domingo, 23 de junho de 2024

HISTÓRIA: A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS - (FRAGMENTO) - JÚLIO VERNE - COM GABARITO

 História: A volta ao mundo em 80 dias – Fragmento

              Júlio Verne

        [...]

        -- Afinal de contas, a terra é vastíssima – respondeu Andrew Stuart.

        -- Antigamente até que era – disse Phileas Fogg a meia-voz.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfUCY2SWoqTd-X4BwWhV6sPiBlVgtdvItxzuDKnWGS8cBhDSuBh79opzpRPrj2krg-bZb-64ih79BBSsIJjFk47aYB6NZxBb-LWp-jfJsXZfZb3VnHCMF5wDQUEd4xaDM9ITwlxBy4upO1BYBqy1UUKLlXZceQQH0qIzoQfRto1kLyB3M7ccMOns0tSkY/s1600/80%20DIAS.jpg


        [...]

        -- Por que antigamente? Porventura a terra diminuiu de tamanho?

        -- Sem dúvida – opinou Gauthier Ralph. – Concordo com o Mr. Fogg. A terra diminuiu, uma vez que atualmente a percorremos dez vezes mais rápido do que cem anos atrás.

        [...]

        Mas o incrédulo Stuart não se convencera e insistiu:

        -- Convém admitir, Mr. Ralph – ele prosseguiu –, que encontrou uma maneira curiosa de dizer que a terra encolheu! Quer dizer, só porque hoje a percorremos em três meses...

        -- Em apenas oitenta dias – disse Phileas Fogg.

        -- Sim, oitenta dias! – exclamou Andrew Stuart, que, inadvertidamente, cortou justo num trunfo real. – Mas sem contar o mau tempo, ventos contrários, naufrágios, descarrilamentos, etc.

        -- Incluindo tudo – respondeu Phileas Fogg.

        [...]

        Andrew Stuart [...] observou:

        -- Teoricamente, o senhor tem razão, Mr. Fogg, na prática, porém...

        -- Na prática também, Mr. Stuart.

        -- Queria vê-lo tentar.

        -- Só depende do senhor. Vamos juntos.

        -- Deus me livre! – exclamou Stuart. – Mas apostaria de olhos fechados quatro mil libras que uma viagem dessas, feita sob tais condições, é impossível.

        -- Mais do que possível, ao contrário – rebateu Mr. Fogg.

        -- Muito bem, faça-a então!

        -- A volta ao mundo em oitenta dias?

        -- Sim.

        -- Por que não?

        -- Quando?

        -- Imediatamente.

        [...]

VERNE, Júlio. A volta ao mundo em 80 dias. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 37-38.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 46.

Entendendo a história:

01 – Quem é o autor do fragmento "A volta ao mundo em 80 dias"?

      O autor é Júlio Verne.

02 – Qual personagem afirma que a Terra antigamente era vastíssima?

      Andrew Stuart é quem afirma isso.

03 – Qual personagem diz que a Terra diminuiu de tamanho e por quê?

      Gauthier Ralph diz que a Terra diminuiu porque atualmente a percorremos dez vezes mais rápido do que cem anos atrás.

04 – Quanto tempo Phileas Fogg afirma que é necessário para dar a volta ao mundo?

      Phileas Fogg afirma que é necessário apenas oitenta dias para dar a volta ao mundo.

05 – Qual foi a reação de Andrew Stuart ao ouvir que a volta ao mundo pode ser feita em oitenta dias?

      Andrew Stuart exclamou incredulamente, mencionando que isso não considerava mau tempo, ventos contrários, naufrágios, descarrilamentos, etc.

06 – O que Phileas Fogg responde quando Andrew Stuart menciona os obstáculos que poderiam atrasar a viagem?

      Phileas Fogg responde que a viagem de oitenta dias inclui todos esses fatores.

07 – Qual é o desafio que Andrew Stuart propõe a Phileas Fogg?

      Andrew Stuart propõe que Phileas Fogg tente fazer a volta ao mundo em oitenta dias.

08 – O que Andrew Stuart estaria disposto a apostar contra a possibilidade de dar a volta ao mundo em oitenta dias?

      Andrew Stuart estaria disposto a apostar quatro mil libras.

