quarta-feira, 9 de abril de 2025

NOTÍCIA: TIREM A TV DO QUARTO - RIAD YOUNES

 Notícia: Tirem a TV do quarto

              Riad Younes

        Pesquisas revelam: crianças que ficam mais tempo diante da telinha têm pior desempenho escolar.  

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaf9wQ-rsqGaRbWzK6kyu1kaUmeGfDycI_f0v2DS7h0ZTtvZbNOH-KcZSFy3BaotqosdDPffHppWkhHi1xNva8uWqO1Dpi8chipK0P8-yshTcQgGXHNFxRiSoXI-ndQs4_ZbRZhN6HyVXlVkuUA8NUaePYKv00JpNq2Up76NbJejZAw0nJGbuGUDG1_FQ/s1600/QUARTO.jpg


        Fixar os olhos nas telas de televisão pode não ser tão inofensivo quanto se pensa. A preocupação constante de pais, educadores e autoridades de saúde sobre os problemas potenciais de crianças passarem parte considerável de seus dias vendo tevê ou brincando em computadores pode ter fundamento.

        A revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine apresentou recentemente trabalhos científicos que tentam quantificar e mostrar com detalhes os eventuais efeitos prejudiciais da televisão, tanto a curto quanto a longos prazos.

        De acordo com o primeiro estudo, realizado por R. J. Hancox, da Universidade da Nova Zelândia, as pessoas que haviam assistido mais a tevê entre 5 e 15 anos têm menor probabilidade de completar o curso superior e obter um diploma universitário. 

        Outro trabalho, dirigido pela pesquisadora D. L. G. Borzekowski da Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins, dos EUA, avaliou o efeito da tevê sobre o desempenho escolar de 386 estudantes do ensino primário. Foram correlacionados na pesquisa o tempo que as crianças passavam assistindo à tevê, o número de aparelhos de tevê em cada casa e a localização dos aparelhos (na sala, no quarto da criança etc.), com as notas obtidas na escola.

        Verificou-se que as crianças que dispunham de tevê no quarto passavam mais tempo diante da telinha, provavelmente devido ao menor controle dos pais. Coincidentemente, essas crianças obtiveram notas significativamente inferiores que seus colegas que não tinham tevê no quarto.

        Borzekowski alerta os pais que aparelhos de tevê no quarto das crianças podem afetar de forma dramática seu desempenho escolar, apesar de não conseguir estabelecer com segurança a causa desse fenômeno. Especula a cientista que nessas situações os pais não sabem ou não controlam o tempo em que a tevê fica ligada nem o conteúdo dos programas que as crianças assistem.

        Talvez as notas mais baixas na escola possam ser explicadas pelo simples fato de que a criança que possui tevê no quarto fique acordada até mais tarde, vendo algum programa. Quaisquer que sejam os mecanismos que gerem a diferença de desempenho nos estudos, os pesquisadores sugerem que os pais controlem o tempo e o conteúdo de programas que as crianças assistem. E que não deixem a tevê nos quartos delas.

Carta Capital, 27 de julho de 2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 140-141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação abordada na notícia?

      A principal preocupação é o impacto negativo que o excesso de tempo gasto assistindo televisão, especialmente em quartos de crianças, pode ter no desempenho escolar e no desenvolvimento educacional.

02 – Quais são as principais descobertas dos estudos apresentados na notícia?

      Os estudos revelam que crianças com televisão no quarto tendem a passar mais tempo assistindo TV, o que está associado a notas escolares mais baixas. Além disso, um estudo de longo prazo indicou que o tempo excessivo de televisão na infância e adolescência pode estar relacionado a uma menor probabilidade de conclusão do ensino superior.

03 – Por que a localização da televisão no quarto da criança é considerada um fator de risco?

      A presença da televisão no quarto da criança está associada a um menor controle dos pais sobre o tempo de exposição e o conteúdo assistido. Isso pode levar a um aumento do tempo gasto em frente à tela e a uma diminuição do tempo dedicado aos estudos e outras atividades educacionais.

04 – Quais são as possíveis explicações para a correlação entre televisão no quarto e baixo desempenho escolar?

      As possíveis explicações incluem a falta de controle dos pais sobre o tempo e o conteúdo assistido, a possibilidade de as crianças ficarem acordadas até mais tarde assistindo televisão e a consequente diminuição do tempo dedicado aos estudos.

05 – Qual é a recomendação principal dos pesquisadores e do autor da notícia?

      A recomendação principal é que os pais controlem o tempo e o conteúdo dos programas que as crianças assistem e que evitem colocar televisões nos quartos das crianças.

06 – Como a pesquisa de R. J. Hancox complementa o estudo de D. L. G. Borzekowski?

      Enquanto o estudo de Borzekowski foca no impacto imediato da televisão no desempenho escolar de crianças do ensino primário, a pesquisa de Hancox examina os efeitos a longo prazo do tempo excessivo de televisão na vida acadêmica, acompanhando indivíduos desde a infância até a idade adulta.

07 – Qual a relevância desta notícia no contexto atual?

      Com o aumento do acesso a dispositivos eletrônicos e plataformas de streaming, a preocupação com o tempo de tela excessivo e seus efeitos negativos continua relevante. A notícia destaca a importância do controle parental e do equilíbrio entre o tempo de tela e outras atividades para o desenvolvimento saudável das crianças.

