quarta-feira, 18 de setembro de 2024

CONTO: A MARGARIA ENLATADA - (FRAGMENTO) - CAIO FERNANDO ABREU - COM GABARITO

 Conto: A margarida enlatada – Fragmento

           Caio Fernando Abreu

        Foi de repente. Nesse de repente, ele ia indo pelo meio do aterro, quando viu um canteiro de margaridas. Margarida era um negócio comum: ele via sempre margaridas quando ia para sua indústria, todas as manhãs. Margaridas não o comoviam, porque não o comoviam levezas. Mas exatamente de repente, ele mandou o chofer estacionar e ficou um pouco irritado com a confusão de carros às suas costas. O motorista precisou parar um pouco adiante, e ele teve que caminhar um bom pedaço de asfalto para chegar perto do canteiro. Estavam ali, independentes dele ou de qualquer outra pessoa que gostasse ou não delas: aquelas coisas vagamente redondas, de pétalas compridas e brancas agrupadas em torno dum centro amarelo, granuloso. Margaridas. Apanhou uma e colocou-a no bolso do paletó.

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        Diga-se em seu favor que, até esse momento, não premeditara absolutamente nada. Levou a margarida no bolso, esqueceu dela, subiu pelo elevador, cumprimentou as secretárias, trancou-se em sua sala. Como todos os dias, tentou fazer todas as coisas que todos os dias fazia. Não conseguiu. Tomou café, acendeu dois cigarros, esqueceu um no cinzeiro do lado direito, outro no cinzeiro do lado esquerdo, acendeu um terceiro, despediu três funcionários e passou uma descompostura na secretária. Foi só ao meio-dia que lembrou da margarida, no bolso do paletó. Estava meio informe e desfolhada, mas era ainda uma margarida.

        [...]

        No dia seguinte, acordou mais cedo do que de costume e mandou o chofer rodar pela cidade. Os cartazes. As ruas cheias de cartazes, as pessoas meio espantadas, desceu, misturou-se com o povo, ouviu os comentários, olhou, olhou. Os cartazes. O fundo negro com uma margarida branca, redonda e amarela, destacada, nítida. Na parte inferior, o slogan:

        Ponha uma margarida na sua fossa.

        Sorriu. Ninguém entendia direito. Dúvidas. Suposições: um filme underground, uma campanha antitóxicos, um livro de denúncia. Ninguém entendia direito. Mas ele e sua equipe sabiam. Os jornais e revistas das duas semanas seguintes traziam textos, fotos, chamadas:

        O índice de poluição dos rios é alarmante.
        Não entre nessa.
        Ponha uma margarida na sua fossa.

                                Ou

        O asfalto ameaça o homem e as flores.
        Cuidado.
        Use uma margarida na sua fossa.

                                Ou

        A alegria não é difícil.
        Fique atento no seu canto.
        Basta uma margarida na sua fossa.

        Jingles. Programas de televisão. Horário nobre. Ibope. Procura desvairada de margaridas pelas praças e jardins. Não eram encontradas. Tinham desaparecido misteriosamente dos parques, lojas de flores, jardins particulares. Todos queriam margaridas. E não havia margaridas. As fossas aumentaram consideravelmente. O índice de alcoolismo subiu. A procura de drogas também. As chamadas continuavam.

        O índice de suicídios no país aumentou em 50%.

        Mantenha distância.

        Há uma margarida na porta principal.

        Contratos. Compositores. Cibernéticos. Informáticos. Escritores. Artistas plásticos. Comunicadores de massa. Cineastas. Rios de dinheiro corriam pelas folhas de pagamento. Ele sorria. Indo ou vindo pelo meio do aterro, mandava o motorista ligar o rádio e ficava ouvindo notícias sobre o surto de margaridite que assolava o país. Todos continuavam sem entender nada. Mas quinze dias depois: a explosão.

        As prateleiras dos supermercados amanheceram repletas do novo produto. As pessoas faziam filas na caixa, nas portas, nas ruas. Compravam, compravam. As aulas foram suspensas. As repartições fecharam. O comércio fechou. Apenas os supermercados funcionavam sem parar. Consumiam. Consumavam. O novo produto:
margaridas cuidadosamente acondicionadas em latas, delicadas latas acrílicas. Margaridas gordas, saudáveis, coradas em sua profunda palidez. Mil utilidades: decoração, alimentação, vestuário, erotismo. Sucesso absoluto. Ele sorria. A barriga aumentava. Indo e vindo pelo aterro, mergulhado em verde, manhã e noite — ele sorria. Sociólogos do mundo inteiro vieram examinar de perto o fenômeno. Líderes feministas. Teóricos marxistas. Porcos chauvinistas. Artistas arrivistas. Milionários em férias. A margarida nacional foi aclamada como a melhor do mundo: mais uma vez a Europa se curvou ante o Brasil.