09 – Qual foi a resposta de Phileas Fogg ao desafio de Andrew Stuart?

      Phileas Fogg aceita o desafio e sugere começar a viagem imediatamente.

10 – Como Andrew Stuart reagiu à sugestão de Phileas Fogg de começar a viagem imediatamente?

      Andrew Stuart exclamou "Deus me livre!" e mostrou-se relutante em participar da viagem.

 

HISTÓRIA: O PEQUENO PRÍNCIPE 1º CAPÍTULO - ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY - COM GABARITO

 História: O pequeno príncipe 1º capítulo

              Antoine de Saint-Exupéry

        Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jiboia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu_YFmlvOv324NyDAeq8JK8BA30rQnnHQbrS2xnoF0gCRESaKtQjFKqO81cH6YS-giTTW-owOPIC51ooxQxBoKsPBQWG26SX39e5JWS235Y_-mjVzxGAcnHQzrit5sniJ2PjuF07FlppHdt76U7KICDBkeDXhdZFcHU9Yyi0mNzTBNJ7R28mvxFqoma2g/s320/PRINCIPE.png 


        Dizia o livro: "As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses de digestão." 

        Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:

        Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. 

        Responderam-me: "Por que é que um chapéu faria medo?" 

        Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim: 

        As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática.  Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando. 

        Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.  E a geografia, é claro, me serviu muito. Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. É muito útil, quando se está perdido na noite. 

        Tive assim, no correr da vida, muitos contatos com muita gente séria. Vivi muito no meio das pessoas grandes.  Vi-as muito de perto. Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião. 

        Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável. 

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. Trad.: Dom Marcos Barbosa. Rio de Janeiro: Agir, 1974, p. 9-11.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 10-12.

Entendendo a história:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Imponente: grandioso, impactante.

·        Esplêndido: que causa esplendor, grande admiração.

·        Lúcido: que não se ilude, compreensivo, descomplicado.

·        Bridge: jogo de cartas (baralho) de origem inglesa.

02 – Com base no texto que você leu, como começa a história “O Pequeno Príncipe”?

      “O livro começa com o narrador contando que tinha 6 anos e leu num livro que jiboias engoliam feras. Inspirado nisso, fez seu desenho número 1, que não foi bem compreendido. Então, fez um desenho número 2. Enfim, os adultos o aconselharam a estudar Geografia e outras disciplinas e abandonar os desenhos. Por isso ele se tornou piloto de avião.”

03 – O narrador considera adequado o modo como as crianças enxergam o mundo ou o modo como os adultos enxergam o mundo?

      O narrador considera o ponto de vista da criança mais adequado do que o dos adultos no início. Mas, depois considera também o dos adultos quando diz que a Geografia foi importante na vida dele. Se disserem apenas o ponto de vista da criança.

04 – Releia o trecho abaixo:

        “[...] e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.  E a geografia, é claro, me serviu muito.”. Segundo o narrador, nesse ponto, o conselho dos adultos foi ruim para ele? Explique seu ponto de vista. Por que ele aceitou o conselho, abandonou os desenhos e seguiu outra carreira?

      Não. O ponto de vista do narrador mudou. Ele abandonou o desenho para ser piloto de avião, e o que aprendeu de Geografia foi importante para sua profissão de piloto.

05 – Agora, releia o último parágrafo do capítulo 1 de “O Pequeno Príncipe” e responda: O narrador é um homem ou um menino? Justifique sua resposta com dados do último parágrafo.

      É um homem, porque pilota aviões, conhece Geografia, discute política e usa gravatas, joga baralho e diz que o consideram um homem razoável.

06 – No livro “O Pequeno Príncipe”, combinam-se aspectos formais

Narrativos e aspectos literários. Assinale a alternativa que indica a combinação correta.

a)   Narrativa em 3ª pessoa com história real.

b)   Narrativa em 1ª pessoa com história fictícia.

c)   História real escrita em versos.

d)   Ficção escrita em versos e vida real.

07 – Releia o trecho a seguir e considere a parte destacada.

        “Quando encontrava uma (pessoa grande) que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, [...]. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas.

