terça-feira, 3 de julho de 2018

CRÔNICA: MENDIGO - PAULO MENDES CAMPOS - COM GABARITO

Crônica: Mendigo
                Paulo Mendes Campos


    Eu estava diante de uma banca de jornais na Avenida, quando a mão do mendigo se estendeu. Dei-lhe uma nota tão suja e tão amassada quanto ele. Guardou-a no bolso, agradeceu com um seco obrigado e começou a ler as manchetes dos vespertinos. Depois me disse:
        – Não acredito um pingo em jornalistas. São muito mentirosos. Mas tá certo: mentem para ganhar a vida. O importante é o homem ganhar a vida, o resto é besteira.
        Calou-se e continuou a ler as notícias eleitorais:
        – O Brasil ainda não teve um governo que prestasse. Nem rei, nem presidente. Tudo uma cambada só.
        Reconheceu algumas qualidades nessa ou naquela figura (aliás, com invulgar pertinência para um mendigo), mas isso, a seu ver, não queria dizer nada:
        – O problema é o fundo da coisa: o caso é que o homem não presta. Ora, se o homem não presta, todos os futuros presidentes serão ruínas. A natureza humana é que é de barro ordinário. Meu pai, por exemplo, foi um homem bastante bom. Mas não deu certo ser bom durante muito tempo: então ele virou ruim.
        Suspeitando de que eu não estivesse convencido da sua teoria, passou a demonstrar para mim que também ele era um sujeito ordinário como os outros:
        – O senhor não vê? Estou aqui pedindo esmola, quando poderia estar trabalhando. Eu não tenho defeito físico nenhum e até que não posso me queixar da saúde.
        Tirei do bolso uma nota de cinquenta e lhe ofereci pela sua franqueza.
        – Muito obrigado, moço, mas não vá pensar que eu vou tirar o senhor da minha teoria. Vai me desculpar, mas o senhor também no fundo é igualzinho aos outros. Aliás, quer saber de uma coisa? Houve um homem de fato bom. Chamava-se Jesus Cristo. Mas o senhor viu o que fizeram com ele?

                             Para gostar de ler. Vol. 2. São Paulo: Ática, 1978.

Entendendo a crônica:
01 – Sobre a crônica, assinale a afirmativa correta.
a) Intenciona levar o leitor a refletir sobre a relação homem e qualidade de vida.
b) Aborda um momento na vida do mendigo, leitor de jornais, que se posiciona frente às manchetes.
c) Contrasta características inerentes a presidentes com as inerentes a jornalistas.
d) A fala do mendigo, ao usar a si mesmo como exemplo de sujeito ruim, é um argumento incoerente.
e) O cronista, no final do texto, mantém a mesma percepção do mendigo tida no início.

02 – As frases “Não acredito um pingo em jornalistas.” E “São muito mentirosos.” Guardam implícita uma relação de sentido de causa/consequência. Reescrevendo-as em um único período e conservando esse sentido, ficaria:
a) Não acredito um pingo em jornalistas, embora sejam muito mentirosos.
b) Não acredito um pingo em jornalistas, por serem muito mentirosos.
c) Não acredito um pingo em jornalistas, apesar de serem muito mentirosos.
d) Não acredito um pingo em jornalistas, mas são muito mentirosos.
e) Não acredito um pingo em jornalistas, portanto são muito mentirosos.

03 – Assinale a alternativa que apresenta a mesma ideia contida no seguinte trecho: “Meu pai, por exemplo, foi um homem bastante bom. Mas não deu certo ser bom durante muito tempo: então ele virou ruim.”
a) “Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.”
b) “O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.”
c) “Um galo sozinho não tece uma manhã;
Ele precisará sempre de outros galos.”
d) “Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena.”
e) “Amigos para sempre
É o que nós iremos ser
Na primavera
E em qualquer das estações”

04 – Leia a frase abaixo:
        “Tirei do bolso uma nota de cinquenta e lhe ofereci pela sua franqueza.”
Com relação a essa atitude do narrador, pode-se afirmar que o mendigo:
a) passa a admirá-lo pelo gesto solidário.
b) começa a enxergá-lo como um ser menos nocivo à
c) sociedade.
d) não o vê melhor do que antes, apesar da doação.
e) se coloca inferior ao narrador ao receber tamanha quantia.



