sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

CONTO: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO - CAP.II - FRAGMENTO - ALDOUS HUXLEY - COM GABARITO

 Conto: Admirável Mundo Novo Cap. II – Fragmento

            Aldous Huxley

        [...]. O D. I. C. e seus alunos entraram no elevador mais próximo e foram levados ao quinto andar. 

        Berçários. Salas de Condicionamento Neopavloviano, indicava o painel de avisos.

        O Diretor abriu uma porta. Entraram numa vasta peça nua, muito clara e ensolarada, pois toda a parede do lado sul era constituída por uma única janela. Meia dúzia de enfermeiras, com as calças e jaquetas do uniforme regulamentar de linho branco de viscose, os cabelos assepticamente cobertos por toucas brancas, estavam ocupadas em dispor sobre o assoalho vasos com rosas numa longa fila, de uma extremidade à outra da peça. Grandes vasos, apinhados de flores.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOqWkExhC-ql5jIizT2mO1sE-xfwF7acqqIWJsuB9C_SWxoQpY6VWFRZ7JJwEZ79mUOUnpIrqdQpdlUZXIeEihdMzBP3K8qwtqJMgTt0rOOvOCfwpD-OIu4IJb7DHneGDc94pH4xN7CuRh07g0B-a9yA20Nkf47n0o-bMM6RIjXOk-F7_Mg2hF7zXBxVw/s320/MUNDO.jpg


        Milhares de pétalas, amplamente desabrochadas e de uma sedosa maciez, semelhantes às faces de inumeráveis pequenos querubins, [...].

        As enfermeiras perfilaram-se ao entrar o D.I.C.

        -- Coloquem os livros – disse ele, secamente.

        Em silêncio, elas obedeceram à ordem. Entre os vasos de rosas, os livros foram devidamente dispostos – uma fileira de livros infantis, cada um aberto, de modo convidativo, em alguma gravura agradavelmente colorida, de animal, peixe ou pássaro.

        -- Agora, tragam as crianças.

        Elas saíram apressadamente da sala e voltaram ao cabo de um ou dois minutos, cada qual empurrando uma espécie de carrinho, onde, nas suas quatro prateleiras de tela metálica, vinham bebês de oito meses, todos exatamente iguais (um Grupo Bokanovsky, evidentemente) e todos (já que pertenciam à casta Delta) vestidos de cáqui.

        -- Ponham as crianças no chão.

        Os bebês foram descarregados.

        -- Agora, virem-nas de modo que possam ver as flores e os livros.

        Virados, os bebês calaram-se imediatamente, depois começaram a engatinhar na direção daquelas massas de cores brilhantes, daquelas formas tão alegres e tão vivas nas páginas brancas. Enquanto se aproximavam, o sol ressurgiu de um eclipse momentâneo atrás de uma nuvem. As rosas fugiram como sob o efeito de uma súbita paixão interna; uma energia nova e profunda pareceu espalhar-se sobre as páginas reluzentes dos livros. Das filas de bebês que se arrastavam a quatro pés, elevaram-se gritinhos de excitação, murmúrios e gorgolejos de prazer.

        O Diretor esfregou as mãos.

        -- Excelente! – comentou. – Até parece que foi feito de encomenda.

        Os mais rápidos engatinhadores já haviam alcançado o alvo. Pequeninas mãos se estenderam incertas, tocaram, pegaram, despetalando as rosas transfiguradas, amarrotando as páginas iluminadas dos livros. O Diretor esperou que todos estivessem alegremente entretidos. Depois disse:

        -- Observem bem. – E, levantando a mão, deu o sinal.

        A Enfermeira-Chefe, que se encontrava junto a um quadro de ligações na outra extremidade da sala, baixou uma pequena alavanca.

        Houve uma explosão violenta. Aguda, cada vez mais aguda, uma sirene apitou. Campainhas de alarme tilintaram, enlouquecedoras.

        As crianças sobressaltaram-se, berraram; suas fisionomias estavam contorcidas pelo terror.

        -- E agora – gritou o D.I.C. (pois o barulho era ensurdecedor) – agora vamos gravar mais profundamente a lição por meio de um ligeiro choque elétrico.

        Agitou de novo a mão, e a Enfermeira-Chefe baixou uma segunda alavanca. Os gritos das crianças mudaram subitamente de tom. Havia algo de desesperado, de quase demente, nos urros agudos e espasmódicos que elas então soltaram.

        Seus pequenos corpos contraíam-se e retesavam-se; seus membros agitavam-se em movimentos convulsivos, como puxados por fios invisíveis.

        -- Nós podemos eletrificar todo aquele lado do assoalho – berrou o Diretor como explicação. – Mas isso basta — continuou, fazendo um sinal à enfermeira.

        As explosões cessaram, as campainhas pararam de soar, o bramido da sirene foi baixando de tom em tom até silenciar. Os corpos rigidamente contraídos distenderam-se, o que antes fora o soluço e o ganido de pequenos candidatos à loucura expandiu-se novamente no berreiro normal do terror comum.

        -- Ofereçam-lhes de novo as flores e os livros.

        As enfermeiras obedeceram; mas à aproximação das rosas, à simples vista das imagens alegremente coloridas do gatinho, do galo que faz cocorocó e do carneiro que faz bé, bé, as crianças recuaram horrorizadas; seus berros recrudesceram subitamente.

        [...]

        -- Elas crescerão com o que os psicólogos chamavam um ódio "instintivo" aos livros e às flores. Reflexos inalteravelmente condicionados. Ficarão protegidas contra os livros e a botânica por toda a vida. – O Diretor voltou-se para as enfermeiras. – Podem levá-las.

        Sempre gritando, os bebês de cáqui foram colocados nos seus carrinhos e levados para fora da sala, deixando atrás de si um cheiro de leite azedo e um agradabilíssimo silêncio.

        Um dos estudantes levantou a mão.

        Embora compreendesse perfeitamente que não se podia permitir que pessoas de casta inferior desperdiçassem o tempo da Comunidade com livros e que havia sempre o perigo de lerem coisas que provocassem o indesejável descondicionamento de algum dos seus reflexos, no entanto... enfim, ele não conseguia entender o referente às flores. Por que dar-se ao trabalho de tornar psicologicamente impossível aos Deltas o amor às flores?

        [...]

        As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um grave-defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes baixas; [...]  

Aldous Huxley. Admirável Mundo Novo. 2 ed. São Paulo. 2001. p. 51-55.

Entendendo o conto:

01 – Qual é o objetivo do experimento realizado com as crianças?

      O experimento busca condicionar psicologicamente as crianças da casta Delta a desenvolverem um ódio "instintivo" a livros e flores. Isso visa protegê-las contra o desperdício de tempo com leituras e a natureza, que não são úteis para a produtividade da sociedade.

02 – O que ocorre quando as crianças são expostas aos estímulos das flores e dos livros?

      Inicialmente, as crianças sentem prazer e curiosidade pelas flores e pelos livros. No entanto, após serem submetidas a sons ensurdecedores e choques elétricos, passam a associar esses objetos ao medo e ao sofrimento, rejeitando-os completamente.

03 – Por que as crianças devem ser condicionadas a odiar as flores?

      O amor à natureza, representado pelas flores, é considerado improdutivo para as castas inferiores, pois as flores e paisagens não geram consumo ou atividade industrial. Por isso, é preciso eliminar esse interesse para favorecer a produtividade.

04 – Como o condicionamento é aplicado às crianças?

      O condicionamento é realizado com estímulos dolorosos e perturbadores, como sons altos e choques elétricos, para criar associações negativas entre as crianças e os objetos desejados, como flores e livros.

05 – Qual é a importância de impedir as castas inferiores de terem acesso a livros?

      Impedir o acesso aos livros evita que as castas inferiores leiam conteúdos que possam descondicionar seus reflexos ou questionar a ordem social, garantindo que permaneçam submissas e produtivas para a sociedade.

