quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

CONTO: UM DESEJO E DOIS IRMÃOS - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

Conto: Um desejo e dois irmãos
             Marina Colasanti

                         
        Dois Príncipes, um louro, e um moreno. Irmãos, mas os olhos de um azuis, e os do outro verdes. E tão diferente nos gostos e nos sorrisos, que ninguém os diria filhos do mesmo pai, rei que igualmente os amava.
        Uma coisa porém tinham em comum: cada um deles queria ser outro. Nos jogos, nas poses, diante do espelho, tudo o que um queria era aquilo que o outro tinha. E de alma sempre cravada nesse desejo insatisfeito, esqueciam-se de olhar para si, de serem felizes.
        Sofria o pai com o sofrimento dos filhos. Querendo ajudá-los, pensou um dia que melhor seria dividir o reino, para que não viessem a lutar depois da sua morte. De tudo o que tinha, deu o céu para seu filho louro, que governasse junto ao sol brilhante como seus cabelos. E entregou-lhe pelas rédeas um cavalo alado. Ao moreno coube o verde mar, reflexo de seus olhos. E um cavalo-marinho.
        O primeiro filho montou na garupa lisa, entre as asas brancas. O segundo filho firmou-se nas costas ásperas do hipocampo. A cada um, seu reino.
        Mas as pernas que roçavam em plumas esporearam o cavalo para baixo, em direção às cristas das ondas. E os joelhos que apertavam os flancos molhados ordenaram que subisse, junto à tona.
        Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo, procurando a figura do irmão nas profundezas.
        Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.
        O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.
        O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança.
        Então emergiu o focinho do cavalo marinho e molharam-se as patas do cavalo alado.
        Soprando entre as mãos em concha os dois irmãos lançaram seu desafio. Alinhariam os cavalos na beira da areia e partiriam para a linha do horizonte. Quem chegasse primeiro ficaria com o reino do outro.
        – A corrida será longa, – pensou o primeiro. E fez uma carruagem de nuvens que atrelou ao seu cavalo.
        – Demoraremos a chegar, – pensou o segundo. E prendeu com algas uma carruagem de espumas nas costas do hipocampo.
        Partiram juntos. Silêncio na água. No ar, relinchos e voltear de plumas. Longe, a linha de chegada dividindo os dois reinos.
        Os raios de sol passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas. Durante todo o dia acompanharam a corrida. Depois brilhou a lua, a leve sombra de um cobriu o outro de norte mais profunda.
        E quando o sol outra vez trouxe sua luz, surpreendeu-se de ver o cavalo alado exatamente acima do cavalo marinho. Tão acima como se, desde a partida, não tivessem saído do lugar.
        Galopava o tempo, veloz como os irmãos.
        Mas a linha do horizonte continuava igualmente distante. O sol chegava até ela. A lua chegava até ela. Até os albatrozes pareciam alcançá-la no seu voo. Só os dois irmãos não conseguiam se aproximar.
        De tanto correr já se esgarçavam as nuvens da carruagem alada, e a espuma da carruagem marinha desfazia-se em ondas. Mas os dois irmãos não desistiam, porque nessa segunda coisa também eram iguais, no desejo de vencer.
        Até que a linha do horizonte teve pena. E devagar, sem deixar perceber, foi chegando perto.
        A linha chegou perto. E chegou perto.
        Baixou seu voo o cavalo alado, quase tocando o reflexo. Aflorou o cavalo marinho entre marolas. As plumas, espumas se tocaram. Céu e mar cada vez mais próximos confundiram seus azuis, igualaram suas transparências. E as asas brancas do cavalo alado, pesadas de sal, entregaram-se à água, a crina branca roçando já o pescoço do hipocampo. Desfez-se a carruagem de nuvens na crista da última onda. Onda que inchou, rolou, envolvendo os irmãos num mesmo abraço, jogando um corpo contra o outro, juntando para sempre aquilo que era tão separado.
        Desliza a onda sobre a areia, depositando o vencedor. Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra, avança agora um único príncipe, dono do céu e do mar. De olhos e cabelos castanhos, feliz enfim.

