quinta-feira, 10 de outubro de 2024

AVALIAÇÃO DE SAÍDA SEE MT/2023 - LÍNGUA PORTUGUESA - 6º ANO - COM GABARITO

 AVALIAÇÃO DE SAÍDA –  LÍNGUA PORTUGUESA – REVISÃO

6º ANO

 

0     01.         Questão

Leia a tirinha para responder à questão.

 

Fonte: Disponivel em: < https: tirinhas="" www.humorcomciencia.com="">. Acesso em: 2022

 No segundo quadrinho, o formato do balão e das letras indicam que o personagem está

d cochichando.

c pensando.

a gritando.

b cantando.

          02. Questão

Leia a tirinha.

 

Disponível em: https://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/post/26424467837/por-mauricio-de-sousa-httpwwwmonicacombr. Acesso em: 20 abr. 2023.

Qual é o sentido de uma sequência de interrogações nos balões do Cebolinha?

a Medo de ser atacado pelo coelho da Mônica.

b Alegria por estar brincando com a Mônica.

c Dúvida do que a Mônica quer, medindo o corpo dele.

d Raiva pela Mônica estar medindo o corpo dele.

 03.     Questão

Leia o texto e responda à questão.

Separação do lixo para reciclá-lo

Todos os dias nós utilizamos papéis, garrafas plásticas, caixas de metal... que se tornam lixo. Esses dejetos devem ser separados porque muitos podem ser reciclados, isto é, reutilizados. O lixo não reciclável pode ser queimado. Não se deve jogar nada na natureza porque certos dejetos levam muito tempo para desaparecer.

As pilhas poluem a água, por isso devem ser devolvidas ao fabricante.

Fonte: LAROUSE, Iafonte. Separação do lixo para reciclá-loIn: Minha primeira biblioteca Larousse: ciências. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.

Segundo o texto, o lixo deve ser separado e

a guardado.

b inutilizado.

c queimado.

d reciclado.

 

     04.        Questão

Leia o texto.

Meu amor,

Deixei o café da manhã na mesa especialmente pra você!

Um ótimo dia pra você!

Te amo demais!

Beijos, Fer.

DIANA, Daniela. Gêneros textuais. Disponível em https://www.todamateria.com.br/. Acesso em: 20 abr.2023. Adaptado.

O texto acima pertence a qual gênero textual?

a Carta.

b Notícia.

c Conto.

d Bilhete.

 

0    05.          Questão

Leia a tirinha para responder à questão.

 

Fonte: Disponível em: < http: 4="" page="" www.willtirando.com.br="">. Acesso em: 2022.

No último quadrinho, o efeito de humor é produzido pela

a chegada rápida da senhora atrás do bolo de cenoura.

b acolhida amorosa da dona da casa ao receber sua amiga.

c decepção da senhora ao ver que o bolo não estava pronto.

d expressão alegre no rosto da dona da casa ao abrir a porta.

 

06.Questão

Leia o artigo 5º da Constituição Federal, de 1988, da República Federativa do Brasil.

“Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”

Disponível em: https://www.planalto.gov.br. Acesso em: 31 jan. 2023.

Segundo esse artigo da Constituição,

a as pessoas são diferentes diante da lei, não sendo garantidos a elas os direitos à liberdade e à igualdade.

b as pessoas que são estrangeiras, ainda que morem no país, não devem ter acesso e direito à vida e à liberdade.

c as pessoas que são brasileiras terão seus direitos anulados, sendo reprimidos os direitos à segurança e à propriedade.

d as pessoas são iguais e seus direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são resguardados pela lei.

07.Questão

Leia o texto que foi divulgado pelo governo do Mato Grosso.



Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO MATO GROSSO. Reprodução/288055 -

Propaganda Dengue/Governo do Mato Grosso. Disponível em: < https://bityli.com/fBzPCD >. Acesso em: 10 jun. 2022.

Esse texto pertence a que gênero textual?

a Cartaz de campanha social.

b Carta aberta.

c Propaganda de música sertaneja.

d Tirinha.

 

08. Questão

Leia a tirinha.

 


Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/309904018105298697/. Acesso em: 22 abr. 2023.

A palavra “não” no segundo quadrinho expressa

a tempo.

b modo.

c localização.

d negação.

 

09. Questão

Leia o trecho do livro "A menina que roubava livros", de Markus Zusak.

