segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): O SOL - JOTA QUEST - COM GABARITO

Atividades com a Música: O Sol
                                 Jota Quest
Ei, dor                                
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei, medo
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

Ei, dor
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

Yeah! Han!
Caminho do Sol, eh!
Lá lararará!
Caminho do Sol, eh!

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou

Lá lararará, lararará
É pra lá
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
Aonde eu vou?
Aonde tenha Sol
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
É pra lá
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará.

Entendendo a canção:
01 – Qual a reação do eu lírico perante a vivência da dor e do medo nesta canção?
      Ele rejeita os espaços que lhe provocam essas sensações e parte em busca da felicidade e da paz.

02 – O que nos mostra a letra da canção?
      Ela nos mostra que por mais que a escuridão da noite nos traga medos ocultos, a luz do amanhecer sempre afasta tudo que há de ruim nos mostrando a beleza da vida ... com o sorriso do sol.

03 – Na primeira estrofe percebemos que a letra está gramaticalmente errada, dentro da uniformidade de tratamento. Cite os pronomes e explique.
      Te: pronome oblíquo da segunda pessoa que deve ser utilizado com verbos também da segunda pessoa.
      Você: pronome de tratamento que deve ser utilizado com verbos na terceira pessoa.

04 – Reescreva a primeira estrofe, pelas regras da gramática normativa.
      “Ei, dor!
       Eu não te escuto mais
       Tu não me LEVAS a nada
       Ei, medo!
       Eu não te escuto mais
       Tu não me LEVAS a nada...”

 05 – O que representa o sol?
      Representa Deus que é vida, alegria, paz e felicidade.

06 – Medo e dor. Qual a relação?
      Ambos envolve o estado emocional, a sensação de sofrimento, seja perante um eventual perigo, uma lesão ou uma mágoa ou pesar.

07 – Como o sol pode ser “O Amigo” do eu lírico?
      Dando-lhe esperança, ouvindo seus problemas.

08 – O eu lírico personifica o medo e a dor. Explique.
      Sim, ele faz um chamamento ao medo e a dor quando diz: “Ei, dor! Ei, medo! como se fosse uma pessoa dizendo: “Eu não te escuto mais.”

09 – Por que o medo e a dor. “Não leva a nada”?
      Porque o medo é um estado emocional e a dor é uma sensação de sofrimento, ambos não duram para sempre.

10 – O eu lírico coloca o foco central da canção em quê?

      Ele critica fortemente a passividade, ou seja, devemos enfrentar nossas angústias e dificuldades com iniciativa e com vontade de resolver os problemas.

LENDA: O GAFANHOTO - GEORGES BOURDOUKAN - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

LENDA: O gafanhoto
   
     Lenda árabe desvenda, em ricas parábolas, a magia das diferenças.


                                                                  
Georges Bourdoukan


        Conta-se, mas Allah sabe mais, que há muitos e muitos anos vivia no oásis de Bukra um povo cuja bondade nem o tempo conseguia medir. Esse povo era guardião do Kitab-ul-Kutub (Livro dos Livros) que deveria servir de guia para a humanidade e de forma alguma poderia cair em mãos erradas, sob o risco de despertar o Incontrolável. Na capa, letras circundavam a figura de um gafanhoto onde se lia:

Ser humano é entender que a
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.

