terça-feira, 25 de junho de 2019

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - SUJEITO INDETERMINADO - COM QUESTÕES GABARITADAS

      HISTÓRIA EM QUADRINHOS                                                                
 Snoopy, de Charles Schulz.

Entendendo a história:

01 – Charlie Brown está lendo no jornal as novidades sobre foguetes quando faz um comentário. A quem o verbo aparecer pode estar se referindo?
      Aos jornalistas, que publicam novidades sobre o assunto diariamente; aos cientistas, que fazem constantemente novos testes e descobertas; ou aos institutos de pesquisa para os quais eles trabalham.

02 – Gramaticalmente, como se classifica o sujeito dessa oração?
      Sujeito indeterminado.

03 – Há outros exemplos do mesmo tipo de sujeito na tira? Exemplifique.
      Sim. No terceiro quadrinho, Charlie Brown o utiliza mais duas vezes (“estavam enviando cães”; “estão enviando ratos”).

04 – A determinação do sujeito no segundo e no terceiro quadrinhos traz algum ganho para o sentido da tira? Explique sua resposta.
      Não. O importante no texto são as ações praticadas no contexto das pesquisas espaciais, e não a identificação de quem as realiza.

Mafalda, de Quino.

Entendendo a história:

01 – No primeiro quadrinho, a expressão de Mafalda revela entusiasmo e expectativa. Que sentimentos a menina parece expressar no segundo e no terceiro quadrinhos?
      No segundo, a menina parece surpresa e desapontada; e, no terceiro, verdadeiramente indignada.

02 – Qual é a causa dessas mudanças?
      O entusiasmo inicial liga-se à expectativa que Mafalda tinha de que Filipe já tivesse aprendido a escrever. Sua surpresa e desapontamento decorrem de isso não ter acontecido, apesar de ele ter passado “o dia inteiro” na escola. Sua indignação deve-se à descoberta de que o aprendizado da escrita demora meses para acontecer, e ela culpa a burocracia por essa demora.

03 – Que recurso foi usado na tira para indicar quem deveria ter ensinado Filipe a ler e a escrever?

      Mafalda emprega o sujeito indeterminado (te “ensinaram”), e, em suas respostas, Filipe a acompanha nessa opção (me “ensinassem”, “ensinarem”).




MENSAGEM ESPÍRITA: GRANDEZA DA RENÚNCIA - DIVALDO PEREIRA FRANCO(JOANNA DE ÂNGELIS) - PARA REFLEXÃO

Grandeza da Renúncia

         Alberto Dürer, o excelente pintor alemão, antes de notabilizar-se, necessitando de estudar, combinou com um jovem amigo, igualmente artista, sobre a necessidade se transladarem para um núcleo de maior cultura no qual aprimorariam o estilo. Para tanto, porque não dispusessem de um Mecenas que os ajudasse, um trabalharia na faina rude de lavador de pratos, enquanto o outro pintava, de modo que, com a venda dos primeiros quadros, o que trabalhava passaria a estudar.
             Estabelecidas as bases do cometimento, os dois amigos deram início ao labor, afirmando Alberto: Eu me dedicarei ao trabalho, pelo que o outro respondeu: Eu sou mais velho e já tenho emprego no restaurante. Aquiescendo com o amigo, Dürer começou a estudar e a pintar. Quando reuniram uma soma que permitia que o outro estudasse, o mesmo largou o trabalho e dirigiu-se à Escola.
           Percebeu, porém, que a atividade rude destruíra-lhe a sensibilidade táctil, desequilibrara-lhe o ritmo motor, dando-se conta de que nunca atingiria a genialidade, ainda mais, descobrindo a qualidade superior do amigo. Dotado de sentimentos nobres renunciou à carreira e prosseguiu trabalhando.
        Numa noite em que Dürer retornou ao estúdio, ao abrir silenciosamente a porta, estacou na sombra, vendo pela clarabóia do teto o reflexo do luar que se adentrava, iluminando duas mãos postas em atitude de prece. Era o amigo, ajoelhado, que rogava bênçãos para o companheiro triunfar na pintura.
         O artista, comovido ante a cena, imortalizou-a numa pequena tela, que passou à posteridade no Estudo para as mãos de um apóstolo, para o altar de Heller, hoje na Albertina, em Viena.
        A renúncia é a emoção dos Espíritos Superiores transformada em bênçãos pelo caminho dos homens. Quem renuncia estabelece para o próximo a diretriz do futuro em clima de paz. A renúncia é melhor para quem a oferta. Poder ceder, quando é fácil disputar; reconhecer o valor de outrem, quando se lhe está ao lado, ensejando-lhe oportunidade de crescimento; ajudar sem competir, são expressões elevadas da renúncia que dá à vida um sentido de significativa grandeza.
         O caminho, hoje juncado de cardos, de abrolhos, é o mesmo trilho abençoado e livre que ontem foi percorrido com egoísmo. A senda áspera, marcada pelo pantanal de agora, não é outra, senão aquela que ficou ao abandono. A estrada, de passagem difícil, é fruto do esquecimento a que foi relegada por quem a percorreu. Retornam sempre os pés andarilhos pelo roteiro já conhecido como os astros, no seu périplo no infinito, volvem ao mesmo curso, obedecendo à matemática da gravidade universal.
           Felizes aqueles que hoje cedem para amanhã receber; os que agora doam para mais tarde enriquecer-se; os que compreendem que a verdadeira felicidade consiste em ajudar e passar, sem impor nem tomar. Quem renuncia, enfloresce a alma de paz, granjeando a gratidão da vida pelo que recebe. Jesus, renunciando ao sólio do Altíssimo, veio conviver conosco e suportar-nos. Reconhecendo a nossa pequenez, renunciou à Sua grandeza. Para fazer-se entender, renunciou à Sua sabedoria transcendental.