“Dizem que a guerra é a melhor amiga da morte, mas devo oferecer-lhe um ponto de vista diferente a esse respeito. Para mim, a guerra é como aquele novo chefe que espera o impossível. Olha por cima do ombro da gente e repete sem parar a mesma coisa: ‘Apronte logo isso, apronte logo isso.’ E aí a gente aumenta o trabalho. Faz o que tem que ser feito. Mas o chefe não agradece. Pede mais.”

Fonte: ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Tradução: Vera de Ribeiro. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011.

No texto lido, a narradora enxerga a guerra como uma relação entre chefe e trabalhador. Como é essa relação?

a Uma boa relação, pois o trabalhador olha por cima do ombro e repete a mesma coisa sem parar.

b relação tranquila, pois o chefe é calmo e não explora os trabalhadores.

c Uma relação ruim, pois o chefe não reconhece o serviço do trabalhador e o pressiona cada vez mais.

d Uma relação de respeito, pois o trabalhador tem admiração pelo chefe.

 

10. Questão

Capítulo II

Artigo. 15. - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Artigo. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.

ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/camara/estatuto_crianca_adolescente_9ed.pdf. Acesso em: 22 fev. 2023.

O direito citado no artigo 15 e aprofundado no artigo 16 é o que diz respeito à (ao)

a liberdade.

b respeito.

c dignidade.

d opinião.

 

11. Questão

Leia o texto e responda à questão.

A estrada e o cavalinho

O cavalinho na estrada

pacatá, pacatá,

com sua sombra mais atrás

pacatá, pacatá.

Para ao lado de um riacho,

pacatá, pacatá,

e se vê no espelho d’água,

pacatá, pacatá.

O cavalinho volta à estrada

pacatá, pacatá,

com sua sombra mais atrás,

pacatá, pacatá.

Fonte: CAPARELLI, Sérgio. A estrada e o cavalinhoIn: ____. Boi da cara preta. Porto Alegre: L&PM Editores Ltda, 1983. Adaptado.

A onomatopeia pacatá foi repetida no poema para

a evidenciar a lentidão do cavalinho.

b enfatizar a rapidez do cavalinho.

c mostrar as brincadeiras do cavalinho.

d reproduzir o barulho do trote do cavalinho.

 

12. Questão

Observe o anúncio publicitário.


Disponível em: https://www.shoppingpiedade.com.br/shopping-piedade-lanca-campanha-de-dia-das-maes/. Acesso em: 22 fev.2023.

A quem se dirige esse anúncio publicitário?

b Ao filho feliz que pode presentear sua mãe.

c Ao shopping que vende presentes para as mães.

d Ao amor que está presente no dia das Mães.

a À mãe que irá ganhar presente no dia das mães.

 

13. Questão

Leia o texto e depois faça o que se pede.

O Pantanal é a maior planície alagada do mundo! Localizada nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte da Bolívia e do Paraguai, ocupa uma área total de 170.500 km²! O tamanho da Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda juntos! Com inundações periódicas, o Pantanal enche em um período do ano e, depois, esvazia, o que o torna especial. Sua fauna e flora são ricas, pois aqui vivem mais de 4.500 espécies de animais e plantas!

Fonte: SOUZA, Maurício de. Chico Bento vai ao Pantanal: Chico Bento em O Pacto. 2017. Disponível em: < https: informacoes="" sala_de_imprensa="" www.wwf.org.br="">. Acesso em: 11 de jun. de 2022.

Marque a alternativa que apresenta uma informação correta sobre o Pantanal.

a O Pantanal é um bioma exclusivamente brasileiro.

b O Pantanal inunda-se em dois períodos do ano, depois, esvazia.

c Sua área total é igual ao tamanho de alguns países juntos.

d Sua fauna e flora são pobres e têm menos de 500 espécies de animais e plantas.

 

14. Questão


LAERTE. Manual do Minotauro. Disponível em: https://laerte.art.br/acervo/?_sfm_decada=2010&sf_paged=2. Acesso em: 5 fev. 2023.

Considerando os recursos gráfico-textuais na tirinha da Laerte, o que explicaria a transformação da pessoa que está lendo?

a A educação desenvolve a capacidade de pensar.

b A escola é o espaço de aprendizado da arte de plantar.

c A leitura promove a mudança de leitores em plantas.

d A escola renova a habilidade de expressão oral de uma ideia.

 

15. Questão

Leia a tirinha.