CONTO: BÁRBARA - MURILO RUBIÃO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Conto: Bárbara

    No conto “Bárbara”, o narrador relata a ambição dessa mulher que, ao fazer pedidos absurdos ao marido (um narrador homodiegético), assume proporções físicas colossais e heterotópicas.
       Em relação aos espaços heterotópicos, Foucault (2001, p. 416) nos alerta que “as heterotopias assumem, evidentemente, formas que são muitos variadas e, talvez, não se encontrasse um única forma de heterotopia que fosse absolutamente universal.” A heterotopia analisada nos contos de Murilo Rubião está relacionada aos diferentes espaços que os objetos e os personagens ocupam de forma real, no entanto, assumem formas inquietas e múltiplas, como as mutações e as transformações que os personagens sofrem, que se enquadram como heterotópicas, pelo fato de elas serem imprevisíveis em um mundo real.
        Murilo Rubião, em sua obra, lança mão de uma escrita direta que transporta o leitor, com facilidade, para um mundo onírico, construído por imagens e espaços que se apresentam entre o real e o fantástico. A hesitação no conto “Bárbara” surge como consequência da natureza dos próprios acontecimentos e dos espaços ficcionais que os objetos ocupam, no caso: um oceano, um baobá, um navio e uma minúscula estrela (ORIONE, 2012).
        O conto inicia-se com o narrador-personagem, o marido de Bárbara, apresentando de uma só vez a informação de que Bárbara, a protagonista, “gostava somente de pedir. Pedia e engordava” (RUBIÃO, 1979). Essa relação de pedir e engordar permeia a história toda, sendo o fio condutor do fantástico. Além disso, o pedir e o engordar remetem o leitor à insatisfação e à frustração permanente da personagem-título.
        Os pedidos de Bárbara ao marido estão ligados intimamente à carência das relações humanas. Bárbara projeta todo o seu vazio nesses pedidos. Por isso eles são tão absurdos na dimensão espacial, pois sua carência é não tem fim. Embora, Todorov nos alerte de que uma das condições para se ter o fantástico resida no fato do leitor ter que recusar tanto a interpretação alegórica quanto a poética, aqui nesse conto, Murilo Rubião trabalha com uma prosa poética fantástica. Dessa forma, ele provoca um balanceamento entre o poético e o fantástico, não descaracterizando o fantástico de sua obra, ao contrário, apenas enriquecendo-o.
        O primeiro estranhamento que podemos analisar se inicia como o modo do narrador descrever Bárbara, dizendo que “o crescimento do seu corpo se avolumava à medida que se ampliava sua ambição” (RUBIÂO, 1979, p. 33) e que seu corpo definhava “enquanto lhe crescia assustadoramente o ventre” (RUBIÂO, 1979, p. 34). O narrador, ao relatar a maneira como Bárbara vai adquirindo “formas mais amplas”, (RUBIÂO, 1979, p. 33) consegue provocar estranhamento no leitor, pois a imagem de Bárbara é insólita, é fantasiosa. No entanto, a hesitação finalmente toma seu ápice quando a personagem Bárbara faz o seu primeiro pedido: ela queria um oceano. Seu marido, sem nenhuma objeção, parte no mesmo dia rumo ao litoral para lhe satisfazer a vontade. O que não acontece literalmente, pois o marido de Bárbara com medo de ela engordar proporcionalmente ao pedido, traz-lhe somente “uma pequena garrafa contendo água do oceano” (RUBIÂO, 1979, p. 35) e ela fica satisfeita.
        O espaço ficcional que esse pedido nos apresenta causa um estranhamento duplo: primeiro, em consequência da personagem pedir o oceano, sendo algo inacessível de se ter para si, e, segundo, pela imensidão horizontal enorme que esse apresenta, uma imensidão não absorvida em sua totalidade.
        Depois do primeiro pedido de Bárbara ter sido atendido, o marido apreensivo volta a relatar como o corpo da protagonista sofre mudanças cada vez mais assustadoras. A descrição da metamorfose de Bárbara é feita de forma totalmente fantástica. Os próprios adjetivos e substantivos atribuídos ao novo corpo colaboram para o absurdo da situação, como “gordíssima”, “colossal barriga”, “terrivelmente gorda” e “excessiva obesidade”.  
        O corpo de Bárbara é um corpo heterotópico, multiforme em seu alargamento e surpreende pela sua metamorfose. Seguindo o pensamento de Foucault (2001), o espaço utópico é o que representa o desejo da sociedade aperfeiçoada, ou seja, o da irrealidade. Assim sendo, o desejo da sociedade é que ela não mais formulasse seus desejos e não engordasse, que ficasse com um corpo utópico. Assim, a personagem Bárbara não se enquadrava no desejo linear e esperado pela sociedade, como um corpo perfeito e sem mutações.
        O segundo pedido de Bárbara é ter um “baobá”, que se encontra no terreno ao lado de sua casa, no terreno alheio, proibido. O baobá “era demasiado frondoso, medindo cerca de dez metros de altura” (RUBIÂO, 1979, p.36). O espaço que essa árvore ocupa é de extensão vertical estrondosa. E o fato da personagem o querer para si é estranho, mas já coerente, se levarmos em conta que o seu primeiro pedido consistiu em ter um oceano. Dessa forma, o sobrenatural que Murilo Rubião propõe nesse conto é aceito e isso caracteriza, conforme Todorov, o fantástico maravilhoso.
        O terceiro pedido de Bárbara é um navio, uma embarcação de grande porte. A espacialidade desse objeto se assemelha ao primeiro pedido, o “oceano”, porque ambos possuem uma extensão horizontal e remetem à água. Mar/oceano e navio/barco, de acordo com Foucault (2001), são espaços heterotópicos por excelência. Para conceder o terceiro pedido, o marido faz muito esforço. Como consequência, Bárbara continuava a engordar ainda mais na proporção dos seus desejos.
        O quarto pedido da protagonista foi “uma minúscula estrela”, astro com luz própria e, mais uma vez, um desejo inacessível. Mas o narrador-marido, surpreendentemente, fica feliz porque o pedido de Bárbara foi o de conseguir “apenas” uma “minúscula estrela”, quase invisível a olho nu, já que ele supôs que ela fosse pedir a lua. E ele nos relata: “Fui buscá-la” (RUBIÂO, 1979, p. 39). Não determinamos esse como o seu último desejo, ainda que a narrativa termine logo depois do enunciado do marido. Nas narrativas de Rubião, quase nunca há conclusões e esse conto segue este padrão. Em suas narrativas surge sempre uma experiência extra para dar continuidade aos fatos. A espacialidade da estrela volta á dimensão vertical como o baobá. Nesse sentido, as espacialidades, embora todas imensamente estranhas pela dimensão que ocupam, seguiram um ciclo vertical horizontal, sugerindo o desejo da protagonista de tudo abarcar, para todos os lados, de todas as formas, heterotopicamente.

