domingo, 4 de fevereiro de 2018

LENDA: A CRUZ MAIS LEVE - MALBA TAHAN - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

LENDA: A CRUZ MAIS LEVE


(MALBA TAHAN, “Lendas do Céu e da Terra)

        Reza uma antiga lenda cristã que um jovem, convertido ao Evangelho, recebeu sua cruz para seguir, juntamente com  outros  peregrinos, pela estrada da Jerusalém Celeste. Torturava-o, porém, o peso da cruz que lhe fora confiada. E fatigava-o tanto a carga que ele se via forçado a descansar de vez em quando.
        – Má sorte a minha, – lamentava o moço – deram-me a mais pesada das cruzes!
        Movido por um sentimento egoístico, lembrou-se, numa das pousadas, de trocar sua cruz por outra mais leve, dentre as  que  conduziam seus companheiros de jornada.
        Aproveitando a escuridão da noite, pé ante pé, sem ser pressentido, foi ter ao sitio em que se achavam depositadas as cruzes e sopesando-as uma a uma, escolheu a que lhe parecia mais leve e tomou-a para si.
        Ao outro dia, reiniciada a viagem, notou que ninguém se dizia prejudicado com a troca. Só então verificou que a cruz que ele escolhera, por ser a mais leve de todas, era, justamente, a sua.


Entendendo o texto:

01 – O texto narra a história de um jovem convertido ao Evangelho, isto é, que se tornou:
a.(   ) judeu         b.(   ) herege       c.(X) cristão       d.(   ) ateu.

02 – Os peregrinos dirigiam-se para Jerusalém com as cruzes a fim de visitar o lugar onde:
a.(   ) Nasceu Jesus         b.(   ) vivia a Papa
c.(X) morreu Jesus          d.(   ) nenhuma das respostas.

03 – Julgando estar carregando a mais pesadas das cruzes, o jovem resolveu:
a.(X) trocar sua cruz por outra mais leve.
b.(   ) abandonar sua cruz no meio do caminho.
c.(   ) não seguir caminho com os outros peregrinos.
d.(   ) reclamar do peso da sua cruz para os outros peregrinos.

04 – Para pôr em prática seu plano, o jovem agiu silenciosamente, pé ante pé. Por quê?
a.(   ) Ele não queria acordar os companheiro de viagem.
b.(X) Ele não queria ser surpreendido cometendo um ato ilícito.
c.(   ) Ele não queria incomodar os mais velhos.
d.(   ) nenhuma das respostas.

05 – Ao notar que ninguém reclamava de levar uma cruz mais pesada que a anterior, o jovem concluiu que:
a.(   ) todas as cruzes tinham o mesmo peso
b.(   ) ninguém tinha percebido a troca
c.(   ) ninguém estava preocupado com o peso da cruz
d.(X) escolhera a mesma cruz que já vinha carregando, por ser a mais leve.

06 – O provérbio que mais está de acordo com a moral da história é:
a.(   ) Cada um sabe onde o sapato lhe aperta o calo.
b.(X) A nossa dor é sempre maior que a dos outros.
c.(   ) O castigo sempre vem a cavalo.
d.(   ) O que os olhos não veem, o coração não sente.

07 – Assinale a alternativa que substitui, corretamente, as palavras em destaque, na frase abaixo:
“Entre os romeiros, havia um jovem que se queixava do peso da cruz que transportava.
a.(X) peregrinos, lamentava, conduzia
b.(   ) trocadores, condoia, lamentava
c.(   ) notórios, trocava, condoía
d.(   ) justos, notava, peregrinava.


CRÔNICA: PANACEIA INDÍGENA - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

CRÔNICA: PANACEIA INDÍGENA
                      Stanislaw Ponte Preta

    Diz que o pajé da tribo foi chamado à tenda do cacique. Quando o pajé entrou, o cacique estava deitado, meio sobre o gemebundo, se me permitem o termo. A perna do cacique estava inchada, mais inchada que coxa de corista veterana. Tinha pisado num espinho envenenado. O pajé examinou, deu uns dois ou três roncos de pajé e depois aconselhou:

        – Chefe tem de passar perna folha de galho passarinho azul pousou.
      Disse e se mandou, ficando os índios do “staff” do cacique (cacique também tem “staff”) encarregados de arranjar a tal folha. Depois de muito procurarem, viram uma sanhaço pousado num galho de mangueira e trouxeram algumas folhas. Mas – eu pergunto – o cacique melhorou? E eu mesmo respondo: aqui! ó…
      No dia seguinte estava com a perna mais inchada. Chamaram o pajé de novo. O pajé veio, examinou e lascou:
      – Hum… hum… perna grande guerreiro melhorou nada com  folha galho passarinho azul pousou. Precisa lavar com água de Lua.
     Disse e se mandou. O “staff” arranjou uma cuia e botou a bichinha bem no meio da maloca, cheia de água, que era para – de noite – a Lua se refletir nela. Foi o que aconteceu. De noite houve Lua e, de manhãzinha, foram buscar a cuia e lavaram com a água a perna do cacique.
        O pajé já até tinha pensado que o chefe ficara  bom,  pois  não  foi mais chamado. Passado uns dias, no entanto, voltaram a apelar para os seus dotes de curandeiro. Lá foi o pajé para a tenda do cacique, encontrou-o deitado com a perna mais inchada que cabeça de botafoguense. Aí o pajé achou que já era tempo de acabar com aquilo. Examinou bem, fez um exame minucioso e sentenciou:
       – Cacique vai perdoar pajé, mas único jeito é tomar penicilina!

                                                     (STANISLAW PONTE PRETA, Garoto Linha Dura)
Entendendo o texto:

01 – O pajé foi chamado à tenda do cacique para curá-lo de um mal. O que causou esse mal?
      Um espinho envenenado.

02 – Para enfatizar o inchaço da perna do cacique, o autor fez duas comparações maldosas.  Identifique quais e transcreva-as aqui.
      a) a coxa de corista veterana          
      b) mais inchada que cabeça de botafoguense

03 – O que o pajé receitou ao cacique, nas duas primeiras visitas?
      a) folha de galho em que pousou passarinho azul
      b) água de Lua

04 – O pajé foi chamado pela terceira vez porque:
a. (X) o tratamento prescrito anteriormente não surtiu efeito.
b. (   ) os índios do “staff” foram negligentes ao administrar o tratamento.
c. (   ) os métodos curativos indígenas não curam antes da terceira sessão.
d. (   ) houve interpretação errônea da receita.

05 – O autor afirma que o pajé receitou penicilina. Com isso, pretende fazer-nos rir, pois a penicilina é totalmente estranha à medicina tradicional dos índios. Analisando melhor essa afirmação, notamos que o autor pretende também:
a. (   ) demonstrar que até os caciques vivem cercados de auxiliares incompetentes.
b. (X) menosprezar o tratamento dos curandeiros, mostrando que ele de nada vale.
c. (   ) enaltecer o progresso dos indígenas, que conhecem medicamentos modernos.

06 – Pelo contexto, você deve ter concluído que panaceia (título do texto) é:
a. (   ) anedota, piada, história divertida
b. (   ) confusão, atropelo, correria
c. (X) remédio, aquilo que pode curar

07 – Dá-se o nome de oca à construção em que moram os índios. Essa palavra, entretanto, não foi usada no texto. Que palavra o autor usou para referir-se à casa dos índios?

      Tenda.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES: FAMÍLIA - TITÃS - COM GABARITO

ATIVIDADES COM  A Música: Família
                                                 Titãs
Família, família
Papai, mamãe, titia
Família, família
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania

Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nem um tostão

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Família ah!
Família!

Família, família
Vovô, vovó, sobrinha
Família, família
Janta junto todo dia
Nunca perde essa mania

Mas quando o neném fica doente (Uô! Uô!)
Procura uma farmácia de plantão
O choro do neném é estridente (Uô! Uô!)
Assim não dá pra ver televisão

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Família ah!
Família!

Família, família
Cachorro, gato, galinha
Família, família
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania

A mãe morre de medo de barata (Uô! Uô!)
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa (Uô! Uô!)
Botaram cadeado no portão

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Familia ah!
Família!

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Família ah!
Família!

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Família ah!
Família!

Entendendo a canção:
01 – Circule de vermelho, na música, as palavras que rimam com família:
      Titia, dia, mania. 

02 – Circule de azul, na música, as palavras terminadas com ão:
      Não, pão, tostão, plantão, televisão, ladrão, portão, dão.