Fonte: NOVA ESCOLA. Tirinha disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/11835/tirinhas-humor-nas-aulas. Acesso em: 7 jul. 2022.

Com relação à pontuação utilizada na tirinha, pode-se dizer corretamente que

a os dois pontos foram utilizados para encerrar uma ideia.

b a vírgula foi utilizada para separar as ações que o personagem enumerou.

c as reticências expressam a alegria do personagem.

d o ponto de exclamação indica uma dúvida do personagem.

 

16. Questão

Leia a tira para responder à questão.


WATTERSON, B. Yukon Ho! As Aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2008. p. 25.

No último quadrinho da tira, a palavra “isso” aparece duas vezes e faz referência à

a cozinha, ambas as vezes.

b garagem e à bicicleta, respectivamente.

c cozinha e à garagem, respectivamente.

d cozinha e à bicicleta, respectivamente.

 

17. Questão

Observe com atenção.

Fonte: Imagem disponível em: < https://cargocollective.com/humbertofernandez/selections/from >. Acesso em: 18 jun. 2022.

O cartaz acima, veiculado em uma campanha publicitária da marca Mitsubishi, tem a intenção de

a apresentar a função que o carro tem de se transformar em rinoceronte.

b demonstrar que se trata de um carro estável e confiável.

c demonstrar que o carro é tão resistente quanto um rinoceronte.

d mostrar que o motorista é forte como um rinoceronte.

 

18. Questão

Leia o texto e responda à questão.

5 coisas que não fazem sentido em ‘Toy Story’

‘Toy Story’ chegou aos cinemas em 1995 sob os comandos do cineasta John Lasseter para apresentar a história de Woody, Buzz, Betty, Rex, Senhor Cabeça de Batata e muitos outros brinquedos que ganham vida quando os humanos não estão por perto, mostrando que há muito o que explorar além da diversão com as crianças. A franquia se tornou um grande sucesso, possuindo três sequências lançadas 1999, 2010 e 2019, e com uma quarta a caminho, visto que no início de fevereiro deste ano, a Disney confirmou a produção de “Toy Story 5”. Por isso, antes do lançamento da nova animação, reunimos abaixo 5 coisas que não fazem sentido nos filmes da franquia ‘Toy Story’. Confira!

RECREIO. 5 coisas que não fazem sentido em Toy Sotry. Recreio, Entretenimento. Disponível em https://recreio.uol.com.br/noticias/entretenimento/5-coisas-que-nao-fazem-sentido-em-toy-story.phtml. Acesso em 23 jan. 2023. Adaptado.

Em qual trecho há uma opinião?

a “‘Toy Story’ chegou aos cinemas em 1995 […]”.

b “[…] apresentar a história de Woody, Buzz, Betty, Rex, Senhor Cabeça de Batata […]”.

c “[…] outros brinquedos que ganham vida quando os humanos não estão por perto […]”.

d “[…] há muito o que explorar além da diversão com as crianças”.

 

  19. Questão

Leia o trecho do conto "Felicidade Clandestina" de Clarice Lispector.

No dia seguinte fui à casa da filha do dono da livraria [...]. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. [...] Dessa vez nem caí; guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/felicidadeclandestina-conto-de-clarice-lispector/. Acesso em: 7 jul. 2022.

Considerando o trecho "Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo", o pronome pessoal “lo” retoma

a o dia seguinte.

b o dono da livraria.

c o livro.

d o narrador.

 

20. Questão

Colheita do algodão começa em MT com área de plantio maior nesta safra

Nesta safra, as chuvas foram menores, o que dificultou a produtividade.

Em Mato Grosso, a colheita do algodão já começou. Dados apontam que mais de 5% da área semeada já foi colhida. Nesta safra a área de plantio está maior, no entanto, a estiagem atrapalhou o desenvolvimento das lavouras e a produtividade deve ser quase a mesma da última safra.

O produtor Jackson Gomes acompanha de perto a colheita do algodão em uma propriedade, em Novo São Joaquim, a 493 km de Cuiabá. Ele semeou a lavoura dentro do período ideal, que é em janeiro, e aproveitou os bons preços da pluma para aumentar a área de plantio em 15%.

Fonte: G1. Colheita do algodão começa em MT com área de plantio maior nesta safra. Disponível em: https://g1.globo.com/mt/matogrosso/noticia/2022/07/08/colheita-do-algodao-comeca-em-mt-com-area-de-plantio-maior-nesta-safra.ghtml. Acesso em: 9 jul. 2022.