Agora, parafraseie o trecho destacado. Escreva com suas palavras o que o autor disse. Em seguida, discuta com o professor e seus colegas a importância de adequar nosso ponto de vista à circunstância.

      Resposta pessoal do aluno.

AUTOBIOGRAFIA(CRÔNICA): MAIO - FRAGMENTO - LIMA BARRETO - COM GABARITO

 Autobiografia (Crônica): Maio – Fragmento

                       Lima Barreto 

        Estamos em maio, o mês das flores, o mês sagrado pela poesia. Não é sem emoção que o vejo entrar. Há em minha alma um renovamento; as ambições desabrocham de novo e, de novo, me chegam revoadas de sonhos. Nasci sob o seu signo, a treze, e creio que em sexta-feira; e, por isso, também à emoção que o mês sagrado me traz, se misturam recordações da minha meninice.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiJQG6jf69tBqzucp6QAQ09Raxh2IzlsYHwZh597lUXkg9PdeACQhVa02ICLcry_a9m4qgJXAyrYkk-GRr4_jNM3BBoXTyoaPag0MlLj7Az7ITwPYiJ6v2F9iVekM6q-fJWqD5EnyV50Ntr8pCHukJdG5koSeeBli0oNyBCpUh33gaPmnSrQnhINYY6tI/s320/Maio.jpg

        Agora mesmo estou a lembrar-me que, em 1888, dias antes da data áurea, meu pai chegou em casa e disse-me: a lei da abolição vai passar no dia de teus anos. E de fato passou; e nós fomos esperar a assinatura no Largo do Paço.

        [...]

        Havia uma imensa multidão ansiosa, com o olhar preso às janelas do velho casarão. Afinal a lei foi assinada e, num segundo, todos aqueles milhares de pessoas o souberam. A princesa veio à janela. Foi uma ovação: palmas, acenos com lenço, vivas... [...]

        Eu tinha então sete anos e o cativeiro não me impressionava. Não lhe imaginava o horror; não conhecia a sua injustiça. [...] Mas como ainda estamos longe de ser livres! Como ainda nos enleamos nas teias dos preceitos, das regras e das leis!

        [...]

        E maio volta... Há pelo ar blandícias e afagos; as coisas ligeiras têm mais poesia; os pássaros como que cantam melhor; o verde das encostas é mais macio; um forte flux de vida percorre e anima tudo...

        O mês augusto e sagrado pela poesia e pela arte [...] volta; e os galhos da nossa alma que tinham sido amputados – os sonhos, enchem-se de brotos muito verdes, de um claro e macio verde de pelúcia, reverdecem mais uma vez, para de novo perderem as folhas, secarem, antes mesmo de chegar o tórrido dezembro.

        E assim se faz a vida, com desalentos e esperanças, com recordações e saudades, com tolices e coisas sensatas [...].

BARRETO, Lima. Maio. In: BARRETO, Lima. A crônica militante. São Paulo: Expressão Popular, 2016, p. 279-283.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 03-04.

Entendendo a autobiografia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Amputar: cortar, podar.

·        Blandícia: carícia.

·        Cativeiro: escravidão.

·        Data áurea: Dia da Abolição da Escravatura.

·        Desalento: desencanto.

·        Enlear: embaraçar-se, enrolar-se.

·        Flux: termo inglês para “fluxo”.

·        Ovação: aplausos.

·        Tórrido: seco, árido.

02 – Agora que você já leu a crônica (autobiografia), conte com suas próprias palavras o que achou da experiência de ler texto.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual é o nome da crônica e do autor? Você sabe dizer em que livro o texto está publicado?

      “Maio” é o título da crônica. O autor é Lima Barreto. Já o título da obra se encontra no fim do texto: A crônica militante.

04 – Agora, defina em uma palavra como você gosta de ser reconhecido.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Identifique, na crônica de Lima Barreto, palavras que indiquem a ação verbal ligada ao pronome eu.

      Vejo, nasci, creio, estou, tinha, etc.

06 – Na crônica “Maio”, o autor conta um fato que registra sua vida íntima. Diga qual é a data e o dia do nascimento do autor e o que parece significar para você.

      Treze de maio, sexta-feira. Verifique se eles notam que o autor está falando de uma “sexta-feira 13”. Explique, então, que a superstição com esse dia já existia no fim do século XIX.

