quarta-feira, 20 de junho de 2018

FILME(ATIVIDADES): MEIA NOITE EM PARIS - WOODY ALLEN - SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): MEIA NOITE EM PARIS

 Data de lançamento 17 de junho de 2011 (1h 40min)
Direção: Woody Allen
Gêneros Comédia Romance
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES
        Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.

Entendendo o filme:
01 – Onde Inez quer morar depois do casamento com Gil?
a)   Beverly Hills.
b)   Santa Mônica.
c)   Malibu.
d)   Bel Air.

02 – Por que Adriana escolheu ficar no passado?
a)   Ela está deslocada da realidade.
b)   Ela está encantada com a Belle Époque.
c)   Recebeu uma proposta de emprego para desenhar figurinos de ballet.
d)   Todas as alternativas.

03 – Quem Gil não encontra em suas aventuras?
a)   Sylvia Plath.
b)   Salvador Dali.
c)   Ernest Hemingay.
d)   Pablo Picasso.

04 – Do que trata o livro do Gil?
a)   Um homem que trabalha em uma loja de antiguidades.
b)   Um pintor surrealista.
c)   Um escritor em crise.
d)   Um homem traído pela esposa.

05 – Que período Adriana considera a era de ouro de Paris?
a)   Década de 1920.
b)   Década de 1940.
c)   A Belle Époque.
d)   Depois da Segunda Guerra Mundial.

06 – Por que Adriana foi a Paris?
a)   Para estudar costura.
b)   Para se relacionar com homens casados.
c)   Para se relacionar com artistas loucos.
d)   Para estudar história da arte.

07 – Por que Gil tentou roubar os brincos de Inez?
a)   Para dar a Adriana.
b)   Pala ele mesmo.
c)   Para dar a Gabrielle.
d)   Para dar a Inez.

08 – Para onde a carruagem leva Gil e Adriana?
a)   Casa de Gertrudes Stein.
b)   Café de Paris.
c)   Café de Flore.
d)   Maxim’s.

09 – Quem Adriana começou a namorar depois de Picasso?
a)   Van Gogh.
b)   Hemingway.
c)   Matisse.
d)   Dali.

10 – O que o protagonista faz pra viver?
a)   Escreve roteiros para filmes de Hollywood.
b)   Ele é dramaturgo.
c)   Ele é ator.
d)   É um romancista famoso.

11 – Com qual problema o protagonista está lidando?
a)   A descoberta de estar sendo traído.
b)   Escrever seu próximo roteiro.
c)   Morte na família.
d)   Escrever seu primeiro romance.

12 – Para quem Gil entrega seu manuscrito?
a)   Zelda Fitzgerald.
b)   Ernest Hemingway.
c)   F. Scott Fitzgerald.
d)   Gertrudes Stein.

13 – Em que ano o filme foi lançado?
a)   2011.
b)   2009.
c)   2013.
d)   2014.

POESIA PARA SÉRIES INICIAIS: O GALO ALUADO - SÉRGIO CAPPARELLI - COM GABARITO

Poesia: O galo aluado
                    Sérgio Capparelli

O galo aluado
Subiu no telhado,
Sentiu-se tão só,
Cocorissó, cocorissó!

O galo aluado
Subiu no telhado,
E chamou pelo sol,
Cocorissol, cocorissol!


O galo aluado
Subiu no telhado,
E viu o caracol,
Cocoricol, cocoricol!

O galo aluado
Subiu no telhado,
E exclamou para o cão:
Cocoricão, cocoricão!

O galo aluado
Subiu no telhado,
E saudou a lua,
Cocorilua, cocorilua.
O galo aluado
Cochilou no telhado,
E ouviu assustado,
Cocorigalo, cocorigalo.

Eram o caracol,
Cão, lua e sol
Que acudiam
Do triste chamado
Do galo aluado.

Vocabulário:
Aluado: amalucado

Entendendo a poesia: 
01 – O galo aluado subiu no telhado e ficou cantando “cocorissó, cocorissó”. Porque ele cantava assim?
        Porque ele se sentia sozinho.

02 – Quem o galo aluado ficava chamando do telhado?
      O sol.

03 – Quem o galo aluado viu do telhado?
      O caracol.

04 – Quem o galo aluado saudou do telhado?
      Ele saudou a lua.

05 – Quem acudiu ao triste chamado do galo aluado?
      O caracol, o cão, a lua e o sol.

06 – Você já se sentiu muito sozinho alguma vez? por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Como você faz para conseguir novos amigos?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Qual o significado da palavra aluado?
      Significa maluco.

