terça-feira, 27 de novembro de 2018

CRÔNICA: VISTA CANSADA - OTTO LARA RESENDE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: Vista cansada
            Otto Lara Resende


        Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
        Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
        Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
        Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
        Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
                                                                           (Otto Lara Resende)
Entendendo a crônica:
01 – O título do texto é "Vista cansada". A que tipo de cansaço esse título faz referência? Justifique sua resposta com uma frase tirada do texto.
      O título do texto faz referência ao cansaço dos costumes, nos traz a mesmice de sempre que muitas das vezes nos cegam. "Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver." 

02 – Em que frase da crônica o escritor diz que foi preciso jogar luz sobre a nossa indiferença, a banalização do olhar?
      “Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver.”

03 – Responda com base nesse trecho e nos argumentos apresentados ao longo da crônica: Otto Lara Resende defende que cada coisa deve ser olhada como se fosse vista pela última ou pela primeira vez? Justifique sua resposta. 
      Deve ser olhada com atenção, como se fosse sempre uma novidade. Pois, caso contrário acabamos por banalizar as coisas e achamos que são como todas as outras. E muita das vezes perdemos uma bela paisagem, uma boa companhia. 

04 – Em vez de tratar apenas do olhar banalizado, o cronista apresenta, no último parágrafo, alternativas que mostram ao leitor outros modos possíveis de enxergar as coisas. Quais são essas
alternativas?
      Como o olhar de uma criança que se encanta com tudo o que vê, que tem vontade de mostrar a todos a descoberta. O autor deixa a dica, nos mostra que há sempre muitas coisas para se admirar e podem estar no nosso quintal, por exemplo. 

05 – Ao apresentar a consequência desse olhar banalizado, o cronista usa um termo que revela sua opinião sobre esse problema. Destaque esse termo do último parágrafo do texto e explique-o.
      O autor nos mostra que ao nos acostumarmos com nossa rotina, banalizamos o que está ao nosso redor, e por consequência a indiferença invade nossas vidas. E a partir deste momento nos tornamos insensíveis até mesmo para com as pessoas que amamos.

06 – O tema da crônica é:
a)   O modo de ver dos poetas.
b)   O caso de um profissional que não “enxergava” o porteiro do prédio.
c)   A forma de olhar de quem não crê que a vida continua.
d)   A incapacidade de enxergar o que vemos repetidamente no cotidiano.
e)   O encontro de Lima sobre as mudanças climáticas.

07 – Segundo o autor:
a)   Olhar com um olhar de despedida é a melhor forma de ver.
b)   A rotina amplia nosso campo visual.
c)   É preciso experimentar ver pela primeira vez o que se vê todo dia.
d)   A familiaridade do que nos rodeia aguça nossa curiosidade.

08 – Qual das frases abaixo tem o mesmo sentido de “O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem”.
a)   A rotina torna nosso olhar opaco.
b)   A familiaridade aguça nossa atenção, mas distorce a percepção.
c)   Olhos embaçados só percebem o que é familiar.
d)   O hábito suja os olhos de quem não tem curiosidade.

09 – Que tipo de relação que o autor estabelece entre a incapacidade de ver e a indiferença:
a)   Uma relação de equivalência.
b)   Uma correlação.
c)   Uma interação.
d)   Uma relação de causa e efeito.






FÁBULA: A GALINHA REIVINDICATIVA - MILLÔR FERNANDES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: A GALINHA REIVINDICATIVA
               MILLÔR FERNANDES


        Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo de um quintal e, entre bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias.
        -- Ainda bem que você está satisfeito – disse a galinha – E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu galinha, posso estar satisfeita? Não posso. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho ovo. A patroa se quiser que arranje outra para esses ofícios. Comigo não, violão!
        O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivanas e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto: -- “A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo só serve mesmo é pra panela”!
        MORAL: Um trabalho por jornada mantém a faca afastada.

 Millor Fernandes. Fábulas fabulosas, editora nórdica
Entendendo a fábula:
01 – Qual é o título do texto?
      A Galinha reivindicativa.