        Em seguida começaram as negociações para exportação: a indústria expandiu-se de maneira incrível. Todos queriam trabalhar com margaridas enlatadas. Ele pontificava. Desquitou-se da mulher para ter casos rumorosos com atrizes em evidência. Conferências. Debates. Entrevistas. Tornou-se uma espécie de guru tropical. Comentava-se em rodinhas esotéricas que seus guias seriam remotos mercadores fenícios. Ele havia tornado feliz o seu país. Ele se sentia bom e útil e declarou uma vez na televisão que se julgava um homem realizado por poder dar amor aos outros. Declarou textualmente que o amor era o seu país. Comentou-se que estaria na sexta ou sétima grandeza. Místicos célebres escreviam ensaios onde o chamavam de mutante, iniciado, profeta da Era de Aquarius. Ele sorria. Indo e vindo. Até que um dia, abrindo uma revista, viu o anúncio:

        Margarida já era, amizade.

        Saca esta transa:

        O barato é avenca.

        Não demorou muito para que tudo desmoronasse. A margarida foi desmoralizada. Tripudiada. Desprestigiada. Não houve grandes problemas. Para ele, pelo menos. Mesmo os empregados, tiveram apenas o trabalho de mudar de firma, passando-se para a concorrente. O quente era a avenca. Ele já havia assegurado o seu futuro — comprara sítios, apartamentos, fazendas, tinha gordos depósitos bancários na Suíça. Arrasou com napalm as plantações deficitárias e precisou liquidar todo o estoque do produto a preços baixíssimos. Como ninguém comprasse, retirou-o de circulação e incinerou-o.

        Só depois da incineração total é que lembrou que havia comprado todas as sementes de todas as margaridas. E que margarida era uma flor extinta. Foi no mesmo dia que pegou a mania de caminhar a pé pelo aterro, as mãos cruzadas atrás, rugas na testa. Uma manhã, bem de repente, uma manhã bem cedo, tão de repente quanto aquela outra, divisou um vulto em meio ao verde. O vulto veio se aproximando. Quando chegou bem perto, ele reconheceu sua ex-esposa.

        Ele perguntou:

        – Procura margaridas?

        Ela respondeu:

        – Já era.

        Ele perguntou:

        – Avencas?

        Ela respondeu:

        – Falou.

ABREU, Caio Fernando. A margarida enlatada. In: O novo conto brasileiro. Rio de Janeiro. INL 1985. p. 194-7.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 52-54.

Entendendo o conto:

01 – Qual a principal ironia presente no conto?

      A ironia reside na transformação da margarida, um símbolo de simplicidade e beleza natural, em um produto de consumo em massa, perdendo sua essência e gerando um frenesi consumista. A intenção inicial de criar um alerta ambiental acaba sendo pervertida, resultando em um novo tipo de poluição: a obsessão por um produto artificial.

02 – Qual o papel do protagonista na história?

      O protagonista é um manipulador que, a partir de uma ideia aparentemente inofensiva, desencadeia uma verdadeira histeria coletiva. Ele se beneficia financeiramente da situação, mas sua manipulação acaba tendo consequências imprevistas e destrutivas.

03 – Qual a crítica social presente no conto?

      O conto critica o consumismo desenfreado, a manipulação da mídia, a superficialidade das relações humanas e a busca incessante por novidades. A sociedade retratada é facilmente influenciável e disposta a consumir qualquer produto, mesmo que este seja artificial e sem valor real.

04 – Qual o significado da "margarida enlatada"?

      A margarida enlatada simboliza a perda da autenticidade, a alienação e a padronização. Ela representa a transformação de algo natural e espontâneo em um produto industrializado e homogêneo, perdendo sua beleza e significado original.

05 – Qual o papel da natureza no conto?

      A natureza, representada pela margarida, é inicialmente um elemento de beleza e simplicidade. No entanto, ela é transformada em um produto artificial e explorado comercialmente. A natureza é vista como mais um objeto de consumo, perdendo sua importância e valor intrínseco.

06 – Qual a relação entre o protagonista e a sociedade?

      O protagonista manipula a sociedade, explorando suas necessidades e desejos mais profundos. Ele se torna uma figura de poder e influência, mas sua relação com a sociedade é baseada na manipulação e na exploração.

07 – Qual o final do conto?

      O final do conto é irônico e trágico. A moda da margarida enlatada passa rapidamente, e o protagonista, após ter acumulado uma grande fortuna, vê seu império ruir. A margarida, que antes era um símbolo de poder e riqueza, torna-se obsoleta e é descartada.

08 – Qual o papel da mídia no conto?

      A mídia desempenha um papel fundamental na criação e na disseminação da histeria coletiva. Os anúncios, as notícias e os programas de televisão são utilizados para manipular a opinião pública e gerar um desejo insaciável pelo produto.

09 – Qual a mensagem principal do conto?

      A mensagem principal do conto é um alerta sobre os perigos do consumismo desenfreado e da manipulação da mídia. A história nos convida a refletir sobre o valor das coisas simples e a importância de preservar a autenticidade e a individualidade.

10 – Como o conto pode ser relacionado com a sociedade contemporânea?

      O conto "A margarida enlatada" é uma crítica à sociedade contemporânea, marcada pelo consumismo exacerbado, pela busca incessante por novidades e pela superficialidade das relações humanas. A história continua relevante, pois os temas abordados, como a manipulação da mídia, a obsessão por produtos e a alienação, são cada vez mais presentes em nosso cotidiano.