TEXTO: HOJE É DIA DO TRABALHO - GABRIEL GAIARSA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Hoje é Dia do Trabalho
         
                   GABRIEL GAIARSA

        Andréa de Oliveira; 19 anos; catadora de lixo; salário de R$ 150,00/mês; “Queria ser empregada doméstica, mas não encontro emprego”.

        Aterro sanitário de Carapicuíba. São 11 horas da manhã, e a temperatura é de quase 30 graus. Cheiro insuportável, e moscas tão grandes que parecem ter saído de um filme de ficção científica. Entre os enormes caminhões que quase atropelam os menos atentos, correm crianças, jovens, adultos e velhos, à procura daquilo que foi considerado inútil, velho ou podre pelos moradores de uma das maiores metrópoles do mundo.
        O local é popularmente conhecido por Lixão de Carapicuíba. Em meio a esse caos, circula Andréa Oliveira,19 anos.
        Andréa nasceu na favela do Porto, vizinha do Lixão. Desde pequena, fez do local o seu "jardim". Aos sete anos, começou a trabalhar catando lixo. Sua rotina é procurar papelão e plásticos na imundície que os caminhões descarregam. Chega ao Lixão às seis da manhã e não volta para casa antes das sete da noite.
    Andréa se posiciona perto da caçamba do caminhão que acaba de chegar, e disputa com os outros as embalagens e caixas. Depois, junta o papelão que conseguiu num monte e vende tudo no final do dia. Cada grupo tem seu próprio monte, e ninguém de outro grupo mexe. "Se outra pessoa roubar, dá problema", diz ela. É a lei do Lixão.
     Com os R$150 que faz por mês, a garota sustenta o filho de três anos e ajuda a mãe, com quem mora. Aos domingos, sua única folga na semana, cuida da criança e sai para se divertir.
      "Meu filho nunca vai pisar aqui. Quero que ele estude e tenha tudo que eu não tive."
    Andréa diz que gostaria de ser empregada doméstica, mas que não consegue emprego. "Trabalhar aqui é muito sofrido, mas pelo menos é honesto. É melhor que sair por aí roubando os outros."
        O filho passa o dia com uma vizinha, enquanto a mãe garante o sustento da casa. "O pai dele era um folgado, não queria saber de trabalhar. Um dia me cansei e botei o vagabundo pra correr."
      Quando sobra um tempinho, ela desafia os garotos no fliperama, onde gasta cerca de R$ 20 por mês, e vai dançar nos bailes da região. Não frequenta shopping centers e não se lembra da última vez em que foi ao cinema. Em casa, não tem TV, só um rádio, onde escuta seus grupos de rap e pagode favoritos. "Gosto do movimento hip hop. Eles falam sobre coisas que nós vemos no nosso dia-a-dia". Seu grupo preferido é o Faces da Morte.
     Andréa está namorando um rapaz que também trabalha no Lixão, mas não quer nem ouvir falar em casamento. "Sou muito nova, e os homens são muito folgados. Só faltava arrumar mais um para sustentar", brinca.
   Apesar da rotina dura, Andréa está sempre sorridente. "Queria fazer medicina para ajudar os outros. E meu sonho mesmo é conhecer Nova York."