Entendendo o conto:
01 – Com base na leitura e análise do conto “Bárbara”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) Trata-se de um conto narrado na terceira pessoa.
b)   (F) A mania de pedir coisas surgiu quando Bárbara estava grávida.
c)   (F) Na infância, Bárbara era franzina e nada pedia ao narrador.
d)   (V) Desde menina, Bárbara comprazia-se em pedir coisas absurdas ao narrador; à medida que os pedidos eram satisfeitos, engordava.
e)   (F) O filho de Bárbara nasceu raquítico porque o narrador recusou-se a dar à esposa o oceano que ela pediu na gravidez.
f)    (F) Bárbara deu à luz um filho gigante.

02 – Com base na leitura e análise do conto “Bárbara”, classifique as afirmações de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) O filho de Bárbara era feio e raquítico; por isso, ela não o aceitou.
b)   (V) Bárbara recusava-se a aceitar o filho porque ele não era fruto de um pedido dela.
c)   (F) O filho de Bárbara cresceu rapidamente graças à fartura de leite que encontrou nos seios da mãe.
d)   (F) Bárbara pediu uma árvore ao narrador, mas contentou-se apenas com um pequeno galho da planta.
e)   (F) Bárbara exigiu que a árvore fosse transplantada para o quintal dela, e o narrador obedeceu.
f)    (F) O filho de Bárbara cresceu rapidamente e engordava tal qual a mãe.