02 – Escreva o significado do adjetivo atribuído à galinha de acordo com a atitude dela no texto.
      Adjetivo reivindicativa: ela queria a vida do galo.

03 – Escreva no quadro as características de cada uma dos personagens.
Características da galinha = Nova, revoltada.             
Características do galo = Velho, cansado.

04 – Explique o significado da expressão:
a) Comigo não, violão!
      Significa a uma recusa para alguma atividade ou algo impossível de ser concretizado.

05 – Com certeza você já ouvir alguém falar para outra pessoa “está chocando”, em que sentido esta expressão está sendo usada?
      Que está apresentando oposição; sendo contrário.

06 – Cite quais eram os ofícios específicos da galinha e que ela reclamava em fazê-los.
·        Pôr ovos todos os dias.
·        Chocar os ovos todo semestre.
·        Criar os pintinhos.

07 – Segundo a galinha como é levar uma vida de galo? O que ela quis dizer com isso?
      É levar uma vida de tranquilidade sem ter fazer muita coisa, diferente da vida da galinha.

08 – Escolha a alternativa que demonstra o comportamento da galinha em relação ao que ela acha da vida do galo:
a) (  ) sente ciúme e inveja do jeito que o galo vive.
b) (X) afirma de modo positivo que a vida dele é boa.
c) (  ) usa de ironia para dizer que ele não faz nada de importante.

09 – Qual é o tema que a fábula aborda?
      Aborda a revolta e indignação da vida de uma galinha.

10 – Em sua opinião a galinha tinha motivos para reivindicar seus direitos? E que direitos ela queria?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Você conhece pessoas que como a galinha estão insatisfeitas com o trabalho que desempenham e reclamam em ter que cumprir com suas obrigações?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Você acha que têm profissões mais importantes e outras menos importantes? Comente
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: NÃO. Todas as profissões tem o mesmo valor dentro do teu ramo.

13 – As pessoas podem ser discriminadas pela profissão que exercem? Conhece algum caso?
      Não. Resposta pessoal do aluno.

14 – Escolha uma profissão que você considera que não é valorizada e escreva o que poderia acontecer caso ela deixasse de existir, ou melhor, se ninguém quisesse fazer esse trabalho.
      Resposta pessoal do aluno.
     

HISTÓRIA: DONA ISMELDA E SEUS PINTINHOS - CAMILA PEREIRA DE FARIAS - COM GABARITO

História: Dona Ismelda e seus pintinhos

        A primeira coisa que a galinha Ismelda faz de manhã é se deliciar com o milho espalhado no quintal da fazenda.
        O galo Altano é o líder do galinheiro. Está sempre sério em seu posto, atento a tudo o que acontece. Altano tem muitas responsabilidades, como acordar sempre bem cedinho e, com seu canto, avisar que o dia está clareando.
        À noitinha, as galinhas vão dormir tranquilas em seus poleiros. Mal sabem elas que algo está para acontecer de repente, aparece um homem mascarado. Dona Ismelda então, não deixa por menos. Faz tanto barulho que o ladrão se assusta e sai correndo.
        As amigas de Ismelda, dona Justina e dona Vitória, estão sempre se bicando. Uma quer ciscar no lugar em que a outra está, e ficam disputando os vermes e minhocas que encontram.
        Mas dona Ismelda nem liga para essas desavenças. Está mais preocupada com seus lindo ovinhos. Será que eles estão bem aquecidos?
        Dona Ismelda fica toda feliz quando ouve os primeiros piados dos seus pintinhos que acabam de nascer. Ela sabe que os pintinhos não poderão comer nada durante algumas horas e cuida para que continuem bem aquecidos.
        Quando os pintinhos já querem andar, é hora de dona Ismelda levá-los para o quintal. Eles aprendem a ciscar a terra, a distinguir insetos de grãos de areia e a escolher suas refeições. Todo contente, o galo Altano fica vigiando os pintinhos piando felizes no quintal. O galo Altano ficou orgulhoso quando os pintinhos o seguiram pelo quintal. Nenhum dos animais tinha visto o galo daquela maneira: O papai mais feliz do mundo, exibindo seus pintinhos.