03 – Circule de amarelo a palavra família e conte quantas vezes ela é repetida, na música:
      A palavra repete-se 43 vezes.

04 – Responda:
a)   Quantas palavras terminadas com ão você encontrou?
Possui 08 palavras.
b)   Qual dessas palavras possui mais sílabas e quantas sílabas ela possui?
Televisão, possui 4 sílabas.

05 - No verso “O choro do nenêm é estridente”, o autor quis dizer que:
(   ) O nenêm chora pouco.
(   ) O choro incomoda a mamãe.
(X) O choro é alto e fino.
(   ) O choro é porque ele está doente.

06 – A expressão “Precisa descolar um ganha pão”, é uma linguagem utilizada em:
(   ) Livros escolares.
(X) Conversas com amigos.
(   ) Receitas de remédio.
(   ) Contos de fadas.

07 – O tema da música é:
(   ) A família almoça junto todo dia
(X) O dia a dia de uma família.
(   ) A mãe morre de medo de barata.
(   ) O pai morre de medo de ladrão.

08. Fazem parte da música, exceto:
(   ) vovó, vovô
(   ) papai, mamãe
(   ) titia, sobrinha
(X) netinho, priminha.

09 – Nos versos: “Almoça junto todo dia / Nunca perde essa mania.” Qual a mensagem que nós é transmitida?
      Que este horário é o mais importante para a união familiar, de acordo com os ensinamentos de Jesus.

10 – Em quais versos refere-se as atitudes dos pais com relação a independência dos filhos?
      “Mas quando a filha quer fugir de casa
       Precisa descolar um ganha-pão.”

11 – Quando um filho fica doente, qual é a providência tomada pelos pais?
      De acordo com o texto, ele procurou uma farmácia de plantão.

12 – Na canção, fala do medo dos pais, de que eles tem medo? E qual a providencia tomada por eles?
      Tem medo de barata e de ladrão. Eles providenciaram o inseticida e o cadeado.

13 – De acordo com a canção, a família possui alguns animais, quais são eles?
      Cachorro, gato, galinha.

     


CRÔNICA: O ÚLTIMO A ENTRAR - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

CRÔNICA: O ÚLTIMO A ENTRAR
                                  Fernando Sabino


     Só são permitidos seis em pé; como é que já haviam entrado sete naquele ônibus de fim de linha em West Hampstead? É que o trocador não tinha visto.
        O chofer viu, no momento de dar partida:
       – Tem um sobrando aí atrás.

         E não deu partida. O trocador contou os passageiro em pé: é verdade, estava sobrando um. Qual? Naturalmente o que entrara por último.
          – Quem é que entrou por último?
         O diabo é que haviam entrado todos praticamente ao mesmo tempo.
          – Um dos senhores tem que descer.
        Cada um olhou para os demais, esperando que alguém se voluntariasse. Ninguém se mexeu.
           – Como é? Alguém tem de sair.
         O chofer veio de lá, em auxílio do colega. Fez uma preleção sobre o cumprimento da lei, ninguém se comoveu.
           – Vamos chamar um guarda – sugeriu ao trocador.
          Saíram do ônibus, cada um para o seu lado, à procura de um guarda.
          Um velhinho, alheio ao impasse, entrou muito lépido no ônibus, aumentando para oito o numero de passageiros em pé. Em pouco voltava o chofer, acompanhado de um guarda. O guarda foi logo impondo respeito:
          – Salte o último a entrar.
         O bom velhinho não vacilou: com autoridade não se brinca. Sem querer saber por que, do jeito que entrou, tornou a sair. O chofer, secundando com um olhar vitorioso a decisiva atuação do guarda, foi se aboletar de novo ao volante. Não sem uma última olhada pelo espelhinho sobre os passageiros em pé: um dois, três, quatro, cinco, seis, ué, que história é essa? Continuavam sendo sete?
          – Ainda tem um sobrando.
          E veio de lá, disposto a conferir. Não tinha dúvida: voltaram a ser sete.
          – Um vai ter que sair.
          Os passageiros continuaram firmes – cada um plenamente de acordo, desde que fosse outro a sair. Um deles, já irritado, e por estar mais perto da porta, cometeu a imprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda, que já ia longe. Os outros sugeriram ao chofer:
          – Aproveita agora. Só tem seis, toca o ônibus.
       Faltava o trocador, que ainda não havia voltado. O chofer convocou às pressas outro trocador nas imediações, que a companhia costumava deixar de plantão no fim da linha:
          – Entra aí e vamos embora, que já estou atrasado.
         O novo trocador assumiu o posto, e quando o ônibus já ia arrancando, deu com o velhinho ali firme junto ao poste:
          – E o senhor?
          – Esperando ônibus.
          – Então entre.
          O velhinho entrou, o ônibus partiu.