 



 

ARTIGO DE OPINIÃO: A MEMÓRIA DA VELHICE - (FRAGMENTO) - DRÁUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: A memória da velhice – Fragmento

           Dráuzio Varella

        [...]

        Estímulos intelectuais e atividade física

        Ao comentar essas pesquisas, o pesquisador Robert Friedland concluiu que não apenas a leitura, mas simples passatempos como a montagem de quebra-cabeças ou a prática de palavras cruzadas são atividades capazes de proteger o cérebro. No final, acrescentou que vários trabalhos demonstram que assistir à televisão está associado ao efeito contrário: aumenta a probabilidade de Alzheimer. Num inquérito conduzido entre 135 portadores da doença, comparados a 331 de seus familiares saudáveis, cada hora diária adicional diante da TV multiplicou o risco de Alzheimer por 1,3.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKMDfeaTcqZC3BlUZ8XwyjSVgu_102YM7MLbHIfrQ_YwVPfNO12kBPKShhAzTEHwUxZSBsBGc5uksM3-knjmqOVVLmj2g4hrHFT3cETgDnXXe33S5fgDCvYh1bvk9LUDyCQPLc1Z_bBpRKlc2pVLQyJ-sgdc8sP4SoxiyzwtGalBl-PnMXUluWx17FfBY/s1600/DRAUZI.jpg


        Vários estudos apresentados na conferência reforçam a ideia de que nem só do intelecto vive o cérebro: o exercício físico também é capaz de torná-lo mais resistente.

        [...]

        Trabalhos experimentais confirmam essa conclusão: o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex -área essencial para a cognição – e induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

        [...].

Folha de São Paulo, 3/9/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal conclusão do pesquisador Robert Friedland sobre atividades que protegem o cérebro?

      Robert Friedland concluiu que atividades como leitura, montagem de quebra-cabeças e palavras cruzadas são capazes de proteger o cérebro. Ele também destacou que assistir à televisão está associado ao efeito contrário, aumentando o risco de Alzheimer.

02 – Como o hábito de assistir à televisão pode influenciar o risco de desenvolver Alzheimer, de acordo com o estudo mencionado no artigo?

      Um estudo com portadores de Alzheimer e seus familiares saudáveis revelou que cada hora diária adicional diante da TV aumentou o risco de Alzheimer em 1,3 vezes.

03 – Além dos estímulos intelectuais, que outro fator é destacado no artigo como benéfico para a saúde do cérebro?

      O artigo destaca que o exercício físico também é capaz de tornar o cérebro mais resistente. Estudos mostram que o exercício melhora o fluxo sanguíneo cerebral e estimula a produção de proteínas que favorecem novas conexões entre os neurônios.

04 – Quais são os benefícios do exercício físico para o cérebro, segundo os trabalhos experimentais mencionados no artigo?

      Os trabalhos experimentais confirmam que o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex, área essencial para a cognição. Além disso, induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

05 – Qual a principal mensagem que Dráuzio Varella transmite neste fragmento do artigo?

      Dráuzio Varella transmite a mensagem de que a saúde do cérebro na velhice pode ser preservada através de uma combinação de estímulos intelectuais e atividade física. Ele alerta para os riscos do sedentarismo intelectual, representado pelo excesso de televisão, e destaca a importância de manter o cérebro ativo e o corpo em movimento para uma vida mais saudável e com menor risco de doenças neurodegenerativas.

 

NOTÍCIA: INTELIGÊNCIA NA TV - (FRAGMENTO) - GILBERTO DIMENSTEIN - COM GABARITO

 Notícia: Inteligência na TV – Fragmento

             GILBERTO DIMENSTEIN

        Ao completar 18 anos, o americano já assistiu na televisão a 40 mil assassinatos e 200 mil agressões. Essa é mais uma das estatísticas que municiam o tiroteio contra um dos sacos de pancadas prediletos dos americanos: emissoras comerciais.

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif2U9auVmrFfkAcBPR_o0rtXh8lH6L5JCfA7kJAYCxXM7qopzz0t03HQ2LwMtCgz_QWsoujOVxu96HrAsPzT7MzEQ-7g58tSfVw7RhZ7wu9yEYF4XpgQ6Vl3V0uKlxCLs8BlRzACQnQaAvlJJeSK-UM6TcoNTf81TP8Q2K88x_Eo8_PCzo4DdnAwZKUpc/s320/o-que-inteligencia-artificial-smart-tvs.jpg


        Apoiada em centenas de pesquisas sobre efeitos negativos da TV na formação das crianças, a ofensiva de pais, professores, psicólogos e médicos se espalhou pelo país, obtendo ontem uma vitória expressiva.

        [...] Os americanos mostram nas pesquisas que desejam mais educação na TV, responsabilizada pela degeneração de costumes, a começar da violência.

        [...]

        Na verdade, são dezenas as causas da violência, cada qual agindo de forma diferente em cada comunidade. Mas apenas uma mula-sem-cabeça deixaria de reconhecer que o bombardeio diário de lixo visual influencia, em algum grau, negativamente.

        Há toneladas de experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e, rapidamente, se constatou aumento da agressividade.

        A exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente das pessoas, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando-as cada vez mais insensíveis à violência.