                                    Colasanti, Marina. Um desejo e dois irmãos.
Entendendo o conto:
01 – A história começa mostrando diferenças entre os dois príncipes. Mas os dois irmãos também tinham coisas comuns, isto é, semelhanças. Em que eram parecidos?
      Um queria ser o outro e um queria o que o outro tinha.

02 – Por que o rei resolveu dividir seu reino?
      Porque via que os filhos eram infelizes e queria ajudá-los.

03 – Levando em conta a parte do reino que cada príncipe recebeu, pode-se dizer que esse rei era muito mais poderoso que outros reis de histórias que conhecemos? Por quê?
      Sim. Porque seu reino era o céu e o mar.

04 – O rei tinha preferência por um dos filhos? Comprove sua resposta com elementos do texto.
      Não. No texto: “Rei que igualmente os amava.”

05 – Essa história tem rei e príncipes, mas não podemos dizer que é uma história verdadeira, que se passa no mundo real. Por quê?
      Porque possui muitos elementos fantasiosos do texto: o rei repartir o céu e o mar entre os filhos; um príncipe ter um cavalo alado; outro ter um cavalo-marinho para montar...

06 – Os príncipes não ficaram felizes com o que receberam do pai. Por quê?
      Porque um sentiu calor e outro sentiu frio, mas o que cada um queria era o reino do outro.

07 – Qual foi o desafio lançado pelos dois irmãos?
      Aquele que chegasse primeiro à linha do horizonte ficaria com o reino do irmão.

08 – Qual deles foi o vencedor? Por quê?
      Não houve vencedor, porque o tempo passava e nenhum dos dois conseguia ultrapassar o outro, como se não tivessem saído do lugar.

09 – As oposições entre os irmãos continuam. Veja:
·        Uma carruagem de nuvem X uma carruagem de espuma.
·        Relinchos e voltear de plumas no ar X silêncio na água.
Mas, há uma coincidência entre os desejos dos dois príncipes. Qual?
      Os dois desejam vencer.

10 – Explique o significado desta frase: “Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra...”
      No horizonte, tudo parece se juntar. É como se água e céu fossem uma coisa só.

11 – Quem foi o vencedor da disputa entre os dois irmão?
      Foi um terceiro que surgiu da mistura dos dois.

12 – O título que acabamos de ler é Um desejo e dois irmãos. Depois de conhecer a história, você daria outro título a ela? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.



CRÔNICA: CAROLINA - PATRICK SUSKIND - COM GABARITO

Crônica: Carolina  

         Patrick Suskind

    Na minha classe havia uma menina de nome Carolina Kuckelmann. Tinha os olhos escuros, sobrancelhas escuras e cabelos castanho-escuros, com uma tiara quase caindo sobre a testa. Na nuca e na covinha entre o lóbulo da orelha e o pescoço ela tinha uma penugem sobre a pele, que brilhava ao sol e estremecia de leve ao vento.