        Nas páginas internas, desenhos de animais vinham acompanhados de parábolas.
        A do cavalo dizia: "Vivemos num eterno círculo, onde as retas não têm fim"; a do camelo apregoava: "Impossível e nunca são palavras que não devem ser pronunciadas porque a natureza humana não suporta limites"; a da gazela ensinava: "A sabedoria é como a água, quem não tem sede não sente prazer em beber"; a da águia alertava: "Nenhuma coisa pode ser vista se não se souber como vê-la"; a do touro lamentava: "Quem pensa somente no futuro é um insensato; afinal, o que o futuro lhe trouxe?"; a do escorpião instruía: "Fuja do hábito ou ele acabará anulando sua vida"; a da serpente proclamava: "Imortal, a humanidade jamais terá fim, pois Deus precisa do homem para existir".
        Na página central, ao lado da imagem do gafanhoto, um texto esclarecia: "O gafanhoto reúne a natureza e a forma dos sete viventes primordiais. Tem a cabeça do cavalo, o pescoço do touro, as asas da águia, os pés do camelo, a cauda da serpente, o ventre do escorpião e os chifres da gazela. Se você chegou até aqui e não entendeu a mensagem, não prossiga. Observe e aprenda que os animais são mais generosos que os homens, pois nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo de outro cavalo".
        Não se sabe o que aconteceu com o povo de Bukra nem com o livro. Beduínos da tribo dos Bani-Nujum deixaram relatos de que eles teriam se ocultado para proteger o livro do Al-Dajal, trazido pelo vento norte. E que um dia reapareceriam para que a humanidade pudesse entender o significado do círculo.

Georges Bourdoukan é jornalista e escritor, autor de A incrível e fascinante história do capitão mouro, O peregrino, Vozes do deserto e O apocalipse.
                                                                      Extraído da revista Caros Amigos, n.º 85, ano 2004.

Entendendo o texto:
01 – Qual é o título? E qual o subtítulo?
·        O Gafanhoto.
·        Lenda árabe desvenda, em ricas parábolas, a magia das diferenças.

02 – De acordo cm a lenda, quem morava no oásis de Bukra?
      Era um povo cuja bondade nem o tempo conseguia medir, e eram O Guardião do Kitab-ul-Kutub (livros dos livros).

03 – Para que deveria servir o Kitab-ul-Kutub?
      Deveria servir de guia para a humanidade, e jamais poderia cair em mãos erradas, sob o risco de despertar o Incontrolável.

04 – Qual a mensagem que a figura do gafanhoto trazia na capa do livro?
      “Ser humano é entender que a
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.”

05 – Nas páginas internas, desenhos de animais vinham acompanhados de parábolas. Quais são os animais e as parábolas?
·        Cavalo: "Vivemos num eterno círculo, onde as retas não têm fim".
·        Camelo: "Impossível e nunca são palavras que não devem ser pronunciadas porque a natureza humana não suporta limites".
·        Gazela: "A sabedoria é como a água, quem não tem sede não sente prazer em beber".
·        Águia: "Nenhuma coisa pode ser vista se não se souber como vê-la".
·        Touro: "Quem pensa somente no futuro é um insensato; afinal, o que o futuro lhe trouxe?".
·        Escorpião: "Fuja do hábito ou ele acabará anulando sua vida".
·        Serpente: "Imortal, a humanidade jamais terá fim, pois Deus precisa do homem para existir".

06 – Na página central, ao lado da imagem do gafanhoto, o que esclarecia o texto?
      Dizia: "O gafanhoto reúne a natureza e a forma dos sete viventes primordiais. Tem a cabeça do cavalo, o pescoço do touro, as asas da águia, os pés do camelo, a cauda da serpente, o ventre do escorpião e os chifres da gazela. Se você chegou até aqui e não entendeu a mensagem, não prossiga. Observe e aprenda que os animais são mais generosos que os homens, pois nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo de outro cavalo".

07 – O que aconteceu com o povo de Bukra e com o livro?
      Beduínos da tribo dos Bani-Nujum deixaram relatos de que eles teriam se ocultado para proteger o livro do Al-Dajal, trazido pelo vento norte.

08 – Qual era a esperança das tribos?
      Que um dia reapareceriam para que a humanidade pudesse entender o significado do círculo.

09 – Na lenda o que significa “círculo”?
      Significa que a mensagem inicia com a palavra diversidade e termina com a mesma palavras, como se fosse um círculo.

10 – De onde foi extraído este texto? E por quem?
      Foi extraído da Revista Caros Amigos, n° 85, ano 2004. Pelo Escritor Georges Bourdoukan.

