domingo, 22 de maio de 2022

LENDA: AS ESTRELAS NOS OLHOS DOS MENINOS - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Lenda: AS ESTRELAS NOS OLHOS DOS MENINOS

           Reginaldo Prandi

        Naquele tempo, a noite era completamente escura, nenhuma estrela brilhava no firmamento, não havia estrelas.

        Na aldeia indígena, fogueiras eram acesas logo que escurecia, e as famílias se reuniam em torno delas para se esquentar do frio da noite, comer e descansar.

        As mulheres assavam pedaços de pirarucus e tucunarés pescados no dia e cozinhavam nas cinzas ovos de tartaruga que recolhiam dos ninhos na areia das margens dos rios. Os homens falavam da guerra e contavam vantagem. No entorno da aldeia era a escuridão e o mistério. O que vinha de lá era o pio da coruja, o miado da onça, o canto do Jurutaí.

        [...]

        Numa noite, quando foram preparar as comidas, as mulheres descobriram que os ovos de tartaruga que tinham colhido haviam desaparecido...

        Noutra noite, a história se repetiu: os ovos tinham sido roubados.

        Algumas noites depois o roubo aconteceu de novo, e as mulheres resolveram tirar a limpo esses sumiços estranhos.
Escondidas atrás de uns arbustos, elas observaram os meninos roubarem os ovos e saírem sorrateiramente para o mato. Foram no encalço deles e viram quando se enfiaram na floresta e, numa clareira, prepararam o fogo para assar os ovos roubados. Eles queriam come-los sem ter que dividir com os outros.

        As mulheres começaram a gritar, e os meninos, surpreendidos, correram. As mulheres correram atrás. Proferiram ameaças e prometeram castigos severos.

        Para escapar das punições, os meninos pediram ao beija-flor que amarrasse um cipó no céu. O beija-flor atendeu ao pedido, e eles começaram a subir. Já estavam bem no alto quando as mulheres chegaram ao local da fuga para o firmamento. Elas não tiveram dúvidas: subiram atrás deles.

        Para não serem alcançados pelas mulheres, os meninos cortaram o cipó logo abaixo deles, e as mulheres se precipitaram lá de cima. No chão, antes de se esborracharem, foram transformadas em animais da floresta. Os meninos, por sua vez, ficaram presos no céu sem ter como descer.

        Desde então, eles olharam a terra lá do céu. No escuro da noite, brilham para sempre os olhos arregalados dos meninos. Foi assim que a noite acabou se enchendo de estrelas. São os olhos dos meninos.

                          Reginaldo Prandi. Ilustração de Pedro Rafael. Contos e lendas da Amazônia. São Paulo: Companhia das letras, 2011.

        Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 62-6.

Entendendo a lenda:

01 – Substitua a palavra destacada por outra, sem mudar o sentido da frase. Nenhuma estrela brilhava no firmamento.

      Nenhuma estrela brilhava no céu.

02 – Explique o significado do título “As estrelas nos olhos dos meninos”.

      Segundo o texto, as estrelas são os olhos arregalados dos meninos. Podemos vê-los quando olham a terra lá do céu, brilhando no escuro da noite.

03 – O que aconteceria com os meninos se as mulheres os alcançassem?

      As mulheres “Proferiam ameaças e prometiam castigos severos”, o que leva a crer que os meninos seriam punidos, caso elas os alcançassem.

04 – O que os meninos fizeram?

      Os meninos roubaram os ovos de tartaruga que as mulheres tinham colhido.

05 – Por que eles fizeram isso?

      Eles queriam comê-los sem ter que dividir com os outros.

06 – Você conhece outro mito (lenda) que explique o surgimento de um elemento da natureza?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Os Bororos explicam o surgimento das estrelas por meio de:

(   ) Conhecimentos científicos. (X) Crenças de seu povo.

08 – Numere os acontecimentos na sequência correta.

(6) Os meninos pediram ajuda ao beija-flor e subiram ao céu por um cipó.

(3) As mulheres viram os meninos roubarem os ovos.

(1) Numa noite, os ovos de tartaruga desapareceram.