        Quando ria, com uma esplêndida voz rouca, ela estendia o pescoço e jogava a cabeça para trás, o rosto resplandecente de prazer, os olhos quase fechados. Eu seria capaz de ficar admirando aquele rosto para sempre – como aliás o fazia, sempre que podia, na aula ou durante o recreio. E sempre sorrateiramente, de modo tal que ninguém notasse, nem mesmo a própria Carolina, pois eu era muito tímido.
        [...]
        Certo dia – um sábado –, aconteceu um milagre. No meio do recreio, Carolina correu na minha direção, plantou-se à minha frente e disse:
        -- Ei, você ainda vai sozinho para a Vila de Baixo?
        -- Vou – respondi.
        -- Ah, então na segunda eu vou com você...
        [...]
        Comecei então os preparativos. No sábado e no domingo, rodei pelo bosque à procura de uma rota adequada. Pois de início estava estabelecido que eu não seguiria com Carolina pelo trajeto normal. Queria que ela conhecesse meus caminhos mais secretos, queria mostrar-lhe as curiosidades mais recônditas do bosque. O caminho para a Vila de Cima deveria empalidecer em sua memória diante das maravilhas que ela presenciaria ao longo das maravilhas que ela presenciaria ao longo do meu, do nosso caminho para a Vila de Baixo.
        Depois de longa ponderação, decidi-me por uma rota que, pouco além da orla do bosque, desviava-se à direita do caminho normal e, passando por um barranco, levava a uma touceira de abetos jovens, e dali, sempre em terreno pantanoso, seguia até uma área de árvores encorpadas, antes de despencar abruptamente para o lago. Essa rota era marcada por nada menos do que seis curiosidades que eu queria mostrar a Carolina, acompanhadas de meus comentários especializados. Tratava-se mais precisamente do seguinte:
a)   A casinha do transformador da rede elétrica, quase à beira da estrada, da qual provinha um zumbido contínuo e sobre cuja porta se via uma placa amarela com um relâmpago vermelho e o aviso: “Cuidado Alta Tensão Perigo de Vida”;
b)   Um grupo de sete arbustos de framboesas, com frutos maduros;
c)   Um cocho para corças – por então sem feno algum, mas com uma grande pedra de sal para elas lamberem;
d)   Uma árvore que, dizia-se, um nazista tinha usado para se enforcar depois da guerra;
e)   Um formigueiro de quase um metro de altura e um metro e meio de diâmetro; e finalmente, como ponto alto e final do passeio...
f)    Uma velha e maravilhosa faia, na qual eu tencionava subir com Carolina, para desfrutarmos, sentados num sólido galho a dez metros de altura, da incomparável visão do lago, de modo que eu pudesse inclinar-me sobre ela e soprar-lhe a nuca de leve.
        Roubei biscoitos do armário da cozinha e um copo de iogurte da geladeira, além de duas maçãs e uma garrafa de groselha da despensa. No domingo à tarde, fui guardar tudo isso – devidamente empacotado numa caixa de sapatos – na forquilha de uma árvore, para que tivéssemos provisões. De noite, na cama, repassei as histórias que contaria a Carolina e que a levariam às risadas – uma história para o caminho, outra para os momentos em cima da árvore. Acendi outra vez a luz, procurei minha chave de fenda na gaveta do criado-mudo e guardei na minha mochila escolar, para presentear Carolina com o meu mais valioso pertence. De volta para a cama, recapitulei as duas histórias, recapitulei em detalhes os eventos do dia seguinte, recapitulei várias vezes as etapas do caminho de a até f, bem como o local e o momento para a entrega da chave de fenda, recapitulei o conteúdo da caixa de sapatos, que já estava à nossa espera na forquilha lá no bosque (ah! nunca um encontro foi tão cuidadosamente preparado!) e por fim abandonei-me ao sono, acompanhado das suas doces palavras: “na segunda eu vou com você... na segunda eu vou com você...”.
        Na segunda-feira, o tempo estava lindo, perfeito. O sol brilhando suave, o céu estava aberto e azul como água, os melros revoavam pelo bosque e os pica-paus faziam alarde golpeando a madeira.
        [...]
        Apressei-me. Não podia me atrasar de jeito nenhum. Durante a aula, estive irrepreensível como nunca antes, para que o professor não encontrasse o menor pretexto para me deixar de castigo. Estive manso feito um cordeiro, mas também atento, obediente e aplicado – um aluno-modelo. Não olhei uma vez sequer para Carolina, forcei-me a não fazê-lo – ainda não! – proibi-me quase supersticiosamente de fazê-lo, como se pudesse perde-la por um olhar precipitado...
        Quando terminaram as aulas, aconteceu que as meninas tiveram que ficar uma hora a mais, não sei mais por que, talvez por alguma aula de trabalhos manuais ou por outra razão qualquer. De qualquer modo, só dispensaram os garotos. Não considerei trágico o incidente – ao contrário. Pareceu-me uma prova adicional que eu deveria superar – e superaria! –, dando ao tão ansiado encontro com Carolina a bênção da singularidade: uma hora inteira esperando um pelo outro!
        Fiquei esperando na bifurcação dos caminhos à Vila de Cima e à Vila de Baixo, a menos de vinte metros do portão. Nesse lugar projetava-se do chão uma pedra, uma rocha solta, de superfície lisa como a de um grande rochedo. A pedra tinha uma concavidade bem no meio, em forma de casco. Diziam que essa concavidade era uma pegada do diabo: ele teria pisoteado o chão por raiva aos camponeses do local, que há tempos imemoriais haviam construído ali uma Igreja. Sentei-me na rocha e fiquei matando o tempo, remexendo os dedos numa poça d’água que se acumulara na cova do diabo. Sentia o sol aquecendo minhas costas, o céu estava azul-marinho transparente, eu esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada e me sentia indescritivelmente feliz da vida.
        Então, enfim, saíram as meninas. Primeiro uma verdadeira enxurrada e, só então, por último, ela. Fiquei de pé. Ela correu em minha direção, os cabelos castanhos saltitavam, a tiara dançando de lá para cá; ela usava um vestido amarelo-limão, eu estendi a mão para ela, ela parou na minha frente – como no recreio, alguns dias antes –, eu queria segurar sua mão, puxá-la par mim, melhor mesmo seria abraça-la e dar-lhe um beijo no meio da testa, ali mesmo; ela disse:
        -- Ei, você estava me esperando?
        -- Estava – respondi.
        -- Xi, hoje eu não posso ir com você. A amiga da minha mãe está doente, a minha mãe não vai lá na casa dela, e a minha mãe disse que...
        Seguiu-se um emaranhado de explicações que eu não consegui ouvir direito, quanto mais lembrar, porque a minha cabeça ficou meio entorpecida e as pernas meio bambas, e tudo de que me lembro é que, concluído o falatório, ela deu meia-volta e foi-se embora, toda amarelo-limão, pelo caminho à Vila de Cima, correndo para alcançar as outras meninas.