06 – Como os bebês da casta Delta são apresentados no experimento?

      Os bebês da casta Delta, idênticos por serem de um Grupo Bokanovsky, vestem-se de cáqui e são trazidos em carrinhos. Eles são posicionados para ver os livros e as flores antes de serem condicionados.

07 – O que revela o experimento sobre a sociedade do conto?

      O experimento mostra que a sociedade de Admirável Mundo Novo valoriza a manipulação e o controle psicológico desde a infância, eliminando qualquer comportamento ou interesse que não contribua para a eficiência, o consumo e a estabilidade social.

 

CONTO: OS DRAGÕES - FRAGMENTO - MURILO RUBIÃO - COM GABARITO

 Conto: Os Dragões – Fragmento

           Murilo Rubião

        Os primeiros dragões que apareceram na cidade muito sofreram com o atraso dos nossos costumes. Receberam precários ensinamentos e a sua formação moral ficou irremediavelmente comprometida pelas absurdas discussões surgidas com a chegada deles ao lugar.

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        Poucos souberam compreendê-los e a ignorância geral fez com que, antes de iniciada a sua educação, nos perdêssemos em contraditórias suposições sobre o país e raça a que poderiam pertencer.

        A controvérsia inicial foi desencadeada pelo vigário. Convencido de que eles, apesar da aparência dócil e meiga, não passavam de enviados do demônio, não me permitiu educá-los. Ordenou que fossem encerrados numa casa velha, previamente exorcismada, onde ninguém poderia penetrar. Ao se arrepender de seu erro, a polêmica já se alastrara e o velho gramático Você também pode

        Um leitor de jornais, com vagas ideias científicas e um curso ginasial feito pelo meio, falava em monstros antediluvianos. O povo benzia-se, mencionando mulas sem cabeça, lobisomens.

        Apenas as crianças, que brincavam furtivamente com os nossos hóspedes, sabiam que os novos companheiros eram simples dragões. Entretanto, elas não foram ouvidas.

        [...]

Murilo Rubião. Os Dragões. Obras completas. São Paulo. Companhia das Letras. 2010.

Entendendo o conto:

01 – Como os primeiros dragões foram recebidos na cidade?

      Os dragões enfrentaram preconceito e ignorância por parte da população. Eles foram alvo de discussões sobre sua origem e natureza, sem receber a educação ou a compreensão necessária.

02 – Qual foi a reação do vigário à chegada dos dragões?

      O vigário acreditava que os dragões eram enviados do demônio, o que levou à decisão de isolá-los em uma casa velha previamente exorcizada, impedindo sua educação inicial.

03 – Quem tentou interpretar a natureza dos dragões e o que afirmava?

      Um leitor de jornais, com conhecimentos científicos limitados, sugeriu que os dragões poderiam ser monstros antediluvianos, enquanto o povo recorria a crenças populares, comparando-os a lobisomens e mulas sem cabeça.

04 – Qual era a percepção das crianças em relação aos dragões?

      As crianças, que brincavam secretamente com os dragões, sabiam que eles eram apenas simples dragões, sem maldade ou ameaça. No entanto, sua opinião foi ignorada pelos adultos.

05 – O que o fragmento revela sobre a sociedade em que os dragões chegaram?

      O texto mostra uma sociedade presa ao preconceito, ignorância e superstição, incapaz de lidar de forma racional e compassiva com o desconhecido, deixando de aproveitar a oportunidade de educar e compreender os dragões.

 

 

PEÇA DE TEATRO: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO - WILLIAM SHAKESPEARE - ATO III - CENA II - COM GABARITO

 PEÇA DE TEATRO: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

                            William Shakespeare

ATO III,Cena II


Outra parte do bosque. Entra Oberon.

OBERON - Saber eu desejara se Titânia já despertou, e mais: o que primeiro lhe caiu sob os olhos, de que esteja perdida de paixão. Mas eis que chega meu mensageiro.
(Entra Puck.)
Então, travesso espírito, qual foi a brincadeira mais estranha que aparelhaste neste bosque mágico?

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PUCK - A rainha se encontra loucamente de um monstro apaixonada. Quase em frente do sagrado lugar em que ela a sono mui tranquilo se achava em abandono, unia tropa de artífices de Atenas, capazes de trabalho rude, apenas, para ganhar o pão com o suor do rosto, ensaiava uma peça de mau gosto, para o dia solene do himeneu da Amazona garbosa e o grão Teseu. O casca-grossa de mais rude engenho de todos eles, que, com muito empenho, de Píramo fazia, a cena deixa por um momento, à espera de sua deixa. Eu, então, da ocasião me aproveitando para em um monstro o transformar, infando, sobre os ombros lhe pus, sem mais demora, de burro uma cabeça. Eis chegada a hora da resposta de Tisbe, o instante azado para na peça eu por o meu bocado. Ao vê-lo, os outros, tal como bulhento bando de patos bravos, no momento em que percebem caçador matreiro que para eles se arrasta sorrateiro, ou como gralhas de pés rubros, quando a um tiro súbito, a gritar, voando, se espalham pelo céu - cheios de medo
também se afundam logo no arvoredo. Para mais assustá-los, sapateio sem parar, deles todos pelo meio: uns sobre os outros caem, por socorro gritando, em desespero: Atenas! Morro! Minguando-lhes o senso na medida que aumenta o medo, quanto não tem vida lhes causa dano, que, pelos caminhos vão deixando
nas pontas dos espinhos aqueles membros do teatro imbele parte das roupas, dos chapéus, da pele.
Dominados, assim, todos do medo, deixei-os ir. Só fica no brinquedo nosso Píramo, em burro transformado. Nesse instante, porém, tendo acordado. Titânia, apaixonou-se loucamente do belo monstro que lhe estava em frente.

OBERON - Eu próprio melhor plano não teria podido excogitar. Mas a magia da planta no ateniense já puseste, conforme te falei, de peito agreste?

PUCK - A dormir o encontrei, Já liquidado ficou também esse negócio. Ao lado dele estava a ateniense desprezada que por ele vai ser alcandorada.
(Entram Demétrio e Hérmia)

OBERON - Põe-te de lado; eis o ateniense duro.
PUCK - Ela é a mesma; mas que este é outro eu juro.
DEMÉTRIO - Por que tais expressões gastais comigo? Deixai rigores para o vosso inimigo.


HÉRMIA - Com censuras agora me contento, mas sobejas razões teu ardimento num crescendo me dá de amaldiçoar-te. Se de Lisandro a vida, em qualquer parte, no sono tu tiraste, e já manchado de sangue tens o pé, nenhum cuidado te cause prosseguir na furibunda devastação: a perna inteira afunda,.. Oh!
mata-me, também! O sol não era tão fiel ao dia, como ele a mim. Possível lhe seria fugir de mim, para fazer-me guerra? Mais fácil fora acreditar que a terra se deixasse furar por uma pua e que emitisse através dela a lua sua luz clara para, do outro lado, deixar o irmão ao meio-dia enfiado. Dúvida já não tenho: és assassino; esse rosto o proclama, o olhar ferino.

DEMÉTRIO - O aspecto devo ter de assassinado, não de assassino, porque transpassado me deixou tua insólita crueldade. Mas brilhas com tão grande claridade, apesar da feição dura e severa, como a luzente Vênus na alta esfera.

HÉRMIA - A que vem isso com Lisandro, agora? Ah, bom Demétrio, dá-mo sem demora.

DEMÉTRIO - Antes eu dera aos cães sua carcaça.