 

 

 

 

POEMA: A RIBEIRINHA - PAIO SOARES DE TAVEIRÓS - COM GABARITO

 Poema: A Ribeirinha

             Paio Soares de Taveirós            

No mundo ninguém se assemelha a mim
Enquanto a vida continuar como vai,
Porque morro por vós e - ai! -
Minha senhora alva e de pele rosadas,
Quereis que vos retrate
Quando eu vos vi sem manto.
Maldito seja o dia em que me levantei
E então não vos vi feia!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixNe3DlBpZfxJFp7ztAEEjvKfjWbXjHNsrcC2Ov4lkPmJARPQaZzdAQ-EOOu5iYZIMmcww-v-VQQJBPn9J0vXLhCSn4MSOrAU_WzpLKoERRp4Zly9qCUnSiPfi7mOsbGmRJ6YHXQVTPq2Ybc2QChRjjDCC5m4mJDdidmrVScuB1vhr4kPB1gV0aLEPe-E/s320/RIBEIRINHA.png



E minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me ocorreu muito mal!
E a vós, filha de Dom Paio
Moniz, parece-vos bem
Que me presenteeis com uma guarvaia,
Pois eu, minha senhora, como presente,
Nunca de vós recebera algo,
Mesmo que de ínfimo valor.

Paio Soares de Taveirós.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 164.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal inovação da Cantiga da Ribeirinha em relação às demais cantigas de amor?

      A principal inovação da Cantiga da Ribeirinha reside na quebra de alguns dos padrões do amor cortês. Ao descrever a amada sem o manto, o trovador expõe um momento de intimidade que foge à idealização característica do gênero. Além disso, a solicitação de um presente, a guarvaia, materializa o desejo amoroso, aproximando a cantiga de uma realidade mais cotidiana.

02 – Qual o significado da guarvaia solicitada pelo trovador à dama?

      A guarvaia, um pequeno presente, simboliza o reconhecimento do amor do trovador pela dama. Ao solicitar este presente, ele busca uma prova concreta de que seus sentimentos são correspondidos, mesmo que de forma sutil. A guarvaia representa, portanto, um desejo de reciprocidade e um passo além da idealização amorosa.

03 – Como a figura da dama é retratada na cantiga?

      A dama é retratada como uma figura de grande beleza, "alva e de pele rosadas". No entanto, a descrição da dama sem o manto revela uma mulher real, com imperfeições e vulnerabilidades. Essa representação mais humana da amada contrasta com a idealização comum nas cantigas de amor.

04 – Que emoções são expressas pelo trovador na cantiga?

      O trovador expressa uma gama de emoções, desde o amor intenso e a paixão até a frustração e o desejo de reconhecimento. Ele demonstra um sofrimento profundo pela ausência da amada e pela falta de reciprocidade de seus sentimentos. Ao mesmo tempo, a cantiga revela um tom mais coloquial e direto, aproximando o leitor da experiência pessoal do trovador.

05 – Qual a importância da Cantiga da Ribeirinha para a literatura portuguesa?

      A Cantiga da Ribeirinha é considerada uma das mais importantes cantigas de amor da lírica trovadoresca portuguesa. Ela representa uma transição entre o amor cortês idealizado e uma expressão mais realista e individual do sentimento amoroso. Além disso, a cantiga demonstra a capacidade dos trovadores em inovar e adaptar os códigos literários às suas próprias experiências e à realidade social da época.

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

FÁBULA: OS DOIS AMIGUINHOS - ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: Os dois amiguinhos 

        Uma vez uma garça adotou um filhote de tigre órfão e criou o bebê junto com seu próprio filho. Os dois viraram grandes amigos, e todo dia faziam a maior bagunça, sem jamais brigar. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDLwfXMFx9NDbfQKg3EYJXP0mB165Y1N3hcO4uLcR7Id1sR04SWjCuKf7m3c4wUYGDXta4TvogroXG0vIGEZrqp_NbAbHKqIJSsZ4rNNYDmW7a_g4SEIWUgfRfkNlw2ng_Lh9ELxSDFcNnpZPjTl2DvkimMfGCwVMrsGz2h693T82bp1hM-8c58Xo-_Bo/s1600/AMIGO.jpg


Na realidade, eram as crianças mais boazinhas do mundo. Um dia apareceu outra garça que era uma encrenqueira; essa garça tratou muito mal o bebê garça. O bebê garça pediu socorro, e o tigre veio correndo: num instante engoliu a encrenqueira. Só ficou um ossinho e um punhado de penas para contar a história. O tigre, que tinha sido criado num regime vegetariano, achou aquela comida diferente uma maravilha. Lambendo os bigodes, piscou o olho e disse:

        – Eu te adoro, minha pequena garça!

        E zás, lá se foi sua companheira de brincadeiras servir de sobremesa para o piquenique improvisado.

        Moral: Nada elimina o que a natureza determina.

Fábulas de Esopo. Compilação de Russel Ash e Bernard Higton. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994. p. 44.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 17.

Entendendo a fábula:

01 – Qual é o enredo principal da fábula "Os dois amiguinhos"?