(SABINO, Fernando. A inglesa deslumbrada. 3a. Edição.
Rio de Janeiro, Editora Sabiá, 1969)
 Entendendo o texto:
Com base no texto, responda às questões:

01 – A situação descrita passa-se dentro de quê e onde?
a. (   ) avião,  em um aeroporto francês
b. (   ) metrô, na cidade de São Paulo
c. (X) ônibus, em uma estação rodoviária na Inglaterra
d. (   ) transatlântico, num cais de porto na Itália.

02 – Havia uma determinação sobre a quantidade de passageiros que podiam viajar em pé e alguém percebeu que havia excesso. Quantos podiam viajar em pé e quem percebeu o excesso?
      Só seis pessoas podiam viajar em pé e quem percebeu o excesso foi o motorista do ônibus.

03 – Mesmo ouvindo a ordem de descer, nenhum dos sete passageiros em pé, se mexeu, pois:
a. (   ) todos entraram juntos no ônibus
b. (   ) o guarda ainda não havia chegado
c. (   ) o chofer não tinha feito sua preleção
d. (X) cada um esperava que o outro saísse

04 – Como ninguém resolvesse desembarcar, surgiu a ideia de chamar um guarda. Quem teve essa ideia?
      O trocador.

05 – Quando o guarda ordenou que descesse o último a entrar, foi logo atendido. Isso resolveu o problema?
(   )sim    (X) não     Por quê?
      Porque o número de passageiros em pé ainda excedia ao número permitido.
06 – Quando o ônibus finalmente partiu, estava de acordo com a determinação legal?  
(   ) sim   (X) não    Por quê?
      Porque o novo trocador convidou o velhinho para embarcar, havendo de novo sete passageiros em pé.
07 – Qual teria sido a intenção do autor ao narrar essa história?
a. (A) Demonstrar que sempre há alguém desrespeitando as leis.
b. (   ) Os ônibus sempre trafegam com excesso de passageiros.
c. (   ) Na Inglaterra, as leis são respeitadas por todos.
d. (   ) Os idosos têm sempre prioridade e por isso é permitido não cumprir a lei.

08 – Marque a frase cuja palavra “linha” tem o mesmo significado da usada no texto: “… haviam entrado sete naquele ônibus de fim de linha…” (par. 1).
a. (X) O ônibus ficou parado ali no fim da linha.
b. (   ) Pode confiar nele, pois é pessoa de linha.
c. (   ) Quero que plantem essas árvores em linha.
d. (   ) A linha era muito grossa, por isso não entrava no buraco da agulha.

09 – Preencha as lacunas com as palavras comprimento ou cumprimento, de acordo com o sentido a ser empregado:
a. “Seu” guarda, o comprimento da linha é enorme.
b. E a empresa exige o cumprimento do horário?
c. É só atrasar ou adiantar que vem bronca deste comprimento.
d. E os passageiros? Sabem que estão sujeitos ao cumprimento da lei?
e. Se não sabem, com o senhor lá, vai haver o cumprimento imediato.
f. E não vai me comover o comprimento da fila. Lei é lei.


TEXTO: CRIANÇA E ESCOLA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: CRIANÇA E ESCOLA


