Diálogo: Namorado capaz de tudo
-- Oh! Como és romântico!
-- Não é romantismo. É apenas
sinceridade, devotamento do meu coração. Queres que eu desafie o mundo inteiro,
por tua causa? Desafiarei!...

-- E por que então não vieste me ver
ontem de noite?
-- Ah! Choveu...
-- Ah! Choveu... Foi só por isso?...
-- E acha pouco? Não estava disposto a
apanhar um resfriado...
-- Ah! É assim? Tu te ofereceste para
apanhar uma estrela no céu, uma pérola no fundo do mar, mas não podes apanhar
um resfriado... E ainda dizes que o teu amor é ardente... Não, mentiroso! O que
tens é muito sangue-frio...
Genolino Amado.
Namorado capaz de tudo. Revista da Rádio Nacional, nº 1. Rio de Janeiro,
agosto, 1950.
Fonte: Português – 1º
grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia
Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 86.
Entendendo o diálogo:
01 – No início do diálogo, o
que o namorado declara para sua parceira?
Ele declara ser
sincero e devotado, e que está disposto a "desafiar o mundo inteiro"
por ela.
02 – Qual pergunta a namorada
faz para testar a sinceridade dele?
Ela pergunta:
"E por que então não vieste me ver ontem de noite?".
03 – Qual a desculpa que o
namorado usa para justificar sua ausência?
Ele responde que
não foi vê-la porque "choveu".
04 – A namorada acredita na
justificativa dele? O que ela sugere com suas perguntas?
Não, ela não
acredita na justificativa. Com a frase "Foi só por isso?", ela
insinua que a desculpa é trivial.
05 – Qual é a contradição que
a namorada aponta no discurso do namorado?
Ela aponta que
ele diz ser capaz de fazer grandes feitos, como "apanhar uma estrela no
céu" ou "uma pérola no fundo do mar", mas não foi capaz de
enfrentar uma simples chuva para vê-la. Ela conclui que seu amor não é
"ardente", e sim "sangue-frio".
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