino de rua.

02 – Encontre dois cognatos para as seguintes palavras retiradas do texto “Minha vida como pivete”.

·        Vida: vivo, viver.

·        Áspero: aspereza, asperamente.

·        Brasil: brasileiro, brasilidade.

·        Imaginação: imaginar, imaginário.

·        Verdade: verdadeiro, verdadeiramente.

·        Perigosa: perigo, perigosamente.

·        Tempo: temperatura, temporal.

·        Fechar: fechadura, fechado.

03 – O narrador é aquele que conta a história. O título “Minha vida como pivete” indica quem deve ser o narrador dessa história? Justifique sua resposta.

      O narrador deve ser o próprio pivete devido ao uso do pronome minha especificando de quem é a vida de pivete.

04 – Se observarmos melhor, o narrador desse texto também é uma das personagens porque conta a sua própria história. Qual é o fato mais importante do texto para o narrador?

      O fato de ter sido “convidado” a entrar no carro da polícia.

05 – Onde e quando aconteceram os fatos presentes no texto?

      Os fatos aconteceram no bairro do Bom Fim – quando ainda não era barra-pesada –, na rua João Telles.

06 – Identifique a causa que levou um dos moradores a chamar a polícia. Justifique a sua resposta.

      Um dos moradores da rua não queria que os meninos jogassem futebol devido ao barulho que faziam. Ele não conseguiu que os meninos parassem e chamou a polícia.

07 – A princípio, a chegada da viatura da PM não incomodou os meninos. Que atitude dos policiais fez com que os meninos mudassem de opinião?

      Os policiais caminharam na direção dos meninos.

08 – Como o narrador/personagem se livrou de ser preso?

      Um vizinho convenceu a polícia de que o menino era um bom guri.

09 – Como você entendeu o desfecho do texto: Em nome desta sorte devemos pensar, cada vez que olhamos um suposto pivete, que ele pode, afinal, ser um bom guri?

      Devemos considerar que a sorte – ou a falta dela – pode determinar o destino de um pivete

NOTÍCIA: MOTOQUEIRO É FERIDO POR LINHA DE PIPA - ALICE GRANATO - O ESTADO DE S. PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Motoqueiro é ferido por linha de pipa

             William Pereira, de 28 anos, teve o pescoço cortado ao passar pela Avenida Inajar de Souza

Alice Granato

        O motoqueiro William Gimenes Pereira, de 28 anos, morreu anteontem à tarde depois de ter seu pescoço ferido por uma linha de pipa com cortante, na Avenida Inajar de Souza, Zona Norte. Ele fazia entregas para a empresa Imobel e estava de capacete, jaqueta e botas no momento do acidente.

        Pereira ainda tentou chegar ao Hospital da Cachoeirinha, a poucos metros de onde estava, mas não conseguiu. Sangrando muito, parou em uma oficina mecânica na esquina do hospital. O rapaz já chegou sem vida ao pronto-socorro.

        O enterro de Pereira foi realizado ontem, às 15 horas, no Cemitério Horto Florestal. Parentes e amigos estavam revoltados. “Ele era um rapaz supercuidadoso”, lamentou a engenheira Marina de Almeida, que trabalhava com ele na empresa. “Andava todo equipado justamente para evitar acidentes”.

        Perigo – A família de Pereira fez um apelo para que se tentem evitar novos acidentes com pipas. “É preciso que haja um alerta às crianças e adolescentes, para que eles entendam a gravidade do fato”, disse uma tia do rapaz, Diva Gabriel de Souza.

        Segundo ela, a família ainda não está em condições de pensar em processos, mas quer ver os culpados punidos. “Nada o trará de volta, mas precisamos acabar com isso”, disse. “Caso contrário, mais pessoas vão morrer”.

        A decoradora Helena Mendes, que também trabalhava com Pereira, concorda que alguma coisa precisa ser feita urgentemente. “Já ouvi outros casos e acho isso um absurdo”, disse. “Providências precisam ser tomadas para evitar novas tragédias”. O 28° DP está investigando o caso e vai abrir um inquérito para “apurar responsabilidade”.