     

      

TEXTO: SAIA JÁ DA JAULA, BICHO-HOMEM! - LUIZ LOBO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: SAIA JÁ DA JAULA, BICHO-HOMEM!


       Existem atualmente 193 espécies de macacos e símios, todos com o corpo coberto de pelos, com uma única exceção: o símio pelado que, modéstia à parte, intitulou-se HOMO SAPIENS.
        Quando as tensões da vida moderna, do progresso que criou, tornam-se fortes demais, o bicho-homem refere-se às grandes cidades onde vive como a selva de concreto. Nada mais errado: nos seus ambientes naturais os animais selvagens não se mutilam, não atacam os próprios filhos, não sofrem de úlceras de estômago, não se tornam fetichistas, não sofrem de obesidade, não matam a não ser para comer, não sofrem desvios sexuais, nem ficam neuróticos. Presos numa jaula, os animais passam a ter um comportamento estranho, igual ao do homem na cidade grande.
        Em resumo: nossas cidades não são uma selva de asfalto e concreto; são enormes zoológicos humanos, onde vivemos em condições que não são naturais para a nossa espécie, e onde corremos perigo também de enlouquecer de tensão, de adoecermos de civilização, pelo nariz, pela boa, pelos ouvidos.
        Você, por exemplo, respira de 20 mil a 30 mil vezes por dia, inspirando de cada vez mais ou menos meio litro de ar. Cerca de 30 por cento desse ar enche 350 milhões de minúsculos alvéolos, no pulmão, onde o sangue troca o venenoso dióxido de carbono por oxigênio, sem o qual a vida é impossível.
        Nas grandes cidades, o ar contém centenas de toxinas que prejudicam o desenvolvimento normal das células. Os gases que escapam dos veículos, a gasolina, por exemplo, impedem a perfeita oxigenação do sangue e provocam alergias, doenças do coração, câncer. O monóxido de carbono é assimilado pelos glóbulos vermelhos 200 vezes mais depressa que o oxigênio. E o chumbo, derivado do tetraetileno de chumbo, é prejudicial acima de 100 milionésimos de grama por metro cúbico de ar, concentração que já existe em qualquer cidade de tamanho médio no Brasil.
        E a água que bebemos? Os rios, principais fontes de água potável, são usados como canais de esgoto e de despejo. A vida animal, na maior parte dos rios que abastecem as grandes cidades, já não existe, porque a vida é impossível, não está para peixe. Esse líquido clorado, recuperado, da nossa era higiênica, tem pouca coisa a ver com a água potável, de nascente, digna de peixe e de homem. Estações de tratamento, filtros, toda a química disponível não consegue esconder que estamos bebendo um liquido que supre as nossas necessidades vitais, mas que é chamada de água apenas por hábito.
        Além de tudo, estamos ficando surdos. Em cada cem cariocas (ou paulistas, ou gaúchos) dez têm problemas de audição e cinco foram vítimas da poluição sonora. Hoje em dia há duas vezes mais pessoas surdas que há dez anos passados e a gente da cidade só ouve sons a partir de 30 decibéis, 10 na melhor das hipóteses, enquanto que o homem do campo ouve ruídos de um decibel. Dor de cabeça, fadiga excessiva, nervosismo, distúrbios de equilíbrio, afecções cardíacas e vasculares, anemias, úlceras de estômago, distúrbios gastrintestinais, neuroses, distúrbios glandulares, curtos-circuitos nervosos, tudo isso pode ser provocado pelo barulho das grandes cidades. E nem é preciso que seja barulho excessivo, porque, na maior parte das vezes, ele já é incômodo e contínuo.
        Enjaulados, enquanto não fizermos desse zoológico um jardim mais verde, mais limpo, mais saudável, menos neurótico, a única solução é sair de vez em quando para respirar ar puro, beber água de verdade, ouvir o silêncio, sentir os cheiros da vida e reconquistar a tranquilidade perdida.

              LUIZ LOBO, Revista Turismo em Foco, Ano IV, n° 19.