      A fábula conta a história de uma garça que adota um filhote de tigre órfão, que se torna grande amigo do filho da garça. Apesar de serem inseparáveis, a natureza do tigre prevalece quando ele, instintivamente, come tanto uma garça encrenqueira quanto seu próprio amigo.

02 – Por que o tigre engoliu a garça encrenqueira?

      O tigre, criado de forma vegetariana, correu para socorrer seu amigo e, seguindo seus instintos, devorou a garça encrenqueira sem perceber que estava matando outro ser.

03 – O que acontece após o tigre comer a garça encrenqueira?

      O tigre, depois de provar carne pela primeira vez, se encanta com o sabor e, instintivamente, come também seu amigo garça, apesar de terem sido companheiros de brincadeiras por muito tempo.

04 – Qual é a moral da fábula?

      A moral da fábula é que "Nada elimina o que a natureza determina", ressaltando que, mesmo criado de maneira diferente, o tigre não pode fugir de seus instintos naturais de predador.

05 – O que a relação entre o tigre e a garça nos ensina sobre amizade e instintos?

      A fábula ensina que, apesar da amizade entre espécies diferentes, os instintos naturais podem prevalecer sobre os vínculos criados, mostrando os limites da adaptação e da convivência.

 

ARTIGO: MAS AFINAL, O QUE É EMPREENDEDORISMO? (FRAGMENTO) -JEFFERSON REIS BUENO - COM GABARITO

 Artigo: Mas afinal, o que é empreendedorismo? – Fragmento

Publicado em 27 de novembro de 2019. Por Jefferson Reis Bueno

        Houve um tempo em que a palavra "empreendedorismo" não fazia parte oficial da língua portuguesa. No entanto, há empreendedores por aí há séculos, contribuindo com mudanças importantes na humanidade. Hoje, o termo é cada vez mais utilizado para definir pessoas capazes de identificar problemas, oportunidades e encontrar soluções inovadoras.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLj8Iyej5lGbHAgUEXyQ0kB8haG2YvZnROfJsoI0ZA_SlbZTT1QHWpUPRoceOjV0A6SZ6Cnh9p6CNTj4UWYJD8GjzpIxD9Ujg7ukg2k6uAd0MtfoVUryFWXouJ9SA3Vl9HEHF7LlxkT7VSVC-yPP0AAQmQsbGwWfYCpgezJzRcnS281Y6LJzf8IyF3UOI/s320/empreendedorismode-impacto-scaled.jpeg

        Isso não significa que um empreendedor seja, necessariamente, um empresário e vice-versa. Neste artigo, você vai finalmente entender o que é empreendedorismo e descobrir algumas qualidades comuns aos empreendedores de sucesso.

        O que é empreendedorismo?

        Empreendedorismo é a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade. Pode ser um negócio, um projeto ou mesmo um movimento que gere mudanças reais e impacto no cotidiano das pessoas.

        [...]

        A introdução de um novo bem, a criação de um método de produção ou comercialização e até a abertura de novos mercados, são algumas atividades comuns do empreendedorismo. [...]

        O Brasil apresenta grande potencial para o empreendedorismo. De acordo com A Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a Taxa de Empreendedorismo Total no Brasil é de 38% (2018). São 52 milhões de brasileiros se dedicando ao próprio negócio. [...]

        O que é ser empreendedor?

        Agora que você já sabe o que é empreendedorismo, precisa saber o que significa ser um verdadeiro empreendedor. Alguns entendem como empreendedor quem começa algo novo, que enxerga oportunidades que ninguém viu até o momento. Em outras palavras, é aquela pessoa que faz, sai da zona de conforto e da área de sonhos e parte para a ação.

        Portanto, um empreendedor é um realizador que coloca em prática novas ideias, por meio de criatividade. Isso muitas vezes significa mudar tudo o que já existe. Já viu aquelas pessoas que conseguem transformar crises em oportunidades e que influenciam os outros com suas ideias? Provavelmente são bons empreendedores.

        [...] Dados do Relatório de Empreendedorismo no Brasil de 2018, mostram que houve um aumento no número de pessoas que empreendem por oportunidade.

        De acordo com o levantamento, 61,8% dos empreendedores abriram o próprio negócio porque identificaram uma oportunidade. O saldo é o maior desde 2014, quando atingiu a marca de 70,6%. Enquanto isso, a necessidade tem influenciado cada vez menos a decisão de empreender. O índice caiu para 37,5% em 2018. A menor taxa desde 2014.

        A pesquisa também mostra que houve um crescimento no número de jovens empreendedores. De 2017 para 2018, a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu de 18,9% para 22,2%. [...]

        Características de um empreendedor

        Ninguém nasce empreendedor. É o contato social e estudos que favorecem o desenvolvimento de talentos e características na personalidade que podem ser fortalecidos ao longo da vida. Todos os contatos e referências influenciam diretamente no nível de empreendedorismo de uma pessoa, já que um empreendedor é um ser social. Abaixo, elencamos algumas peculiaridades encontradas nos diversos perfis de empreendedores:

        Otimismo: [...]. O otimista sempre espera o melhor e acredita que tudo vai dar certo no final, mas faz de tudo para chegar aos seus objetivos. [...]

        Autoconfiança: acreditar em si mesmo é fundamental para valorizar seus próprios talentos e defender suas opiniões. [...]