Webmaster dedicava as férias ao trabalho
                                    AUGUSTO PINHEIRO

        Csongor Gyuricza, o “Bart”; 22 anos; webmaster; salário, “já comprei um carro, pago meu aluguel e minha faculdade”. Frase: “Nunca precisei procurar emprego, sempre fui convidado”.
        Aos 16 anos, quando estava no último ano do colégio, Csongor Gyuricza, 22, mais conhecido como "Bart" (porque já teve o cabelo espetado como o personagem dos "Simpsons"), passava as férias trabalhando para um provedor da Internet. E não se importava de perder os dias de descanso.
        "Desde os 14 anos, sempre fui louco por computador, queria aprender tudo. Comecei como estagiário e acabei efetivado. Mesmo no período de aulas, eu acordava todos os dias às 6h e fazia uns trabalhos em casa."
        Hoje, todo o esforço foi recompensado: o rapaz é webmaster de um grande provedor. Ele cuida da parte técnica dos sites, criando e reformulando páginas e implementando novidades gráficas.
        Com o trabalho, ele já comprou um carro, foi morar sozinho e banca a faculdade de ciência da computação na Unip.
        Csongor (o nome é húngaro) retomou o curso este ano: já havia começado na PUC-SP, mas resolveu largar para se dedicar apenas ao trabalho. "Não estava conseguindo conciliar."
        "Bart" afirma que tudo o que sabe aprendeu na prática, e que isso ajuda bastante na universidade. Mas nem por isso ele deixa de recomendar o curso superior: "Sem o diploma, o empregador sempre vai ter uma desculpa para pagar menos. Não é todo mundo que consegue ser bem-sucedido nessa área sem uma faculdade."
        Antes de entrar no atual emprego, ele foi webmaster da Globo Cabo, empresa que oferecia acesso à Internet pelo sistema de TV a cabo. "Nunca procurei emprego. Sempre fui convidado."
        A rotina é puxada, mas ele não dispensa as baladas. "Bart" acorda às 8h30, resolve assuntos particulares (limpeza do apê, compras etc.) e chega ao trabalho às 9h30. Só larga o trampo às 19h30 e sempre chega atrasado às aulas, que começam às 19h.
        Às 23h, já em casa, senta em frente ao computador e navega por uma hora na Internet, para se atualizar. "Às vezes, dá para sair. Gosto muito de tecno, então vou às boates U-Turn e Lov.e. Não sou freak ou nerd, tenho vida social."
        Para completar, o webmaster, de 1,80 m, tem uma "carreira paralela" de modelo. "Esporadicamente, quando dá tempo, faço editoriais de moda e desfiles, mas não é muito a minha cara."

           Folha de São Paulo, São Paulo, 1° de maio de 2000. Folhateen.
Entendendo o texto:

01 – Releia o 1° parágrafo da matéria sobre Andréa de Oliveira. Anote suas impressões sobre:
a)   O local de trabalho de Andréa.
É um local malcheiroso, sujo e perigoso à saúde e à vida das pessoas.

b)   As pessoas que trabalham com Andréa.
Os trabalhadores do lixão têm as mais variadas idades: crianças, jovens, adultos ou velhos podem trabalhar lá.

c)   A principal ocupação de catadores de lixo em aterros sanitários.
Encontrar utilidade para o que outras pessoas desprezaram, jogaram fora.

02 – Embora o texto não apresente especificamente todos os motivos que teriam levado Andréa a catar lixo, é possível tirar algumas conclusões.
a)   O que você imagina que levou Andréa a exercer essa atividade?
Ela gostaria de ser doméstica, mas não consegue emprego.

b)   O que você pensa do ambiente em que trabalham catadores de lixo?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: é um local prejudicial à saúde e a higiene.