(2) O roubo dos ovos continuou por mais noites.

(7) Os meninos cortaram o cipó e ficaram presos no céu sem ter como descer.

(4) As mulheres começaram a gritar e os meninos começaram a correr.

(5) As mulheres foram atrás deles.

09 – Releia.

        “[...] No entorno da aldeia era a escuridão e o mistério. O que vinha de lá era o pio da coruja, o miado da onça, o canto do Jurutaí.” Duas palavras, nesse trecho, justificam a criação do mito. Quais são elas?

      Escuridão e mistério.

10 – Leia esta frase observando as ações nela descritas.

        “Os meninos fugiram, subindo por um cipó em direção ao céu”.

a)   Qual é a causa dessas ações?

O roubo dos ovos de tartaruga.

b)   Qual é a consequência dessas ações?

Os meninos ficaram para sempre no céu e seus olhos viraram estrelas.

11 – No trecho abaixo, o que significa a expressão tirar a limpo? Marque a resposta correta.

        “Algumas noites depois o roubo aconteceu de novo, e as mulheres resolveram tirar a limpo esses sumiços estranhos.”

(X) Esclarecer.    (   ) Limpar.    (   ) Retirar.

12 – Circule a palavra que tem sentido semelhante ao da palavra destacada.

        (Escondidas) atrás de uns arbustos, elas observaram os meninos roubarem os ovos e saírem sorrateiramente para o mato.” Por que as personagens agiram assim?

      Os meninos, porque faziam algo errado; As mães, para se certificarem do que os meninos faziam.

13 – Releia estes trechos.

·        Numa noite [...], as mulheres descobriram que os ovos de tartaruga que tinham colhido haviam desaparecido.

·        Noutra noite, a história se repetiu.

·        Algumas noites depois o roubo acontece de novo.

Que informação as expressões em destaque dão ao leitor?

      As expressões indicam a sequência temporal (noite após noite) em que os acontecimentos ocorreram.

 

 

 

 

 

 

CONTO: VIVENDO COM A VACA - ROSANE PAMPLONA - COM GABARITO

 Conto: VIVENDO COM A VACA

        Era uma vez um homem que vivia com a mulher e seus oito filhos numa casa bem pequena. Quanto mais os filhos cresciam, mais ficava difícil morar naquele reduzido espaço.

        Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino:

        – Mestre, não consigo mais viver neste desconforto! Mostre-me uma saída para essa situação tão incômoda!

        O mestre prometeu que resolveria seu problema, desde que ele lhe obedecesse fielmente aos conselhos. Confiando plenamente na sabedoria do rabino, o homem concordou.

        – Como primeiro passo – aconselhou o mestre –, compre um porco e crie-o dentro de casa.

        O homem estranhou, quis discutir, porém lembrou-se de que prometera obedecer. Assim, comprou o porco, que passou a morar junto com a sua já numerosa família. É claro que a situação piorou e, ao cabo de uns dias, ele voltou a procurar o rabino, dizendo que nada havia melhorado, pelo contrário.

        O sábio, então, mandou que ele comprasse uma cabra.

        E que a criasse também dentro de casa, junto com o porco. O homem ficou muito aflito, mas fez o que seu mestre lhe dissera.

        Com a cabra dentro de casa, o problema da falta de espaço tronou-se uma verdadeira tragédia. Corriam pela casa cabra, porco e crianças, e ninguém achava espaço para se sentir confortável. Não demorou que o dono da casa procurasse pela terceira vez o mestre, que, sem se abalar com as queixas de seu discípulo, ordenou-lhe que pusesse, agora, uma vaca para morar na casa.

        O coitado do homem quis protestar; o olhar do mestre, entretanto, lembrou-o dos votos de obediência. Resignado, comprou uma vaca e a levou para dentro de casa. Dessa vez, a situação ficou mesmo insuportável: a família mal podia mexer no exíguo espaço que lhe cabia. Mais uma vez, o homem apelou ao rabino:

        – Mestre, não é possível mais viver naquela casa! Minha vida virou um suplício! Prefiro morar na rua!