        Coragem: sem temer fracasso e rejeição, um empreendedor faz tudo o que for necessário para ser bem-sucedido. Essa característica não impede que seja cauteloso e precavido contra o risco, mas o faz entender a possibilidade de falhar.

        Persistência e resiliência: motivado, convicto e entusiasmado, um bom empreendedor pode resistir a todos os obstáculos, até que as coisas finalmente entrem nos eixos. [...]

        Quem reúne essas características já está em vantagem quando o assunto é empreendedorismo, mas isso não é suficiente. Para ter sucesso como empreendedor, em alguma atividade é fundamental ter um bom projeto, investir no planejamento e no plano de negócios.

        [...]

BUENO, Jefferson Reis. Mas afinal, o que é empreendedorismo? Blog do Sebrae Santa Catarina, 27 nov. 2019. Disponível em: https://blog.sebrae-sc.com.br/o-que-e-empreendedorismo/. Acesso em: 23 ago. 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 309-310.

Entendendo o artigo:

01 – O que é empreendedorismo segundo o artigo?

      Empreendedorismo é a capacidade de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções inovadoras e investir recursos para criar algo positivo para a sociedade. Isso pode incluir negócios, projetos ou movimentos que gerem mudanças reais no cotidiano das pessoas.

02 – Empreendedorismo está restrito ao mundo dos negócios?

      Não. Embora muitos empreendedores sejam empresários, empreendedorismo não está restrito ao mundo dos negócios. Ele envolve a inovação em várias áreas, como introdução de novos produtos, métodos de produção, ou até abertura de novos mercados.

03 – Qual é o papel do Brasil no empreendedorismo global, segundo o artigo?

      O Brasil tem grande potencial para o empreendedorismo, com uma Taxa de Empreendedorismo Total de 38% em 2018, o que representa cerca de 52 milhões de brasileiros dedicados ao próprio negócio.

04 – O que significa ser um empreendedor?

      Ser empreendedor é ser uma pessoa que transforma ideias em realidade, saindo da zona de conforto para buscar oportunidades que outros não viram. Os empreendedores são criativos, inovadores e muitas vezes transformam crises em oportunidades.

05 – Qual é a principal razão que leva os brasileiros a empreender, segundo o Relatório de Empreendedorismo de 2018?

      A maioria dos brasileiros (61,8%) empreende por oportunidade, ou seja, porque enxergaram uma chance de negócio, e não por necessidade, uma tendência que tem aumentado desde 2014.

06 – Como o número de jovens empreendedores evoluiu de 2017 para 2018?

      Houve um aumento no número de jovens empreendedores no Brasil. A participação de pessoas entre 18 e 24 anos passou de 18,9% em 2017 para 22,2% em 2018.

07 – Quais são algumas características fundamentais de um bom empreendedor?

      Um bom empreendedor é otimista, autoconfiante, corajoso, persistente e resiliente. Essas qualidades são essenciais para enfrentar desafios e criar soluções inovadoras, embora também seja necessário planejamento e um bom plano de negócios para alcançar o sucesso.

 

 

CONTO: SENHORA HOLLE - IRMÃOS GRIMM & PERRAUT - COM GABARITO

 Conto: SENHORA HOLLE

         Uma senhora tinha duas filhas, sendo uma bonita e aplicada e outra, feia e preguiçosa, que era sua filha legítima, e, por isso, a outra era obrigada a realizar todo o trabalho doméstico e ser a Gata Borralheira da casa. Diariamente a pobrezinha tinha de ir fiar, sentada junto a um poço na rua, e tanto fiava que lhe machucava os dedos a ponto de sangrar. Aconteceu uma vez que o fuso ficou todo ensanguentado e para lava-lo, a menina inclinou-se no poço, momento em que ele saltou de sua mão e caiu. Em prantos, ela correu para contar `madrasta o infortúnio, mas a viúva ficou tão furiosa que lhe disse, sem misericórdia:

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkMmkhiJkBkz6-YOKBD6RMBfJfE97VSH252Fh9rCYq_Tje41X7n3WPWhd9YhxZdIYsx_ptsV4tu2wi8Anx7mMB_WtzMw8ngQ8zerPbJJVC59JZwGbEao4LicnZ7l611oieW5JQSFvhdZ40C2Ou4O3S3bYWktlgObfVFRghxBhdjE6ZSq8I2J7laYWztiI/s1600/GATA.jpg

        -- Se deixou o fuso cair lá embaixo, vá pegá-lo de volta.

        Então a menina retornou ao poço, sem saber o que fazer. Na angústia, atirou-se dentro dele, a fim de trazer o fuso para cima. Acabou perdendo os sentidos e, ao voltar a si, encontrou-se num belíssimo campo de ensolarado, no qual havia milhares de flores. Após sair daquele prado, ela chegou a um forno onde um monte de pães esperneava, dizendo:

        -- Ah, tire-nos daqui, senão vamos queimar! Já estamos no ponto faz tempo!

        Foi quando ela se aproximou e, com a pá, tirou os pães um a um. Continuando a caminhar, ela chegou próximo a uma árvore carregada de maçãs, que lhe pediu:

        -- Ah, sacuda-me, sacuda-me, que as maçãs já estão todas maduras!