       SUSKIND, Patrick. A história do senhor Sommer. São Paulo:
Ática, 1997. p. 29-35 (Título nosso).
Entendendo a crônica:

01 – Releia a descrição que o narrador faz de Carolina no primeiro parágrafo do texto e responda: o que o atraía na garota eram as características físicas ou psicológicas?
      As características físicas.

02 – Entre os adjetivos abaixo, circule aqueles que NÃO podem ser usados para caracterizar o comportamento do narrador em relação a Carolina.
        Violento – sonhador – apaixonado – egoístafrio – retraído – tímido.

03 – Relacione cada um dos trechos abaixo a uma característica do narrador:
A – “[...] procurei minha chave de fenda na gaveta do criado-mudo e guardei na minha mochila escolar, para presentear Carolina com o meu mais valioso pertence”.
B – “Durante a aula, estive irrepreensível como nunca [...]”
C – “[...] esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada e me sentia indescritivelmente feliz da vida.”
D – “[...] recapitulei as duas histórias, recapitulei em detalhes os eventos do dia seguinte, recapitulei várias vezes as etapas do caminho [...]”.
(D) Organizado.
(A) Carinhoso.
(B) Estudioso.
(C) Paciente.

04 – Para conquistar Carolina, o narrador decide visitar com ela uma série de curiosidades e dar-lhe de presente uma chave de fenda.
a)   O que essas curiosidades têm de especial?
Provavelmente são os pontos que costuma visitar por considera-los “maravilhosos”.

b)   Por que ele escolheu como presente uma chave de fenda?
Porque é seu “mais valioso pertence”.

c)   Você acha que Carolina iria gostar desse passeio e desse presente? Explique.
Resposta pessoal do aluno.

05 – Complete o trecho abaixo a fim de elaborar um resumo da narrativa:

        Depois de combinar com Carolina que iriam juntos para a Vila de Baixo, o narrador decide aproveitar a situação para conquistar a garota. Para atingir seu objetivo ele faz planos: escolhe o caminho, providencia alimentos, pensa nas histórias que contará a ela e resolve dar a ela sua chave de fenda.

        Além disso, durante a aula de segunda-feira, ele teve um comportamento exemplar, pois temia ser colocado de castigo. Como as meninas tiveram que ficar uma hora a mais na escola, o garoto esperou por Carolina. Quando ele a encontrou, veio a decepção: ela não iria com ele até a Vila de Baixo. Por isso, pode-se afirmar que o desfecho dessa história é malsucedido, já que o narrador-personagem não conseguiu realizar seu desejo.