HÉRMIA - Sai, monstro! Cão! Desfaçatez tão crassa minha paciência virginal esgota. Já não tenho esperança nem remota. Sei que o mataste; mas, como um bargante, dos homens fugir deves de ora em diante. Oh! Por amor de mim, conta-me tudo, que em minha grande dor encontro escudo. De frente a olhá-lo sempre te abstiveste, e, no sono, o mataste? Oh peito agreste! Poderia algum verme, alguma cobra, tão depressa causar tão hedionda obra? Víbora, disse, que ela mais pungente picada do que tu não
dá, serpente!

DEMÉTRIO - Funda-se nalgum erro o teu cuidado. Se Lisandro está mal, não sou culpado, nem sei que morto esteja ele, também.

HÉRMIA - Dize, então, por favor, que ele está bem.

DEMÉTRIO - Se o disser, que vantagem me vem disso?

HÉRMIA - A de jamais me ver; maior serviço possível não será, como ora o faço, sejas ou não culpado em seu trespasso.
(Sai.)

DEMÉTRIO - Nessa disposição não há segui-la. Vou esperar que fique mais tranquila e procurar dormir.
Quando em falência se acha o sono, menor é a resistência ao peso da tristeza. Desta sorte talvez melhor esse ônus eu suporte.
(Deita-se e dorme.)

OBERON - Que fizeste? Houve engano manifesto; foi posto o suco em um amante honesto; deixaste falso um fido namorado, sem que o remisso fosse castigado.

PUCK - O fado o quis; para um sincero amante, mil falsos há de haver a cada instante.

OBERON - Percorre a mata, mais veloz que o vento, e acha Helena de Atenas num momento. De aqui trazê-la ficas incumbido, enquanto o peito eu mudo ao moço infido.

PUCK - Já vou! Já vou! Vê como eu vou ligeiro, tal qual seta de Tártaro guerreiro.
(Sai.)

OBERON - Botão de rosa ferido pela flecha de Cupido,
(Espreme a flor nos olhos de Demétrio.) no espírito entra vencido deste moço adormecido. Ao despertar, ao ruído que ela fizer, que rendido se lhe torne o peito fido.
(Volta Puck.)

PUCK - Capitão do nosso bando de duendes, já vem andando para cá Helena bela e o jovem da tal querela por mim causada, também. Ora dizei se convém prosseguir na brincadeira, porque a tenhamos
inteira. Oh mestre! Como são loucos os mortais! De senso há poucos.

OBERON - Retira-te; ao vir o par vai Demétrio despertar.

PUCK - Dois namorados para uma só mulher! Não há nenhuma brincadeira que me agrade, como ciúme de verdade.
(Entram Helena e Lisandro.)

LISANDRO - Por que dizes que tudo é só ironia? Se assim fosse, tão fundo eu não chorara. No meu pranto comprova-se a magia que exerce em mim tua figura rara. Como haveria em meu amor suspeita, se minha fé se encontra a ti sujeita?

HELENA - Vossa ousadia aumenta; é uma querela santa e infernal matar o amor com juras. Vossa fé é só de Hérmia; abris mão dela? Vossas juras são falsas e inseguras. Como conto falaz é o juramento que a ela e a mim fazeis num só momento.

LISANDRO - Ao lhe jurar amor, não tinha eu senso.

HELENA - E ao deixarde-la, menos; é o que eu penso.

LISANDRO - Demétrio a Hérmia idolatra e vos detesta.

DEMÉTRIO (despertando) - O Helena, deusa, ninfa sublimada, que há de mais fascinante que a alvorada desses olhos tão lindos? Tosco e baço é o cristal junto deles; um pedaço de cereja esses lábios tentadores que a toda hora me falam só de amores. A neve virginal do Tauro altivo, sempre apagada pelo vento estivo, em corvo se transforma, horrente e feio, quando agitas a mão, num galanteio. Oh! Vou beijar a sede da ventura, essa princesa feita de luz pura!

HELENA - Oh dor! Vejo que estais de acordo, acinte, para de mim zombar com tal requinte. Se em vós houvesse sombra de respeito, jamais me ofenderíeis desse jeito. Odiar-me não vos basta; a zombaria nesta farsa a vosso ódio se associa. Se fôsseis homens, como a forma o mostra, não daríeis de vós tão triste mostra, zombando assim de mim, com tantas juras, porque me causem tão-somente agruras. Sois rivais, porque tendes amor a Hérmia, e ainda rivais para zombar de Helena. Oh feito altivo! Oh sublimada empresa! Fazer chorar quem se acha ora indefesa. Cavalheiro nenhum ofenderia uma virgem qualquer, nem tiraria a paciência dela, por folia.

LISANDRO - Demétrio, sois cruel; tenho certeza de que a Hérmia amais. Usemos de franqueza: de todo o coração te cedo a parte que eu ter pudesse em seu amor; desta arte me cedereis também vosso quinhão do amor de Helena, a quem estendo a mão-

HELENA - Jamais se ouviu tão vã declaração.

DEMÉTRIO - Lisandro, não me causas alegria; de Hérmia saber não quero. Se algum dia lhe tive amor, está tudo acabado. Tal amor foi um simples convidado que em seu peito morou, mas que, ao presente, para Helena retorna alegremente.

LISANDRO - Não creias nisso, Helena.

DEMÉTRIO - Não permito que menoscabes o meu peito aflito. Se insistes, provarás a minha espada. Mas eis que vem chegando a tua amada.
(Entra Hérmia.)

HÉRMIA - A noite que da vista tira tudo deixa o ouvido dez vezes mais agudo. Quanto parece a vista ter perdido, em agudeza ganha o outro sentido. Bom Lisandro, não foste ora encontrado com o auxílio da vista. Se ao teu lado me vejo, é que tua voz estremecida de guia me serviu nesta corrida. Por que me abandonaste tão sozinha?

LISANDRO - Para ir ver meu amor, minha rainha.

HÉRMIA - Que rainha ou amor de mim te aliena?

LISANDRO - A amada de Lisandro, a bela Helena, que ao teu lado ficar não me deixava e que brilha, com sua coma flava, por tudo iluminando a noite escura mais do que esses luzeiros de luz pura. Por que me buscas? Pois não viste ainda que por ti sinto antipatia infinda?

HÉRMIA - Não dizes o que pensas; é impossível.

HELENA - Hérmia está ao lado deles; será crível? Vejo que os três estão, de igual maneira, mancomunados nesta brincadeira, para rirem de mim. Ó ingrata Hérmia, jovem maldosa, de comum
acordo vos pusestes com estes dois mancebos. para tamanho escárnio me atirardes? As confidências que fazer soíamos, nossos votos de irmã, tantos momentos de conversa amigável, quando o tempo de passadas velozes nós culpávamos por nos vir separar: tudo esquecestes? A amizade dos bancos escolares? A inocência da infância? Hérmia, nós duas como deusas prendadas, muitas vezes a mesma flor tecemos com agulhas, de um modelo valendo-nos, sentadas numa almofada só, cantarolando sempre
no mesmo tom iguais cantigas, como se corpos, mãos, almas e vozes em comum nós tivéssemos. Desta arte crescemos juntas, aparentemente separadas, mas, ainda assim, unidas; dois frutos amorosos num só talo, um coração apenas em dois corpos ao parecer, tal como dois escudos encimados por uma crista
apenas. Quereis romper uma amizade dessas, para ao lado vos pordes desses moços que escarnecem de vossa pobre amiga? Não é procedimento de amizade, nem é conduta feminil, tampouco. Por mim, todo o meu sexo te condena, muito embora eu, somente, a injúria sinta.

HÉRMIA - De espanto me enche esse discurso insólito. De vós não zombo; o que suponho certo, é que alvo sou de vossa zombaria.

