sábado, 7 de novembro de 2020

ECA(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE) - COM ATIVIDADES GABARITADAS

 ECA

O que é o ECA?

 

O ECA é um texto normativo (estatuto) que estabelece regras a serem obedecidas e respeitadas. Institui direitos e deveres, bem como a aferição da responsabilidade no cumprimento das mesmas, delibera sobre as penalidades em caso de infração das normas estabelecidas e delega a competência às instâncias de direito para aplicá-las.

Os estatutos, assim como outros textos que expressam leis e regras, obedecem a orientações de formulação que determinam sua organização e linguagem. Devem seguir uma ordem lógica e empregar linguagem clara e precisa. São divulgados em documentos oficiais, livros da área jurídica e sites de órgãos públicos.

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente, é uma lei (Lei 8.069/1990) que trata dos direitos das crianças e adolescentes. Esse instrumento normativo foi promulgado em 13 de julho de 1990.

O ECA reconhece que as crianças e adolescentes são sujeitos de direito em condição de desenvolvimento e, portanto, devem ser prioridade absoluta do Estado.

Essa lei prevê às crianças e adolescentes os direitos à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à educação, à cultura, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

De acordo com o ECA são:

§ Crianças: indivíduos com até 12 anos incompletos.

§ Adolescentes: indivíduos entre 12 e 18 anos.

Para que serve o ECA?

O objetivo do estatuto é garantir às crianças e adolescentes condições de desenvolvimento moral, físico, social e mental, de modo que possam estar preparados para a vida adulta em sociedade.

A proteção das crianças e adolescentes é responsabilidade da família, sociedade e do Estado. Eles devem ser privados de qualquer tipo de discriminação, violência, negligência, crueldade e opressão.

O Estatuto da Criança e do Adolescente faz valer o disposto no artigo 227 da Constituição de 1988 e segue as diretrizes da Convenção sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas.

O estatuto é composto por dois livros. O livro I refere-se à parte geral, que vai do artigo 1º ao artigo 85 e trata dos direitos fundamentais e da prevenção à violação dos direitos.

O Livro II refere-se à parte específica e trata das políticas de atendimento, medidas de proteção, práticas de atos infracionais, medidas pertinentes aos pais ou responsáveis, conselhos tutelares, acesso à justiça e crimes e infrações administrativas.

 Disponível em <https://www.significados.com.br/eca/> Acesso em 24 de ago. de 2020. (Adaptada)

 

Estrutura e características do ECA

§     O(s) responsável (is) pela criação e pela sanção da lei.

§     Títulos.

§     Capítulos.

§     Seções.

§     Artigos que podem ser subdivididos em incisos (representados por algarismos romanos: I, II, III etc.) ou especificados em parágrafos (usando-se o sinal §), geralmente curtos ou ainda utilizar-se da enumeração para estabelecer critérios (Ex.: art. 2º, art. 10).

§     Linguagem formal, clara e objetiva.

§     Verbos com valor de imposição, pois indicam normas e leis, as quais devem ser seguidas, e não discutidas.

§     Vocabulário mais técnico.

  Leia os fragmentos retirados do Estatuto da Criança e do Adolescente e responda às questões.

 Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente, aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

 Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei8069_02.pdf> Acesso em 24 de ago. de 2020.

 

Capítulo II

Do direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

 

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

 Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei8069_02.pdf> Acesso em 24 de ago. de 2020.

 

Capítulo V

Do direito à profissionalização e à proteção no trabalho

 

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

 [...]

Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei8069_02.pdf> Acesso em 24 de ago. de 2020.



Disponível em <https://plenarinho.leg.br/index.php/2018/07/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente/> Acesso em 25 de ago. de 2020.

  Atividades

 1.    Para você o que é direito e dever?

     Resposta pessoal.