06 – Na sua opinião, o que o narrador quis dizer ao usar as palavras ou expressões destacadas nos trechos a seguir?
a)   “[...] eu esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada [...]”.
Ele quis reforçar a ideia de que a espera foi longa.

b)   “Então, enfim, saíram as meninas. Primeiro uma verdadeira enxurrada e, só então, por último, ela”.
Ele quis mostrar que saíram muitas meninas de uma só vez.

c)   “O caminho para a Vila de Cima deveria empalidecer em sua memória diante das maravilhas que ela presenciaria ao longo do meu, do nosso caminho para a Vila de Baixo.”
Ele quis dizer que o novo caminho seria tão bonito que Carolina nem mais se lembraria do caminho para a Vila de Cima.



TEXTO: CASTELOS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Castelos


       Na Europa, há mais de 500 anos, algumas famílias moravam em castelos, construções geralmente feitas no alto de colinas, com paredes maciças e torres. Sua finalidade era oferecer maior proteção aos seus habitantes em caso de ataque inimigo.
        Por isso, suas janelas não eram maiores que o necessário para deixar entrar alguma luz e permitir que se vigiasse o campo e para deixar os flecheiros dispararem suas setas certeiras. Essas aberturas, estreitas e compridas, chamam-se seteiras.
        Alguns castelos têm janelas maiores: foram abertas mais tarde, quando as guerras ficaram mais raras.

              Angela Mari Chanoski e Gusso Rossana Aparecida Finau
                                          Letramento e Alfabetização.

Entendendo o texto:
01 – De acordo com a informação do início do texto, os castelos eram construídos para proteger seus habitantes. Isso explica por que, em geral, eles se localizavam em lugares altos, têm muralhas, torres. De que modo cada um desses detalhes funciona como meio de defesa?
      São recursos que dificultam a aproximação dos inimigos. Os soldados ficavam no alto das torres para vigiar.

02 – Como era a claridade dentro dos castelos? Que recurso provavelmente usavam para melhorar a iluminação?
      A claridade era pequena, pois não passava luz suficiente nem de dia. Usavam tochas de fogo e lamparinas. Não existia nem lampião.

03 – Na época em que os homens começaram a construir castelos, havia muitas guerras. Qual parte do texto comprova essa afirmação?
      O último parágrafo.

04 – As aberturas nas paredes do castelo chamam-se seteiras, em vez de janelas. Recebem esse nome porque:
(X) Eram usadas para o lançamento de setas em inimigos.
(   ) Em todos os castelos só havia sete janelas.

05 – Qual das duas afirmativas é a verdadeira:
(   ) Alguns castelos foram construídos com seteiras e outros, com janelas grandes.
(X) Em alguns castelos, depois de algum tempo, as seteiras foram transformadas em janelas grandes.

06 – Observe:
        Alguns castelos têm janelas maiores...”
Indique qual destas palavras pode substituir a que está em negrito sem modificar a informação;
(   ) Todos os castelos.
(X) Parte dos castelos.
(   ) Poucos castelos.
(   ) Vários castelos.




terça-feira, 18 de dezembro de 2018

FILME(ATIVIDADES): A MULHER INVISÍVEL - CLAUDIO TORRES - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): A MULHER INVISÍVEL

Data de lançamento 6 de maio de 2009 (1h 45min)
Criador(es): Claudio Torres
Gêneros Comédia Romance
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Pedro (Selton Mello) ainda acredita no conceito do casamento, enquanto que Carlos (Vladimir Brichta) não aceita a possibilidade de que um homem passe toda sua vida ao lado da mesma mulher. Os dois são colegas de trabalho em uma sala de controle de tráfego da prefeitura, onde podem bisbilhotar à vontade a vida das pessoas. Um dia Carlos fica preocupado com o amigo, devido ao estado depressivo dele ao ser abandonado por sua esposa, Marina (Maria Luísa Mendonça). O mesmo acontece com Vitória (Maria Manoella), vizinha de Pedro, que testemunha silenciosamente seu drama através de um buraco na parede. Até que subitamente alguém bate na porta de Pedro. Trata-se de Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha, que veio apenas lhe pedir açúcar. Com um jeito inocente e ao mesmo tempo sedutor, ela muda a vida de Pedro. Só que tem um problema: Amanda é invisível, sendo que apenas aqueles que a desejam muito consegue enxergá-la.