Entendendo o texto:

I – Compreensão das palavras do texto.
A. Complete as frases com a palavra adequada:
1. Símio é o mesmo que macaco.

2. A expressão “de símio” equivale ao adjetivo simiesco.

3. Retire do 2o. parágrafo a palavra que significa “privar de, cortar algum membro do corpo”: Mutilar.

4. Substitua a expressão “minúsculos alvéolos” por outra equivalente: Minúsculos compartimentos ou cavidades.

5. Água poluída é água: Água suja.

6. Água potável é água: Água que se pode beber.

7. Água clorada é água: Água que contém cloro.

8. Água recuperada é água: Água que passou por tratamento.

9. No parágrafo 6, lemos”: “… supre as nossas necessidades vitais”. Diga a mesma coisa com outras palavras: Satisfaz ou preenche as exigências básicas e indispensáveis à vida.
10. Asfalto é um tipo de revestimento ou material usado em ruas e estradas.

B. Procure, no 4o. e 5o parágrafos, as palavras ou expressões que correspondam aos significados abaixo:
11. Um dos elementos gasosos do ar, indispensável à vida: oxigênio.

12. Gás nocivo que expelimos no ato da expiração: dióxido de carbono.

13. Processo pelo qual o organismo efetua a troca do gás venenoso (dióxido de carbono) pelo oxigênio: oxigenação.  

14. Substâncias venenosas que tornam o ar poluído: toxinas.

15. Hipersensibilidade do organismo humano a determinadas substâncias e agentes físicos: alergia.

16. Unidade fundamental que compõe os seres vivos: célula.

C. Dê o significado das palavras em negrito de acordo com a frase:
17. Acreditarei, depois que você me apresentar um fato concreto.
      Real, verdadeiro.
18. O edifício foi construído todo em concreto.
      Cimento armado.
19. Ele inspirou mais ou menos meio litro de ar.
      Introduziu no pulmão, aspirou.
20. Aquela cena inspirou o poeta.
      Estimulou.
21. Aquele menino está com um comportamento estranho.
      Esquisito.
22. Um estranho bateu à minha porta, hoje, pela manhã.
      Desconhecido.

II – Compreensão da mensagem do texto.
D. Responda de acordo com o texto:
23. Quem é, segundo o autor, o único símio que não tem o corpo coberto de pelos?
      O Homem.

24. O nome de HOMO SAPIENS (par. 1) foi dado a esse símio:
      a. (X) pelo próprio homem      
      b. (   ) pelo autor do texto        
      c. (   ) por um poeta

25. A expressão “modéstia à parte” (par. 1) significa que:
      a. (   ) o autor não faz parte do grupo de Homo Sapiens.
      b. (X) o autor também se considera um Homo Sapiens.
      c. (   ) a modéstia é um animal que não faz parte do grupo Homo Sapiens.

26. “Ouvir o silêncio” (par. 8) é uma expressão:
      a. (   ) absurda           b. (X) poética         c. (   ) lógica.

27. Enumere três fatores que, segundo o autor, são determinantes de tensão da vida moderna.
      A agitação das grandes cidades; a falta de contato com a natureza; as diversas formas de poluição.

28. O autor concorda com a expressão “selva de concreto”?
      a. (   ) sim          b. (X) não       c. (   ) em parte

Transcreva a parte do texto que justifica sua resposta: No terceiro parágrafo ele diz: “Em resumo: nossas cidades não são uma selva de asfalto e concreto; São enormes zoológicos humanos, onde vivemos em condições que não são naturais.” Em outras palavras, o ser humano vive preso nas grandes cidades. Vive estressado; respira, dorme e come mal, tem medo de tudo e de todos.

29. Identifique, no texto, os parágrafos em que são abordados os seguintes assuntos:
      a. poluição do ar: parágrafos 4 e 5.
      b. poluição da água: parágrafo 6.
      c. poluição acústica: parágrafo 7.