     Espera-se que o estudante tenha uma noção sobre os direitos e deveres de um cidadão: direitos são tudo aquilo que possuímos ao viver em uma sociedade democrática e deveres são as nossas obrigações em sociedade.

 2.    Na escola, também temos direitos e deveres?

        Resposta pessoal.

    Espera-se que o estudante saiba que toda criança e adolescente têm direito a uma educação de qualidade, mas também têm o dever de respeitar normas, como também tratar aos outros de forma respeitosa e igualitária, ser frequente e pontual etc


3.    O que mais deveria ser garantido às crianças e aos adolescentes?

      Resposta pessoal.

 

4.    Qual a ideia principal tratada nos fragmentos de texto?

a)     falar da infância e suas brincadeiras.

b)    comentar a responsabilidade de ser criança.

c)     discutir sobre os direitos da criança e do adolescente.

d)    argumentar a favor do trabalho infantil.

5.    No trecho “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, [...]’, a palavra destacada pode ser substituída por

a)    assiduidade.

b)   cuidado.

c)    descuido.

d)   entusiasmo.


6.    Para cumprir sua função social, o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta características próprias desse gênero quanto ao uso da linguagem. Entre essas características, destaca-se o emprego de

a)    repetição de palavras para facilitar o entendimento.

b)   palavras e expressões que evitem dúvida.

c)    expressões informais para apresentar os direitos.

d)    exemplificações que ajudem a compreensão dos conceitos.


       Disponível em <http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/questoes/105.html> Acesso em 25 de ago. de 2020. (Adaptada)

 7. Assinale a alternativa que melhor corresponde à liberdade segundo o ECA.

a)  A criança e o adolescente têm direito à brincar, praticar esportes e divertir-se.

b) A criança e o adolescente têm direito à participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação.

c)  Buscar refúgio, auxílio e orientação.

d) Todas alternativas estão corretas.

 

8.    Para efeito do Estatuto da Criança e do Adolescente qual a idade que uma pessoa deve apresentar para ser considerada Criança?

      Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

     Espera-se que o estudante identifique a informação do art. 2º das Disposições Preliminares do ECA.

 9.    Marque (V) ou (F) nas alternativas, conforme os preceitos estabelecidos pela Lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente:

a)    V  ) A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

b)   ( F  ) Não considera-se como aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

c)     (V   ) Essa lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente

d)    ( F  ) Ao adolescente portador de deficiência não é assegurado trabalho protegido.

 10.    Quanto aos suportes em que são divulgados os estatutos, pode-se afirmar?

a)    Os estatutos são divulgados em blogs particulares, televisão e livros didáticos.

b)    Os estatutos são divulgados por meio de livros didáticos nas unidades escolares.

c)     Os estatutos são divulgados em documentos oficiais, livros da área jurídica e sites de órgãos públicos.

d)    Os estatutos são divulgados em jornais, revistas e sites noticiosos.


 


FOLHETO - GÊNERO TEXTUAL - COM ATIVIDADES GABARITADAS

         FOLHETO


 

Folheto é um meio de divulgação de uma ideia, de uma marca, produto ou serviço, feito em papel. Trata-se de um impresso com poucas folhas, não encadernado, geralmente com teor informativo ou publicitário. Atinge um grande número de pessoas por um valor acessível, apresentando uma ótima relação custo-benefício. É o meio ideal para expressar ideias ou anunciar produtos, serviços e promoções, numa época de grande concorrência e competitividade, mas também de consumidores cada vez mais exigentes e com menos disponibilidade de tempo. Ora, o primeiro passo para uma empresa entrar na concorrência e vender os seus produtos ou serviços é fazer com que as pessoas a conheçam e uma das ferramentas para o comunicar é, precisamente, o folheto.