        [...]

Gilberto Dimenstein. Aprendiz do futuro – Cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Ática, 1997. p. 76.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação levantada na notícia em relação à televisão?

      A principal preocupação é o impacto negativo da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente na formação de crianças e adolescentes. A notícia destaca como a programação televisiva, repleta de cenas de violência, contribui para o aumento da agressividade e a dessensibilização das pessoas.

02 – Quais são os grupos que lideram a "ofensiva" contra as emissoras comerciais mencionadas na notícia?

      A "ofensiva" é liderada por pais, professores, psicólogos e médicos, que se baseiam em centenas de pesquisas sobre os efeitos negativos da TV na formação das crianças.

03 – Como a notícia relaciona a exposição a vídeos violentos com o comportamento agressivo?

      A notícia menciona experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e constataram um aumento rápido da agressividade. Além disso, afirma que a exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando as pessoas mais insensíveis à violência.

04 – Qual é a posição do autor em relação à influência da televisão na violência?

      O autor reconhece que a violência tem múltiplas causas, mas argumenta que é inegável que o "bombardeio diário de lixo visual" da televisão influencia negativamente, em algum grau, o comportamento das pessoas.

05 – Qual é a mensagem principal que Gilberto Dimenstein transmite neste fragmento da notícia?

      Gilberto Dimenstein transmite uma mensagem de alerta sobre os perigos da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente para crianças e adolescentes. Ele destaca a necessidade de uma programação televisiva mais educativa e responsável, e a importância do controle parental sobre o conteúdo que as crianças assistem.

 

 

 

NOTÍCIA: COMO REAGIR DIANTE DA TV - (FRAGMENTO) - CIRO MARCONDES FILHO - COM GABARITO

 Notícia: COMO REAGIR DIANTE DA TV – Fragmento

              Ciro Marcondes Filho

        O título acima e, sem dúvida, enganoso. A questão não é "reagir" à TV como se ela fosse uma força estranha que invade nossas casas e lá se instala para não mais sair. Sabemos que a TV é um instrumento eletrônico, produto da história do homem e de sua evolução; é a marca desta era. Não tem sentido destruir a televisão, porque não é ela a culpada dos crimes que Ihe são imputados. É certo que não é de todo inocente no processo de desumanização da vida social moderna, e por isso mesmo é necessário medir quem na verdade provoca o que.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNldPoxN1GUfzLLdb44T5jdNeV_05zko2XAMPipZMuFWkhm_SXnN1l5WdZYFrm2ObIGS4hlajsERMRM6r4DV6EF18OwlDb3-Q9qkEI57-sII49v83VXXqIe6nqzXknvEQH9dFOZRhSRONSBagpbQKldrOuiAaxyAPWBWyjtFdmGKzFFZKmh6qaPqqW7a0/s320/tv.jpg 


        [...]

        Vez por outra, instituições sociais (geralmente a Igreja) criam campanhas de desligamento coletivo da TV em benefício do diálogo ou "para as pessoas pensarem mais no ser humano e no seu mundo outra vez". A supressão ou o desligamento em massa da TV, porém, é uma falsa solução porque ataca o problema em sua manifestação externa e não na causa dele.

        O isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse dos membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos, o desconhecimento em profundidade nos casais estão na estrutura da vida moderna, de que a TV é apenas um dos componentes.

        [...] A TV não se impõe simplesmente aos homens, exercendo sobre eles um poder ditatorial. Essa questão deve ser vista do lado inverso: a que necessidades reais e legítimas a TV está atendendo quando alcança níveis fantásticos de audiência?

        [...]

Ciro Marcondes Filho. Televisão – A vida pelo vídeo. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 109-110.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 142.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à forma como as pessoas veem a televisão?

      O autor critica a visão de que a televisão é uma força externa e invasiva, culpada por problemas sociais. Ele argumenta que a TV é um produto da evolução humana e que o problema está no uso e nas necessidades que ela atende, não no aparelho em si.

02 – Por que o autor considera que campanhas de desligamento coletivo da TV são uma "falsa solução"?

      Porque essas campanhas atacam apenas a manifestação externa do problema, ou seja, o aparelho de televisão, e não as causas subjacentes, como o isolamento familiar e a falta de diálogo.

03 – Quais são as causas apontadas pelo autor para o "processo de desumanização da vida social moderna"?

      O autor aponta o isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse entre os membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos e o desconhecimento profundo nos casais como parte da estrutura da vida moderna, da qual a TV é apenas um componente.

04 – Qual é a visão do autor sobre o poder da televisão sobre as pessoas?

      O autor acredita que a TV não exerce um poder ditatorial sobre as pessoas. Ele sugere que é preciso analisar quais necessidades reais e legítimas a televisão atende quando alcança altos níveis de audiência.

05 – Qual a solução que o autor aponta para o problema da influência da TV na sociedade?