        Então ela balançou a árvore para que as maçãs caíssem como chuva, sacudindo até que mais nenhuma ficasse dependurada lá em cima. Após reuni-las num montinho, prosseguiu andando. Finalmente chegou a uma casinha, de onde uma velha senhora a olhava: a menina ficou tão assustada com os enormes dentes que a velha senhora tinha, que ameaçou fugir. Mas a outra a chamou de volta:

        -- Do que você está com medo, linda criança? Fique aqui comigo. Se fizer o trabalho doméstico direitinho, tudo correrá bem. Você só deve prestar atenção ao arrumar minha cama, pois tem de sacudi-la bem para que as penas voem e cais neve no mundo*. Sou a Senhora Holle.

        Essas palavras tranquilizaram tanto a menina que ela ficou animada, concordando com o solicitado e pondo mãos à obra. Ela providenciava tudo de modo a satisfazer a senhora e sempre sacudia violentamente sua cama, em torno da qual as penas esvoaçavam como flocos de neve. Em troca, ela tinha uma vida muito agradável, sem broncas e comendo todo dia do bom e do melhor. Mas depois de algum tempo morando com a Senhora Holle, começou a ficar triste, ela mesma no início não sabendo bem o que é que lhe faltava; logo percebeu que o que sentia era saudades de casa. Apesar de agora estar vivendo ali mil vezes melhor o que lá, desejava voltar assim mesmo. Finalmente ela disse:

        -- Senhora Holle, a senhora tem sido muito boa para mim, mas a minha tristeza é tão grande que não posso mais permanecer aqui embaixo. Preciso retornar para junto dos meus. 

        -- Agrada-me saber que deseja voltar para casa. E por você ter me servido tão fielmente, vou eu mesma levá-la de volta para cima.

        Ela deu-lhe a mão e a conduziu até um portão enorme. Assim que o portão se abriu e a menina o atravessou, caiu um espessa chuva de ouro que ficou todo preso nela, cobrindo-a inteirinha.

        -- Isso é para você por ter sido tão aplicada. – disse a Senhora Holle, dando-lhe de volta o fuso que havia caído dentro do poço.

        Depois o portão fechou-se e a menina se achou do lado de cima do mundo, aliás não muito longe da casa de sua mãe.

        E, ao chegar ao quintal, o galo sentado sobre o poço cantou:

        -- Cocorocó, chegou a donzela dourada, olhem só!

        Assim que entrou por estar toda coberta de ouro, ela foi muitíssimo bem recebida por sua mãe e irmã.

        A menina relatou tudo o que lhe ocorrera e, ao ouvir como havia alcançado tanta riqueza, a mãe quis que também a outra filha, a feia e preguiçosa, tivesse a mesma sorte. Ela teve de se sentar junto ao posso e fiar. E para que seu fuso se ensanguentasse, picou com ele todos os dedos e enfiou a mão num espinheiro. Depois jogou o fuso no poço e se atirou dentro dele. Como a outra, chegou também a um belo prado e seguiu pelo mesmo caminho. Ao chegar ao forno, estavam os pães novamente a espernear:

        -- Ah, tire-nos daqui, tire-nos daqui, senão vamos queimar! Já estamos no ponto faz tempo!

        Mas a preguiçosa respondeu:

        -- Até parece que vou me sujar toda por causa de vocês!

        E foi embora, logo se deparando com a macieira, que gritava:

        -- Ah, sacuda-me, que as maçãs já estão todas maduras!

        Mas ela respondeu:

        -- Você deve estar brincando! E se me cair um na cabeça?

        E continuou andando. Como já havia escutado a respeito dos dentões da velha senhora, ela não se assustou ao chegar à casa de Senhora Holle, e logo se dispôs ao trabalho. No primeiro dia ele se esforçou bastante, aplicou-se e seguiu todas as orientações, pois só pensava naquele monte de ouro com que mais tarde seria presenteada. Mas no segundo dia já começou a ficar preguiçosa, no terceiro dia mais ainda, tanto que nem queria se levantar de manhã. Nem mesmo a cama de Senhora Holle ela arrumava como devia ser, e nem a sacudia de modo que as penas esvoaçassem. A velha senhora logo desanimou e cancelou os serviços. A preguiçosa ficou então contente, achando que receberia enfim a chuva e ouro. a Senhora Holle conduziu-a até o portão, mas, ao atravessá-lo, em vez de ouro, despejou-se um caldeirão de piche sobre a menina. 

        -- Esta é a recompensa pelos meus serviços – disse a Senhora Holle, e trancou o portão.

As melhores história dos Irmãos Grimm & Perraut. São Paulo: Nova Alexandria, 2004. p 11-16. Coleção Volta e Meia.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 12-14.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Espesso: grosso, denso.

·        Fiar: trançar fios, confeccionar com fios.

·  Fuso: pequeno instrumento de madeira, arredondado, grosso no centro e pontiagudo nas extremidades, usado para fiar.

·        Prado: campina.

02 – Qual é a diferença entre as duas filhas da história?

