domingo, 20 de outubro de 2019

POEMA: DÁ MEIA-NOITE - JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE - COM GABARITO

Poema: Dá Meia-Noite
              Joaquim de Sousa Andrade
 
Dá meia-noite em céu azul-ferrete
Formosa espádua a lua
Alveja nua,
E voa sobre os templos da cidade.
Nos brancos muros se projetam sombras;
Passeia a sentinela
À noite bela
Opulenta da luz da divindade.
O silêncio respira; almos frescores
Meus cabelos afagam;
Gênis vagam,
De alguma fada no ar andando à caça.
Adormeceu a virgem; dos espíritos
Jaz nos mundos risonhos –
Fora eu os sonhos
Da bela virgem… uma nuvem passa.

                                                         SOUSA ANDRADE, Joaquim de. “Dá meia-noite”. In: CAMPOS, Augusto de &   Campos, Haroldo de. ReVisão de Sousândrade. 2. ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982. p. 161.
Fonte: Livro- Português – Série – Novo Ensino Médio – Vol. único. Ed. Ática – 2000- p. 213.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, qual o significado das palavras abaixo:

·        Azul-ferrete: Azul muito carregado.

·        Espádua: Ombro.

·        Almo: Adorável, delicioso, benéfico.

02 – Os versos desse poema não são metrificados nem rimados, atendem apenas às pausas espontâneas do movimento lírico, bem ao gosto moderno. Como se chamam?
      Versos brancos (não rimados) e livres (não metrificados).

03 – Passe para a ordem direta os seguintes versos:
a)   “Formosa espádua a lua alveja nua”.
A lua alveja (uma) espádua formosa (e) nua.

b)   “De alguma fada no ar andando à caça”.
Andando no ar à caça de alguma fada.

c)   “Dos espíritos jaz nos mundos risonhos”.
Jaz nos mundos dos espíritos risonhos.

04 – O poema possui uma delicada musicalidade. Retire da 3ª estrofe as palavras que, pela repetição das consoantes labiodentais (/f/-/v/) e da vogal /a/, contribuem para isso.
      Afagam, vagam, fada.

05 – No que diz respeito à linguagem, pode-se dizer que Sousândrade, nesse poema, identifica-se com os outros poetas românticos estudados? Justifique.
      Não, pois evita os lugares-comuns dos românticos, a linguagem discursiva derramada de então.


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