        Sorrindo, o rabino ordenou-lhe que tirasse da casa os animais, que os pusesse no quintal.

        O homem voltou feliz com as novas ordens. Sem demora, tirou de casa o porco, a cabra e a vaca. E, como por milagre, sua casa imediatamente pareceu-lhe grande, espaçosa, confortável. Que felicidade!

        E nem ele nem sua família nunca mais se queixaram da falta de espaço.

                          Rosane Pamplona. Verso e reverso – O outro lado das histórias. São Paulo: Brinque-Book, 2008.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 163-7.

Entendendo o conto:

01 – Qual é a dificuldade do homem e de sua família?

      Eles moram numa casa bem pequena, considerando a quantidade de moradores.

02 – Que animais foram viver dentro da casa do homem?

      Porco, cabra, vaca.

03 – Você acha que a ideia do rabino foi boa?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que o homem aprendeu ao seguir os conselhos do rabino?

      A não se queixar do que tinha.

05 – O que você achou dessa história?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Quem é a personagem protagonista?

      O homem, dono da casa.

07 – Numere a segunda de acordo com a primeira. 

(1)  Conflito. 

(2)  Solução. 

(3)  Desfecho.

(2) Seguindo o conselho do rabino, o homem levou para casa um porco, uma cabra e uma vaca. A casa ficou ainda menor e mais desconfortável. Depois que o homem retirou os animais, a casa imediatamente pareceu grande e espaçosa.

(3) Nunca mais o homem e sua família se queixaram da falta de espaço.

(1) Um homem, sua mulher e seus oito filhos viviam em uma casa muito pequena.

08 – Quem solucionou o conflito? Como?

      O rabino, ao sugerir que o homem levasse animais para dentro de casa. A vaca, o maior das três, foi a gota d’água. A severidade do rabino e a resignação do homem fizeram o plano dar certo.

09 – O narrador do conto é uma das personagens da história? Por quê?

      O narrador não é uma das personagens da história, pois não participa dos acontecimentos.

10 – Releia este trecho do conto.

        “O homem voltou feliz com as novas ordens. Sem demora, tirou de casa o porco, a cabra e a vaca. E, como por milagre, sua casa imediatamente pareceu-lhe grande, espaçosa, confortável.” Por que o narrador usa a expressão “como por milagre”?

      Porque o homem voltou a ter o mesmo espaço que tinha no início da história, porém, depois de ter compartilhado o espaço com os três animais, a casa já não lhe parecia pequena e desconfortável.

11 – Releia outro trecho do conto.

        “Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino:

        – Mestre, não consigo mais viver neste desconforto! Mostre-me uma saída para essa situação tão incômoda!”. Copie a fala do narrador desse trecho.

      Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino.

 

CONTO: O SOLDADO PACÍFICO - MARIA MAÑERU - COM GABARITO

 Conto: O SOLDADO PACÍFICO

              Maria Mañeru

  Era uma vez, no Reino Distante, um soldado muito elegante, muito valente e muito forte. Era um cavaleiro completo.

        Causava admiração por onde passava:

        As damas diziam:

        – Ooooohhhhhh!

        Os cavaleiros diziam:

        – Aaaaaahhhhhh!

        A rainha surpreendia-se:

        – Uaaaaauuuuu!

        No entanto, ninguém nunca tinha visto o soldado lutar e isso tinha uma explicação muito simples: nosso soldado era totalmente PA-CÍ-FI-CO. Não gostava de guerras, nem de batalhas, nem de lutas, nem de combates, nem sequer gostava de discutir um pouquinho de vez em quando.

        Mas, um dia, o Reino Vizinho declarou guerra ao Reino Distante. E, como eram reinos de faz de conta, em vez de fazer uma guerra normal e banal, decidiram que lutariam entre si o melhor soldado de cada reino. Nem é preciso dizer que o Reino Distante escolheu o soldado pacífico, enquanto o Reino Vizinho enviou para a batalha o soldado medroso.