                                                                          Escrito por Camila Pereira De Farias
Entendendo a história:
01 – O texto conta a história de quem?
      De Dona Ismelda, uma galinha amiga de todos e feliz por ter nascido seus pintinhos.

02 – Qual o título do texto?
      Dona Ismelda e seus pintinhos.

03 – Qual é a primeira coisa que a galinha Ismelda faz de manhã?
      Se deliciar com o milho espalhado no quintal da fazenda.

04 – Quais são os personagens da história?
      Dona Ismelda, o galo Altano, os pintinhos, Dona Justina e Dona Vitória.

05 – Qual a responsabilidade do galo Altano citada no texto?
      Acordar cedinho e com seu canto avisar que o dia está clareando.

06 – Com o que dona Ismelda está preocupada?
      Com seus lindos ovinhos, se estão bem aquecidos.

07 – Em que locais se passa a história?
      No quintal e no poleiro.

08 – Por que o galo Altano fica orgulhoso?
      Porque os pintinhos o seguiram pelo quintal.



CRÔNICA: DESONESTIDADE DE JOGADORES E ARBITRAGEM RUIM CAMINHAM JUNTAS - BRUNO WINCKLER -COM GABARITO

CRÔNICA: Desonestidade de jogadores e arbitragem ruim caminham juntas

              Bruno Winckler.

        Santos e Corinthians protagonizaram no último domingo um primeiro tempo na Vila em que a bola esteve parada em mais de 62% do tempo de jogo. Uma partida de futebol em que o que menos se tem é bola rolando é um convite para o sono. No Dia dos Pais, a Globo registrou 17 pontos de audiência no clássico paulista. Muito pouco, convenhamos. O churrasco, a macarronada, um passeio no parque… Tudo era mais convidativo.
        A culpa por esse cenário passa, claro, pela arbitragem brasileira, cada vez mais afeita ao “vou apitar tudo para não perder o controle”. A média de faltas nesta edição do Brasileirão é de 31,5 por jogo de acordo com números do Footstats. Ela é menor do que a dos últimos anos, mas poderia ser melhor não fossem os artistas que insistem em ludibriar árbitros mal treinados.
        Na Vila Belmiro, especialmente no primeiro tempo, os jogadores dos dois times preferiram fazer de cada falta, de cada encontro com o adversário uma encenação, uma briga por território, tudo com o objetivo de parecer vítima diante da autoridade do jogo. O árbitro nesse caso, ainda que bem intencionado, é bombardeado por caretas de dor, por contorcionistas e precisa avaliar não só um lance de falta (ou suposta falta), mas também se ela foi mais grave do que pareceu aos seus olhos (sem falar quando é algo pelas costas, como fez Petros).
        Para árbitros que não se dedicam só a esse ofício por não serem profissionais, a tarefa fica ainda mais difícil. Os jogadores não colaboram para que um jogo de futebol flua sem intercorrências dignas muitas vezes de quadros de humor dos “Trapalhões”. O problema é quando a cena pastelão engana o apitador.
        Foi o caso do pênalti anotado para o Cruzeiro contra o Figueirense pelo árbitro Gilberto Rodrigues Castro Junior na 12ª rodada, quando Ricardo Goulart se jogou na área para iludi-lo, e também – para mostrar que quem é beneficiado também é prejudicado – na última rodada, quando Fábio Ferreira, do Criciúma, usou do mesmo expediente para enganar Jaílson Freitas a anular uma jogada que acabaria em gol do Cruzeiro.
        É claro que não são apenas jogadores brasileiros que tentam se beneficiar de arbitragens ruins simulando faltas que não existiram. Mas há no Brasil uma cultura em que ações como essa se perpetuam. O torcedor não liga se seu time é beneficiado em lances assim. Direciona sua revolta só em caso de prejuízo. E aí ciclo se renova. É assim desde sempre. Basta lembrar do passo à frente de Nilton Santos na Copa de 1962 que fez o árbitro anotar uma falta e não um pênalti a favor da Espanha.
        Em outros lugares a tolerância com ações desse tipo é bem menor. Na Inglaterra, Luís Suárez ficou notabilizado por seus gols e pelos seus “mergulhos”. Nos jogos em Anfield, estádio do Liverpool, era comum ver a cara de contrariedade de alguns torcedores nas encenações do uruguaio mordedor de ombros rivais. É um estilo que lá não pega bem. Por aqui, o torcedor fecha os olhos se um jogador é mau-caráter para beneficiar seu clube. Talvez isso explique a disparidade entre os campeonatos de lá e o de cá.
        A Copa do Mundo também foi exemplo de como jogadores mal intencionados podem mudar ou influenciar decisões de árbitros. Muitos pênaltis duvidosos foram marcados, casos do anotado para o Brasil contra a Croácia ou para a Espanha contra a Holanda. Fred e Diego Costa foram ao chão como se tivessem sido atingidos por um canhão. A orientação para os juízes é de punir com cartão amarelo qualquer simulação, mas nem sempre eles conseguem perceber a cara de pau do infrator.
        Em resumo, arbitragens seriam menos ruins se os jogadores fossem mais honestos.