Um pouco de história…

Os folhetos como meio público de comunicação existem há muito tempo, desde o surgimento da imprensa no século XVI. Na verdade, as primeiras impressões eram breves cartilhas que continham informação limitada sobre diferentes temas. Assim, o termo folheto refere-se, desde longa data, aos objetos impressos que têm por finalidade dar informação ao público. Efetivamente, ele começou a ser utilizado principalmente para fazer publicidade a produtos e serviços (com pessoas a distribui-los nas ruas). Mas o folheto serve também – por exemplo – para divulgar a candidatura de políticos e partidos em época de eleições.

   Características dos folhetos

Levam em conta os interesses do público-alvo do anunciante. Exemplo: os folhetos turísticos são desdobráveis que visam fornecer informações para a parcela da população que pesquisa sobre localidades turísticas e compra de viagens.

São textos leves e envolventes, geralmente acompanhados de imagens apelativas capazes de estimular a decisão por uma determinada viagem.

Incluem ainda imagens, cores vivas, títulos, letras grandes e chamativas, diagramas fáceis de entender, etc.

Não são nem muito grandes nem muito pequenos (formato A3 ou A4) e apresentam dobragens para o leitor poder encontrar mais informação.

Os folhetos variam em nível de design, quantidade de informação, etc, mas têm sempre como objetivo chamar a atenção das pessoas e divulgar alguns conceitos fundamentais dos temas específicos que estão a ser tratados.

Disponível em: https://knoow.net/cienceconempr/marketing/folheto/ Acesso em 27 de abr de 2020. (Adaptado)

 

Veja alguns exemplos:

                     Fig.1                                                                                       Fig. 2

 

           




                                                                           Fig.3

Disponível em: http://www.acontecelazer.com.br/novidades/veja/34 Acesso em 27 de abr de 2020. (Fig.1)

Disponível em <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/servico/33018-transplante-ms-lanca-campanha-para-estimular-doacao-de orgaos> Acesso em 27 de abr de 2020. (Fig.2) Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/letramento Acesso em 27 de abr de 2020. (Fig.3)

 

        ATIVIDADE 

      1-     O que você entende por folheto?

           Folheto é um meio de divulgação de uma ideia, de uma marca, produto ou serviço, feito em papel.

2-     Qual o objetivo do folheto?

     O folheto é o meio ideal para expressar ideias ou anunciar produtos, serviços e promoções, numa época de grande concorrência e competitividade, mas também de consumidores cada vez mais exigentes e com menos disponibilidade de tempo.

3-     Quais as características do folheto?

    Geralmente os folhetos são elaborados levando em consideração os interesses do público-alvo do anunciante, embora possam ser distribuídos para um leque vasto de consumidores.

4-     Quando o folheto passou a ser utilizado?

          Passou a ser utilizado desde o surgimento da imprensa no século XVI.

5-     Quais os assuntos dos folhetos:

         

- Figura 1 - Colônia de férias;


- Figura 2 - Incentivo a doação de órgãos;


- Figura 3 - Romeu e Julieta.

 

ATIVIDADE 2

Observe o folheto abaixo e responda as atividades a seguir:

 Disponível em: https://seusfolhetos.com.br/lojas-americanas-ofertas/folheto-119773-0Acesso em 07 de maio de 2020.

 1. Que gênero textual é esse?

       Folheto.

2. Como ele está organizado?

   Está organizado com  imagens, cores vivas, títulos, letras grandes e chamativas, diagramas fáceis de entender, etc.

3. Qual o assunto abordado?

     Dia das Mães.

4. Quem está divulgando essa campanha?

       Lojas Americanas.

5. Qual frase está sendo usada para chamar a atenção do leitor?

       Dia das Mães americanas!

6. Para que serve um texto como esse?

       Para incentivar as pessoas a comprar.

7. Elabore um folheto sobre algum assunto do momento com frases que chamem atenção do leitor.

     Resposta pessoal.

 



CRÔNICA: E SE NÃO PASSAR? MARTHA MEDEIROS - COM GABARITO

 CRÔNICA: E SE NÃO PASSAR?