      A mãe tinha duas filhas: uma bonita e aplicada, que fazia todo o trabalho doméstico, e outra feia e preguiçosa, que era sua filha legítima e não tinha responsabilidades.

03 – Por que a menina aplicada se jogou no poço?

      A menina aplicada se jogou no poço para recuperar o fuso que havia caído lá dentro após ela o manchar de sangue enquanto fiava.

04 – O que a menina encontrou quando acordou no mundo de Senhora Holle?

      Ela encontrou um lindo campo ensolarado com flores. Depois, passou por um forno cheio de pães prontos e por uma macieira carregada de maçãs maduras, ambos pedindo ajuda.

05 – O que a Senhora Holle pediu que a menina fizesse?

      A Senhora Holle pediu que a menina arrumasse sua cama e sacudisse bem as penas, para que caísse neve no mundo.

06 – Qual foi a recompensa da menina aplicada por seu trabalho com a Senhora Holle?

      A menina recebeu uma chuva de ouro que a cobriu por completo como recompensa por ser trabalhadora e fiel em seus serviços.

07 – O que aconteceu com a irmã preguiçosa quando ela tentou seguir os passos da outra?

      A irmã preguiçosa não ajudou os pães no forno nem a macieira, e foi desleixada com o trabalho na casa da Senhora Holle. Como resultado, em vez de ouro, recebeu uma chuva de piche.

08 – Qual é a lição principal do conto?

      A história ensina que aqueles que são trabalhadores e prestativos serão recompensados, enquanto a preguiça e a negligência levam a consequências negativas.

 

 

CONTO: ERA UMA VEZ... FRAGMENTO - GABRIELA ROMEU - COM GABARITO

 Conto: Era uma vez... – Fragmento

           Gabriela Romeu

        Ao cair da noite, enquanto o sono não vem, um ser chamado Homem da Areia aparece no quarto de meninos e meninas para contar histórias de lugares repletos de criaturas estranhas, princesas caprichosas, palácios construídos com pedras raras e objetos que falam.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe5QKi-wgCBp8V23DM99vVRT3-2k77052HK8iZ0aBFEnMwO8VoHf7NDrstEZ7NlZQXxhyMPq4W6wB6u_RhJK9o5Rf0zVj0hEK4jjAcolzwzmh0Fk7MNe_s5SAhPHP4-_2aCYl_H7_766reQwZ0XPlXQrOOMfSBy8S172VE6Ct8kG-n1g6j8_AZtykzyFI/s320/andersen.jpg


        Esse é o reino imaginário de Hans Christian Andersen (1805-1875), escritor dinamarquês que completa 200 anos de nascimento neste ano. Andersen criou contos infantis que ficaram conhecidos em todo o mundo, por muitas gerações de crianças, como "O Patinho Feio", "A Pequena Sereia", "Polegarzinha" e "O Soldadinho de Chumbo". Não faltam reis no país dos contos de Andersen, mas é bem provável que esse reino seja comandado pelo Homem da Areia, um personagem que conhece mais histórias do que qualquer outra pessoa desse lugar encantado.

        [...]

        Os contos mostram uma infância difícil, as desigualdades entre nobres e pobres, a busca pela identidade, a importância da fé e da religião. E, se você procurar bem, há sempre um riso escondido na obra desse autor, que também escreveu romances, poemas e óperas.

Gabriela Romeu. Folha de São Paulo, 19/3/2005. Folhinha. Licenciado por Folhapress.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 21.

Entendendo o conto:

01 – Quem é o Homem da Areia mencionado no fragmento?

      O Homem da Areia é um ser que aparece no quarto de meninos e meninas ao cair da noite para contar histórias cheias de criaturas estranhas, princesas caprichosas, palácios e objetos que falam. Ele é retratado como um personagem que conhece mais histórias do que qualquer outro no reino imaginário de Hans Christian Andersen.

02 – Qual é a relação entre o Homem da Areia e Hans Christian Andersen?

      O Homem da Areia habita o reino imaginário criado por Hans Christian Andersen, um famoso escritor dinamarquês. Ele simboliza a figura que narra as histórias que Andersen criou, como "O Patinho Feio" e "A Pequena Sereia", contos conhecidos mundialmente.

03 – O que os contos de Hans Christian Andersen revelam sobre a vida?

      Os contos de Andersen refletem uma infância difícil, as desigualdades entre nobres e pobres, a busca pela identidade, além de destacarem a importância da fé e da religião. Suas histórias, apesar de terem uma atmosfera mágica, abordam questões humanas profundas.

04 – Quais são algumas das obras mais conhecidas de Hans Christian Andersen mencionadas no fragmento?

      Algumas das obras mais conhecidas de Hans Christian Andersen mencionadas no fragmento são "O Patinho Feio", "A Pequena Sereia", "Polegarzinha" e "O Soldadinho de Chumbo".

05 – Como o humor está presente nas histórias de Andersen, segundo o fragmento?

      O humor nas histórias de Hans Christian Andersen está presente de maneira sutil, como um riso escondido que pode ser encontrado ao longo de sua obra, equilibrando o tom muitas vezes melancólico e reflexivo de seus contos.