        O lugar escolhido para a batalha ficava no meio de um grande campo. De um lado, os reis e os habitantes do Reino Distante e, do outro, os do Reino Vizinho. Os dois soldados caminharam até a metade do prado e falaram:

        – Não quero lutar – disse o soldado pacífico. – Odeio guerras.

        – Eu tampouco – replicou o soldado medroso. – Batalhas me dão medo.

        Eles selaram a paz, e foi organizada uma grande festa entre os dois reinos. Desde então se enaltece o valor dos soldados, porque evitar uma guerra é muito melhor que ganhá-la.

            María Mañeru. Doces contos: um livro de histórias para ter lindos sonhos. São Paulo: Girassol, 2014.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 154-7.

Entendendo o conto:

01 – Explique o que é “uma guerra normal e banal”.

      Uma “guerra normal e banal” é a guerra que ocorre no mundo real, com armas que provocam mutilações e mortes.

02 – E como é a guerra nos reinos de faz de conta?

      Na guerra entre reinos de faz de conta, lutam entre si apenas o melhor soldado de cada reino.

03 – Se você nascesse no Reino Distante, também seria admirador do soldado pacífico? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Você concorda com o que diz o trecho final do conto: “evitar uma guerra é muito melhor que ganha-la”? Explique.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, uma vez que as guerras trazem muita dor e sofrimento a todos os envolvidos.

05 – Quando e onde acontece a história?

      Acontece no tempo do “era uma vez”, no Reino Distante.

06 – Há duas personagens principais no conto. Quem são elas?

      O soldado Pacífico e o soldado Medroso.

07 – Quem são as personagens secundárias?

      A rainha, as damas, os cavaleiros, os reis e os habitantes do reino.

08 – Qual é o conflito da história?

      O Reino Vizinho declara guerra ai Reino Distante.

09 – Que personagens são escolhidos para resolver o conflito?

      Um soldado de cada reino: o pacífico e o medroso.

10 – Qual é a solução encontrada pelos soldados?

      Eles não lutam e selam um acordo de paz.

·        A solução do conflito conduz a um desfecho positivo? Para quem?

Sim, o desfecho é positivo para todos: para os soldados, que não precisam lutar, e para os dois reinos, que não passam por uma guerra.

11 – Que adjetivos no superlativo qualificam o soldado pacífico e o fazem ser admirado?

      Muito elegante, muito valente e muito forte.

·        De que outro modo a autora poderia ter escrito esses adjetivos.

Elegantíssimo, valentíssimo, fortíssimo.

12 – Releia esta frase do texto: “Nosso soldado era totalmente PA-CÍ-FI-CO”. Por que a palavra pacífico foi escrita desse modo?

      Para dar ênfase a essa qualidade do soldado, ou seja, para destacar que ele era muito, muito pacífico.

 

CONTO: A ESPERTEZA DO TATU - ROSANE PAMPLONA - COM GABARITO

 Conto: A ESPERTEZA DO TATU

           Rosane Pamplona

        No tempo em que os animais falavam (mas nem todos se entendiam, como veremos...), ia certo dia um lenhador pela floresta, quando ouviu os urros de uma onça, que caíra numa armadilha preparada por alguns caçadores.

        O lenhador se aproximou da armadilha e a onça suplicou-lhe que a tirasse dali. O homem ficou desconfiado:

        -- Eu, hein?! Você é uma onça, bicho perigoso. Se eu a soltar, depois você vai querer me devorar.

        Mas a onça jurou por todas suas pintas que não, imaginem, jamais faria algo contra seu próprio benfeitor. Se ele a soltasse ela, ela lhe seria eternamente agradecida, eternamente reconhecida, eternamente sua devedora, e tanto falou que acabou convencendo o homem.

        Porém... assim que ele a soltou das cordas que a prendiam, a falsa o agarrou:

        -- Sinto muito, amigo, mas estou faminta e você será meu almoço!

        -- O quê?! – bradou o lenhador. – Você promete, jura e ainda me faz uma ingratidão dessas?

        -- Ingrato é o ser humano – Filosofou a onça. – Pois não estraga a floresta que lhe dá vida? Eu sou apenas uma onça, animal que come carne, como você sabe, e estou seguindo meus instintos.