     É preciso oferecer aos educandos condições para que eles permaneçam na escola até a conclusão, pelo menos, do ensino fundamental.
  Todo e qualquer esforço despendido no sentido de ampliar e qualificar o sistema nacional de educação, além de suas virtudes evidentes, responde a uma necessidade inadiável dos novos tempos, que colocam o conhecimento a consciência da cidadania ativa como premissas para que qualquer sociedade possa acompanha-los com sucesso. Trata-se de uma questão de justiça reconhecer que, neste sentido, o Brasil conseguiu em anos recentes superar diversos obstáculos históricos, que o colocavam em uma posição desfavorável no cotejo com outros países do Continente. Assim foi que na prática, há dois anos o país conseguiu universalizar o ensino básico, cumprindo um preceito inscrito na Constituição, que assegura a todas as crianças, na faixa etária dos 7 aos 14 anos, o acesso à escola pública e gratuita. Foi resgatada uma dívida com o futuro da nação e da sua infância. Trata-se de uma vitória que merece ser festejada. Mas nem por isso ela é completa.
         Não basta apenas garantir a escola para as crianças, é preciso também oferecer aos educandos condições para que eles permaneçam na escola até a conclusão, pelo menos, do ensino fundamental. A média de escolaridade dos brasileiros é de apenas cinco, sete anos, enquanto atinge oito anos em países como o Uruguai, Argentina e Chile, e sobe para dez anos nos países industrializados. Entre os motivos deste baixo desempenho avulta a evasão escolar, cujas causas são socioeconômicas e se ligam diretamente à perversa exclusão social a que é submetida parcela majoritária da população.
         Santa Catarina, que pode se orgulhar da qualidade eficiência de seu sistema educacional, cujos padrões sempre estiverem à frente da média nacional, também ressente-se da evasão escolar. De cada 100 crianças que se matriculam na primeira série do ensino fundamental, apenas 46 concluem a oitava. Os números do Estado servem para avaliar a extensão nacional do problema, que agora começa a ser encarado de frente por meio de várias iniciativas como o Programa Bolsa-Escola do governo federal, que este ano vai investir R$ 1,7 bilhão para manter nas salas de aula 10,7 milhões de crianças no país, e o Programa Estadual de Combate à Evasão Escolar em Santa Catarina, que soma os esforços das famílias, das escolas e das promotorias da Infância e Juventude do Ministério Público. São iniciativas que merecem aplauso e todo o apoio da sociedade no seu papel fiscalizador e no exercício da cidadania ativa.

                                            Jornal de Santa Catarina, 12 maio 2001.

Entendendo o texto:

01 – Segundo o texto, qual é a atual situação das crianças que cursam o ensino fundamental nas escolas públicas, no Brasil?
       Muitas crianças começam a cursar a primeira série do ensino fundamental, matriculam-se, mas não tem condições de concluir a oitava série, por falta de recursos.

02 – Que avanço o país conquistou há dois anos segundo o texto?
       Procurou-se assegurar que qualquer criança de sete aos quatorze anos tenha seu estudo garantido nas escolas públicas, com inteira gratuidade.

03 – Apesar dessas medidas, por que a média de escolaridade no Brasil ainda é inferior a de outros países como o Chile, a Argentina e o Uruguai e, sobretudo, em relação aos países industrializados?
       Ainda ocorre uma grande evasão escolar.

04 – Por que Santa Catarina se tornou um exemplo para os outros estados, no que se refere à Educação?
       Santa Catarina conquistou padrões de qualidade na educação Superiores à média nacional.



TEXTO: JAPONESES NA AMAZÔNIA - JOÃO DANGELO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: Japoneses na Amazônia

          A saga nipônica na imensidão verde, em prosa poética.

        O que os arrasta a essa aventura insana, arrancando raízes do seu chão de origem para alçar-se em voo temerário e fincar os pés em solo estranho e ignaro? O Sonho.
        O que motiva sua ambição e esperança e os faz achar que está além do além o que procuram? O Sonho.