03 – Com base na leitura e análise do conto “Bárbara”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) O narrador descobriu uma maneira de fazer Bárbara emagrecer; bastava leva-la ao cinema ou ao estádio de futebol.
b)   (F) Bárbara só emagreceu quando pediu um navio ao narrador e teve o seu pedido frustrado.
c)   (F) O narrador comprou um navio para Bárbara, mas não pode montá-lo por falta de terreno.
d)   (V) Depois que o navio foi montado, Bárbara mudou-se para a embarcação e não desceu mais à terra.
e)   (F) Com a compra do navio, faltava dinheiro até para a alimentação. Só assim, passando fome, Bárbara conseguiu emagrecer.

04 – Com base na leitura e análise do conto “Barbara”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) A história termina quando Bárbara pede a lua ao narrador.
b)   (F) O narrador desiste de Bárbara quando ela lhe pede a lua.
c)   (F) O narrador desiste de Bárbara quando ela lhe pede uma estrela.
d)   (V) Bárbara pede coisas absurdas ao narrador; também absurdo é o fato de ele satisfazê-la a qualquer custo.
e)   (V) Para Bárbara, o filho era mais importante que a sua obsessão pelos pedidos.

POEMA: VOZES D'ÁFRICA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

Poema: VOZES D’ÁFRICA
                                        Castro Alves

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
                   Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
                   Onde estás, Senhor Deus?

Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
                   - Infinito: galé!...
Por abutre – me deste o sol candente,
E a terra de Suez – foi a corrente
                    Que me ligaste ao pé...
(...)

Cristo! Embalde morreste sobre um monte...
Teu sangue não lavou de minha fronte
                    A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos – alimária do universo,
                    Eu – pasto universal...

Hoje em meu sangue a América se nutre
- Condor que transformara-se em abutre,
                    Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais... irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
                      Venderam seu irmão.

Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
                     Perdão p’ra os crimes meus!...
Há dois mil anos... eu soluço um grito...
Escuta o brado meu lá no infinito,
                     Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...

Entendendo o Poema:

01 – O fragmento desse poema de Castro Alves fala:
a) da religiosidade do povo africano
b) da exploração do território africano
c) da escravidão do povo africano
d) da história do povo africano.

02 – O eu-lírico do poema é a África personificada. Nas duas primeiras estrofes do fragmento o interlocutor do eu-lírico é:
a) Prometeu           
b) Deus                 
c) abutre                     
d) Suez.

03 – No verso “Que embalde desde então corre o infinito...”, a palavra destacada tem o sentido de:
a) inutilmente       
b) rapidamente       
c) lentamente             
d) isoladamente.

04 – O grito dado “Há dois mil anos” pelo eu-lírico é em favor:
a) de Cristo          
b) de José                
c) da América           
d) dos seus filhos.

05 – Ao mencionar o personagem mitológico Prometeu, o eu-lírico estabelece uma relação:
a) de oposição      
b) de afetividade       
c) de semelhança        
d) de animosidade.

06 – No verso “Condor que transformara-se em abutre”, temos a figura de linguagem:
a) metáfora          
b) antítese                  
c) metonímia             
d) catacrese.

07 – Quando se refere à América, o eu-lírico expressa:
a) um elogio     
b) um questionamento      
c) uma lamentação      
d) uma acusação.


TEXTO: DIA DA ÁRVORE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: DIA DA ÁRVORE

     O Dia da Árvore é comemorado no Brasil em 21 de setembro e tem como objetivo principal a conscientização a respeito da preservação desse bem tão valioso. A data, que é diferente em outras partes do mundo, foi escolhida em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério Sul.
      A árvore é um grande símbolo da natureza e é uma das mais importantes riquezas naturais que possuímos. As diversas espécies arbóreas existentes são fundamentais para a vida na Terra porque aumentam a umidade do ar graças à evapotranspiração, evitam erosões, produzem oxigênio no processo de fotossíntese, reduzem a temperatura e fornecem sombra e abrigo para algumas espécies animais.
        Além disso, entre as diversas espécies arbóreas existentes, incluem-se várias plantas frutíferas, como é o caso da mangueira, limoeiro, goiabeira, abacateiro, pessegueiro e laranjeira.
        Além de produzirem alimento, as árvores também possuem outras aplicações econômicas. A madeira por elas produzidas serve como matéria-prima para a criação de móveis e até mesmo casas. A celulose extraída dessas plantas, principalmente pinheiros e eucaliptos, é fundamental para a fabricação de papel. Além disso, algumas espécies apresentam aplicabilidade na indústria farmacêutica por possuírem importantes compostos.
        Em virtude da grande quantidade de utilizações e da expansão urbana, as árvores são constantemente exterminadas, o que resulta em grandes áreas desmatadas. O desmatamento afeta diretamente a vida de toda a população, que passa a enfrentar erosões, assoreamento de rios, redução do regime de chuvas e da umidade relativa do ar, desertificação e perda de biodiversidade.
        Sendo assim, o dia 21 de setembro deve ser visto como um dia de reflexão sobre nossas atitudes em relação a essa importante riqueza natural. Esse dia é muito mais do que o ato simbólico de plantar uma árvore e deve ser encarado como um momento de mudança de postura e conscientização de que nossos atos afetam as gerações futuras. É importante também haver conscientização a respeito da importância da conservação, bem como da necessidade de criação de políticas públicas que combatam a exploração ilegal de árvores.

