segunda-feira, 7 de outubro de 2024

REPORTAGEM: PUBLICIDADE INFANTIL:ENTENDA O DEBATE E SAIBA COMO A QUESTÃO É REGULAMENTADA (FRAGMENTO) - A. FRANZIN E L. MELITO

 Reportagem: Publicidade infantil: entenda o debate e saiba como a questão é regulamentada – Fragmento

Adriana Franzin e Leandro Melito – Repórteres da Agência Brasil

Publicada em 05/07/2017 – 16:12

        Joaquim tomava sempre o mesmo iogurte pela manhã. Um dia, viu na televisão um produto com a imagem de um personagem que ele gostava muito. Queria aquele. Quando viu a embalagem do lanche habitual servido pela mãe, desatou num choro. A sequência de meia hora de birra da criança de 3 anos fez a mãe entender o peso da interferência da TV na vida familiar.

        “A televisão influência de forma quase definitiva na escolha da criança por mexer com uma camada mais profunda dos seus desejos e ter um impacto 'real' na vida dos pequenos”, constata a professora de inglês Isabella Batista, de 26 anos, mãe de Joaquim.

        O caso não é exceção. Oitenta por cento das decisões de compra das famílias são influenciadas por crianças, segundo um estudo da TNS/InterScience [...]. Em geral, os pequenos pedem produtos alimentícios (92%), seguidos por brinquedos (86%) e roupas (57%). Biscoitos, bolachas, refrigerantes, salgadinhos de pacote, achocolatados, balas e chocolates são os mais requisitados. Uma escolha que é induzida principalmente pela televisão (73%), aponta o estudo.

        A obesidade infantil relacionada à propaganda atinge crianças do mundo inteiro e já levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a apontar a necessidade da regulação da publicidade de alimentos.

        [...]

        Também compõem a lista de problemas causados pelo excesso de publicidade destinada a crianças: o estresse familiar – quando há um desconforto no interior dos lares gerado pelos pedidos sucessivos das crianças e da incapacidade dos pais de atender –, e o endividamento das famílias. "Um total de 64% das mães afirmaram já terem se endividado para agradar os filhos", diz Renato Godoy, do programa Criança e consumo do Instituto Alana. “A criança torna-se uma promotora de vendas de produtos e aos pais resta o único papel de dizer não e de restringir o acesso a esses bens em competição bastante desigual contra o mercado”, argumenta Godoy.

        [...].

FRANZIN, A. MELITO, L. Publicidade infantil: entenda o debate e saiba como a questão é regulamentada. Agência Brasil. 5 jul. 2017. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/publicidade-infantil-entenda-o-dabate-e-saiba-como-questao-e-regulamentada. Acesso em: 28 abr. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 32.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual o principal impacto da publicidade infantil sobre as crianças, segundo a reportagem?

      A principal influência da publicidade infantil é a formação de desejos e a influência direta nas decisões de compra das famílias. As crianças, especialmente as menores, são altamente influenciáveis pela publicidade, o que pode levar a pedidos insistentes e a um aumento do consumo de produtos, muitas vezes não saudáveis.

02 – Quais os produtos mais solicitados pelas crianças, de acordo com o estudo citado na reportagem?

        Os produtos mais solicitados pelas crianças, segundo o estudo, são alimentos processados como biscoitos, bolachas, refrigerantes, salgadinhos, achocolatados, balas e chocolates. Além disso, brinquedos e roupas também são bastante desejados.

03 – Qual o papel da televisão na influência das crianças sobre as decisões de compra?

      A televisão desempenha um papel crucial na influência das crianças, sendo o principal meio pelo qual a publicidade infantil chega aos pequenos. A associação de personagens e marcas favoritas com produtos específicos gera um forte desejo de consumo nas crianças.

04 – Quais os problemas causados pelo excesso de publicidade infantil, além da influência nas decisões de compra?

      Além da influência nas decisões de compra, o excesso de publicidade infantil pode causar outros problemas como:

      Obesidade infantil: A publicidade de alimentos processados e pouco saudáveis contribui para o aumento da obesidade infantil.

      Estresse familiar: Os pedidos constantes das crianças e a dificuldade dos pais em negar esses pedidos podem gerar conflitos e estresse familiar.

      Endividamento: Muitas famílias se endividam para atender aos pedidos dos filhos, gerando um impacto financeiro negativo.

05 – Qual a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à publicidade infantil?

      A OMS reconhece os problemas causados pela publicidade infantil e defende a necessidade de regulamentação, especialmente no que diz respeito à publicidade de alimentos.

06 – Qual o papel dos pais diante da influência da publicidade infantil?

      Os pais têm um papel fundamental na proteção das crianças contra a influência da publicidade. É importante que eles estabeleçam limites, promovam o consumo consciente e ofereçam alternativas mais saudáveis aos produtos anunciados.

07 – Por que a regulamentação da publicidade infantil é importante?

      A regulamentação da publicidade infantil é essencial para proteger as crianças de práticas comerciais abusivas e para promover a saúde e o bem-estar das famílias. A regulamentação pode limitar a quantidade e o tipo de publicidade direcionada às crianças, além de estabelecer padrões mais rígidos para a publicidade de alimentos.

 

 

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