Entendendo o texto:
01 – Qual o significado das palavras Footstats e Vila Belmiro?
·        Footstats = Empresa especializada em estatísticas sobre o futebol.

·        Vila Belmiro = Estádio do Santos Futebol Clube, localizada no bairro Vila Belmiro, em Santos (SP).

02 – O cronista aponta um problema dos jogos no campeonato brasileiro: o desinteresse pelos jogos visto que a bola fica muito tempo parada.
a)   Quem ele inicialmente responsabiliza por isso? Explique sua resposta.
Ele responsabiliza quem está na parte da equipe de juiz, e os jogadores de ambas equipes, pois os juízes muitas vezes são desonestos e os jogadores também.

b)   Que opiniões ao longo do texto fortalecem essa responsabilização?
Os árbitros são mal treinados (parágrafo 2°) e muitos deles não são profissionais que se dedicam exclusivamente a essa função (parágrafo 4°), ou seja, não têm chance de exercê-la a ponto de conquistar experiência.

03 – Explique a seguinte lógica do pensamento atribuído à arbitragem pelo cronista: “Vou apitar tudo para não perder o controle”.
      A lógica seria de que qualquer falta precisa ser apontada, caso contrário os jogadores não se sentem punidos e podem se achar livres para cometer outras.

04 – Do problema mencionado na questão 2, o cronista passa a outro, o fingimento dos jogadores em alguns lances.
a)   Explique como o cronista relaciona esses dois problemas.
O cronista mostra que, muitas vezes, a marcação exagerada é incorreta do árbitro (primeiro problema apresentado) é responsabilidade dos atletas, por exagerarem propositalmente no que foi um lance normal, a fim de conseguirem marcações a seu favor e influenciar o resultado da partida.

b)   Copie duas passagens que indique a relação entre os dois problemas.
“[...] mas [a média de faltas] poderia ser melhor não fossem os artistas que insistem em ludibriar árbitros mal treinados” (parágrafo 2°).
“Os jogadores não colaboram para que um jogo de futebol flua sem intercorrências dignas [...] de quadros de humor dos “Trapalhões”. O problema é quando a cena pastelão engana o apitador”. (Parágrafo 4°).

05 – Releia o trecho e responda.
        “Talvez isso explique a disparidade entre os campeonatos de lá e o de cá.”
a)   A qual disparidade o cronista se refere?
O contexto permite inferir que a disparidade esteja na qualidade dos campeonatos.

b)   Relendo o parágrafo em que está esse trecho, o que se pode inferir sobre a opinião do cronista a respeito dos dois campeonatos nele citados?
Que os campeonatos da Europa seriam superiores ao Campeonato Brasileiro.