Resenha I: Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível" 
        Comédia traz Luana Piovani no papel da vizinha de um homem (Selton Mello), que leva o fora de sua mulher 
        O gênero comédia costuma ser um terreno movediço. "A Mulher Invisível", que estreia no país nessa sexta-feira, é uma prova disso. O diretor e roteirista Claudio Torres ("Redentor", "A Mulher do Meu Amigo") deve achar seu filme engraçado, mas "A Mulher Invisível", protagonizado por Selton Mello ("Meu Nome Não é Johnny") e Maria Manoella ("Crime Delicado"), com Luana Piovanni ("O Casamento de Romeu e Julieta") e Vladmir Brichta ("Fica Comigo Esta Noite") nos papéis de coadjuvantes, mais parece um piloto para sitcom, como boa parte da produção cômica nacional que chega aos cinemas. 
        Torres estreou na direção de longas em 2004 com a comédia de humor negro "Redentor". O filme, uma sátira ao Brasil do vale-tudo, tinha um humor ácido, um visual apurado e uma boa pegada crítica. No ano passado, ele lançou "A Mulher do Meu Amigo", uma comédia de erros, cujo maior equívoco foi existir. Partindo de um roteiro assinado por ele mesmo (contando com a colaboração da escritora Adriana Falcão, da atriz Maria Luiza Mendonça e do roteirista Claudio Paiva), Torres tenta fazer comédia a partir da fantasia. Pedro (Mello) leva um fora de sua mulher (Maria Luiza, numa pequena participação) e inventa uma "mulher ideal", Amanda (Luana), que só existe em sua imaginação. 
        O primeiro ato do filme é o relacionamento de sonho entre Pedro e Amanda. Seu melhor amigo (Brichta) começa a desconfiar que ela não exista, o que, mais tarde, leva Pedro a também questionar a existência da moça. Mas, na verdade, o filme não é sobre ele, nem sobre ela. A verdadeira mulher invisível do título é Vitória (Maria Manoella). 
        Vizinha apaixonada por Pedro, Vitória, que ficou viúva recentemente, há tempos ouve as conversas dele através da parede. Mas Pedro nunca a notou, seja no elevador ou no corredor do prédio. É como se ela não existisse.
        Se "A Mulher Invisível" se assumisse como um filme sobre Vitória, talvez tivesse mais a oferecer e explorar, até porque ela é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz mais talentosa em cena.
        Numa das primeiras cenas, a música "A Woman Left Lonely", na voz de Janis Joplin, ilustra bem o estado emocional de Vitória, mas sua exaustiva repetição é sinal de que as ideias já se esgotaram. Vitória é aquela mulher solitária e tímida que tenta conquistar o vizinho, mas, quando finalmente toma coragem, ele já enlouqueceu, tentando se livrar da figura de Amanda, mesmo que ela só exista em sua cabeça. 
        Selton Mello parece atuar no piloto automático, sem o carisma que mostrou em produções como "O Auto da Compadecida", desempenhando um tipo que poderia ser engraçado, ou minimamente simpático, mas que acaba sendo irritante com tanta neurose.
        Luana, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor um personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce. 
        Responsável por filmes tão diferentes quando "2 Filhos de Francisco" (2005), "Eu, Tu, Eles" (2000) e "Xuxa em Sonho de Menina" (2007), a produtora Conspiração imprime em "A Mulher Invisível" seu selo de qualidade técnica, o que acaba sendo pouco, diante do conteúdo irregular do longa. 
                                                   (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) 
OLIVEIRA, Alysson. Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível".
O Estado de S. Paulo, 4 jun. 2009.