        O que os faz abandonar a ilha estreita para perder-se na largueza e vastidão do verde, trocando o sal do mar pela doçura dos rios? O Sonho.
        O que os alimenta quando falta tudo? O que os faz resistir quando o corpo esmorece pela fadiga e pela doença? O que os impede a prosseguir, quando o solo recusa suas sementes, os interesses aviltam o preço pago pelo fruto de seu trabalho, a saudade da terra distante os invade e instala-se o enorme vazio da desesperança? O Sonho.
        Por que, então, decidem-se, preparam-se e vão-se? Porque sonhar é preciso?
        Não fossem eles os filhos do sol nascente.
        O recenseamento brasileiro de 1875 registrava um japonês na Amazônia.
        Por um largo período de tempo, entre 1929 e os dias atuais, os imigrantes japoneses na Amazônia isolaram-se culturalmente.
        Só a partir de 1960 a prosperidade permitiu o desenvolvimento de atividades culturais e, mais tarde, a relativa integração sócio cultural na sociedade brasileira, a presença dos filhos na universidade, o intercâmbio de valores espirituais e até a miscigenação.
        Mas o que teriam em comum povos tão diferentes, nascidos nos extremos do mundo, frutos de civilizações tão radicalmente diferentes? Os japoneses, de cultura e tradição milenares, desenvolvidas dentro de um isolamento sem precedentes, forjaram uma sociedade peculiar dentro de uma concentração humana asfixiante. Tendo exaurido seus recursos naturais, era imperativo que fizessem da natureza motivo de veneração e respeito; um objeto de arte. Já os brasileiros, mistura liberal de raças de três continentes, de larga influência cultural africana e indígena, disseminaram-se em vastíssimo território, boa parte vivendo na imensidão de floresta e água, onde construíram uma cultura em estreito contato com a natureza.
        É certo, nada tão diferente quanto o bonsai e a castanheira, o delicado ikebana e os gigantescos troncos de cedro, de mogno, de acapu. No entanto, índios e caboclos amazonenses ostentam traços orientais em suas feições: diz-se que têm a mesma origem. Festas populares dos dois povos guardam estranhas semelhanças; no período do Quarup, índios xavantes ensaiam um sumô brasileiro no centro de suas tabas; cerâmicas primitivas, nos dois países, parecem ter saído do mesmo toque, armas indígenas, artesanato e até mesmo comidas típicas assemelham-se no seu aspecto. Afinal, o que se cria, em qualquer parte, é feito por mãos humanas.
        O mundo é grande e pequeno ao mesmo tempo.

                                                                                     João Dangelo.
                                  Extraído do livro O Sol nascente na Amazônia.
                                             Produzido por: Alsiás, São Paulo, 1997.

Entendendo o texto:
01 – O que o autor quer dizer na frase: “arrancando raízes do seu chão de origem para alçar-se em voo temerário e fincar os pés em solo estranho e ignaro?”
      No texto refere-se, ao sonho dos japoneses, em sair do país de origem e tentar uma nova vida no Brasil.

02 – O que faz eles abandonarem a ilha estreita para perder-se na largueza e vastidão do verde?
      O Sonho, de ter uma vida melhor, e poder aplicar todo seu conhecimento, uma vez que aqui possui muita terra a disposição.

03 – Quais os problemas encontrados pelos imigrantes?
      As doenças, o cansaço, a dificuldade no trabalho, a saudade dos familiares e da terra natal; mas, nada atrapalha O Sonho deles.

04 – Por que, então, decidem-se, preparam-se e vão?
      Porque sonhar é preciso. É o que move o ser humano.

05 – A partir d que ano permitiu o desenvolvimento de atividades culturais e a integração sócio cultural?
      A partir de 1960, a presença dos filhos nas Universidades, o intercâmbio de valores espirituais e até a miscigenação.

06 – O que teriam em comum povos tão diferentes, nascidos nos extremos do mundo?
      Os japoneses, de cultura e tradição milenares, desenvolvidas dentro de um isolamento sem precedentes, forjaram uma sociedade peculiar dentro de uma concentração humana asfixiante. Tendo exaurido seus recursos naturais, era imperativo que fizessem da natureza motivo de veneração e respeito; um objeto de arte. Já os brasileiros, mistura liberal de raças de três continentes, de larga influência cultural africana e indígena, disseminaram-se em vastíssimo território, boa parte vivendo na imensidão de floresta e água, onde construíram uma cultura em estreito contato com a natureza.

07 – Quais os povos brasileiros, que apresentam traços orientais em suas feições?
      São os Índios e os caboclos.

08 – No texto há comparações entre as árvores brasileiras e as japonesas, quais são?
·        Bonsai – Castanheira.
·        Ikebana – Cedro, Mogno e acapu.

09 – Por que o autor diz que o mundo é grande e pequeno ao mesmo tempo?
      Porque embora as distâncias sejam enormes, mas os costumes e as culturas são semelhantes. Como se fosse herança de um povo para outro.

10 – Qual o título do texto? E qual é o subtítulo?
      Japoneses na Amazônia. E o subtítulo é A saga nipônica na imensidão verde, em prosa poética.