07 – Como o autor enxerga o mês de seu nascimento?

      Para o autor, maio é um mês poético e sagrado, em que os sonhos renascem. Provavelmente ele pensava assim pela associação com o registro histórico da abolição.

08 – Lima Barreto usou a escrita de uma crônica para registrar um momento de sua vida. Existem outros meios ou técnicas para registrar um momento da vida? Se sim, conte quais são.

      Sim, pois podemos criar registros de nossas imagens em vídeos, na pintura de quadros ou escrevendo nosso perfil em um diário, em uma página de rede social, etc.

 

POEMA: O AUTORRETRATO - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poema: O AUTORRETRATO

              Mário Quintana

No retrato que me faço
— traço a traço —
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore…

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3VcMz9avkEIaoBOxzl5xdc_gOvx3GmozvpAT0qaYvIo1VhnYrqPO78KXVBXqkXhMJu145y1yH2026ukhzvnYRTKUKsQACA7fKdGtNIPlVSTmoTWv7SKSLm9-HV-6VmBOb7TweVqfBkI_Bvu8LsNOhB-68sA28kSiaclgGeyunRyOjsqZ0ZWh0pDMhWfI/s320/AUTORRETRATO.jpg


Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança…
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão…

E, desta lida, em que busco
— pouco a pouco —
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!

 Mario Quintana. O autorretrato. In: QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 09.

Entendendo o poema:

01 – Você sabe dizer que tipo de texto é “O autorretrato” de Mário Quintana? Justifique sua resposta.

      Um poema, porque está escrito em versos e não é narrada nenhuma história. Aceite como corretas respostas semelhantes a essa.

02 – Do que fala o texto?

      O texto é a voz de uma pessoa dizendo pintar seu retrato com palavras. E que no final sai um desenho de criança corrigido por um louco. A ideia é que o estudante apenas parafraseia o texto.

03 – A voz que fala em textos poéticos se caracteriza como “eu lírico”. No poema de Mário Quintana, ele é percebido pelo uso de quais classes de palavras?

      Pelos pronomes pessoais e pelos verbos.

04 – Quando alguém escreve sobre si mesmo, seja na forma de poema ou na forma narrativa, temos que tipo de conteúdo?

      Autobiografia.

 

 

TEXTO: O QUE SIGMUND FREUD DIRIA SOBRE NOSSA OBSESSÃO PELAS SELFIES? FRAGMENTO - TOMÁS CHAMORRO -PREMUZIC - COM GABARITO

 Texto: O que Sigmund Freud diria sobre nossa obsessão pelas selfies? – Fragmento

            Tomás Chamorro-Premuzic

        Se você for aos lugares mais bonitos do mundo, provavelmente verá pessoas tirando fotos… de si mesmas. E talvez você faça o mesmo.

        [...]

        Freud, o pai da psicanálise, popularizou várias ideias, como a do ego, superego e inconsciente. Um de seus conceitos mais famosos é o do narcisismo, o amor desproporcional por si mesmo.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyClgNCG5127BaduTg7ZxZFSI0JRdB6OuhIZXeMrSXDTqcvzLMNJc3yowgMisJ6o1hlM-NEUg6o0RoaM9GBfeFjUYKuQhks1xwR__-aMwFUkNq4enFl9MWFYzDZz-vb2COd3f_bz8wtFoK0LoVcOxR_C_uy-QeCoZqHAzTSMWQBVGB8p_bnz7TI48aTyE/s320/NARCISO.jpg 


        Na mitologia grega, um jovem chamado Narciso viu seu reflexo na água e passou tanto tempo admirando sua própria beleza que se isolou do resto do mundo. Finalmente, ele se afogou tentando abraçar sua própria imagem.

        Freud pensava que um pouco de autoestima é algo natural nos seres humanos. Porém, o exagero do amor próprio pode se tornar um problema psicológico a ponto de a pessoa excluir relações com os outros, como fez Narciso na mitologia.

        [...]

        As selfies nos mostram em nossos melhores momentos, que são cuidadosamente montados e manipulados. Assim, diariamente somos bombardeados por imagens de outras pessoas que têm vidas e corpos aparentemente perfeitos.