Resenha II: A mulher invisível 
        Se Clube da Luta fosse uma comédia romântica ele seria A Mulher Invisível. Ok, esta comparação pode ser exagerada (muito exagerada, talvez), mas é também um belo elogio a esta produção nacional, a qual, surpreendentemente, conquistou minha simpatia. 
        No filme escrito, produzido e dirigido por Claudio Torres (do bacana Redentor), acompanhamos Pedro (Selton Mello), um romântico fervoroso que entra em depressão após ser abandonado pela esposa. Sua sorte muda quando Amanda (Luana Piovani), a mulher mais espetacular do mundo, bate à sua porta: ela é deliciosa, inteligente, gosta de futebol, não tem ciúmes e transa feito uma deusa. O único defeito da moçoila é não existir.
        Eu costumo torcer o nariz para filmes "made-by-Globo": produções (em sua maioria, comédias) que trazem os vícios estéticos da tevê para a tela grande. Em A Mulher Invisível não é diferente: os closes em excesso estão lá, a direção de arte é típica das séries globais e o uso do espaço em cena é pouco aproveitado. Em contrapartida, o diretor Claudio Torres utiliza a trilha sonora de forma muito interessante, abusando da percussão e de sons lúdicos, conferindo à produção um clima de fantasia, o que faz toda a diferença para abraçarmos a história. 
        No entanto, o grande destaque do filme não é nenhuma técnica ou recurso visual. É gente. É Selton Mello. O talentoso ator, que sempre mostrou dom para a comédia (vide O Auto da Compadecida, Os Aspones), faz um Pedro hilário, que abusa da expressão corporal para arrancar risos da plateia, como na sequência em que Carlos (o ótimo Vladimir Brichta), seu melhor amigo, o segue até descobrir que Amanda não existe. Outro destaque do elenco é Fernanda Torres que, em participação especial, rouba a cena sempre que aparece.
        No fim das contas, talvez o que mais me incomode em A Mulher Invisível seja seu roteiro, que perde força no terceiro ato, prolongando as – muitas – reviravoltas a ponto de causar impaciência no espectador. Se fosse mais curto, marcaria um golaço (nas duas vezes em que o vi, achei que deveria acabar na cena da banheira; preste atenção). Ainda assim, é uma comédia nacional acima da média, com bom elenco, despretensiosa, romântica e divertidíssima.

RESENHA: A mulher invisível. 19 maio 2009. Disponível em: <http://holyjunk.wordpress. com /2009/05/19/resenha-a-mulher-invisivel/>. Acesso em: 23 set. 2012. 
Entendendo a resenha:
01 – As questões seguintes referem-se ao texto I:

a) A resenha apresenta como premissa a ideia de que "o gênero comédia costuma ser um terreno movediço". Essa imagem foi usada para defender o filme ou levantar problemas nele identificados? Explique com exemplos. 
      Essa imagem foi usada para levantar problemas identificados no filme. As comédias românticas já comporiam um gênero difícil e o diretor não teria conseguido ser a exceção à regra, como fica claro já no primeiro parágrafo, quando o resenhista afirma que o filme mais parece "um piloto para sitcom", ou seja, um projeto de uma série de comédia de televisão, não um filme para cinema. 

b) O autor apresenta uma condição para o filme fugir aos clichês e ganhar em qualidade. Qual seria essa condição? 
      A condição seria o filme explorar mais a personagem Vitória e menos Amanda, a tal mulher invisível.

c) Que argumentos sustentam essa opinião do autor? 
      O fato de ele considerar que Vitória é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz que encarna a personagem, a atriz mais talentosa do filme. 

02 – O gênero resenha apresenta uma mescla de informação e argumentação. Identifique nas duas resenhas os parágrafos em que são apresentadas as informações básicas sobre o filme.
      Na resenha 1, o primeiro parágrafo já apresenta as informações sobre o filme, enquanto, na resenha 2, as informações básicas sobre o filme aparecem no segundo parágrafo. 

03 – Quais os pontos positivos e negativos do filme apontados nas resenhas 1 e 2? 
      Pontos positivos: o personagem Vitória é bem construído, a produtora Conspiração imprime seu selo de qualidade técnica ao filme (resenha 1); destacam-se o uso interessante da trilha sonora e a atuação de Selton Mello (resenha 2).