Curiosidades:
Cada região do nosso país possui uma árvore símbolo diferente. Observe:
Árvore símbolo da região Norte – castanheira;
Árvore símbolo da região Nordeste – carnaúba;
Árvore símbolo da região Centro-Oeste – ipê amarelo;
Árvore símbolo da região Sudeste – pau-brasil;
Árvore símbolo da região Sul – araucária.
No Dia 21 de março é comemorado o dia Mundial da Árvore.

Entendendo o texto:
01 – De acordo com o texto, qual é o objetivo da comemoração do dia da árvore?
      O objetivo principal a conscientização a respeito da preservação desse bem tão valioso.

02 – Por que no Brasil comemoramos o dia da árvore em uma data diferente aos demais países do mundo? Explique.
      Em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério Sul.

03 – Qual é a importância da árvore para a vida na Terra? Explique.
      Porque aumentam a umidade do ar graças à evapotranspiração, evitam erosões, produzem oxigênio no processo de fotossíntese, reduzem a temperatura e fornecem sombra e abrigo para algumas espécies animais, fornecem alimentos etc.

04 – Pesquise o significado da palavra “evapotranspiração”.
      Perda de água de uma comunidade ou ecossistema para a atmosfera, causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas.

05 – Cite exemplos em que as árvores contribuem para o aumento da economia do nosso país.
      A madeira por elas produzidas serve como matéria-prima para a criação de móveis e até mesmo casas. A celulose extraída dessas plantas, principalmente pinheiros e eucaliptos, é fundamental para a fabricação de papel. Além disso, algumas espécies apresentam aplicabilidade na indústria farmacêutica por possuírem importantes compostos.

06 – Quais são os problemas causados pelo desmatamento? Explique.
      O desmatamento afeta diretamente a vida de toda a população, que passa a enfrentar erosões, assoreamento de rios, redução do regime de chuvas e da umidade relativa do ar, desertificação e perda de biodiversidade.

07 – De acordo com o texto, como deve ser comemorado o dia 21 de setembro? Comente.
      Esse dia deve ser visto como um dia de reflexão sobre nossas atitudes em relação a essa importante riqueza natural, deve ser encarado como um momento de mudança de postura e conscientização de que nossos atos afetam as gerações futuras. É importante também haver conscientização a respeito da importância da conservação, bem como da necessidade de criação de políticas públicas que combatam a exploração ilegal de árvores.

08 – Faça uma análise e procure lembrar de uma árvore que foi ou é significativa para você. Comente sobre ela. O que ela representa para você?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Você acha que o homem deve amar e preservar as árvores? Explique por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Faça um texto narrativo e escreva sobre as árvores. Mostre para seu leitor que a preservação das árvores é uma questão de bom senso, pois elas além de serem belas são úteis e necessárias. Recorte uma árvore e escreva seu texto dentro dela. Após a correção do seu(ua) professor(a) faça um mural juntamente com seus colegas.
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Dê acordo com o texto, qual é a árvore símbolo de sua região?
      Resposta pessoal do aluno.