      A solução não é destruir ou desligar a televisão, mas sim medir quem realmente provoca os problemas imputados a ela e entender as necessidades que ela satisfaz.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: NOVOS ÓDIOS - (FRAGMENTO) - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Novos ódios – Fragmento

           Luís Fernando Verissimo

        O racismo cresce e assusta na Europa, onde estive durante o último mês e pouco. Acontece um tétrico torneio de violência entre etnias e grupos – brancos contra negros e árabes, árabes contra negros e judeus, neonazistas contra negros, árabes, judeus e o que estiver pela frente. Racismo não é novidade no continente, e nem é preciso invocar a velha tradição anti-semita e o seu paroxismo nazista. Na Europa desigual que emergiu da II Guerra Mundial, portugueses, espanhóis, italianos, gregos e outros em fuga das regiões mais pobres eram discriminados onde procuravam os empregos que não tinham em casa, e o problema dos magrebinos na França é anterior à II Guerra. Mas todos integraram-se de um jeito ou de outro no país escolhido ou voltaram aos seus próprios países economicamente recuperados, e o velho racismo foi solucionado, ou pelo menos amenizado, pelo tempo e o progresso. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiASj1l8ro-iAZ3-U2KDEhksm_y_gyBbjRHPpAeVPkWlAGAv6ghC8XxehqlXxWr2KG5xSxRnxY3wGFTZRqvKQgfdx2bPRL4pGqzZ9OtTee5TD-oPFZa2uyAx8HplA2G8g5-ThJBozwTL3zLufsE3JZ63poH2aJ6amZ2_t02vjPUanBABpmjhbG5SKRgCJQ/s320/NEGRO.jpg


O que assusta no novo racismo é a ausência de qualquer solução parecida à vista. Ele é econômico como o outro, claro. Existe na sua grande parte entre jovens marginalizados e sem perspectiva. Mas envolve cor e religião e ódios culturais novos, ou – no caso de judeus e muçulmanos – ódios antigos importados. E o tempo só piora o novo racismo. Caso curioso é o do futebol, que deveria estar contribuindo para o entendimento racial, mas ajuda a deteriorá-lo. Não há grande clube europeu que não tenha um bom número de jogadores negros, que são ídolos das suas torcidas, mas alvos dos insultos raciais das torcidas adversárias – que esquecem seus próprios ídolos negros na hora do xingamento. É nos estádios de futebol que tem havido os piores incidentes raciais. Na França fazem campanhas contra o preconceito e a violência, e contra as novas manifestações do anti-semitismo, que tem sido uma infecção recorrente na história da Europa cristã. A luta parece em vão num mundo que, quanto mais cosmopolita fica, mais se retribaliza.

        [...]

Luís Fernando Veríssimo. O Estado de São Paulo, 31/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 183.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal preocupação de Luís Fernando Verissimo ao observar a Europa?

      A principal preocupação é o crescimento do racismo e da violência entre diferentes grupos étnicos e religiosos, um fenômeno que ele chama de "tétrico torneio de violência".

02 – Como o autor compara o racismo atual na Europa com o racismo do passado?

      Verissimo aponta que o racismo na Europa não é novidade, mas que o racismo do passado, que discriminava imigrantes europeus, foi amenizado pelo tempo e pelo progresso econômico. O novo racismo, por outro lado, envolve ódio racial e religioso, e não apresenta soluções óbvias.

03 – Qual o papel do futebol nesse contexto, segundo o autor?

      O futebol, que deveria ser um espaço de união e entendimento racial, paradoxalmente, tem se tornado palco de manifestações racistas, com torcidas insultando jogadores negros, mesmo quando seus próprios times contam com ídolos negros.

04 – Quais são os fatores que contribuem para o "novo racismo" na Europa?

      O novo racismo é impulsionado por fatores econômicos, como a marginalização de jovens sem perspectiva, e por ódios culturais e religiosos, tanto novos quanto antigos, como o antissemitismo.

05 – Qual a conclusão do autor sobre a luta contra o racismo na Europa?

      Verissimo expressa uma visão pessimista, sugerindo que a luta contra o racismo parece em vão em um mundo que, apesar de se tornar mais cosmopolita, também se retribaliza, ou seja, se divide em grupos com identidades fechadas e hostis a outros grupos.

 

 

REPORTAGEM: UM NÃO BEM SONORO AO RACISMO - (FRAGMENTO) - TRIBUNA IMPRESSA - COM GABARITO

 Reportagem: Um não bem sonoro ao racismo – Fragmento

        Na semana passada, durante partida de futebol no estádio do Morumbi entre os times do São Paulo e do Quilmes, pela Copa Libertadores, a atitude racista do zagueiro argentino Desábato, que xingou e ofendeu o atacante do São Paulo, Grafite, não acabou em pizza. Por um acaso, Grafite jogou pela nossa Ferroviária em 2002. O delegado Oswaldo Gonçalves prendeu em flagrante o jogador argentino pelo crime de injúria racial. O zagueiro chegou a ficar preso dois dias, depois foi solto sob pagamento de fiança. Ainda assim, será processado pelo crime que cometeu.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijUsrnvcLqGQ7MQ-_Hk9MB8cxZ1uERJt-WrUjeRdJzra2cHOrLJCpGA5SGHsve9I1ieQZmf8sIU9y7mTOT_-WEBzGTG2HgSMtK9ciK2X5gOqdVPChl2swFSOKqqNk_Pqj6yyWnxLvj-YRLuACmT0tpT51-F6ZHGPkfWax6Q1KbhmF-EO79iyFCz7NFnPI/s1600/JOGADOR.jpg


        A ofensa de caráter racista contra Grafite já havia acontecido na primeira partida entre os dois times, realizada na Argentina. A diretoria do Quilmes chegou a mandar uma carta pedindo desculpas ao brasileiro. Mas o fato se repetiu no Brasil e felizmente não ficou só no papel. Como bem definiu o técnico Emerson Leão, “isso está acontecendo em todos os lugares, alguém tinha de tomar uma decisão”.