HELENA - Instigado por vós não foi Lisandro a me seguir e me fazer encômios por pura zombaria, enaltecendo-me os olhos e a figura? Não fizestes que este outro vosso admirador, Demétrio - que, até há pouco, com o pé me repelia - me chamasse de ninfa, deusa, rara, preciosa, celestial, irresistível? Por que fala desta arte a quem detesta? Por que razão Lisandro ora se mostra perjuro ao vosso amor que a alma lhe adorna, e afeição me protesta formalmente, se instigado por vós não se encontrasse? Por ser
destituída dos encantos que vos são próprios e não ter nenhuma sorte no amor, amando como o faço, sem ser correspondida? Isso piedade despertar deveria, não desprezo.

HÉRMIA - De vossa fala o nexo não percebo.

HELENA - Continuai a fingir olhares tristes e, quando eu me virar, fazei caretas; um para o outro piscai; levai avante vossa pilhéria fina; a brincadeira bem planejada vai passar à história. Se de moral, piedade, ou sentimento fosseis dotados, não me escolheríeis para objeto de vosso passatempo. Mas passai bem; em parte é minha a culpa; a ausência ou a morte ensejará o remédio.

LISANDRO - Não vás, gentil Helena; ouve-me os votos, amor, vida, minha alma, Helena linda!

HELENA - Admirável!

HÉRMIA - Meu bem, não troces dela.

DEMÉTRIO - Se com seus rogos Hérmia o não convence a força empregarei.

LISANDRO - Tuas ameaças me obrigam tanto quanto o seu pedido. Amo-te, Helena. Sim, por minha vida, por esta vida que por ti arrisco, juro provar que falsidade afirma quem se atreva a dizer que eu não te adoro.

DEMÊTRIO - Maior que o dele é o meu amor. afirmo-o.

LISANDRO - Então vinde comigo.

DEMÊTRIO - Neste instante.

HÉRMIA - A que tende, Lisandro, a brincadeira?

LISANDRO - Para trás, negra etíope!

DEMÉTRIO - Ele finge que está furioso mas, realmente, abstém-se de me seguir. Homem pacato,vamos!

LISANDRO (a Hérmia) - Gata, vai te enforcar! Bardana! Monstro! Se não, serás tratada como víbora.

HÉRMIA - Por que tão rude assim ficais de súbito? Qual a causa, meu bem, dessa mudança?

LISANDRO - Teu bem, Tártara escura? Para trás, vomitório! Veneno odioso, fora!

HÉRMIA - Estais brincando?

HELENA - Sim, e vós com ele.

LISANDRO - Demétrio, manterei minha palavra.

DEMÉTRIO - Quisera ter a obrigação escrita por vossa própria mão, pois estou vendo que obrigação mui fraca ora vos prende. Vossa palavra para mim não vale.

LISANDRO - Como! Devo bater-lhe? Assassiná-la? Embora a odeie, mal não lhe desejo.

HÉRMIA - Como! É possível maior mal do que isso de me odiardes assim? Ódio votardes-me? Por quê? Por quê? Oh Deus! Amor, que houve? Hérmia não sou e vós não sois Lisandro? Sou tão formosa agora quanto era antes. Amáveis-me esta noite, e nesta mesma noite me rejeitais. Serei forçada, pois, a pensar - oh! Deus tal não permita! - que de caso pensado me deixastes. Dizei: é isso?

LISANDRO - Sim, por minha vida, e não te quero ver nunca jamais. Perde, pois, a esperança; não te iludas, não me faças perguntas sem sentido. Não é pilhéria, podes estar certa; nada há mais verdadeiro; tenho-te ódio e apaixonadamente a Helena adoro.

HÉRMIA - Ai de mim! Feiticeira! Vil gusano, ladra de amor! Durante a noite viestes para roubar o coração do peito do meu amado?

HELENA - Fina, realmente! Pudor não tendes virginal, modéstia, resquício de vergonha? Será crível?
Quereis forçar-me a gentil boca a dar-vos respostas impacientes? Oh! Que opróbrio! Fora, boneca falsa!

HÉRMIA - É assim: boneca! Esclarece-se agora a brincadeira. Começo a perceber que ela o confronto fez de nossas alturas, insistindo no seu porte mais alto, na aparência mais elevada, em sua alta compostura, e desse modo pode seduzi-lo. Subistes tanto em sua estima, apenas por eu ser anãzinha e diminuta? Qual é minha estatura? Vamos, fala, varapau rebocado. Sou pequena, não é verdade? Mas não tanto, ainda, que com as unhas os olhos não te alcance.

HELENA - Senhores, muito embora estejais todos de mim fazendo troça, por obséquio não consintais que mal ela me cause. Nunca fui má, nem queda jamais tive para essas discussões; mulher me sinto até mesmo na minha covardia. Não deixeis que me bata, pois decerto não pensais que por ela ser mais baixa do que eu, serei capaz de dominá-la.

HÉRMIA - Baixa, baixa outra vez.

HELENA - Hérmia bondosa, não vos mostreis zangada assim comigo. Sempre vos tive amor; ofensa alguma jamais vos fiz e sempre fui discreta com relação a vossas confidências. Sim, por amor, apenas, de Demétrio, lhe revelei que havíeis combinado fugir para este bosque; ele seguiu-vos; eu o segui, também, por amor dele, mas fui por ele repelida, sobre me ver ameaçada de pancada e até mesmo de morte. Mas agora, se deixardes que em paz eu me retire, não mais vos seguirei; torno com a minha loucura para
Atenas. Sim, deixai-me; bem vedes como eu sou simples e dócil.

HÉRMIA - Voltai logo; quem é que vos retém?

HELENA - O louco coração que atrás eu deixo.

HÉRMIA - Com Lisandro, não é?

HELENA - Não, com Demétrio.

LISANDRO - Não tenhas medo, Helena; nenhum dano ela te causará.

DEMÉTRIO - De nenhum modo, senhor, ainda mesmo que do lado dela vos coloqueis.

HELENA - Quando zangada, sarcástica ela fica e arrebatada. Verdadeira raposa era na escola; apesar de pequena, é perigosa.

HÉRMIA - "Pequena", sempre; é só "pequena" e "baixa". Permitis que me insulte desse modo?
Deixai-me segurá-la um só momento.

LISANDRO - Para trás, anãzinha! Dedo mínimo, ser composto de grama retardante, semente, conta de rosário, fora!

DEMÉTRIO - Insistis por demais junto a uma dama que não desce a aceitar-vos os serviços. Deixai-a só; não mais faleis de Helena, nem tomeis seu partido, pois se a mínima demonstração de amor lhe revelardes, pagareis caro.

LISANDRO - Ela já não me prende. Se tens coragem, segue-me; vejamos qual de nós dois a Helena tem direito.

DEMÉTRIO - Seguir-te? Não! Irei junto contigo, rosto com rosto.
(Saem Lisandro e Demétrio.)

HÉRMIA - Vós, senhora, a causa sois dessa briga; não convém sairdes.

HELENA - Em vós eu não confio; não me agrada ficar em companhia amaldiçoada. Se dessas mãos me podem vir feridas, para correr tenho eu pernas compridas.
(Sai.)

HÉRMIA - Não sei o que pensar dessas mexidas.
(Sai.)

OBERON - Tudo provém de tua negligência. Sempre te enganas, caso não se trate de alguma brincadeira voluntária.

PUCK - Ó rei das sombras, podeis crer-me: houve erro. Não disseste que fácil me seria reconhecer o moço, pelas vestes de modelo ateniense? Não mereço censura desta vez, pois encantado deixei de Atenas jovem namorado. Mas alegra-me ver tudo assim torto, que para mim não há melhor desporto.