06 – Para o cronista, alguns problemas de arbitragem são devidos mais ao árbitros, mais aos jogadores ou a ambos igualmente? Justifique.
      São devidos mais aos jogadores. Para o cronista, em razão da desonestidade deles, o árbitro é levado a julgar que um lance foi mais grave do que realmente foi. Os juízes não correriam o risco desse tipo de engano se não houvesse o fingimento. Restaria, então, apenas a dificuldade (em menor quantidade) de julgar alguns lances de fato polêmicos. Além disso, o último parágrafo enfatiza esse ponto de vista, atribuindo apenas aos jogadores desonestos certo tipo de problema de arbitragem, infrações, o que transformaria o jogo em um enfrentamento sem regras, sem controle.


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

RAP(ATIVIDADES): CONTRASTE SOCIAL - MV BILL - COM QUESTÕES GABARITADAS

Rap(ATIVIDADES): Contraste Social

                                       Mv Bill

Eu quero denunciar o contraste social /
Enquanto o rico vive bem, o povo pobre vive mal /
Cidade maravilhosa é uma grande ilusão /
Desemprego pobreza miséria corpos no chão /
As crianças da favela não tem direito ao lazer /
Governantes só falam e nada querem fazer /
O posto de saúde é uma indecência
Só atendem se o caso for uma emergência /
Sociedade capitalista com o sorriso aberto /
Rir de longe é melhor do que sofrer de perto /
Miséria e morte é o nosso dia a dia /
Pelo menos entre nós não existe judaria /
Um amigo estudou não teve oportunidade /
Brigou, lutou por sua dignidade /
Mas uma vez por falta de opção /
O seu trabalho foi na boca com uma nove na mão /
Ele queria um dia voltar atrás /
Infelizmente esse amigo já não vive mais /
Se ele tiver uma chance podia ser trabalhador /
Como não teve, para o inferno alguém lhe mandou
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão
Estouram uma boca de fumo, o traficante é preso /
Para a alegria da polícia, o traficante é preto /
Na cadeia com certeza vai passar muito tempo /
Mas se tivesse dinheiro teria um justo julgamento /
Num país onde o dinheiro domina
Família faz da praça a sua morada /
A política é movida através de propina
Um inocente é condenado sem ter feito nada /
E assim vamos fazendo o que diz a bandeira /
Ordem e progresso no país de terceiro mundo /
Não queremos ser tratados de qualquer maneira /
Como se todos na favela fossem vagabundos
Quem está por cima não esquenta não /
Ri de nós e joga o osso para o mundo cão /
27 de janeiro de 1994 /
Uma mulher com as costas cheias de buraco /
Estava parada com a filha na fila do orelhão /
Recebeu pelas costas dois tiros de bagulhão /
A filha ficou ferida e a mãe morreu /
Mais um fato ocorrido na Cidade de Deus
O mesmo não acontece na Zona Sul /
Não foi bandido quem matou, tava com farda azul /
Não quero fazer sensacionalismo /
Apenas te mostrar que a gente vive na beira do abismo
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão
O coletivo de favelado agora é arrastão /
Discriminados na rua, na praia, na condução /
A televisão esquece da pobreza /
Impondo a playboyzada como padrão de beleza /
Por isso que muito cara fica revoltado /
Com o sistema que deixa os pobres acorrentados /
Deve ser muito fácil falar da cobertura /
Daqui debaixo aonde eu tô a realidade é bem mais dura /
Aqui não tem payground, não tem carro do ano /
Aqui não tem piscina com playboy nadando /
Aqui não tem shopping, não tem boate /
Mas tem soldado de azul brincando de "Suat" /
Tem água de esgoto passando na rua /
Tem gente sem casa, dormindo na chuva /
Aqui não tem lazer, não tem quadra de basquete /
A pelada é no CIEP / Porrada que a gente levava no tronco /
Agora levamos na rua e pronto /
Ficamos com a boca fechada porque não queremos ir para o inferno /
Te mandam pro saco dentro do buraco, esse é o mundo moderno /
Tiro de doze, metralhadora e se acabou /
A vida de mais um irmão, que pelos direitos reclamou /
Fique ligado, nada mudou, veja o que se passou /
Chibatada que a gente levava no tronco não cicatrizou /
Se você não se ligou /
Se liga então, nada mudou /
Se na sua cabeça, eu estou equivocado /
Desça da cobertura e passe aperto do meu lado
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão.
                                                                       Composição: MV Bill