        Mas o lenhador argumentou: naquele caso, quem tinha razão era ele, a ingrata era ela e, já que não chegavam a um acordo, teriam que chamar um juiz para decidir a contenda.

        A onça concordou.

        O primeiro a passar ali foi um tatu, logo chamado para intervir na questão e julgar as partes contrárias. O tatu ouviu os argumentos dos dois e depois decidiu:

        -- Não posso fazer um julgamento perfeitamente justo se não souber exatamente como é que a onça estava antes de ser solta. Por favor senhora onça, queira voltar a sua posição na armadilha.

        A onça, distraída caiu no logro. Voltou a armadilha e tornou-se novamente prisioneira.

        -- Vamos embora – Disse o esperto tatu ao homem. – Ela que suplique agora aos caçadores e aprenda que o bem não se paga com o mal.

Rosane Pamplona. Almanaque bichos do Brasil. São Paulo: Moderna, 2014.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 24-9.

Entendendo o conto:

01 – Converse com os colegas.

a)   Quando aconteceu essa história?

A autora diz ironicamente que a história se passou “no tempo em que os animais falavam”. Não há definição precisa de quando tudo aconteceu.

b)   Se você fosse o lenhador, teria soltado a onça? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Você acha que o leitor pode aprender algo com essa história? Explique.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque ela ensina que não se paga o bem praticando o mal.

02 – Releia o início do conto.

        “No tempo em que os animais falavam (mas nem todos se entendiam, como veremos...) [...]”.

·        Por que o trecho sublinhado está entre parênteses?

Porque é uma observação do narrador que não tem relação direta com o acontecimento da história; foi feita apenas para tornar o conto divertido.

03 – Releia este trecho.

        “Mas a onça jurou por todas suas pintas que não, imaginem, jamais faria algo contra seu próprio benfeitor. [...]”.

a)   Por que a onça jurou pelas suas pintas?

Porque as pintas são o que ela tem de mais precioso.

b)   Por que a palavra imaginem foi usada no trecho?

(   ) Porque a onça quer que o lenhador se imagine sendo devorado por ela.

(X) Porque a onça quer demonstrar indignação com a ideia de fazer mal a seu benfeitor.

04 – Sublinhe a palavra desta fala da onça que demostra ironia “-- Sinto muito, amigo, mas estou faminta e você será meu almoço!”

·        Por que o uso dessa palavra é irônica?

Porque, se a onça realmente considerasse o lenhador seu amigo, não o comeria no almoço.

05 – Nesse conto, há duas personagens protagonistas e uma antagonista.

a)   Quem são as protagonistas? Quem é o antagonista?

Protagonistas: o lenhador e o tatu; Antagonista: a onça.

b)   Que personagem foi a mais esperta?

Foi o tatu.

c)   Qual foi a esperteza desse personagem?

Pedir à onça que voltasse à sua posição na armadilha.

d)   Que outro personagem mostrou esperteza no conto?

A onça.

e)   Qual foi a esperteza dela?

Enganou o lenhador, dizendo que não o devoraria se ele a soltasse.

06 – Relacione cada personagem à ação praticada na história.

A – Tatu.

B – Onça.

C – Lenhador.

(C) Desconfiou, mas ajudou assim mesmo.

(A) Foi chamado para ajudar.

(B) Suplicou por ajuda.

07 – Que argumentos a onça usou para justificar seu desejo de devorar o lenhador mesmo após ele soltá-la da armadilha?

      Ela disse que era um animal que comia carne e que estava apenas seguindo seus instintos.

08 – Que argumento o lenhador usou para não ser devorado?

      Ele disse que a onça era ingrata e que, já que não chegavam a um acordo, teriam que chamar um juiz para decidir a contenda.

09 – Assinale a frase que demonstra a esperteza do tatu para convencer a onça a voltar para a armadilha.

(X) O tatu ouviu com atenção a onça e o lenhador e falou com seriedade que a onça deveria voltar para o lugar onde ela estava.