                    (Martha Medeiros)

          Estamos há quase quatro meses mergulhados numa pandemia que mudou nossos hábitos, nos impôs restrições, nos distanciou fisicamente e nos colocou frente a frente com nossas fragilidades. Vai ficar por isso mesmo? Quando iniciou, parecia apenas uma onda gigante e repentina. Se soubéssemos nos manter à tona, boiando sobre ela, obedientes e respeitosos diante do seu tamanho, nada de muito ruim iria nos acontecer e logo reencontraríamos a calmaria.

          É o que vem acontecendo nos países europeus, que estão retomando as atividades cotidianas, dando um passo de cada vez. O Brasil, caótico por natureza, vai levar mais tempo, nenhuma novidade. Três, seis, dez meses? Quando teremos nossa vida de volta?

        Talvez nunca, não como era antes. É provável que tenhamos que assimilar que a nossa atual precariedade determinará novos modelos de conduta daqui para frente.

         Lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomerações: já estamos nos acostumando. Poderíamos nos acostumar agora com o desprestígio da ostentação e do consumismo delirante. Continuaremos comprando comida, roupas e remédios, precisaremos de um bom teto como sempre precisamos, mas nossos luxos talvez mudem – tomara que mudem. Hora de privilegiar as questões humanas, se soubermos aproveitar a oportunidade.

         Não chego a falar de um renascimento espiritual, que soaria pomposo, mas acredito, sim, que a tendência é reavaliarmos nosso estilo de vida. As grandes metrópoles se tornaram zonas de contágio, e um êxodo urbano não seria má ideia: sair em busca de desintoxicação, mais atividades ao ar livre, cidades menores, menos concentração populacional.

         A arte também se beneficiará desta pandemia. Não só por sua valorização evidente (o que teria sido de nós sem livros, música e filmes nesse longo confinamento?), mas também pelo surgimento de talentos até então desconhecidos: as pessoas foram obrigadas a descobrir em si algum dom - artes manuais, gastronomia, desenho digital, colagens, fotografia, vá saber quantos outros. A expressão artística poderá ser nossa grande contribuição à humanidade: não voltaremos a ser apenas consumidores de cultura, mas fornecedores também.

         Não é se apegando a símbolos de status que prestaremos homenagem à nossa sobrevivência, e sim expandindo nossa criatividade, encontrando os amigos, bebendo e comendo com eles, namorando, celebrando as sensações, não as aquisições. Utilidades práticas seguirão bem-vindas, mas as utilidades emocionais é que definirão nosso bem estar: meditação para dormir melhor, leitura para mais autoconhecimento, empatia para reduzir desigualdades. Já que esta crise é inevitável, que a gente ao menos transforme nosso espanto em sabedoria.

 

Atividades

1. De que  assunto  trata a crônica?

    Refere-se a Pandemia por causa do Coronavírus COVID 19, faz uma reflexão se ela não passar, como vai ser?

 

2. Por que, em sua opinião, o título apresenta um questionamento?

    Resposta pessoal.

 

3. No início do texto, com o que a autora compara a pandemia?

    Parecia apenas uma onda gigante e repentina.

 

4. O que a expressão “calmaria” (primeiro parágrafo) representa quando relacionada à pandemia de COVID-19?

     Que voltaríamos a ter a mesma vida de antes, que tudo voltaria ao normal.

 

5. A autora parece concordar com a forma como o Brasil enfrenta a pandemia?

Transcreva um trecho do texto que justifique a sua resposta.

         Estamos há quase quatro meses mergulhados numa pandemia que mudou nossos hábitos, nos impôs restrições, nos distanciou fisicamente e nos colocou frente a frente com nossas fragilidades.

          O Brasil, caótico por natureza, vai levar mais tempo, nenhuma novidade.

 

6. Segundo a autora, quais são os novos modelos de conduta devemos adotar daqui para frente?

     Lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomerações: já estamos nos acostumando.