OBERON - Viste que os dois rivais foram em busca de uma clareira para duelo. Embrusca depressa a noite, bom Robim; defronte deles espalha as trevas do Aqueronte; aparta um do outro os moços
namorados e os faze andar por diferentes lados. Imita de Lisandro a voz aguda, porque mais a Demétrio o ódio sacuda; ou de Demétrio finge a voz, de modo que não se encontrem nunca e, sobremodo cansados, possa o sono, irmão da morte, surpreendê-los com seu pesado porte, infundindo-lhes plácido sossego com suas tenras asas de morcego. Depois, nos olhos de Lisandro espreme desta outra plantazinha o suco estreme, que apresenta a virtuosa propriedade de lhes restituir a claridade, da ilusão lhes deixando
inteiramente liberta a vista, o coração e a mente. Despertos, pensarão que esta balbúrdia tivesse sido, tão-somente, estúrdia visão, talvez um simples sonho, apenas. Voltarão, desse modo, para Atenas os dois casais de fidos namorados, em laços sempiternos amarrados. Enquanto isso fizeres com carinho, pedirei a Titânia o pajenzinho, da vista logo lhe tirando o encanto que a faz de um monstro apaixonar-se tanto.

PUCK - Meu rei dos duendes, isso vai ser, feito com toda a pressa, como o pede o pleito, que os velozes dragões da noite escura não cessam de apartar com a viatura aquelas nuvens negras. Não demora, vai nos surgir o anunciar da aurora, ante o qual os espíritos nefandos procuram logo o cemitério, aos bandos; os espectros de quantos pelas ondas, ou nas encruzilhadas, as hediondas sepulturas tiveram, para os leitos de vermes já se foram, com trejeitos; de medo de mostrar suas vergonhas, escondem da luz clara as carantonhas, ocultando de grado o aspecto impuro na negra noite de sobrolho escuro.

OBERON - Nossa essência, porém, é diferente. Com o amante da Aurora, no nascente rubicundo costumo divertir-me; às vezes, como caçador, a firme terra me apraz cortar, até que a rubra porta ecoa a
Netuno nos descubra, com amarelo de ouro colorindo a verde superfície do mar lindo. Mas apressa-te; a mágica abrevia; urge fazer tudo isso antes do dia.
(Sai Oberon.)

PUCK - Com toda a velocidade vou trazê-los. Nenhum há de me escapar. Minha vontade nas choupanas, na cidade, por tudo tem validade. Trazê-los vou, sem maldade, com toda a velocidade. Lá vem um.
(Entra Lisandro.)

LISANDRO - Tua fúria, Demétrio, deu em nada?

PUCK - Aqui, vilão! Arranca logo a espada!

LISANDRO - Já vou! Já vou!

PUCK - Então, para a clareira me acompanha.
(Sai Lisandro, na direção da voz.)
(Volta Demétrio.)

DEMÉTRIO - Lisandro, essa carreira de veloz gamo impede que eu conheça em que buraco escondes a cabeça.

PUCK - Covarde, com as estrelas é tua briga? Ou com as árvores? Mandas que te siga, e te escondes de mim? Bonito duelo! Vem, menino; uma vara de marmelo tenho aqui, pois vergonha fora, imensa, com ferro te punir por esta ofensa.

DEMÉTRIO - Já vais ver. Onde estás?

PUCK - É muito fácil seguir-me a voz tua figura grácil.
(Saem.)
(Volta Lisandro.)

LISANDRO - Sempre me vai à frente em meu caminho; mas, ao querer pegá-lo, estou sozinho. Corro a valer, mas ele é mais veloz; só tem forças nas pernas e na voz. Exausto estou de tanta correria.
Vou descansar. (Deita-se.) Vem, abençoado dia! Se eu vir de novo a tua luz risonha, me pagará Demétrio esta vergonha.
(Dorme.)
(Voltam Puck e Demétrio.)

PUCK - Olá, covarde! Em que lugar te escondes?

DEMÉTRIO - para, se tens coragem. Não respondes? Por tudo corres, a mudar de posto, sem que jamais eu possa ver-te o rosto. Onde estás?

PUCK - Aqui mesmo; não me fujas.

DEMÉTRIO - Vamos brigar no claro; só corujas podem ver em tamanha escuridão. Se eu te pegar de dia... A lassidão me constrange a medir a compostura em qualquer parte...nesta pedra dura.
(Deita-se e dorme.)
(Volta Helena.)

HELENA - Ó noite tediosa e cansativa, passa depressa! Vem, radiante aurora! porque a Atenas eu possa chegar viva, livre de quem minha alma em vão implora. Sono, que esquecer fazes a agonia, liberta-me da minha companhia.
(Deita-se e dorme.)

PUCK - Somente três? Falta gente porque o outro par descontente fique completo. Coitada! Como vem triste e cansada, por Cupido transtornada!
(Volta Hérmia.)

HÉRMIA - Jamais tal dor senti, tanto cansaço; toda molhada estou, dilacerada; não me é possível dar mais um só passo; os pés não me obedecem quase nada. Aqui esperarei o dia belo;Deus proteja a
Lisandro nesse duelo.
(Deita-se e dorme.)

PUCK - No solo duro dorme; conjuro de grande efeito transforme o peito também deste namorado.
(Deita o suco da planta nos olhos de Lisandro.)
Quando acordares com novos ares, fiques rendido do peito fido de que já foste afeiçoado. Cada mulher com um varão, proclama velho rifão com muita boa intenção. Com prosa lhana João pega Joana. Quem boa potranca tem, acha que tudo está bem.
(Sai.)

Entendendo o texto

01. Quem é o primeiro personagem a aparecer na Cena II do Ato III?
      a) Oberon
      b) Puck
      c) Demétrio
      d) Titânia
02. Qual foi a brincadeira feita por Puck com um dos artesãos?
      a) Transformou-o em burro.
      b) Colocou-o para dormir.
      c) Fez com que ele se apaixonasse por Titânia.
      d) Tirou a voz dele.
03. Por que Titânia se apaixona por um monstro?
      a) Foi uma maldição de Oberon.
      b) Por causa do feitiço da flor mágica.
      c) Ela estava sonhando.
      d) Foi enganada por Puck.
04. Que erro Puck comete ao usar o suco da flor mágica?
     a) Aplica o suco em Lisandro em vez de Demétrio.
     b) Aplica o suco na pessoa errada e cria mais confusões.
     c) Não usa a flor mágica corretamente.
     d) Faz com que Oberon perca a paciência.

05. Qual é o sentimento predominante de Hérmia quando descobre que Lisandro a rejeita?
      a) Raiva.
      b) Tristeza e incredulidade.
      c) Desprezo por Helena.
      d) Confusão.

06. Como Helena interpreta o comportamento de Lisandro e Demétrio ao se declararem para ela?
     a) Ela acredita que é uma piada cruel contra ela.
     b) Ela pensa que eles estão apaixonados por ela de verdade.
     c) Ela acredita que ambos estão enfeitiçados.
     d) Ela desconfia de Hérmia.

07. O que Oberon ordena a Puck fazer para consertar a confusão?
     a) Trazer Helena até eles.
     b) Fazer Lisandro voltar a amar Hérmia.
     c) Usar o feitiço no momento certo.
     d) Transformar Demétrio em outro animal.
08. O que causa o conflito entre Hérmia e Helena?
    a) O ciúme e a desconfiança de Hérmia.
    b) A acusação de Helena de que Hérmia ajudou na zombaria.
    c) As declarações de amor feitas por Lisandro e Demétrio a Helena.
    d) A traição de Demétrio.
09. Qual é a principal emoção demonstrada por Helena durante a cena?
    a) Gratidão.
    b) Indignação e tristeza.
    c) Alegria.
    d) Raiva por Hérmia.
10. No final da Cena II do Ato III, o que Oberon pretende fazer para resolver a situação?
    a) Fazer com que Demétrio ame Helena de verdade.
    b) Separar Lisandro de Helena imediatamente.
    c) Reverter o feitiço em Lisandro.
    d) Acalmar todos os personagens para evitar mais conflitos.