(   ) O tatu não deu muita atenção à onça e ao lenhador e foi logo chegando a uma conclusão.

10 – Qual é o desfecho da História?

      A onça cai na esperteza do tatu e volta para a armadilha, tornando-se novamente uma prisioneira.

11 – Releia este trecho.

        “[...] Se ele a soltasse ela, ela lhe seria eternamente agradecida, eternamente reconhecida, eternamente sua devedora, e tanto falou que acabou convencendo o homem.”.

a)   Copie a palavra que se repete.

Eternamente.

b)   Qual foi a intenção do autor ao repetir essa palavra?

O autor usou a palavra três vezes com a intenção de mostrar que a onça falou muito e insistiu bastante até convencer o lenhador de que não o devoraria.

12 – Releia o trecho.

        “A onça, distraída, caiu no logro.”. Marque a alternativa que indica o significado da palavra logro.

(   ) Habilidade para não se deixar enganar.

(X) Artifício ou manobra com que se engana ou ilude alguém.

CONTO: PRA DAR NO PÉ - PEDRO ANTÔNIO DE OLIVEIRA - COM GABARITO

 Conto: Pra dar no pé

            Pedro Antônio de Oliveira

        Da varanda lá de casa, eu a avistava: linda, exuberante e charmosa. Nela moravam: bem-te-vi, pintassilgo, pombo, juriti, marimbondo e formiga alpinista, Papagaio de seda também! Desses do mês de julho que, em vez de ficar requebrando no céu, decidem embaraçar a rabiola nos galhos mais altos e ficar por ali mesmo. Teve um que gostou tanto de morar na árvore que nunca mais foi embora.

        No meio do ano, começavam a aparecer pequenas flores naquele pé de manga. Os frutos só chegaram em meados de dezembro. As chuvas do fim de tarde, muitas vezes, aprontavam: jogavam no chão as suculentas frutas. Umas se esborrachavam feio na lama. A dona Tina, na manhã seguinte, distribuía tudo entre a vizinhança. Era bom.

        Um dia, surgiu uma notícia que não agradou a molecada, Iriam derrubar o pé de manga. E, no lugar, construir uma casa. Achei um absurdo! Será? Os bichos ficariam sem lar, o ar sem oxigênio e eu sem minhas mangas! Ora, onde já se viu um negócio desses?!

        Corri como foguete pra chamar a turma. Fomos pra debaixo da mangueira. Criamos grito de guerra e tudo, só pra tentar salvar a árvore. Improvisamos cartazes e fizemos o maior auê.

        Logo conseguimos mais adeptos para a manifestação. A rua inteira ficou tomada de gente. Vieram tevê, rádio, jornal... Eu não parava de dar entrevistas. Fiz discurso inflamando, precisava ver, com direito a lágrimas e voz rouca pra causar emoção. O pior foi quando me empolguei. Estava agradando tanto, que comecei a dirigir adjetivos pouco delicados à dona Tina. Ela que não deixasse cortar a árvore!

        Mas o tiro saiu pela culatra. Nós nunca mais chupamos mangas daquela mangueira. Nunca mais mesmo! Dona Tina ficou irritada com as coisas que eu disse a respeito dela durante o protesto. Berrou para a vizinhança toda ouvir que se arrependeu amargamente de ter plantado a mangueira e falou ainda que, se pudesse, plantaria era a mão na minha orelha!

        A notícia boa é que o pé de manga não foi derrubado. Os bichos não ficaram sem lar, o ar não perdeu oxigênio... A ruim é que tudo não passou de boato. Ninguém jamais quis destruir a árvore. Dá pra acreditar? Veja que mico. Ah, por falar nisso, tem mesmo um mico morando lá nas alturas. O danado vive bem. Chupa manga que só vendo! Quem sabe não pinta uma amizade e ele arremessa de lá umas frutinhas pra gente?! Porque manga, de agora em diante, só assim.

        Descobri que espírito ecológico não combina com fofoca.

                         Pedro Antônio de Oliveira. Uma história, uma lorota... e fiquei de boca torta! Belo Horizonte: Editora Formato, 2008.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 38-42.