O Estado de S. Paulo, 6 jul. 1996.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 2ª ed. 1999, p. 72-4.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, com relação a como compreender o significado das palavras pelo contexto, encontre, na notícia que você leu, palavras com os seguintes significados:

a)   Instante: momento.

b)   Descobrir: apurar.

c)   Morto: sem vida.

d)   Pandorgas ou quadrados: pipas.

e)   Fato muito triste: tragédia.

f)    Pedido: apelo.

02 – As palavras de um determinado assunto combinam-se em seus significados como se formassem uma rede. Vamos fazer listas com as palavras que se aproximam porque pertencem ao mesmo grupo de significado.

a)   Acidente: pescoço ferido, sangrando, hospital, gravidade, casos, tragédias.

b)   Morte: sem vida, enterro, Cemitério Horto Florestal, morrer.

c)   Pipas: linha de pipa com cortante, crianças, adolescentes.

d)   Processo: inquérito, responsabilidade, investigando, providências, culpados, punidos.

03 – Observe o primeiro parágrafo e responda:

a)   Onde aconteceu o fato principal apontado no texto?

Na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte.

b)   Quem era William Gimenes Pereira?

Um motoqueiro de 28 anos, que trabalhava como entregador para a empresa Imobel.

c)   O que provocou a morte de William?

Uma linha de pipa com cortante feriu seu pescoço.

d)   Quando aconteceu o acidente?

No dia 4 de julho de 1996.

04 – Em que parágrafo do texto você obteve todas as informações acima?

      No primeiro parágrafo.

05 – Leia atentamente o quadro abaixo antes de responder à questão proposta.

        O primeiro parágrafo de uma notícia é chamado de lide (lead, que em inglês significa guiar, dirigir). A função do lide é informar o leitor sobre o assunto principal da notícia. Se o leitor quiser obter maiores informações deve continuar a ler o texto, caso contrário, poderá ir em frente em sua leitura do jornal e estará, ainda assim, bem-informado.

        Localize o lide da notícia Motoqueiro é ferido por linha de pipa.

      Todo o primeiro parágrafo.

06 – Suponhamos que você fosse continuar a leitura da notícia. Como você entendeu: É preciso que haja um alerta às crianças e adolescentes, para que eles entendam a gravidade do fato?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Que atitude tomou a polícia em vista dos acontecimentos?

      A polícia está investigando o caso.

08 – Você costuma brincar com pipas? Há certos cuidados a serem tomados para que essa brincadeira não ofereça riscos?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Se você observar, verá que a notícia, em geral, segue a ordem cronológica dos fatos, pois é a maneira mais clara e objetiva de contar uma história, garantindo, de certa forma, sua compreensão pelo leitor. Reescreva os fatos da notícia de acordo com a sequência em que foram apresentados:

(1) William Pereira morreu.

(5) A polícia investiga o caso.

(4) A família faz um apelo.

(2) Pereira vai ao hospital.

(3) O motoqueiro é enterrado.

10 – A notícia é um texto informativo. Embora narre um fato ocorrido, seu objetivo é informar os leitores. A notícia registra o fato e, no máximo, seus efeitos e consequências. Pense e responda:

a)   Qual é o objetivo desta notícia?

O objetivo aqui é fazer os alunos perceberem que, embora a notícia contenha um fato narrativo ocorrido em tempo e espaço determinados, esses elementos estão a serviço da informação do leitor.

b)   O discurso direto aparece no texto da notícia? Caso apareça, encontre um exemplo.

Sim. “Ele era um rapaz supercuidadoso”; “É preciso que haja um alerta... gravidade do fato”; “Já ouvi outros casos e acho isso um absurdo”.

c)   Qual é o sinal usado para marcar o discurso direto no texto jornalístico?

As aspas.