03 – A matéria afirma que “Desde pequena, [Andréa] fez do local o seu jardim”.
a)   A partir de informações dadas pelo texto, o que você entende por essa imagem?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Pode-se supor que a menina considerava o lixão como uma extensão de sua casa, um local de diversão, um espaço socializado.

b)   Que sinais de pontuação sugerem que a palavra “jardim” foi usada de maneira especial no texto?
As aspas.

c)   Ainda que trabalhe no lixão, Andréa não pretende que seu filho de três anos frequente o local. Copie do texto a frase que confirma isso.
“Meu filho nunca vai pisar aqui. Quero que ele estude e tenha tudo o que eu não tive”.

04 – Sabendo que o valor do salário mínimo na época da publicação da reportagem equivalia a R$ 151,00 e levando em conta as informações sobre o trabalho de Andréa, transcreva para o caderno a alternativa que é mais fiel à matéria publicada pela Folha de São Paulo.
a)    No lixão, Andréa recolhe todo tipo de material, trabalha cerca de onze horas por dia, 6 dias por semana e ganha menos de um salário mínimo por mês.
b)   Andréa recolhe apenas plástico e, proporcionalmente ao que trabalha, ganha bem.
c)   Andréa recolhe somente plástico e papelão, trabalha cerca de treze horas por dia, somente aos domingos, e ganha um pouco mais de um salário mínimo por mês.
d)   Andréa recolhe somente plástico e papelão, folga duas vezes por semana e, proporcionalmente ao que trabalha, ganha pouco.
e)   Andréa recolhe somente plástico e papelão, trabalha cerca de treze horas por dia, com exceção de domingo, e ganha um pouco menos que um salário mínimo por mês.

05 – Além de falar sobre sua profissão, catadora de lixo, Andréa faz referência também a outras ocupações.
a)   Que profissão Andréa desejaria ser, mas não consegue?
Empregada doméstica.

b)   Qual seria o sonho profissional de Andréa?
Fazer medicina.

c)   Na sua opinião, no campo profissional, Andréa teria mais chances de realizar seu desejo ou seu sonho?
Resposta pessoal do aluno.

06 – Ao contrário de Andréa, Csongor Gyuricza, conhecido como Bart, teve melhores oportunidades e, assim, conseguiu se tornar webmaster.
a)   Que oportunidades Bart teve que Andréa provavelmente não teve?
Ele pôde estudar, tinha acesso ao equipamento necessário para desenvolver suas habilidades e começou a trabalhar cedo na sua área de interesse.

b)   De acordo com o texto jornalístico, o que faz um webmaster?
Cuida da parte técnica dos sites, criando e reformulando páginas e implementando novidades gráficas.

07 – Andréa reconhece que é sofrido catar lixo, mas para ela há uma maneira pior de viver. Que maneira é essa?
      Tornar-se ladrão.

08 – Andréa e Bart trabalham muitas horas por dia.
a)   Em vez de declarar seu salário à reportagem, como fez Andréa, o que faz Bart?
Ele revela que, com o seu salário, já comprou um carro e consegue se manter sozinho, pagando o próprio aluguel e as mensalidades de sua faculdade.

b)   O que essa declaração dá a entender sobre o salário de Bart em relação ao de Andréa?
Provavelmente ele recebe muito mais por seu trabalho do que Andréa.

c)   Ao observar as atividades exercidas por Andréa e Bart e a remuneração que recebem por elas, o que você conclui?
Resposta pessoal do aluno.

09 – Além de trabalhar, Bart também frequenta uma faculdade.
a)   De acordo com a reportagem, por que Bart considera indispensável um diploma universitário: para saber mais sobre sua profissão ou para ganhar mais?
O rapaz dá a entender que, apesar de achar o diploma algo importante, o que sabe e o que ganha são resultado de sua própria prática e experiência, independentemente do curso universitário.

b)   Assim como Bart, você acha importante ter curso superior para obter sucesso na profissão?
Resposta pessoal do aluno.