09 – Escreva duas frases usando a palavra aluado?
      Resposta pessoal do aluno.

10 - Escreva:
a.   O nome da poesia:
O galo aluado

b.   O nome do poeta:
Sérgio Caparelli

c.   O que o galo cantou quando:
Sentiu-se só: cocorissó
Viu o caracol: cocoricol
Saudou a lua: cocorilua
Chamou pelo sol: cocorissol
Exclamou para o cão: cocoricão

d.   Escreva como você acha que o galo aluado continuaria chamando: um gato, um porco e um leão?
Resposta pessoal do aluno.

e.   Escreva duas frases sobre o galo aluado:
         Resposta pessoal do aluno

CRÔNICA: CAMELÔ CAPRICHADO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

CRÔNICA: Camelô caprichado
                Cecília Meireles

   “Senhoras, senhoritas, cavalheiros! – estudantes, professores, jornalistas, escritores poetas, juízes – todos os que vivem da pena, para a pena, pela pena! – esta é a caneta ideal, a melhor caneta do mundo (marca Ciclope!), do maior contrabando jamais apreendido pela Guardamoria! (E custa apenas 10 reais).
        "Esta é uma caneta especial que escreve de baixo para cima, de cima para baixo, de trás para diante e de diante para trás! – (Observem!) Escreve em qualquer idioma, sem o menor erro de gramática! (E apenas 10 reais!)
        “Esta caneta não congela, com o frio nem ferve com o calor; resiste à umidade e pressão; pode ir à Lua e ao fundo do mar, sendo a caneta preferida pelos cosmonautas e escafandristas. Uma caneta para as grandes ocasiões: inalterável ao salto, à carreira, ao mergulho e ao voo! A caneta dos craques! Nas cores mais modernas e elegantes: verde, vermelha, roxa... (apreciem) para combinar com o seu automóvel! Com a sua gravata! Com os seus olhos! ... (Por 10 reais).
        “Esta caneta privilegiada: a caneta marca Ciclope, munida de um curioso estratagema, permite mudar a cor da escrita, com o uso de duas tintas, o que facilita a indicação de grifos, títulos, citações de frases latinas, versos e pensamentos inseridos nos textos em apreço! A um simples toque, uma pressão invisível (assim!) a caneta passa a escrever em vermelho ou azul, roxo ou cor-de-abóbora, conforme a fantasia do seu portador. (E custa apenas 10 reais!).
        "Adquirindo-se uma destas maravilhosas canetas, pode-se dominar qualquer hesitação da escrita: a caneta Ciclope escreve por si! Acabaram-se as dúvidas sobre crase, o lugar dos pronomes, as vírgulas e o acento circunflexo! Diante do erro, a caneta para, emperra – pois não é uma caneta vulgar, de bomba ou pistão, mas uma caneta atômica, sensível, radioativa. Candidatos a concursos, a cargos públicos, a lugares de responsabilidade! – a caneta Ciclope resolve todos os seus problemas ortográficos e caligráficos! E ainda mais esta caneta não apenas escreve, mas pensa! (E por 10 reais.)
        “Não mais dificuldades de rima nem de concordância! Com esta caneta pode-se escrever com igual facilidade, qualquer romance policial, peça de teatro, folhetim, artigos, crônicas, procurações e testamentos! Tudo rápido, correto, limpo! Cartas de negócio e cartas de amor! Tudo com o mesmo sucesso: porque esta caneta Ciclope (como o nome está dizendo) é um gigante que transporta qualquer ideia para qualquer lugar (e custa apenas 10 reais: a melhor caneta, do maior contrabando!)
        “A caneta Ciclope não mancha nem enferruja, não acaba nunca, e tem um curioso dispositivo, nestes dois ganchos, podendo ser usada no bolso do paletó ou na manga da camisa! Dourada, prateada, com belos complementos coloridos – é a caneta de escritores, escrivães, escriturários – jornalistas, radialistas, desportistas – (com o mesmo sucesso em qualquer gênero!) – do promotor e do acusado, de todos os que vivem da pena, para a pena e pela pena! (Por 10 reais!)
        "Senhoras, senhoritas, cavalheiros, aqui está um bloquinho de papel: Experimentem! Experimentem! Apreciem as tintas, os ganchos, as cores, o ouro e a prata (inoxidáveis!): experimentem a maciez, a presteza, a velocidade, a exatidão! (Por 10 reais!).
        "Qualquer pessoa pode ficar célebre, de um momento para outro com o simples uso da caneta Ciclope: uma caneta que escreve, uma caneta que pensa! Exclusiva! Original! Sem precedentes! (E apenas por 10 reais!)
        (Ainda não pude comprar a caneta maravilhosa, porque há multidões ao redor do camelô. Mas sua arenga – como as dos tempos eleitorais – não é rica só de esperanças, mas também de severas ameaças para os que vivem da pena, para a pena, e pela pena! ...).