      Pontos negativos: o filme mais parece um piloto de sitcom (série de comédia americana) e as atuações de Selton Mello e Luana Piovani são ruins; o filme não explora como deveria a personagem Vitória, vivida por Maria Manoella (resenha 1); o roteiro é longo, há doses em excesso, a direção de arte é típica das séries globais e o espaço em cena é pouco aproveitado (resenha 2).

04 – Releia o último parágrafo das resenhas e deduza: o que cada resenhista indica para o seu leitor? 
      O resenhista 1 encerra seu texto afirmando que o filme tem um conteúdo irregular e apresenta falhas. Assim, caso o leitor assista a ele, saberá que se trata de um filme com problemas, segundo seu ponto de vista. Já o resenhista 2 não indica explicitamente ao leitor que assista ao filme, mas, ao elogiar as qualidades que atribui a ele, faz isso indiretamente. 

05 – Reconheça, na lista a seguir, as afirmações corretas sobre a linguagem usada nas resenhas lidas. 
a) Apenas a resenha 1 faz uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa. 
b) As duas resenhas fazem uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa. 
c) As expressões "sitcom" e "ok" atestam que as resenhas empregam um registro coloquial de linguagem. 

d) A linguagem nas duas resenhas restringe o público leitor aos jovens, visto que usa expressões coloquiais. 
e) As duas resenhas usam linguagem adequada à circulação ampla, podendo ser lidas por diversos públicos, atingindo um grande número de leitores. 

06 – Você já assistiu ao filme A mulher invisível? Se já assistiu a ele, qual das duas resenhas você acredita ser a que melhor representa suas impressões sobre o filme? Justifique sua resposta. 
      O importante, na resposta, é a justificativa apresentada. 

07 – Se não assistiu ao filme, as resenhas apresentaram motivos para convencê-Io a assistir ao filme ou para fazê-lo desistir de assistir a ele? Justifique sua resposta. 
      O importante, na resposta, é a justificativa apresentada. 








POEMA: O UNIVERSO - OLAVO BILAC (PARÁFRASE) - COM GABARITO

Poema: O Universo
     
               Olavo Bilac (Paráfrase)
A Lua:
Sou um pequeno mundo;
Movo-me, rolo e danço
Por este céu profundo;
Por sorte Deus me deu
Mover-me sem descanso,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.


A Terra:
Eu sou esse outro mundo;
A lua me acompanha,
Por este céu profundo . . .
Mas é destino meu
Rolar, assim tamanha,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Sol:
Eu sou esse outro mundo,
Eu sou o sol ardente!
Dou luz ao céu profundo . . .
Porém, sou um pigmeu,
Quer rolo eternamente
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Homem:
Por que, no céu profundo,
Não há de parar mais
O vosso movimento?
Astros! qual é o mundo,
Em torno ao qual rodais
Por esse firmamento?

Todos os Astros:
Não chega o teu estudo
Ao centro disso tudo,
Que escapa aos olhos teus!
O centro disso tudo,
Homem vaidoso, é Deus!
                               Olavo Bilac

Entendendo o poema:
01 – Qual é o tema do poema de Olavo Bilac?
      O Universo: O Sol; A Lua; A Terra.

02 – Selecione uma frase do poema associado a cada astro.
·        A Lua: movo-me, rolo e danço.
·        A Terra: a lua me acompanha.
·        O Sol: dou luz ao céu profundo.

03 – Leia no poema de Olavo Bilac os trechos sobre os movimentos da Terra e da Lua. Quais são os movimentos descritos?
      São: Movimento de rotação e translação da Lua, Movimento de rotação e translação da Terra.

04 – Qual é a importância do Sol e da Lua na construção dos calendários?
      A observação desses astros foi utilizada para determinar a duração do dia, mês e ano para a criação do calendário.

05 – Em sua opinião, devemos respeitar os horários estabelecidos na organização das atividades? Comente sua opinião.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Quais os personagens representados no poema? 
      Lua, Terra, Sol, Homem e Todos os Astros.

07 – Você sabe o que são Astros? 
      São corpos celestes, com ou sem luz própria, como estrelas, planetas, cometas etc.