10 – Quando indagados sobre o que fazem se divertir, Andréa e Bart valeram-se de algumas palavras em inglês.
a)   O que Bart teria querido dizer, ao declarar: “Não sou freak ou nerd, tenho vida social”?
Ele quis deixar claro que, apesar de trabalhar muito e gostar de computadores, não era uma pessoa esquisita (freak) nem bitolada (nerd).

b)   O que você sabe sobre hip-hop e rap? Converse com seus colegas sobre os movimentos e os gêneros musicais preferidos de Andréa.
De acordo com o Dicionário Houaiss, o Hip-Hop é um movimento cultural pobre de algumas grandes cidades norte-americanas, que se manifesta de formas artísticas variadas. Segundo o Novo Aurélio século XXI, o rap é um tipo de música popular, urbana, de origem negra, com ritmo muito marcado e melodia simples, pouco elaborada.

c)   A palavra “tecno”, no sentido em que está empregada no texto, não consta dos dicionários. O que você entende por essa palavra no texto? Converse com os colegas e com o professor sobre palavras de outras línguas que passam a fazer parte do dia-a-dia dos brasileiros.
A palavra “tecno” no texto, refere-se a um tipo de música que utiliza tecnologia eletrônica.

11 – Levando em conta as entrevistas de Andréa e Bart, aponte a principal diferença entre os dois trabalhadores.
      Ao contrário de Bart, que declara ter recebido sempre ofertas de emprego, Andréa não consegue vaga na profissão que queria. Por necessidade, e não por opção, ela foi levada a ser catadora de lixo.





segunda-feira, 24 de junho de 2019

POEMA: PROFUNDAMENTE - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

POEMA: PROFUNDAMENTE
    

                                                                      Manuel Bandeira
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.

No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.

Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci.

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Entendendo o poema

1)   O tema central do poema de Manuel Bandeira é:
a)   A morte de pessoas queridas.
b)   As alegrias e estrondos das festas de São João.
c)   Os ruídos e músicas que cortavam o silêncio noturno.
d)   As brincadeiras ao pé das fogueiras.

2)   Na primeira parte do poema, o poeta relata um fato que ocorreu:
a)   No dia anterior ao momento da fala.
b)   Na época em que ele tinha seis anos de idade.
c)   Em um tempo em que ainda se festejava São João.
d)   Quando seus parentes estavam dormindo.

3)   Analise as seguintes afirmações.
I.             Utilizando-se das lembranças de uma noite de São João, o poeta exprime sua angústia pela ausência das pessoas queridas.
II.           Na primeira parte do poema “dormir profundamente” tem sentido denotativo, na segunda parte, sentido conotativo.
III.          Na segunda parte, o poeta não ouve mais as vozes do passado porque as pessoas a que se refere estão todas mortas.
IV.         As perguntas “onde estavam” (primeira parte) e “onde estão” (segunda parte) expressam os dois tempos a que se refere o poema.

Assinale a alternativa que contempla as afirmativas corretas.
a)   I e II
b)   II, III e IV
c)   III, IV
d)   I, II, III e IV

4)   O poema pode ser dividido em dois blocos, tendo em vista o aspecto temporal presente neles.
a)   Que blocos seriam esses? Comprove sua resposta recorrendo aos verbos que os compõem.
 Os blocos seriam divididos em duas partes, a primeira que representa o tempo presente do autor, enquanto a segunda representa memórias de sua infância

b)   Que sentidos têm os advérbios ontem (primeiro verso da quinta estrofe) no poema?
"Ontem" tem sentido temporal, significando que, o momento no qual o autor escreve o poema ocorre após o acontecimento que o autor leva como tema do poema.

c)   Você diria que há paralelismo entre os blocos? Justifique.
Sim, há paralelismo. O autor compara a mesma data festiva nos dois blocos, além de também comparar as coisas presentes nesta data, que antes eram de seus familiares, enquanto ele era criança e em seu tempo atual eram de outras pessoas e crianças na rua, enquanto ele era o mais velho.

5)   Sabendo que o tempo assume papel decisivo na construção do poema, explique a relação paralelística entre dois blocos do poema e as cenas que os constituem.
O foco do poema não se encontra no resgaste de um passado morto, mas no modo como o passado não deixou de atuar, fazendo parte do presente como lembrança que amplia a percepção do mundo.   



domingo, 23 de junho de 2019

POEMA: OVNI - FERREIRA GULLAR - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: OVNI
      Ferreira Gullar

Sou uma coisa entre coisas.
O espelho me reflete
Eu (meus 
Olhos)
Reflito o espelho.