 

CONTO: A MÁSCARA DA MORTE RUBRA - EDGAR ALLAN POE - COM GABARITO

 CONTO: A máscara da Morte Rubra

              Edgar Allan Poe

Por muito tempo a “Morte Rubra” devastara o país. Jamais pestilência alguma fora tão mortífera ou tão terrível. O sangue era seu avatar e seu sinal — a vermelhidão e o horror do sangue. Surgia com dores agudas, súbitas vertigens; depois, vinha profusa sangueira pelos poros e a decomposição. As manchas vermelhas no corpo, em particular no rosto da vítima, estigmatizavam-na, isolando-a da compaixão e da solidariedade de seus semelhantes. A irrupção, o progresso e o desenlace da moléstia eram coisa de apenas meia hora.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVtIFj_c7kmittRzjeHrcoDuTb-Kt5MwtiAMURkQj6yapXPkQVDtmroctMcu3mus5GzxrGMZRnpVGLeN4oHac2mzd4xR4v6z2F0DOnfZN6UDNvCCsWGi-TSFPZJMsXB1sYQaWvb2Ko1N4l7sbBEZrQxB-_TP4rBSxu_hgtglSdOQBY3EiBLr_ScKU3pt8/s1600/morte.jpg


Mas o príncipe Próspero sabia-se feliz, intrépido e sagaz. Quando seus domínios começaram a despovoar-se, chamou à sua presença um milheiro de amigos sadios e frívolos, escolhidos entre os fidalgos e damas da corte, e com eles se encerrou numa de suas abadias fortificadas. Era um edifício vasto e magnífico, criação do gosto excêntrico, posto que majestoso, do próprio príncipe. Forte e alta muralha, com portões de ferro, cercava-o por todos os lados. Uma vez lá dentro, os cortesãos, com auxílio de forjas e pesados martelos, rebitaram os ferrolhos, a fim de cortar todos os meios de ingresso ao desespero dos de fora, e de escape, ao frenesi dos de dentro. A abadia estava amplamente abastecida. Com tais precauções, podiam os cortesãos desafiar o contágio. O mundo externo que se arranjasse. Por enquanto, era loucura pensar nele ou afligir-se por sua causa. O príncipe tomara todas as providências para garantir o divertimento dos hóspedes. Contratara bufões, improvisadores, bailarinos, músicos. Beleza, vinho e segurança estavam dentro da abadia. Além de seus muros, campeava a “Morte Rubra”.
Ao fim do quinto ou sexto mês de reclusão, quando mais furiosamente lavrava a pestilência lá fora, o príncipe Próspero decidiu entreter seus amigos com um baile de máscaras de inédita magnificência.

Que cena voluptuosa, essa mascarada! Mas me permitam, primeiramente, falar das salas em que se realizou. Era uma série imperial de sete salões. Na maioria dos palácios, tais séries formam longas perspectivas em linha reta, as portas abrindo-se de par em par, possibilitando a visão de todo o conjunto. Aqui, o caso era diverso, como se devia esperar do gosto bizarro do duque. Os apartamentos estavam dispostos de forma tão irregular que a vista abarcava pouco mais de um por vez. A cada vinte ou trinta metros, havia um cotovelo brusco, proporcionando novas perspectivas. À direita e à esquerda, no meio de cada parede, uma alta e estreita janela gótica abria-se para o corredor fechado que acompanhava as sinuosidades do conjunto. Essas janelas estavam providas de vitrais cuja cor variava de acordo com o tom predominante da decoração da sala para a qual davam. A sala da extremidade oriental, por exemplo, fora decorada em azul, e intensamente azuis eram suas janelas. A segunda sala tinha ornamento e tapeçarias purpúreas; purpúreas eram as vidraças. A terceira fora pintada de verde, sendo também verdes as armações das janelas. A quarta havia sido decorada e iluminada de alaranjado; a quinta, de branco; a sexta, de violeta. O sétimo aposento estava completamente revestido de veludo preto, que, pendendo do teto e ao longo das paredes, caía em dobras pesadas sobre um tapete de mesmo estofo e cor. Nesse aposento, entretanto, a cor das janelas não correspondia à das decorações. Suas vidraças eram vermelhas, de uma escura tonalidade sanguínea. Cumpre notar que em nenhum dos aposentos havia lâmpada ou candelabro pendendo do teto ricamente ornamentado a ouro. Luz alguma emanava de lâmpada ou candelabro em qualquer das salas. Contudo, nos corredores que as acompanhavam, em frente de cada janela, havia um pesado trípode a sustentar um braseiro cuja luz, filtrando-se através dos vitrais, iluminava o aposento, ocasionando uma infinidade de vistosas e fantásticas aparências. Na sala negra, porém, o clarão, infletindo sobre as negras cortinas através dos vitrais sanguíneos, produzia um efeito extremamente lívido e dava aparência tão estranha à fisionomia dos que ali entrassem que poucos tinham coragem de atravessar-lhe o umbral.
Era nesse mesmo aposento que havia, encostado à parede oeste, um gigantesco relógio de ébano. Seu pêndulo ia e vinha num tique-taque lento, pesado, monótono. Quando o ponteiro dos minutos completava a volta do mostrador e a hora estava para soar, saía dos brônzeos pulmões do relógio um som limpo, alto, agudo, extremamente musical, mas de ênfase e timbre tão peculiares que, a cada intervalo de hora, os músicos da orquestra viam-se constrangidos a interromper momentaneamente a execução para ouvi-lo. Nesses momentos, era forçoso que os dançarinos parassem de dançar, e um breve desconcerto se apoderava da alegre companhia. Enquanto vibrava o carrilhão do relógio, os mais afoitos empalideciam, e os mais idosos e sensatos passavam a mão pela fronte, como em sonho ou meditação confusa. Tão logo se esvaíam os ecos, um riso ligeiro percorria a assembleia. Os músicos se entreolhavam, sorrindo da própria nervosidade e loucura, fazendo juras sussurradas, uns aos outros, de que o próximo carrilhonar do relógio não mais produziria neles tal comoção. Todavia, sessenta minutos mais tarde (que abrangem três mil e seiscentos segundos do tempo que voa), quando vinha outro carrilhonar do relógio, de novo se dava o mesmo desconcerto, o mesmo tremor, a mesma meditação de antes.
A despeito de tudo isso, a folia ia alegre e magnífica. Os gostos do duque eram originais. Tinha ele olho esperto para cores e efeitos. Desprezava as maneiras da moda em vigor. Seus projetos eram audazes e vivos; suas concepções esplendiam de um lustro bárbaro. Muitos acreditariam tratar-se de um louco. Seus adeptos, porém, sabiam que não. Era preciso ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo para assegurar-se de seu juízo perfeito.
Em grande parte, ele comandara pessoalmente a caprichosa decoração das salas para a grande fête; sob sua orientação, haviam sido escolhidas as fantasias. Sem dúvida, elas eram grotescas. Havia muito brilho, muita pompa, muita coisa fantástica, muito daquilo que, desde então, pode-se ver em Hernani. Havia figuras arabescas, com membros e adornos desproporcionados. Havia fantasias delirantes, invenções de louco. Havia muito de belo, de atrevido, de bizarro, algo de terrível, capaz em não pouca medida de provocar aversão. Para lá e para cá, nas sete salas, movimentava-se uma multidão de sonhos. E esses sonhos andavam de um canto a outro, impregnando-se do colorido das salas, fazendo a música extravagante da orquestra soar como o eco de seus passos. Mas logo cantava o relógio de ébano na sala aveludada; por um momento, tudo se fazia imobilidade e silêncio, perturbado apenas por aquela voz. Os sonhos paravam, retesados. Porém, quando os ecos do carrilhão se esvaíam — tinham durado apenas um instante —, um frouxo de riso os acompanhava. E, mais uma vez, a música era reiniciada, os sonhos tornavam a viver e a circular mais alegremente que nunca, banhados pelas cores que a luz dos trípodes, atravessando os vitrais, projetava sobre eles. Entretanto, à última das sete salas, ninguém se aventurava, porque, avançando a noite, a luz filtrada pelas rubras vidraças fazia-se mais sanguínea; e a negrura dos panejamentos causava medo. Aqueles cujos pés pisassem o tapete veludoso ouviriam o som abafado do relógio, e o ouviriam mais solenemente enfático que os convivas dos demais salões.
Esses outros salões estavam cheios de gente; neles, pulsava febril o coração da vida. E a folia continuou, rodopiante, até que o relógio começou a bater meia-noite. A música parou, como já descrevi; acalmou-se o rodopio dos dançarinos; e, como antes, uma constrangida imobilidade tomou conta de todas as coisas. Doze foram as badaladas; por isso, os que meditavam entre os foliões tiveram tempo de meditar mais longa e profundamente. E antes que se esvanecesse o eco da última badalada, muitos dos convivas puderam perceber a presença de um novo mascarado, que, até então, não atraíra as atenções. Entre murmúrios, propagou-se a notícia da nova presença; elevou-se da companhia um zum-zum, um rumor de desaprovação e surpresa, a princípio; de terror, de horror e de náusea, depois.
Numa assembleia de fantasmas, como a que descrevi, era de supor que tal agitação não seria causada por aparição vulgar. Na realidade, a licença carnavalesca da noite fora praticamente ilimitada, mas o novo mascarado excedia em extravagância ao próprio Herodes; ultrapassava, inclusive, os indecisos limites de decoro impostos pelo príncipe. Há fibras no coração dos mais levianos que não podem ser tocadas impunemente. Mesmo para os pervertidos, para quem vida e morte são brinquedos igualmente frívolos, há assuntos sobre os quais não se admitem brincadeiras. Todos os presentes pareciam se dar conta de que, nos trajes e nas atitudes do estranho, nada havia de espirituoso ou de conveniente. Alto e lívido, vestia uma mortalha que o cobria da cabeça aos pés. A máscara que lhe escondia as feições imitava com tanta perfeição a rigidez facial de um cadáver que nem mesmo a um exame atento se perceberia o engano. E, no entanto, tudo isso seria, se não aprovado, ao menos tolerado pelos presentes, não fora a audácia do mascarado em disfarçar-se de Morte Rubra. Suas vestes estavam salpicadas de sangue; sua ampla fronte, assim como toda a face, fora borrifada com horrendas manchas escarlates.
Quando os olhos do príncipe Próspero caíram sobre aquela figura espectral (que, para melhor representar seu papel, caminhava entre os dançarinos com passos lentos e solenes), viram-no ser tomado de convulsões e arrepios de terror ou asco, no primeiro instante; logo depois, porém, seu rosto congestionou-se de raiva.
— Quem se atreve — perguntou roucamente aos cortesãos que o cercavam —, quem se atreve a insultar-nos com essa brincadeira blasfema? Agarrem-no, desmascarem-no! Assim saberemos quem deverá ser enforcado ao amanhecer!