               Cecília Meireles. Retirado do livro Escolha o seu sonho, de
                    Cecília Meireles. Rio de Janeiro, Record, 1994, p. 22-4.
Entendendo o texto:

01 – Você já descobriu o que são camelôs? Escreva tudo o que sabe sobre eles nas linhas abaixo.
      Vendedor de miudezas, expostas em certos pontos de ruas ou praças.

02 – Pense agora nas profissões citadas no texto e escreva quem são as pessoas que:
a)   Vivem da pena, para a pena, pela pena (no sentido de “escrita”):
Todos os que ganham a vida, tiram o seu sustento usando a caneta.

b)   Vivem da pena, para a pena, pela pena (no sentido de “penalidade legal ao descumprimento da lei”):
Todos os que fornecem algo para os profissionais que vivem da pena.

03 – Reescreva o trecho abaixo como se falasse de duas canetas:
        “A caneta Ciclope não mancha nem enferruja, não acaba nunca, e tem um curioso dispositivo, nestes dois ganchos, podendo ser usada no bolso do paletó ou na manga da camisa!”
      As canetas Ciclope não mancham nem enferrujam, não acabam nunca, e tem um curioso dispositivo, nestes dois ganchos, podendo ser usadas no bolso dos paletós ou nas mangas da camisa!”

04 – O que o camelô está vendendo?
      Ele vende canetas marca Ciclope.

05 – Leia o significado da palavra “ciclope”. (Mitol. gigante com um só olho na testa. Espécime dos ciclopes. Pertencente ou relativo a eles. Agora, pense e responda: Por que a caneta se chama “Ciclope”?
      Devido a semelhança que existe entre Ciclope, gigante de mitologia grega que tinha um olho apenas na testa, e a caneta com uma pequena esfera na ponta.

06 – A que público o camelô dirige as suas palavras?
      Ele se dirige aos cavalheiros, senhoras e senhoritas, que são estudantes, professores, jornalistas, escritores, poetas e juízes.

07 – O camelô faz uma referência geral de seu público ao escrever “Todos os que vivem da pena, para a pena, pela pena!”. Indique a quem o camelô se refere ao dizer que vivem:

a)   Da pena; Todos os que vivem da pena: todos os que ganham a vida, tiram o seu sustento usando a caneta. A caneta é o instrumento do seu trabalho.

b)   Para a pena; Todos os que vivem para a pena: todos os que fornecem algo para os profissionais que vivem da pena.

c)   Pela pena; Todos os que vivem pela pena: todos os que se servem da caneta para sobreviver; todos os que vivem em função dos profissionais que usam a caneta como meio de ganhar a vida.

08 – Que qualidades enumeradas pelo camelô se referem diretamente ao aspecto exterior da caneta Ciclope e podem ser comprovadas?
      Qualidades externas da caneta: cores modernas, permite mudança para quatro cores, possui ganchos, não congela e não derrete ao calor, é macia, modelos na cor ouro e prata (inoxidável).

09 – Que qualidades são inventadas pelo camelô?
      Escreve em toda as direções, resiste à pressão e umidade, é a caneta preferida dos cosmonautas, escafandristas, e craques, não comete erros gramaticais, pensa, facilita fazer rimas e todos os tipos de textos, não acaba nunca, etc.

10 – Na sua opinião, que qualidades mais chamam a atenção do público a ponto de fazê-lo comprar o produto?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Observe com atenção os trechos a seguir:
        “... a caneta Ciclope resolve todos os problemas ortográficos e caligráficos!”.
        “... a caneta Ciclope... não acaba nunca”.
        “Adquirindo-se uma dessas maravilhosas canetas, pode-se dominar qualquer hesitação da escrita...”.
        “Nas cores mais modernas e elegantes...”
        “... é a caneta ideal, a melhor caneta do mundo (marca Ciclope!), do maior contrabando jamais apreendido...”.
Agora pense e responda: Que efeito provoca no texto o uso das palavras que estão em destaque?
      As palavras em destaque ressaltam exagero, fazendo com que o público desconfie da propaganda do camelô.