A notícia apresentada tem como foco principal abordar

a a colheita do algodão que começa a ser feita no estado do Mato Grosso.

b a área de plantio na safra de 2022 que é maior que nos anos anteriores.

c a quantidade de chuvas que atrapalha a colheita de algodão em Mato Grosso.

d o período ideal para semear as lavouras de algodão que é no mês de janeiro.

 

ENTREVISTA: "LIVRO PARA CRIANÇA NÃO PRECISA SER EDUCATIVO", DIZ VENCEDORA DO JABUTI -FRAGMENTO - COM GABARITO

 Entrevista: “Livro para criança não precisa ser educativo”, diz vencedora do Jabuti – Fragmento

        A vida da escritora Marina Colasanti, 77, é um livro de histórias. Começa na África, em um país chamado Eritreia, onde nasceu.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj1I-x1WYJ1tmGVcOdyjc6bUI7UF5GYZl5F6sfl5UXRoTezpe40FvFXUV0gWLuH7O8BHWJleo3EkKAtNjSC-8VFudknZPwHEEFgzYVwHPWpQr-tLR4wNp1ywIGgMwbDXUps8LkZvVdngXsUkHJkeOCUVNeO9ahNq1JL4v-wAa8D4jOwNxeO787rYSjG3E/s320/Marina-Colasanti.jpg


        Depois, vem a Segunda Guerra Mundial e a infância na Itália. Aos dez anos de idade, ela passa a viver no Brasil, em um palacete no Rio.

        Autora de poemas, crônicas e até contos de fadas, Colasanti adicionou um novo capítulo a sua vida: ganhou o Jabuti de melhor livro de 2014 com o infantil “Breve” história de um pequeno amor – seu sétimo Jabuti, um dos prêmios literários mais importantes do Brasil.

        “Não esperava. É raro que um livro para crianças seja considerado o melhor do ano”, disse a escritora à Folhinha. Leia a entrevista a seguir.

        Folhinha: Foi uma surpresa ganhar o Jabuti de melhor livro do ano?

        Marina Colasanti: É muito raro que um livro para crianças vença como o melhor do ano. Foi uma surpresa absoluta.

        Folhinha: O prêmio mostra uma valorização da literatura infantil?

        Marina Colasanti: Gostaria de dizer que sim. Mas há um certo demérito ligado à literatura infantil, como se não fosse necessário ser escritor para escrever livros para crianças. Veja uma coisa: se algum escritor brasileiro ganhasse o Nobel, todos fariam muito barulho, concorda? Porém, o Brasil já ganhou por três vezes o Hans Christian Andersen [considerado o Nobel da literatura infantil], e ninguém fala sobre isso.

        Por outro lado, a literatura infantil e juvenil está na ponta mais valorizada do mercado, que tem altíssimo interesse por esse tipo de livro. Há muita demanda, muito lançamento. Mas muitas vezes sem um cuidado literário.

        Folhinha: Como assim?

        Marina Colasanti: A produção de livros sofre de duas doenças. Uma é o descrédito da inteligência infantil por parte dos adultos. Eles acreditam que qualquer coisa pode ser publicado e que a criança não vai perceber que o livro é ruim. O outro problema é que a literatura infantil tem um pé amarrado na educação, como se ela servisse para carregar conhecimentos, princípios morais, como uma cápsula que tivesse outra coisa dentro. E isso envenena a literatura.

        As grandes obras são grandes porque escaparam disso. Por exemplo, o [Lewis] Carroll, que era educador, não colocou nada de educativo na Alice. Fez um baita sucesso. Toda a produção do [Carlo] Collodi é extremamente educativa, menos uma: Pinóquio, que é uma obra genial. Esse envenenamento pela educação é um problema não só do Brasil. A literatura é formadora e ensina por si, e não por ensinamentos embutidos.

        [...]

        Folhinha: Quando terminei “Breve” história de um pequeno amor, fiquei com a dúvida: É um livro para criança?

        Marina Colasanti: Adoro quando essa pergunta aparece no fim. É o melhor atestado de qualidade que o livro pode ter. Se uma obra infantil não toca um adulto, ele também não vai tocar a criança. Eu nunca escrevi para distrair ninguém. Não sou um palhaço. Eu quero tocar, emocionar, sacudir, fazer refletir. Nada disso é possível se aquilo que você escreve não toca pontos profundos do leitor.