Se me afasto um passo
O espelho me esquece:

— Reflete a parede
A janela aberta

Eu guardo o espelho
O espelho não me guarda
(Eu guardo o espelho
A janela a parede rosa
                  
Eu guardo a mim mesmo
Refletido nele):
Sou possivelmente 
Uma coisa onde o tempo
Deu defeito.
                              Ferreira Gullar. Sou uma coisa entre coisas. In: Vera Aguiar (Org.) Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 2002. v. 2.

Entendendo o poema:
01 – Como é possível interpretar a afirmação do eu lírico na última estrofe: “Sou possivelmente / Uma coisa onde o tempo / Deu defeito”?
      O eu lírico guarda para si, em suas lembranças, tudo o que viveu: o tempo não foi capaz de apagar suas lembranças. Por isso, afirma que, com ele, o tempo deu defeito.

02 – De que outro modo poderia ocorrer a colocação pronominal no verso “O espelho me reflete”? Por que no texto foi utilizada essa posição do pronome em relação ao verbo?
      O espelho reflete-me. Por que, no Brasil, a próclise é mais frequente do que a ênclise.

03 – Nos versos “Eu guardo a mim mesmo / Refletido nele”, foi empregado o pronome oblíquo tônico: mim. Se, em vez de pronome oblíquo tônico, tivesse sido empregado pronome oblíquo átono, como ficariam esses versos?
      Eu me guardo / refletido nele.


CRÔNICA: ELA - (FRAGMENTO) - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO


Crônica: ELA – Fragmento.
             Luís Fernando Veríssimo

        Ainda me lembro do dia em que ela chegou lá em casa. Tão pequenininha! Foi uma festa. Botamos ela num quartinho dos fundos. Nosso Filho – Naquele tempo só tinha o mais velho – ficou maravilhado com ela. Era um custo tirá-lo da frente dela para ir dormir.
        Combinamos que ele só poderia ir para o quarto dos fundos depois de fazer todas as lições.
        -- Certo, certo.
        -- Eu não ligava muito para ela. Só para ver um futebol ou política. [...]

 
        Luís Fernando Veríssimo. O nariz & outras crônicas. 11. ed. São Paulo: Ática, 2003.

Entendendo a crônica:

01 – O narrador não informa precisamente quem chegou, mas dá algumas pistas. O que sabemos sobre ela?
      Era pequenininha, foi colocada no quarto dos fundos, o filho ficou maravilhado com ela.

02 – Qual é a palavra que se repete para se referir a quem chegou?
      A palavra “ela”.

03 – Que efeito a repetição dessa palavra traz para o texto?
      A repetição do pronome ela cria um suspense, pois não sabemos quem chegou.

04 – Levante uma hipótese sobre qual seria o motivo das mudanças no cotidiano da família. Justifique sua resposta com elementos do texto.
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Reescreva o texto no caderno, substituindo a palavra repetida pela hipótese que você levantou.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Copie do texto as palavras que substituem o substantivo filho.
      -lo, ele.

07 – Classifique as palavras que você copiou no item anterior.
      -lo: pronome pessoal do caso oblíquo.
      Ele: pronome pessoal do caso reto.

08 – Leia outro trecho da mesma crônica. “[...]Decidi que para as transmissões da copa do mundo ela deveria ser bem maior. E colorida. Foi a minha ruína. Perdemos a copa, mas ela continua lá, no meio da sala. Gigantesca. É o móvel mais importante da casa. Minha mulher mudou a decoração da casa para combinar com ela. Antigamente ela ficava na copa para acompanhar o jantar.
Agora todos jantam na sala para acompanhá-la." [...]

a)   Nesse trecho aparecem outras informações que permitem identificar a que se refere o narrador. Que informações são essas?
Ela foi substituída por uma maior e colorida; é gigantesca; é o móvel mais importante da sala.

b)   Reescreva o parágrafo, substituindo a palavra que se repete por outras que identifiquem a que se refere o narrador.
Resposta pessoal do aluno.