        Por isso mesmo, a atitude do delegado em cumprir a lei e punir o zagueiro argentino foi exemplar. O racismo vem ganhando força em muitos países. O que vem acontecendo no futebol é apenas a ponta de um iceberg. Se este tipo de comportamento não é coibido de imediato, corremos o risco de voltar atrás nas relações humanas, no respeito e nos direitos humanos, já conquistados, depois de uma História repleta de casos de escravidão e segregação.

        Desta vez, uma atitude racista, como a do argentino Desábato, não acabou em pizza

        Os recentes casos de racismo no futebol levaram o atacante francês Thierry Henry, do Arsenal, a iniciar uma campanha contra o preconceito racial. Vem ganhando cada vez mais adeptos, entre eles jogadores que não escaparam desse tipo de agressão, como Ronaldo, Roberto Carlos e Juan.

        [...]

        Um grande passo é ver que a reação contra o racismo hoje parte dos próprios ofendidos. Não basta haver uma lei se não há vítimas que reclamem seus direitos. No passado, Pelé, assim como outros jogadores, foram vítimas de racismo. Mas optaram por se calar. O atacante Grafite, por outro lado, já admitiu que aceita o pedido d desculpas de Desábato, mas prometeu que não irá retirar a queixa: “cabia a mim como cidadão tomar uma atitude e procurei os meus direitos. Agora deixo para a Justiça fazer o seu trabalho”. O jogador espera que essa atitude seja um “pontapé” para o fim do racismo no futebol.

        [...]

        Um grande passo é ver que a reação contra o racismo hoje parte dos próprios ofendidos

        A punição do jogador Desábato também deu pontos para o Brasil, visto lá fora e aqui dentro como um país com alto grau de impunidade. O Brasil tem mostrado determinação no combate ao preconceito racial. Outro exemplo recente de racismo no futebol não ficou sem punição. Em março, em jogo entre América-MG e Atlético-MG, o zagueiro Wellington Paulo xingou o colega André Luiz de macaco. Não foi feita denúncia criminal, mas o ofensor foi julgado pelo Código Brasileiro Disciplinar de Futebol e o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Mineira de Futebol suspendeu-o por 30 dias.

        Infelizmente, ainda há lugares em que as próprias autoridades fazem corpo mole para um problema tão sério como o racismo, que no passado já ajudou a provocar grandes guerras no mundo.

        [...]

        Mudar o comportamento social e cultural de um povo é muito difícil. Não só em relação ao racismo, mas ao preconceito em geral, que é estúpido e condenável em todas as suas facetas, seja de raça, cor, credo, idade, aparência física, etc. Isso só se consegue com a igualdade de direitos e com muita educação para a cidadania, desde muito cedo.

        Mas também se consegue, até certo ponto, pela punição e exemplo. E pelo engajamento. Esperamos que o futebol, esporte popular que une e emociona multidões, possa emocionar e unir as pessoas na luta contra o racismo.

Tribuna Imprensa, 24/5/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 181-182.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual foi o incidente que desencadeou a prisão do jogador Desábato?

      Desábato, zagueiro argentino, proferiu ofensas racistas contra o atacante Grafite durante uma partida de futebol no estádio do Morumbi, pela Copa Libertadores.

02 – Qual a importância da atitude do delegado Oswaldo Gonçalves nesse caso?

      O delegado agiu de forma exemplar ao prender Desábato em flagrante pelo crime de injúria racial, demonstrando que o racismo não seria tolerado e que a lei seria aplicada.

03 – Como o jogador Grafite reagiu às ofensas racistas?

      Grafite decidiu prestar queixa contra Desábato, afirmando que era seu dever como cidadão buscar seus direitos, e esperava que sua atitude servisse como um "pontapé" para o fim do racismo no futebol.

04 – Qual a relevância da punição de Desábato para a imagem do Brasil?

      A punição de Desábato ajudou a melhorar a imagem do Brasil, demonstrando que o país está determinado a combater o preconceito racial e que a impunidade não seria mais aceita.

05 – Quais outros jogadores de futebol foram mencionados na reportagem por se engajarem na luta contra o racismo?

      A reportagem menciona Thierry Henry, Ronaldo, Roberto Carlos e Juan como jogadores que se engajaram em campanhas contra o preconceito racial.

06 – Qual a diferença de comportamento entre Pelé e Grafite em relação ao racismo?

      Pelé, assim como outros jogadores do passado, optou por se calar diante de ofensas racistas. Grafite, por outro lado, decidiu denunciar o crime e buscar seus direitos.

07 – Quais medidas a reportagem aponta como necessárias para combater o racismo?

      A reportagem destaca a importância da punição, do exemplo, do engajamento, da igualdade de direitos e da educação para a cidadania desde cedo como medidas cruciais para combater o racismo.