        Folhinha: É possível tocar esses pontos com um pombo como personagem principal?

        Marina Colasanti: A criança não se identifica apenas com o “eu”, como se fosse um espelho. É um erro achar que a melhor chave de leitura é a identificação. A criança busca a identidade no outro, no melhor amigo, no convívio com os irmãos. Achar que livro infantil sempre tem que ter criança é deixar a literatura mais pobre.

        [...]

        Folhinha: A criança de hoje é muito diferente da de sua época?

        Marina Colasanti: A principal mudança foi a valorização do desejo da criança. A gente até podia ter vontades, mas isso não significava que seriam atendidas pelos adultos. Hoje, o desejo da criança é uma ordem. Ela quer algo e ponto. Na minha época, no máximo, a criança gostaria de alguma coisa. Mas ela segue precisando de cuidados, com medo da morte, pavor do escuro. A criança continua a mesma, embora o cotidiano seja muito diferente.

        Folhinha: Outra mudança foi o aparecimento do digital. Como isso se reflete na literatura?

        Marina Colasanti: O livro não vai acabar. O que pode mudar é a chamada sacralização do livro. Ler sempre foi um momento importante. Não sabemos se, com a popularização do digital e livros mais baratos, o valor da leitura não será quebrado. Tudo é muito recente.

MOLINERO, Bruno. Livro para criança não precisa ser educativo, diz vencedora do Jabuti. Folha de S. Paulo. 3 jan. 2015. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2015/01/1568552-livro-para-crianca-nao-precisa-ser-educativo-diz-vencedora-do-jabuti.shtml. Acesso em: 20 abr. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 23-25.

Entendendo a entrevista:

01 – Qual a principal surpresa para Marina Colasanti ao ganhar o prêmio Jabuti?

      A principal surpresa foi o fato de um livro infantil ter sido considerado o melhor livro do ano, já que é raro que isso aconteça.

02 – Qual a visão de Marina Colasanti sobre a valorização da literatura infantil no Brasil?

      Apesar de haver uma grande demanda e interesse por livros infantis, a autora acredita que há um certo descrédito em relação à literatura infantil, como se não fosse necessário ser um escritor de verdade para escrever para crianças.

03 – Quais os principais problemas que Marina Colasanti identifica na produção de livros infantis atualmente?

      Os principais problemas são o descrédito da inteligência infantil e a tendência de transformar a literatura infantil em um veículo para transmitir ensinamentos morais e educativos, em vez de permitir que as histórias toquem e emocionem as crianças.

04 – Qual a importância de uma obra infantil tocar o adulto leitor?

      Para Marina Colasanti, se uma obra infantil não toca um adulto, ela também não conseguirá tocar uma criança. A literatura infantil deve ser capaz de emocionar e fazer refletir tanto crianças quanto adultos.

05 – Por que Marina Colasanti acredita que a criança não se identifica apenas com personagens que se assemelham a ela?

      A autora acredita que a criança busca a identidade no outro, em personagens diferentes de si mesma, como amigos, irmãos e até mesmo animais.

06 – Como Marina Colasanti vê as mudanças na criança ao longo do tempo?

      A principal mudança que a autora observa é a valorização do desejo da criança, que hoje em dia tem suas vontades mais atendidas. No entanto, as crianças continuam tendo as mesmas necessidades básicas, como medo da morte e do escuro.

07 – Qual o impacto do digital na literatura infantil, na visão de Marina Colasanti?

      A autora acredita que o livro não irá desaparecer, mas que a forma como ele é consumido pode mudar. A popularização do digital pode alterar a valorização da leitura, mas ainda é cedo para saber como isso irá se desenrolar.

08 – Qual a importância de um livro infantil tocar pontos profundos do leitor?

      É fundamental que um livro infantil toque em questões profundas e emocionais, para que possa gerar reflexão e conexão com o leitor.

09 – Por que Marina Colasanti considera a pergunta "É um livro para criança?" um elogio?

      Essa pergunta indica que o livro transcende as barreiras entre o mundo adulto e infantil, sendo capaz de emocionar e envolver leitores de todas as idades.

10 – Qual a mensagem principal que Marina Colasanti quer transmitir com suas obras infantis?

      A autora busca tocar, emocionar, sacudir e fazer refletir seus leitores, independentemente da idade. Ela acredita que a literatura infantil tem o poder de transformar e enriquecer a vida das pessoas.