Essas palavras vieram da sala azul, onde se achava o príncipe quando as pronunciou. Ecoavam pelas sete salas, alta e claramente, porque o príncipe era homem destemido e forte, e a música havia cessado, a um gesto seu.
Vieram da sala azul, onde estava o príncipe, rodeado de cortesãos empalidecidos. No primeiro momento que se seguiu à fala do príncipe, houve um ligeiro movimento de avanço do grupo em direção ao intruso. Este se achava perto e, com passos deliberados e firmes, aproximou-se do anfitrião. Mas, devido ao indefinível terror produzido pelo mascarado no ânimo de todos, ninguém se atreveu a agarrá-lo. Sem empecilho, ele se afastou, passando a um metro do lugar onde estava o príncipe. À sua passagem, toda a vasta assembleia, como que movida pelo mesmo impulso, afastou-se do centro das salas para as paredes, e o mascarado pôde seguir seu caminho com desembaraço, e com os mesmos passos solenes e medidos com que passara da sala azul à vermelha, da vermelha à verde, da verde à alaranjada, desta para a branca, e para a violeta, sem que nenhum dos circunstantes tivesse esboçado um gesto para detê-lo. Foi quando, louco de raiva e vergonha da própria e momentânea covardia, o príncipe Próspero cruzou apressadamente as seis salas, sem ninguém a segui-lo: o terror se apoderara de todos. Brandindo o punhal, avançava impetuosa e rapidamente; já estava a três ou quatro passos do vulto que se retirava, quando este, atingindo a extremidade da sala aveludada, virou-se bruscamente e enfrentou seu perseguidor. Nesse instante ouviu-se um grito agudo, e o punhal caiu cintilante no tapete negro, sobre o qual tombou também, instantaneamente e ferido de morte, o príncipe Próspero. Recorrendo à selvática coragem do desespero, um grupo de foliões correu para a sala negra e, agarrando o mascarado, cuja alta figura permanecia ereta e imóvel à sombra do relógio de ébano, detiveram-se eles, horrorizados, ao descobrir que a mortalha e a máscara mortuária que tão rudemente haviam agarrado não continham nenhuma forma tangível.
Só então se reconheceu a presença da Morte Rubra. Viera como um ladrão na noite. E, um a um, caíram os foliões nos ensanguentados salões da orgia, e morreram, conservando a mesma desesperada postura da queda. E a vida do relógio de ébano extinguiu-se simultaneamente com a do último dos foliões. E as chamas dos trípodes apagaram-se. E a Escuridão, a Ruína e a Morte Rubra estenderam seu domínio ilimitado sobre tudo.

– Edgar Allan Poe [tradução de José Paulo Paes]. no livro “A causa secreta: e outros contos de horror”. (Vários autores). São Paulo: Boa Companhia, 2013.

Entendendo o texto

01. Com base no título foram levantadas hipóteses sobre Morte Rubra. Elas foram confirmadas pela leitura da narrativa? Explique.

Resposta Pessoal.

O título faz referência ao baile de máscaras organizado pelo Príncipe Próspero na abadia e à misteriosa figura que, na festa, supostamente utiliza uma máscara manchada de sangue.

No fim do conto, indica-se que a figura era a própria Morte Rubra ou a Morte.

02. Complete com os seguintes momentos da narrativa.

Situação inicialA morte Rubra devastava o país.

Resolução inicialO Príncipe Próspero escolhe mil pessoas e se isola com elas dentro da abadia.

Situação de aparente equilíbrioO Príncipe vive de forma tranquila e confortável e decide dar um baile de máscaras.

ConflitoUma figura misteriosa é percebida no baile.

Clímax Ao desafiá-la, o Príncipe cai morto. Os demais convidados procuram agarrar a figura mascarada.

Desfecho A Morte Rubra leva todos os reclusos na abadia à morte.

03. No conto, Morte Rubra é uma peste. Sobre ela responda:

a)   Quais eram os sintomas dessa doença?

Ela provocava dores agudas e intensa tontura; também fazia as pessoas sangrarem até a morte que ocorria rapidamente.         

b)   Leia estas características usuais às pestes.

Qual não se aplica à do conto?

I – Doença contagiosa que causa infecção.

II – Epidemia que causa um surto de uma doença.

III- Algo mordido, funesto, que lembra a morte.

IV – Fedor, cheiro horrível e insuportável.

04 Por que o Príncipe se isola com certas pessoas em uma abadia fortificada?

      Porque à Morte Rubra está matando praticamente toda a população do país.                                                                    

          05. Qual a principal motivação do Príncipe Próspero ao isolar-se na abadia com seus amigos?

a) Proteger-se e aos seus amigos da praga que assolava o país.

b) Fugir de seus deveres como governante.

c) Realizar experimentos científicos sobre a doença.

d) Organizar uma grande festa para esquecer os problemas do mundo exterior.