30. Quais as soluções apontadas pelo autor para combater a tríplice poluição?
      a) tornar as cidades mais verdes, isto é, plantar mais árvores;
      b) conservar as cidades mais limpas e saudáveis
      c) respirar ar puro (não poluído por fumaças e outros gases poluidores)
      d) beber água de verdade, isto é, potável
      e) ouvir o silêncio, isto é, acabar com o barulho desnecessário.






TEXTO: O LEÃO INSISTE: - O REI DAS SELVAS SOU EU! - COM INTERPRETAÇÃO E GABARITO

Texto: O LEÃO INSISTE: – O REI DAS SELVAS SOU EU!


    Quem vocês imaginam que entrou, de repente, sem pedir licença nem nada, pela Redação do Jornal, bem na manhã de segunda-feira??? Pois é, o Leão.
     Vinha bufando e a juba cheia, que lhe cobria a cabeça, os ombros e o peito, balançava na medida em que sacudia o corpo. Estava irritado e nervoso, e todo mundo descobriu a razão: ele havia lido as declarações do Elefante ao nosso jornal!!
        – Bem, bem (falou enquanto se sentava numa das cadeiras, ainda sem pedir licença) com que então o Elefante é o Rei! Pois exijo um retratação. Quero que vocês mesmos julguem com quem está a coroa.
        E assim, cruzando as pernas com ar majestoso, olhando as pessoas que se reuniam à sua volta, começou também a contar suas glórias.
        – Nasci gordinho e peludo e antes de fazer um ano já tomava aulas de caça. Quando pequeno trepava muito bem em árvores; depois de grande perdi o jeito. Mas de caçar eu não esqueci.
        Gosto muito de caçar sozinho, e é muito difícil errar o bote. Os truques são muitos e às vezes minha mulher, Mamãe Leoa, me ajuda. Lembro-me de uma vez, quando nossos filhotes ainda eram pequenos, em que ela veio comigo caçar uma zebra, meu prato predileto. Combinei que ficasse escondida, sempre contra o vento para as zebras não sentirem seu cheiro. Então eu vim pelo outro lado e enxotei-as até Mamãe Leoa, que escolheu a mais fácil de pegar.
        Em geral é a leoa que mata suas presas; eu, o Rei, não preciso fazer isso… Também, na hora do banquete, quando hienas, chacais e aves de rapina ficam à espera, não dou confiança. Só depois de devorar toda a carne boa, deixo os outros bichos ficarem com os restos…
        Não sou como aquele outro bicho que deu a entrevista ridícula (era a primeira vez que se referia ao Elefante, e o fez com desprezo). Nunca trabalho durante o dia. Gosto de ficar estirado sobre a grama, durante a manhã e à tarde, descansando com a família, como… bem, assim, como um rei. Mas nem por isso perco tempo; fico espiando os animais que estão por perto e, na hora da fome, corro, fazendo até 80 km/h, para agarrar o animal escolhido. Então, com apenas um salto e uma patada, quebro seu pescoço, e está no papo.
        Com os homens tenho respeito… (disse isso e olhou para todos nós que estávamos à sua volta) … mas já me disseram que é muito mais fácil caçar homens do que zebra. Aliás, meu melhor amigo é um maravilhoso comedor de homens.
        Ora, vocês estão assustados??? (O Leão percebeu o mal-estar e então deu um belo sorriso!). Todos na selva me acham inteligente, e muito simpático.
        Concordamos imediatamente que o Leão era bastante charmoso e o verdadeiro Rei das Selvas. Tudo o que queríamos era que saísse, e bem depressa. Mas ainda lhe perguntei, na saída, se caçava elefantes. E o Leão, muito desapontado, disse que “não gostava de lutar com o Elefante.”

                                                  Jornal do Brasil, 12/Nov/1972.

Entendendo o texto:
Após a leitura, responda às questões abaixo.
01 – Onde o Leão entrou, na manhã de segunda-feira?
      a. (   ) na gerência do jornal
      b. (X) no local onde o jornal é redigido
      c. (   ) nas oficinas onde o jornal é impresso.