TEXTO: ÁREA INTERNA - LEON ELIACHAR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Área interna


        Morava no terceiro andar. Não havia vizinho, do quarto andar para cima, que não jogasse lixo na sua área. Sua mulher era uma dessas conformadas que só existem duas no mundo, sendo que a outra ninguém viu:
        -- Deixa isso pra lá, Antônio, pior seria se a gente morasse no térreo.
        Antônio não se controlava, ficava uma fera quando via cair cascas de banana, de laranja, restos de comida. Em época de melancia ficava quase louco, tinha vontade de se mudar. A mulher dizia:
        -- Tenha calma, Antônio, daqui a pouco as melancias acabam e você esquece tudo.
        Mas ele não esquecia:
        -- Acabam as melancias, vêm as jacas, acabam as jacas, vêm os abacates. Já pensou, Marieta? Caroço de abacate é fogo!
        Um dia chegou na área, e viu até lata de sardinha. Procurou para ver se tinha alguma sardinha, mas a lata tinha sido raspada. Se queimou. Falou com o síndico. Ele disse que era impossível fiscalizar todos os quarenta e oito apartamentos para ver quem é que atirava as coisas. Pensou em fechar a área com vidro. Mas pediram um dinheirão e, não decidisse dentro de sete dias, ia ter um aumento de trinta por cento. Foi à polícia dar queixa dos vizinhos. O delegado achou muita graça, disse que não podia dar educação aos vizinhos e, se pudesse, daria aos seus, pois ele morava no térreo e era muito pior.
                     Leon Eliachar. O homem ao zero. Expressão e cultura.

Entendendo o texto:
01 – O que significa a área interna?
      É a sacada do apartamento.

02 – Qual é o maior problema relatado no texto?
      Os vizinhos de cima que jogam lixo pra baixo, e caem na sacada do Sr. Antônio.

03 – Antônio e Marieta têm o mesmo comportamento? Explique.
      Antônio é exaltado, fica furioso. Marieta procura acalmá-lo com seus argumentos.

04 – Como você analisa o comportamento dos moradores do prédio?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Quais as atitudes que Antônio tomou quanto ao lixo jogado pelos vizinhos?
      Ele procurou o síndico, o mesmo alegou ser difícil saber quem é que jogava. Então ele resolveu ir a polícia e dar queixa dos vizinhos.

06 – Dê acordo com o texto, quantos apartamentos tinham no prédio?
      Possuía quarenta e oito apartamentos.

07- As atitudes tomada por Antônio estão corretas? Dê sua opinião.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Que relacionamento podemos fazer entre cidadania e o comportamento do Antônio?
      Ele estava procurando fazer valer sua cidadania, isto é, reclamar seus direitos, denunciando as atitudes erradas dos condôminos.

09 – Reescreva a frase, substituindo “a gente” por “nós”, fazendo as devidas concordâncias e acentuando a forma verbal:
Pior seria se a gente morasse no térreo.
      Pior seria se nós morássemos no térreo.

10 – Reescreva as frases, empregando os verbos na primeira pessoa do plural, fazendo as necessárias concordâncias e acentuando as formas verbais:
a)   Em época de melancia ficava quase louco, tinha vontade de se mudar.
Em época de melancia ficávamos quase loucos, tínhamos vontade de nos mudar.

b)   Disse que não podia dar educação aos vizinhos e, se pudesse, daria aos seus, pois morava no térreo.
Dissemos que não podíamos dar educação aos vizinhos e, se pudéssemos, daríamos aos nossos, pais morávamos no térreo.

c)   Ele não se controlava, ficava uma fera quando via cair casca de banana.
Nós não nos controlávamos, ficávamos umas feras quando víamos cair cascas de banana.

11 – Escreva no plural:
a)   Não havia vizinho educado.
Não havia vizinhos educados.

b)   O verbo haver variou no plural? Por quê?
Não variou, porque o verbo haver com o sentido de existir não varia no plural. Considera-se uma oração sem sujeito.

12 – Acabam as melancias, vêm as jacas e os abacates.
a)   Quantas orações temos acima?
Duas orações (dois verbos).

b)   Identifique os sujeitos das orações acima.
As melancias (na 1ª oração), as jacas e os abacates (na 2ª oração).

c)   As orações estão na ordem direta ou na ordem indireta? Por quê?
Estão na ordem indireta, porque na ordem direta o sujeito vem antes do verbo.

d)   Por que a forma verbal “vêm” está acentuada?
Porque concorda com o sujeito plural.

e)   Crie uma frase em que apareça a forma verbal “vêm”.
Resposta pessoal do aluno.