 

POEMA: SOU EU MESMO - SÉRGIO CAPPARELLI - COM GABARITO

 Poema: SOU EU MESMO

             Sérgio Capparelli

Eu só queria ser eu mesmo
E assim, querendo,
Ai de mim!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpp_Ed10VFCQXUxVbZ5TK6NuPqQC4U7S2DvbbHV5Bbh9FH_Jz8kWpiRinsvKWYwH0nLHeQ16DQ-lmaZPoNvTyXvBEuePlZZG0JcQdEEShqrDTDTGjP2zSXFsAsHq0xBJdzJDhh0P5Vh07TN2RxgpUgC2xdZvnaP6hYRl9cF6FdkAj7ebnvsA70jF4BmgE/s1600/CRIAN%C3%87A.png



Você tem
Os olhos da vovó.
Você tem 
A boca da titia.
Você tem
Os cabelos da mamãe.
Você tem 
As mãos de tio Antônio.
Você tem 
O nariz do papai.
Você tem...

Pára, pára, pára, 
Quero ser eu mesmo: 
E não o Frankenstein!

CAPPARELLI, Sérgio. 111 poemas para crianças; Porto Alegre: L&PM, 2003. p. 75.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 137.

Entendendo o poema:

01 – O que o eu lírico deseja ser?

      O eu lírico deseja ser ele mesmo.

02 – Quais partes do corpo o eu lírico menciona que as outras pessoas associam a familiares?

      Ele menciona os olhos da avó, a boca da tia, os cabelos da mãe, as mãos do tio Antônio e o nariz do pai.

03 – Como o eu lírico reage às comparações com os familiares?

      Ele fica frustrado e pede para que parem, dizendo que quer ser ele mesmo.

04 – Que metáfora o eu lírico usa para expressar a sensação de ser composto pelas características dos outros?

      Ele compara essa sensação ao monstro Frankenstein, sugerindo que se sente "montado" com pedaços de outras pessoas.

05 – Qual é o principal conflito do eu lírico no poema?

      O principal conflito é a luta pela própria identidade, diante das constantes comparações com seus familiares, que fazem com que ele se sinta como uma criação de partes alheias.

 

CONTO POPULAR: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM E NINGUÉM - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

 Conto popular: Todo mundo, alguém, qualquer um e ninguém

        Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

        Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

        QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx2KTq7qieUYjUyKQ79_rOK7pNetSzd9DHSk73M4JMXOO-Dlq679X72sLkbrFNX9wQRiBCWsMOA_vJSes4eM_h1HrFNiWBqJP9KBmZViRnkvwlz3TvPzQRWGejb76ea9lR3fB9cpAPUkuUwxKlC_5I0A7vWDYDNT1GCTiT3qWir1zsUIWhnWDji4sbTAI/s320/todo-mundo-qualquer-um-ninguem-alguem.jpg


        ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO.

        TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

        Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.

Autor desconhecido.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 203.

Entendendo o conto popular:

01 – Qual é a principal mensagem do conto?

      A principal mensagem do conto é que a falta de responsabilidade individual pode levar ao fracasso coletivo. Quando cada um pensa que o outro irá realizar uma tarefa, ninguém a faz, e o trabalho acaba não sendo concluído. A história demonstra como a falta de iniciativa e a atribuição de responsabilidades a outros podem gerar problemas.

02 – Como os personagens representam diferentes atitudes diante do trabalho?

      Todo mundo: Representa a ideia de que a tarefa é responsabilidade de todos, mas sem que ninguém se sinta individualmente responsável.

      Alguém: Sugere que existe uma pessoa específica que deveria realizar a tarefa, mas sem definir quem é essa pessoa.

      Qualquer um: Indica que qualquer pessoa poderia realizar a tarefa, mas ninguém se voluntaria.

      Ninguém: Representa a ausência de ação, a falta de responsabilidade e o fracasso final.

03 – Qual a importância da responsabilidade individual dentro de um grupo?

      A responsabilidade individual é fundamental para o sucesso de um grupo. Quando cada membro assume sua parte, o trabalho é realizado de forma mais eficiente e eficaz. A falta de responsabilidade individual pode gerar conflitos, desmotivação e, consequentemente, o fracasso do grupo.

04 – Em quais situações do dia a dia podemos identificar a dinâmica presente no conto?

      A dinâmica presente no conto pode ser observada em diversas situações do dia a dia, como em trabalhos em equipe, tarefas domésticas, projetos escolares e até mesmo em questões sociais mais amplas. Por exemplo, quando um grupo de amigos não consegue decidir onde ir para se divertir, cada um espera que o outro sugira um lugar, e no final, ninguém toma a iniciativa.

05 – Como podemos aplicar o aprendizado desse conto em nossas vidas?

      Para aplicar o aprendizado desse conto em nossas vidas, é importante:

·        Assumir a responsabilidade pelas nossas ações: Cada um deve ser proativo e contribuir para o bem comum.

·        Comunicar claramente as expectativas: É fundamental que todos saibam qual é a sua parte no trabalho e quais são os objetivos do grupo.

·        Colaborar com os outros: O trabalho em equipe é essencial para alcançar resultados positivos.

·        Celebrar os sucessos: Reconhecer e valorizar as contribuições de cada membro do grupo é fundamental para manter a motivação.