 

NOTÍCIA: O DOBRO DE MENINAS GRÁVIDAS - (FRAGMENTO) - O ESTADO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: O dobro de meninas grávidas – Fragmento

        No grupo de 10 a 14 anos, subiu 93,7% o número de mães iniciantes, em 2000

         O número de meninas de 10 a 14 anos que tiveram filhos pela primeira vez em 2000 quase dobrou em relação a 1991. Foram 20.632 crianças e adolescentes estreando na condição de mães. Mais alarmante é o fato de que outras 2.502 meninas já tinham filhos naquele ano, quando tiveram outro bebê. No grupo de 10 a 14 anos, aumentou 93,7% o número de mães iniciantes. Entre as jovens de 15 a 19 anos, o aumento foi de 41,5% na década de 90. Do total de 1,3 milhão de mulheres que tiveram o primeiro filho em 2000, 38,6% tinham entre 10 e 19 anos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinl4o4nCVthgVE9jB5YYoVWynn9vgxzrQTW8TMK3oVGgyy0sCxcqwurfQjjVVdcNvZyJmfWTzxnNPz_B4NNHSyb2GbgzfjGXS0mDrPVBek1GKZYku4uiThGVt-x9qm9CSlkVvL6M6YKCwgcGm9ID8UbtIihzgJPzPmFxcjbBPfVrRa8EoFjtah_Jj_RnE/s320/MENINA.png


        A Região Norte tem os maiores porcentuais de mães muito jovens. As mães adolescentes são em geral pobres, com baixa escolaridade e nem sempre contam com a presença do pai dos bebês.

        “No caso das mães jovens de baixa renda, a maioria interrompe os estudos e não volta mais à escola. No caso das mais ricas, cria-se um aparato para cuidar do filho e os cuidados com a criança são divididos na família”, compara o demógrafo do IBGE Juarez de Castro Oliveira.

        [...]

        Planejamento não é só dar pílula, afirma pesquisador

        Políticas de prevenção à gravidez precoce não têm sido suficientes para evitar o aumento do número de mães adolescentes porque estão muito voltadas para a distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, mas ainda não conseguiram transmitir o impacto do nascimento de um filho na vida das jovens. “Planejamento familiar não é só distribuir pílula. É passar informações para que uma família se forme de maneira saudável e sem traumas. Não é por falta de informação que as jovens engravidam. Acredito que seja mais por falta de atenção e por descuido”, diz o demógrafo Juarez de Castro Oliveira, autor da pesquisa que aponta o aumento das mães adolescentes.

        [...] Outro dado importante da pesquisa foi a mudança na situação conjugal das mães. Em 19770, apenas 22,77% das mulheres solteiras eram mães. Em 2000, esse número subiu para 16,37%. Fenômeno, segundo o economista (Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas), relacionado com a gravidez precoce.

O Estado de São Paulo, 7/5/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166-167.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal dado alarmante apresentado na notícia?

      O principal dado alarmante é o aumento significativo no número de meninas de 10 a 14 anos que se tornaram mães pela primeira vez em 2000, quase dobrando em relação a 1991. Além disso, há o fato de que muitas dessas meninas já tinham filhos anteriormente.

02 – Quais são as regiões do Brasil com os maiores índices de gravidez na adolescência?

      A Região Norte do Brasil apresenta os maiores percentuais de mães muito jovens.

03 – Quais são as características socioeconômicas das mães adolescentes, de acordo com a notícia?

      As mães adolescentes são, em geral, pobres, com baixa escolaridade e, frequentemente, não contam com a presença do pai dos bebês.

04 – Como a situação socioeconômica influencia as consequências da gravidez na adolescência, segundo o demógrafo Juarez de Castro Oliveira?

      Segundo o demógrafo, meninas de baixa renda tendem a interromper os estudos e não retornar à escola, enquanto aquelas de famílias mais ricas têm maior suporte familiar para cuidar dos filhos e continuar seus estudos.

05 – Qual é a crítica do pesquisador em relação às políticas de prevenção à gravidez precoce?

      O pesquisador critica o fato de que as políticas de prevenção estão muito focadas na distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, sem abordar adequadamente o impacto da maternidade na vida das jovens.

06 – Qual é a visão do demógrafo Juarez de Castro Oliveira sobre as causas da gravidez na adolescência?

      O demógrafo acredita que a gravidez na adolescência é mais resultado da falta de atenção e descuido do que da falta de informação sobre métodos contraceptivos.

07 – Qual é a relação entre gravidez precoce e situação conjugal das mães, segundo o economista Marcelo Neri?

      Segundo o economista, há uma relação entre o aumento da gravidez precoce e o aumento do número de mães solteiras, indicando uma mudança na situação conjugal das mães ao longo dos anos.