        Estudos recentes mostram que essa exposição excessiva nos enchem de inveja e criam sentimentos de isolamento, insegurança e inadequação.

        Nas palavras de Freud, nos tornamos mais neuróticos: "O objetivo da psicanálise é aliviar as pessoas de sua infelicidade neurótica, de modo que elas possam ser infelizes comuns".

        Então, da próxima vez que você apontar a câmera para si próprio, lembre-se de Narciso e tente focar também seus amigos. Além disso, pode contar com Freud.

CHAMORRO-PREMUZIC, Tomás. O que Sigmund Freud diria sobre nossa obsessão pelas selfies? BBC Brasil, São Paulo, 1 abr. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-47769250. Acesso em: 5 mar. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 19-20.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Autoestima: confiança em si mesmo.

·        Ego: núcleo da personalidade de uma pessoa, de onde vem a palavra “egoísmo”.

·        Psicanálise: campo da saúde que cuida do emocional.

·        Superego: informalmente, um modelo de personalidade extremo.

02 – O que é o narcisismo segundo Sigmund Freud?

      Freud descreveu o narcisismo como um amor desproporcional por si mesmo. Ele acreditava que um pouco de autoestima é natural, mas o exagero desse amor próprio pode levar a problemas psicológicos, como a exclusão das relações com os outros.

03 – Como a mitologia grega explica o conceito de narcisismo?

      Na mitologia grega, Narciso era um jovem que se apaixonou pelo seu próprio reflexo na água. Ele passou tanto tempo admirando sua própria beleza que se isolou do mundo e acabou se afogando ao tentar abraçar sua imagem refletida.

04 – O que Freud pensava sobre a autoestima?

      Freud acreditava que um pouco de autoestima é algo natural e necessário para os seres humanos. No entanto, ele alertava que o exagero do amor próprio poderia se tornar um problema psicológico sério.

05 – Como as selfies podem afetar nossa saúde mental, segundo o texto?

      As selfies, que muitas vezes mostram as pessoas em seus melhores momentos e de forma manipulada, podem nos expor a imagens de vidas e corpos aparentemente perfeitos. Essa exposição excessiva pode gerar sentimentos de inveja, isolamento, insegurança e inadequação.

06 – O que Freud diria sobre os efeitos das selfies na nossa sociedade?

      Freud poderia argumentar que a obsessão por selfies nos torna mais neuróticos. A psicanálise, segundo ele, tem o objetivo de aliviar as pessoas de sua infelicidade neurótica para que possam ser apenas infelizes comuns.

07 – Qual é a sugestão do autor para quando tiramos selfies?

      O autor sugere que, ao tirar uma selfie, devemos nos lembrar da história de Narciso e tentar focar também em nossos amigos. Isso poderia ajudar a evitar a obsessão pelo próprio reflexo e promover relações mais saudáveis.

08 – Quais são alguns dos sentimentos negativos que podem surgir da obsessão por selfies?

      Estudos mencionados no texto indicam que a obsessão por selfies e a exposição constante a imagens idealizadas podem encher as pessoas de inveja e criar sentimentos de isolamento, insegurança e inadequação.

 

POESIA: O SOLDADO E A TROBETA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 Poesia: O Soldado e a Trombeta

             Olavo Bilac

Um velho soldado
Um dia por terra
A espada atirou;
Da guerra cansado,
Com nojo da guerra.
As armas quebrou.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEP-ZslidZ23SDplGRpFcJO7VZa2V6t7MxLWYpPEngkY2HPNt9Jv3x7S5Y_YhDdnCRcSxGHV9frmOgfu98LpmWSDS7EyKIf47jUHMK7WVSdVxGEO4A_v1UQC66YzxUWXwHrS-8qlRzJZ6pXTPGkBcRUadlfFvrWAOQ1pyY3wLXSs7HkF3vOu65YzQ7q7U/s320/TROMBETA.png



Entre elas estava
Trombeta esquecida:
Era ela que no ar
Os toques soltava,
E à luta renhida
Tocava a avançar.

E disse: “Meu dono,
É justo que a espada
Tu quebres assim!
Mas que, no abandono,
Fique eu sossegada!
Não quebres a mim!