02– O Leão estava:
a. (   ) nervoso            b. (   ) tranquilo         c. (X) irritado e nervoso

03– Que motivo tinha o Leão para entrar assim no jornal?
      Ele havia lido as declarações do Elefante no jornal.

04– O que poderia ter dito o Elefante em suas declarações?
      Que o rei das Selvas era ele e não o Leão.

05 – Transcreva do texto a frase de onde você deduziu sua resposta à questão anterior.
      “Bem, bem (...) com que então o Elefante é o Rei!”

06. O Leão exigiu dos redatores do Jornal:
      a. (   ) uma confirmação da declaração do Elefante
      b. (X) um desmentido
      c. (   ) uma foto sua na primeira página

07. Em relação aos homens, podemos afirmar que o Leão:
      a. (X) tinha-lhes respeito
      b. (   ) era um maravilhoso comedor da espécie humana
      d. (   ) não gostava de lutar com eles

08. Os redatores concordaram imediatamente com o Leão, quando este disse ser considerado “inteligente e muito simpático” por:
      a. (   ) ele ser realmente isso que afirmaram os outros animais
      b. (   ) cortesia
      c. (X) estarem com medo e só quererem que ele fosse embora

09. Na sua opinião, por que o Leão respondeu que “não gostava de lutar com o Elefante”?
      Duas hipóteses podem ser levadas:
      Primeira o Leão tinha medo do Elefante por causa do tamanho do mesmo.
      O Leão já tinha sido surrado pelo Elefante.

10. O Leão, no decorrer da visita, demonstrou (marque mais de uma resposta):
      a. (   ) tranquilidade          
      b. (X) irritação           
      c. (X) vaidade
      d. (   ) humildade              
      e. (   ) segurança        
      f. (   ) autodomínio
      g. (X) desapontamento    
      h. (X) insegurança     
      i. (X) egoísmo

11. O texto apresentado é ficção. Contudo, esse modo de escrever leva o leitor a comparações e conclusões reais. A que tipo de pessoa poderíamos comparar o leão?
      Pode-se comparar a uma pessoa que:
a)   É mal-educada: o Leão entrou na redação e sentou em uma cadeira sem pedir licença.
b)   Não sabe controlar sua raiva; não tem auto domínio: O Leão entrou na sala bufando, irritado e nervoso.
c)    Se auto elogia e se auto promove, não é humilde: o Leão passou a informar suas qualidades de caçador e a dizer que todos o achavam inteligente e simpático.
d)   É egoísta: o Leão informou que ele comia primeiro que todos os que estivessem a sua volta, isto é, ele em primeiro lugar, depois o resto. E além disso, o melhor da comida era dele, os outros comiam o que ele deixasse.
e)   Não admite suas fraquezas/deficiências: o Leão disse que não gostava de lutar com o Elefante, quando na verdade tinha medo do Elefante.
f)    Prepotente: o Leão usou sua figura de animal feroz para exigir que os redatores do jornal publicassem um desmentido, ou melhor uma retratação. E ainda aventou a possibilidade de que os leões podem comer os homens.
12. A palavra “bote” (parágrafo 6), usada pelo Leão, foi utilizada em que sentido?
      a. (   ) pequena canoa para transporte fluvial
      b. (X) salto de animal sobre a presa.

13. Dê o significado das palavras em destaque usadas nas frases abaixo:
      a. Gosto muito de caçar sozinho.
         Perseguir animais para matar; buscar, procurar.

      b. A Assembleia cassou o mandato do prefeito.
         Tornar nulo ou sem efeito os direitos políticos de alguém.

      c. É muito difícil errar o bote.
          Ataque, investida.

      d. O bote não tinha colete salva-vidas.
          Pequena canoa ou escaler.

      e. Em geral é a leoa que mata suas presas
          Animal caçado para alimentação.

      f. As traficantes foram presas pela polícia.
          Mulheres encarceradas.

      g. As presas do cachorro eram bem afiadas.
          Tipos de dente conhecidos como caninos, também existentes na arcada dentária dos humanos.