 

NOTÍCIA: NOVO PAPEL DIFICULTA ESTUDOS - (FRAGMENTO) - DIÁRIO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Novo papel dificulta estudos – Fragmento

        Psicanalistas dizem que ajuda da família é fundamental para que meninas não se tornem “irmãs” de seus filhos. Reincidência da gravidez entre as adolescentes e abandono da escola são outras preocupações dos especialistas

        A maioria das adolescentes grávidas só se dá conta do novo papel quando o bebê nasce. Na maioria dos casos, elas são dependentes e precisam do apoio dos pais no cuidado com os filhos. Para a psicóloga Maria Helena Alves Pereira, coordenadora do Programa de Atendimento à Adolescente Grávida do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth (ex-Praça XV), no Rio de Janeiro, quando as famílias participam desse momento delicado é mais fácil para os jovens lidar com a situação, retomar os estudos e, muitas vezes, o trabalho.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPKA2no0KLOzPILyKfoXk-XDToV08lpfPHLpCJRxVdAIBM2tW8X-EEdBICjq0gVfbISVoWrLsUt2FyXNkcSeAzbb-GcSF6KJaoxKelo0gNv2Phbu4jGhQErymeB-Olk4CsenAR9eAFd6rrgat78HU70a2IABmGBqij3ETZC5Op72CQ89UtEcM0e-FDjp4/s1600/LAPIS.jpg


        “[...] No programa, estimulamos os pais e as mães adolescentes a não abandonarem os estudos e a levarem adiante os seus objetivos profissionais. O que não podemos esquecer é que eles são pais e mães adolescentes e não há como exigir que se comportem como adultos”, diz.

        Mas a realidade, pelo menos até agora, é bem diferente desse ideal. Pesquisa realizada pelo Serviço de Pré-Natal de Gravidez na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40 adolescentes grávidas, por exemplo, revelou que apenas 5% delas continuaram a estudar durante o período de gestação. “Elas não completam o ensino médio e, como mais de 60% nunca trabalhou, acabam ocupando subempregos”, revela Marisa Pascale.

        [...]

        Educação

        Parar os estudos leva também a reincidência na gravidez adolescente, problema que já afeta 25% das meninas mães. Pesquisa realizada no Rio de Janeiro revelou que mulheres que estudaram apenas um ano ou nunca estudaram tiveram, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas que estudaram pelo menos 11 anos tiveram 1,48 filho.

        A situação verificada no Estado do Rio não é muito diferente do que se vê no resto do país. Em São Paulo, por exemplo, estudo do Hospital das Clínicas também demonstrou que metade das meninas pararam a escola antes de engravidar. Isso significa uma relação direta entre educação e possibilidade de gravidez precoce. “A baixa autoestima é o fator principal que leva essas meninas a abandonar a escola como seu projeto de vida”, explica o ginecologista Marco Aurélio Galleta, do HC. “Por isso, muitas delas, mesmo que de forma inconsciente, acabam optando pela formação de uma família para preencher esse espaço”, completa o especialista.

Diário de São Paulo, 11/5/2003.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal dificuldade enfrentada pelas adolescentes grávidas, de acordo com o texto?

      A principal dificuldade é a transição para o novo papel de mãe, que muitas vezes ocorre sem que elas estejam preparadas, e a necessidade de apoio familiar para lidar com a situação.

02 – Qual é a importância do apoio familiar para as adolescentes grávidas, segundo a psicóloga Maria Helena Alves Pereira?

      O apoio familiar é fundamental para que as adolescentes consigam lidar com a situação, retomar os estudos e, em muitos casos, o trabalho.

03 – Qual é a realidade enfrentada pelas adolescentes grávidas em relação aos estudos, de acordo com a pesquisa da Unifesp?

      A pesquisa revelou que apenas 5% das adolescentes grávidas continuam estudando durante a gestação, o que leva à baixa escolaridade e, consequentemente, a subempregos.

04 – Qual é a relação entre a gravidez na adolescência e a reincidência da gravidez, segundo o texto?

      A interrupção dos estudos está diretamente relacionada à reincidência da gravidez na adolescência, com 25% das mães adolescentes engravidando novamente.

05 – Como a escolaridade influencia o número de filhos que as mulheres têm, de acordo com a pesquisa mencionada no texto?

      Mulheres com baixa escolaridade (um ano ou nenhum estudo) têm, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas com pelo menos 11 anos de estudo têm 1,48 filho.

06 – Qual é a relação entre educação e gravidez precoce, segundo o ginecologista Marco Aurélio Galleta?

      Segundo o ginecologista, há uma relação direta entre a falta de educação e a probabilidade de gravidez precoce. A baixa autoestima leva muitas adolescentes a abandonar a escola e buscar a formação de uma família para preencher esse vazio.

07 – Qual é o papel da baixa autoestima na gravidez precoce, de acordo com o texto?

      A baixa autoestima é apontada como um fator crucial que leva as adolescentes a abandonar a escola e buscar na maternidade uma forma de preencher o vazio emocional.

 

NOTÍCIA: QUANTO MAIS POBRE, MAIS FILHOS - ALEXANDRE RODRIGUES - COM GABARITO

 Notícia: Quanto mais pobre, mais filhos

        É o que mostra estudo de economista da FGV sobre fecundidade de adolescentes de favelas e de bairros de renda mais alta no Rio

        Fecundidade – Alexandre Rodrigues

        RIO

        Um estudo do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas cinco maiores favelas do Rio é cinco vezes maior do que entre as que moram nos cinco bairros de renda mais alta da cidade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeCy_TDhS-g2vrIVrsJXDlRntFIBC4GArhyk8QOK90cWaM4FpghzEoQ4iN5LOEAyFNV6lbr1w9WB7Q7dhi_hbB_YYw1Srz9MB_PbewuJ1GzyxoGLiKoWiAO9Y51MP0q9yYYxDYzlb4S4U74A26zs3W0Q_BeDaGQGhTcMWVww2qbuhOTunE34_vnxmqNzI/s320/LONGE.png


        A taxa média de filhos por menina de 15 a 19 anos das Favelas da Rocinha, da Maré, do Complexo do Alemão, do Jacarezinho e da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, é de 0,266. Já a dos bairros de Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca é de 0,054. O economista cruzou dados do Censo 2000 com os números de recém-nascidos nas regiões administrativas da prefeitura.