Cantei tão somente...
Não sejas ingrato
Comigo também!
Eu sou inocente:
Não piso, não mato,
Não firo a ninguém...
Nas horas da luta
Alegre ficavas,
Ouvindo o meu som.
Atende-me! escuta!
Se então me estimavas,
Agora sê bom!”

E o velho guerreiro
Lhe disse: “Maldita!
Prepara-te! sus!

Teu som zombeteiro
As gentes excita,
À guerra conduz!”
Terrível, irado,
Jogou-a por terra,
Sem dó a quebrou...
E o velho soldado,
Cansado da guerra
Por fim repousou.

BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1929. Disponível em: https://literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/poesias_infantis_de_olavo_bilac-1htm#Osoldadoeatrombeta. Acesso em: 2 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 50-51.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Renhida: disputa cruel, sangrenta.

·        Sê: o mesmo que seja (seja bom).

·        Sus: interjeição com sentido de “coragem”, “ânimo!”.

·        Zombeteiro: que zomba dos outros.

02 – Quem são os personagens da poesia de Olavo Bilac?

      Os personagens são um velho soldado e uma trombeta.

03 – As características “cansado” e “com nojo da guerra” descrevem o que na poesia?

      Descrevem o velho soldado.

04 – Localize no título a que gênero pertence a história contada nessa poesia.

      No título da poesia se encontra o termo “fábula”, que define o gênero da história contada na poesia.

 

POEMA: SAMBINHA - MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: SAMBINHA 

             Mário de Andrade

Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas, braços dados, depressinha,
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos…
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-xOHq4NVALE8Y8YTOVIKeinFqFsLDikQapMxBsE-sF_MtSY74xjXmTq-6WRqDVPaZXmkjhcM0rQximufR7scAMinGlPRkN1gSXAfT9Q2BkmZWusMzv2djeOXSuN44UQ1dJXE0_IS6g8VkKrKJ36qJ8q7BSScXzzJppaxOVsk5jBb-a3_EsJkTmWuloRM/s320/ruadaspalmeiras.jpg


Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
– Você vai?
– Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem os trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras crespas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha é cor-de-rosa.

Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas…
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é…
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.

ANDRADE, Mário de. Contos e Poemas. São Paulo: Expressão Popular, 2017. P.125-126.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 59-60.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Crespo: grosso, ondulado, áspero.

·        Morim: tecido de algodão branco e fino.

·        Roupa-branca: peças íntimas do vestuário feminino.

02 – Agora, conte com suas palavras do que trata o poema de Mário de Andrade?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Em determinado ponto do poema, são descritas as falas dos personagens. Indique onde estão localizadas essas falas.

      “Falando conversas fiadas / As duas costureirinhas passam por mim / – Você vai? / – Não vou não!”.

04 – Agora, com a orientação do professor (a), participe de uma experiência coletiva. O professor(a) vai falar os versos, os meninos farão a primeira pergunta e as meninas responderão (repetindo a pergunta e a resposta). Siga o roteiro abaixo.

        Professor(a): Falando conversas fiadas / As duas costureirinhas passam por mim.

        Meninos: – Você vai?

        Meninas: – Não vou não!

        Meninos: – Você vai?

        Meninas: – Não vou não!

        Observe que a fala do professor(a) funciona como “narrativa” e as perguntas dos meninos e as respostas das meninas são o discurso direto. Esse recurso no poema dá a ele o estilo prosaico, isto é, de conversa.

      Faça a regência da turma nesta atividade e peça que repitam a pergunta e a resposta. Veja se os estudantes notam que há uma alusão rítmica ao samba nas perguntas e nas respostas. A alusão desse ritmo está também nos trilhos que jogam bondes um para o outro. Não esperamos que os estudantes entendam essa alegoria.

05 – Agora, diga aos colegas qual é o sentido do poema para você.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O poema faz uma homenagem às origens do samba, ritmo nascido nos morros do Rio de Janeiro e que une brancos e negros.

06 – No fim do poema, ficamos sabendo que uma costureirinha é descendente de italianos e a outra, de africanos. Diga se você acha que “Sambinha” quer dizer “fraternidade” entre povos.

      Resposta pessoal do aluno.