12 – Pelo conteúdo do texto, pelas palavras utilizadas pelo camelô e sua forma de organizá-las, que ideia você acha que ele tinha do público a quem se dirigia?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Você acha que os consumidores acreditaram em todas as palavras do camelô? O que fez com que o público se aglomerasse em volta do camelô a fim de comprar a caneta?
      Resposta pessoal do aluno.




CONTO: PAMONHA - ANTON P. TCHEKHOV - COM GABARITO

Conto: Pamonha


    Convidei há dias para o meu escritório a governanta de meus filhos, Iúlia Vassílievna. Era preciso acertar as contas.
        -- Sente-se, Iúlia Vassílievna! - disse - Vamos fazer as contas. Com certeza, está precisando de dinheiro e a senhora‚ tão cerimoniosa que não pede sozinha... Bem... ficou ajustado entre nós que seriam trinta rublos por mês...
        -- Quarenta...
    -- Não, Trinta... Eu tenho anotado... Sempre paguei trinta rublos às governantas... Bem, a senhora residiu aqui durante dois meses...
        -- Dois meses e cinco dias...
     -- Dois meses exatos... Anotei assim. Quer dizer que tem a receber sessenta rublos... Descontando nove domingos... a senhora, realmente, não deu aula ao Kólia nos domingos, mas apenas passeou com ele... E mais três feriados...
        Iúlia Vassílievna ficou vermelha e pôs-se a puxar uma franja do vestido, mas... não disse palavra! ...
        -- Três feriados... quer dizer que temos a descontar doze rublos... Kólia esteve doente quatro dias e, por isso, não estudou... A senhora, então, deu aula apenas a Vária... Durante três dias, a senhora teve dor de dente e minha mulher dispensou-a das aulas da tarde... Doze e sete são dezenove. Descontando... ficam... hum... quarenta e um rublos... Certo?
        O olho esquerdo de Iúlia Vassílievna ficou congestionado e nublou-se. Começou a tremer-lhe o queixo. Tossiu nervosa, assoou-se, mas... sem dizer palavra!
        -- Na noite de Ano Bom, a senhora quebrou uma xícara de chá e um pires. São menos dois rublos... A xícara é uma relíquia, custa mais caro, mas... vá lá, Deus que a perdoe! Nossas coisas já se têm estragado em tantas ocasiões! Depois, devido a uma falta de atenção por parte da senhora, Kólia trepou numa árvore e rasgou o paletozinho... São menos dez ... A arrumadeira, em consequência igualmente de uma distração sua, roubou os sapatos de Vária. A senhora deve cuidar de tudo. Está contratada e recebe ordenado. Quer dizer que devemos tirar mais cinco... No dia dez de janeiro, a senhora levou emprestados de mim dez rublos...
        -- Eu não levei! - murmurou Iúlia Vassílievna.
        -- Mas está anotado aqui!
        -- Está bem...seja.
        -- De quarenta e um, tira-se vinte e sete, sobram quatorze...
        Os olhos da governanta encheram-se de lágrimas... O suor apareceu sobre seu narizinho comprido e gracioso. Pobre menina!
        -- Eu só levei uma vez - disse ela, a voz trêmula. - Levei três rublos de sua senhora... Não levei mais nada...
        -- E agora? Imagine, eu nem anotei isso! Tirando três de quatorze, fica onze... Aqui está o seu dinheiro, minha cara! Três... três, três... um e um... Queira receber!
        Dei-lhe os onze rublos... ela os tomou e enfiou-os no bolso, com dedos trêmulos.
        -- Merci - murmurou.
        Levantei-me de um salto e pus-me a andar pelo quarto. O furor apossou-se de mim.
        -- Mas, por que este merci? - perguntei.
        -- Pelo dinheiro...
        -- Mas eu a assaltei, diabos, eu lhe roubei dinheiro! Por que
merci?
        -- Noutras casas, cheguei a não receber nada...
        -- Não recebeu nada! Compreende-se! Eu caçoei da senhora, dei-lhe uma lição cruel... Vou lhe pagar todos os seus oitenta rublos! Estão preparados para a senhora, neste envelope! Mas, como é que se pode ser moleirona assim? Porque não protesta? Por que ficar quieta? Pensa que, neste mundo, pode-se não ser audacioso? Pensa que se pode ser tão pamonha?
        Ela esboçou um sorriso azedo e eu li em seu rosto: "Pode-se sim!".
       Pedi-lhe perdão por aquela lição cruel e dei-lhe, para seu grande espanto, os oitenta rublos. Pôs-se a balbuciar merci com timidez e saiu do escritório. Acompanhei-a com o olhar e pensei:
        -- É fácil ser forte neste mundo!