        A taxa média de filhos por jovem na Rocinha é de 0,266; em Ipanema, de 0,054

        “O resultado mostra que, quanto mais pobre, maior é o número de filhos das mulheres. Isso acontece em todas as faixas de idade, mas foi mais forte entre as adolescentes”, explica o pesquisador, para quem o estudo comprova que a taxa de fecundidade nas favelas está ligada à baixa renda e, consequentemente, ao baixo nível de escolaridade.

        Neri cita a Rocinha e a Barra da Tijuca. A favela, que tem um dos menores índices de escolaridade do Rio, tem taxa de fecundidade de 0,25 na faixa analisada. Ao lado, nos apartamentos voltados para o mar da Barra, a taxa é bem menor: 0,12. “Com mais filhos e menos recursos, a família não investe em educação e forma-
se um círculo vicioso. Pobreza leva a fecundidade e fecundidade leva a pobreza.”

        Enfermeira especializada em obstetrícia, Viviane Costa conta que as adolescentes grávidas já são responsáveis por cerca de 30% dos atendimentos que faz no posto do Programa de Saúde da Família da Favela do Canal do Anil, em Jacarepaguá, zona oeste. “Pré-natal tornou-se o carro-chefe do posto, como o tratamento de hipertensão. O número de adolescentes grávidas tem aumentado e a idade delas, diminuído. Recebemos cada vez mais meninas de 14, até 13 anos.”

        Baile

        Uma das pacientes de Viviane é Lídia da Silva Costa, de 16 anos. Grávida de quatro meses, ela conta que não conseguiu prevenir a gravidez porque tinha vergonha de ir ao ginecologista. “Queria ter filhos só com 18 anos, mas como veio agora não achei ruim. Quando eu tiver 26, meu filho já vai ter 10 anos. Vou poder até curtir um baile com ele”, diz.

        Para Neri, apesar de exposição a informações sobre métodos anticoncepcionais, da influência da TV e dos programas sociais, a educação é que faz a diferença entre meninas de comunidades carentes e de classe média. “A renda acaba determinando a escolaridade, que faz diferença. Não é só o acesso à informação que deve ser levado em conta, mas a capacidade de formar
opinião.”

        Jenifer Chaves da Cruz, de 16 anos, gosta da barriga de nove meses. Ela não planejou a gravidez, mas revela que sempre admirou as amigas que também se tornaram mães precoces. Obrigada pela tia que a criava a ir morar com o namorado, ela confessa que dificilmente voltará à escola. “Parei na sétima série. Até pensava em continuar e trabalhar, mas agora não dá mais.”

O Estado de S. Paulo, 20/10/2004.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 164-165.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal conclusão do estudo realizado pelo economista Marcelo Neri?

      O estudo concluiu que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas favelas do Rio de Janeiro é significativamente maior do que entre aquelas que vivem em bairros de renda mais alta. Especificamente, a taxa nas favelas é cinco vezes maior.

02 – Quais são as áreas comparadas no estudo?

      O estudo comparou as cinco maiores favelas do Rio de Janeiro (Rocinha, Maré, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Cidade de Deus) com os cinco bairros de renda mais alta da cidade (Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca).

03 – Qual é a relação entre pobreza e fecundidade, de acordo com o estudo?

      O estudo mostra que existe uma correlação direta entre pobreza e alta taxa de fecundidade, especialmente entre adolescentes. Quanto mais pobre a comunidade, maior o número de filhos por adolescente.

04 – Quais fatores o economista Marcelo Neri aponta como influenciadores dessa relação?

      Neri aponta a baixa renda e, consequentemente, o baixo nível de escolaridade como fatores determinantes para a alta taxa de fecundidade nas favelas. Ele também menciona que a falta de acesso à informação e a capacidade de formar opinião influenciam essa relação.

05 – Qual é a situação das adolescentes grávidas nos atendimentos de saúde nas favelas, segundo a enfermeira Viviane Costa?

      Viviane Costa relata que cerca de 30% dos atendimentos no posto de saúde da Favela do Canal do Anil são de adolescentes grávidas, e que a idade dessas jovens tem diminuído, com casos de meninas de 13 e 14 anos.

06 – Como a falta de acesso à informação sobre métodos anticoncepcionais afeta a gravidez na adolescência, segundo a notícia?

      A notícia relata o caso de Lídia da Silva Costa, de 16 anos, que engravidou por ter vergonha de ir ao ginecologista. Isso ilustra como a falta de acesso à informação e a barreiras como o constrangimento podem levar a gravidez não planejada na adolescência.

07 – Qual é o papel da educação na prevenção da gravidez na adolescência, de acordo com o estudo?

      O estudo destaca que a educação desempenha um papel fundamental na prevenção da gravidez na adolescência. A escolaridade influencia a capacidade das jovens de formar opinião e tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual e reprodutiva.