      06. A figura mascarada que aparece no baile representa:

a) Um convidado excêntrico que exagerou na fantasia.

b) A personificação da morte que a peste representava.

c) Um espírito vingativo que buscava vingança contra o príncipe.

d) Um símbolo da decadência da sociedade aristocrática.

     07. A descrição detalhada das salas e da festa no conto tem como objetivo principal:

a) Mostrar a riqueza e o poder do príncipe.

b) Criar uma atmosfera de opulência e decadência que contrasta com a ameaça da morte.

c) Distrair o leitor dos elementos mais sombrios da história.

d) Demonstrar o bom gosto do autor em relação à decoração.

      08. O relógio de ébano presente na sala negra simboliza:

a) O inexorável passar do tempo e a inevitabilidade da morte.

b) A obsessão do príncipe pelo controle do tempo.

c) Um instrumento musical que marca o ritmo da festa.

d) Um objeto de culto para os convidados.

      09. Qual o significado da morte do Príncipe Próspero e dos seus convidados?

a) Uma punição divina por sua arrogância e isolamento.

b) A inevitabilidade da morte, que alcança todos, independentemente de suas riquezas ou poder.

c) Um castigo por terem se divertido durante uma epidemia.

d) Uma metáfora para o fim da sociedade aristocrática.

   10. Qual é a principal característica da Morte Rubra e como ela afeta suas vítimas?

        A principal característica da Morte Rubra é a hemorragia intensa e manchas vermelhas no corpo, especialmente no rosto, que simbolizam o horror da doença. Ela surge com dores agudas, vertigens e avança rapidamente, levando à morte em apenas meia hora.

   11. Por que o príncipe Próspero decide se isolar em uma abadia com seus convidados?

      O príncipe Próspero se isola na abadia para escapar da devastação da Morte Rubra que assolava o país. Ele leva consigo um grupo seleto de amigos nobres, acreditando que, ao se trancar em um ambiente seguro e abastecido, poderia evitar o contágio e continuar a viver em luxo e diversão.

 12. Qual é o simbolismo das sete salas e suas cores no baile de máscaras?

     As sete salas representam as etapas da vida humana, com as cores simbolizando diferentes fases, desde o início (sala azul) até o fim (sala preta). A sala preta, com suas janelas vermelhas e o relógio de ébano, simboliza a morte inevitável e o fim do ciclo da vida, provocando medo nos convidados.

13. Qual o papel do relógio de ébano no conto?

      O relógio de ébano marca o passar do tempo e serve como lembrete constante da mortalidade. Suas badaladas interrompem a festa, trazendo desconforto e reflexão, até culminar no momento final da meia-noite, que coincide com a chegada da Morte Rubra.

14. Como o mascarado representa a Morte Rubra e qual é sua mensagem central no conto?

      O mascarado aparece como uma personificação da Morte Rubra, com trajes que imitam as manchas sangrentas da doença. Ele demonstra que a morte é inevitável, não importa a riqueza ou os esforços humanos para escapar dela. A mensagem central é que a morte alcança a todos, independentemente de status ou isolamento.

 

 

 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

NOTÍCIA: TELESSAÚDE PRETENDE MELHORAR PROGRAMAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA - (FRAGMENTO) - BRUNO CAPELAS - COM GABARITO

Notícia: Telessaúde pretende melhorar programas de saúde da família – Fragmento

Bruno Capelas Da Agência USP 04/10/2011 09h24

        O Instituto de Matemática e Estatística (IME), junto com a Faculdade de Medicina (FMUSP) e o Centro de Saúde Escola Samuel Pessoa (CSEB), que fica no bairro do Butantã, em São Paulo, uniram-se em parceria e desenvolveram o programa de telessaúde Borboleta, que tem como principal modernizar o serviço de Atenção Domiciliar Primária do CSEB. “Trata-se de um projeto multidisciplinar e que pode trazer um grande benefício a sociedade”, opina Rafael Correia, pesquisador do IME que participou do desenvolvimento do sistema. O Borboleta é um software de código aberto, programado em linguagem Java, que será utilizado pelas equipes do programa de saúde da família do CSEB.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO0H1a3y2NwrhiyaAieyMnFrYj70VHLy_KGe5CpWlCcL4g7REh8u_HC9FtYnetQruADw50Qqozq5NtdOqWUK3ru7fukRo-O_R2yFwMsL8yfhBTqkh4UxogiPrlQW7OiGQvJg8e0JOzVJfDxAiNhPEORps_l4g5xgwzyB0FLOdHWFSHOW3ShDblOU2dB3E/s320/BORBOLETA.jpg


        O projeto visa otimizar não só o registro dos acompanhamentos, mas também o agendamento de visitas, anteriormente feito sem um controle mais efetivo, além da criação de um catálogo de doenças e de um sistema de controle da demanda por medicamentos. [...]

http://www.noticia.uol.com.br.

Entendendo a notícia:

01 – Quais instituições estão envolvidas no desenvolvimento do programa Telessaúde Borboleta?

      O programa Telessaúde Borboleta é uma iniciativa conjunta do Instituto de Matemática e Estatística (IME), da Faculdade de Medicina (FMUSP) e do Centro de Saúde Escola Samuel Pessoa (CSEB) da Universidade de São Paulo (USP). Essa parceria interdisciplinar reúne expertise em diferentes áreas, como tecnologia da informação, saúde e gestão.

02 – Qual o objetivo principal do programa Telessaúde Borboleta?

      O objetivo principal do programa é modernizar o serviço de Atenção Domiciliar Primária do Centro de Saúde Escola Samuel Pessoa (CSEB). Através do software Borboleta, busca-se otimizar os processos de registro de acompanhamentos, agendamento de visitas, criação de um catálogo de doenças e controle da demanda por medicamentos, proporcionando uma gestão mais eficiente e eficaz dos serviços de saúde.

03 – Quais as principais funcionalidades do software Borboleta?

      O software Borboleta oferece diversas funcionalidades para otimizar o atendimento aos pacientes, como:

      Registro de acompanhamentos: Permite o registro detalhado das visitas domiciliares e do estado de saúde dos pacientes.

      Agendamento de visitas: Facilita o planejamento e a organização das visitas domiciliares, evitando falhas e otimizando o tempo dos profissionais de saúde.

      Catálogo de doenças: Auxilia na identificação e no acompanhamento das doenças mais comuns, facilitando o diagnóstico e o tratamento.

      Controle da demanda por medicamentos: Permite um controle mais preciso da necessidade de medicamentos, evitando a falta ou o excesso de remédios.

04 – Qual a importância do código aberto para o programa Borboleta?

      O fato do software Borboleta ser de código aberto significa que o código fonte está disponível para que qualquer pessoa possa visualizar, modificar e distribuir o software. Essa característica permite que o programa seja customizado e adaptado às necessidades de diferentes instituições de saúde, além de facilitar a colaboração entre desenvolvedores e a criação de novas funcionalidades.

05 – Quais os benefícios esperados com a implementação do programa Telessaúde Borboleta?

      A implementação do programa Telessaúde Borboleta pode trazer diversos benefícios para os pacientes e profissionais de saúde, como:

      Melhoria na qualidade do atendimento: Através da organização e do acompanhamento mais eficiente dos dados dos pacientes.

      Otimização dos recursos: Redução de custos e otimização do uso de medicamentos.

      Facilitação do trabalho dos profissionais de saúde: Automação de tarefas administrativas e maior tempo disponível para o atendimento aos pacientes.

      Ampliação do acesso aos serviços de saúde: Facilita o acompanhamento de pacientes em suas casas, reduzindo a necessidade de deslocamento.

      Promoção da inovação: O código aberto permite a criação de novas funcionalidades e a adaptação do software às necessidades em constante mudança do setor de saúde.