                          Anton P. Tchekhov A Dama do Cachorrinho e outros contos.
2. ed. São Paulo: Max Limonad, 1986. Trad. Boris Schnaiderman.

Kólia: diminutivo de Nicolai.
Merci: “obrigado”, em francês.
Rublos: moedas russas.
Vária: diminutivo de Varvara.

Entendendo o conto:

01 – O narrador desse conto é um narrador-personagem ou não? Justifique sua resposta transcrevendo um trecho do texto no seu caderno.
      Sim. É um narrador-personagem, fala na primeira pessoa. A primeira palavra do conto “convidei” basta para justificar a resposta.

02 – O narrador sugere as emoções da governanta por meio da descrição de duas reações físicas. Localize essas descrições, copie-as no caderno e explique os sentimentos expressos por elas.
     “Iúlia Vassílievna ficou vermelha e pôs-se a puxar uma franja do vestido, mas... não disse palavra! ...”;
     “O olho esquerdo de Iúlia Vassílievna ficou congestionado e nublou-se. Começou a tremer-lhe o queixo. Tossiu nervosa, assoou-se, mas... sem dizer palavra!”;
      “Os olhos da governanta encheram-se de lágrimas... O suor apareceu sobre seu narizinho (...)”;
      “Ela os (os rublos) tomou e enfiou-os no bolso, com dedos trêmulos.”;
      “Ela esboçou um sorriso azedo (...)”.
      Sentimentos expressos: resposta pessoal do aluno. (As passagens descrevem o nervosismo e a subserviência da personagem.)

03 – No final do conto, percebe-se que a intenção do patrão não é fazer descontos no salário da governanta. A intenção é ensinar-lhe uma “lição cruel”. Que lição é essa e por que ela é cruel?
     O patrão quer fazer a governanta enxergar o quanto sua subserviência facilita que ela seja explorada; é cruel porque precisa humilhá-la para que ela entenda o significado da “lição”.

04 – Por que a governanta se submete à encenação do patrão?
      Porque já estava acostumada a ser explorada e maltratada em outras casas.

05 – Na sua opinião, quais poderiam ter sido os motivos para ela não receber nada em outras casas?
      Resposta pessoal do aluno. (Provavelmente, ou outros patrões eram verdadeiras aves de rapina, e sua rapinagem era facilitada pela submissão da governanta.)

06 – Esse conto trata de uma situação em que o “mais fraco” – a governanta – é oprimido pelo “mais forte” – o patrão, que ao final conclui: “- É fácil ser forte neste mundo!”. Por que ele chegou a essa conclusão?
      Ele chegou a essa conclusão porque o comportamento submisso da governanta facilitou sua encenação de patrão explorador.

07 – Você conhece outras situações que possam comprovar a frase final desse conto?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Você considera que o título está adequado ao texto? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Que pontuação foi empregada para separar a fala das personagens e do narrador?
      O travessão.

10 – Observe a organização do conto e escreva em seu caderno onde começa e termina cada uma das partes abaixo:
a)   Equilíbrio inicial – parte em que a situação é apresentada e ainda não surgiu o conflito da história;
Do início até “(...) E mais três feriados.”

b)   Conflito – o problema a ser resolvido;
De “Iúlia Vassílievna ficou vermelha (...)” até “(...) murmurou.”

c)   Clímax – momento mais emocionante e difícil do conflito;
“Levantei-me de um salto (...)” até “(...) Pode-se sim!”.

d)   Desfecho – solução do conflito.
“Pedi-lhe perdão (...)” até o final.

11 – Sobre o conflito, responda:
a)   Qual é o conflito desse conto?
A empregada sabe que está sendo enganada pelo patrão a respeito das contas sobre seu salário, mas não reage, não reclama, não protesta.

b)   Geralmente, nesse ponto da narrativa, são trabalhadas as dúvidas, os medos, as emoções contraditórias das personagens, de modo mais intenso. Identifique quais desses elementos aparecem no desenvolvimento dessa parte.
Todas as descrições feitas das reações da governanta demonstram sua crescente tensão e nervosismo. E a exclamação do narrador demonstra sua compaixão pelo sofrimento da mulher: “Pobre menina!”.

12 – Quais são as personagens que interagem nessa história?
      O patrão e a governanta.