Entendendo o conto:

01 – Após a leitura do texto, responda as questões abaixo, se preciso for procure no dicionário.

a)   O que quer dizer papagaio de seda? E rabiola?

Papagaio de seda: papagaio (pipa) feito com papel de seda. Rabiola: rabo ou cauda de papagaio de papel.

b)   Você conhece o significado de boato? Se não conhece, é possível descobrir o que a palavra significa pela leitura do conto?

Mexerico.

c)   Encontre no texto outra palavra que tenha o mesmo significado de boato.

Fofoca.

02 – Converse com os colegas.

a)   Quem é o narrador do conto? Justifique sua resposta.

O narrador parece ser um menino. Ele conta que a notícia não agradou a “molecada” e que foi chamar a “turma”.

b)   Que acontecimento faz o narrador organizar uma manifestação?

A notícia da derrubada do pé de manga.

c)   O que você acha que o narrador deveria ter feito antes de tomar essa atitude?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: ele deveria ter conversado com a principal pessoa envolvida, dona Tina, para conhecer as razões dela.

d)   Existe, na região onde você mora, um elemento da natureza que você gostaria de ver sempre preservado? Qual?

Resposta pessoal do aluno.

e)   Você conhece alguém que já ficou em situação complicada por causa de fofoca?

Resposta pessoal do aluno.

03 – Assinale o trecho que mostra que o narrador, além de contar a história, também é personagem.

(   ) No meio do ano, começavam a aparecer pequenas flores naquele pé de manga. Os frutos só chegaram em meados de dezembro. As chuvas do fim de tarde, muitas vezes, aprontavam: jogavam no chão as suculentas frutas. Umas se esborrachavam feio na lama.

(X) Achei um absurdo! Será? Os bichos ficariam sem lar, o ar sem oxigênio e eu sem minhas mangas! Ora, onde já se viu um negócio desses?!

(   ) Mas o tiro saiu pela culatra.

04 – Explique como você descobriu a resposta da questão anterior.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: as palavras eu e minha deixam claro que é a personagem que está contando a história.

05 – Quais são as outras personagens do conto?

      Dona Tina e a turma de amigos do narrador.

06 – Dona Tina era uma pessoa generosa ou egoísta em relação aos vizinhos? Explique.

      Era generosa. No início do conto, o narrador informa que ela distribuía mangas pela vizinhança.

07 – O narrador apresenta três razões contra a derrubada do pé de manga. Quais são elas?

      Os bichos ficariam sem lar; o ar, sem oxigênio; e ele, sem as mangas.

08 – Por que Dona Tina acabou ficando irritada com o narrador?

      Porque, além de mobilizar muita gente contra ela, ele a criticou sem se preocupar em verificar o que, de fato, ela pensava fazer.

09 – Escreva o significado que estas expressões têm no texto.

a)   Veja que mico.

Veja que vexame.

b)   O tiro saiu pela culatra.

O ato prejudicou a quem o praticou.

c)   Fazer o maior auê.

Fazer uma grande confusão.

d)   Plantar a mão na orelha.

Dar um tapa na orelha.

e)   Onde já se viu um negócio desses?

Onde já se viu acontecer algo parecido? / Como é possível isso acontecer?

10 – O uso dessas expressões torna o texto:

(X) Divertido.

(   ) Sério.

(   ) Formal.

(X) Informal.

PINTURA: PERSPICÁCIA - RENÉ MAGRITTE - COM GABARITO

 Pintura: Perspicácia

 


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Perspicácia. René Magritte, 1936.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 11.

Entendendo a pintura:

01 – Observe a imagem e converse com os colegas. Responda:

a)   O que o homem está fazendo?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Pintando um quadro.

b)   O que ele observa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provavelmente, o ovo, que está encima da mesa ao lado.

c)   O que ele está pintando?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Um pássaro.

02 – Agora, fale de você.

a)   Você se considera uma pessoa observadora e atenta?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Gosta de buscar explicações e significados para as coisas?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Você se considera uma pessoa esperta?

Resposta pessoal do aluno.