Entendendo a canção:

01 – O que o eu lírico quer denunciar? Justifique sua resposta com elementos retirados da canção.
      Ele quer denunciar o contraste social, ou seja, uns tem muito dinheiro e outros vivem na miséria. “Miséria e morte é o nosso dia-a-dia.”

02 – Podemos perceber que a voz poética do texto tenta chamar a atenção para as diferenças sociais do Brasil.
Indique essa contradição com elementos da canção.
      Essa contradição está no segundo verso: “Enquanto o rico vive bem, o povo pobre vive mal”.

03 – Leia com atenção o trecho abaixo e responda à questão que segue: “Se liga então, nada mudou /
             Se na sua cabeça, eu estou equivocado /
             Desça da cobertura e passe aperto do meu lado.”
De acordo com o trecho, quem é o interlocutor da canção?
      O interlocutor é um morador da favela que é tratado como se fosse vagabundo.

04 – “O rap articula-se como atos de comunicação, através de rappers e Djs, produzindo discursos, diferentes dos discursos dos grupos dominantes a serviço de sua comunidade, a fim de modificar suas crenças, seus posicionamentos político-social e sua identidade étnica e transformar sua visão de mundo”. Na sua opinião, a canção consegue alcançar seu objetivo?
      Sim, pois através do Rap ele denuncia as coisas que consideram erradas e também é uma música de resistência dos valores que eles acreditam.

05 – Qual a importância desse tipo de poesia para os jovens?
      Ele é um discurso rítmico com rimas e poesia, sempre abordam temas sociais e críticas. É importante para os jovens porque representa o modo de vida da juventude, revelam as suas opiniões abertamente em suas letras. Os jovens, reencontram sua própria semelhança neles e podem muito bem se identificar com as letras.

POEMA: A MADRUGADA - OLAVO BILAC - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema:  A Madrugada
                 
         Olavo Bilac

Os pássaros, que dormiam
Nas árvores orvalhadas,
Já a alvorada anunciam
No silêncio das estradas.

As estrelas, apagando
A luz com que resplandecem,
Vão tímidas vacilando
Até que desaparecem.

Deste lado do horizonte,
Numa névoa luminosa,
O céu, por cima do monte,
Fica todo cor-de-rosa;

Daí a pouco, inflamado
Numa claridade intensa,
Se desdobra avermelhado,
Como uma fogueira imensa.

Os galos, batendo as asas,
Madrugadores, já cantam;
Já há barulho nas casas,
Já os homens se levantam,

O lavrador pega a enxada,
Mugem os bois à porfia;
— É a hora da madrugada
Saudai o nascer do dia!
                           Olavo Bilac. A Madrugada.

Entendendo o poema:

01 – Que parte do dia o poema retrata?
      O poema trata do fim da madrugada e do “nascer” do dia.

02 – O que significa a expressão “uma fogueira imensa”?
      A expressão se relaciona ao Sol, ao amanhecer, ao “nascer” do dia.

03 – Escolha a frase do poema que mais você gostou e explique o que ela significa.
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Escreva uma frase com as palavras abaixo:
·        Dia: Resposta pessoal do aluno.
·        Noite: Resposta pessoal do aluno.

05 – Que versos melhor justifica o título do poema?
      “Os galos, batendo as asas,
       Madrugadores, já cantam;
       Já há barulho nas casas,
       Já os homens se levantam.”